29 outubro 2010

Sonhos nunca morrem


É meu dever vir a público hoje, quando todos os brasileiros mandaram seu texto-despedida na campanha eleitoral, para deixar algumas palavras sobre o pleito. Antes, porém, preciso dizer que estou esgotado. Se não fisicamente - e ainda que o batente esteja pesado o suficiente para me afastar do blogue -, ao menos mentalmente a bateria está quase arriando. Minha Evinha, aliás, deve ser quem mais anda sofrendo com algumas mudanças graves no meu comportamento nos últimos dias. A ela peço desculpas, mas é que eu não consigo evitar pensar no jogo político de maneira saudável, fato que se agrava em ano de eleição.

Destaco ainda que não tenho a pretensão de convencer ninguém a essa altura do campeonato, até porque a maioria da minoria que aqui passa já definiu o voto. Quero, de fato, explicar o motivo de minha opção por Dilma Rousseff, reafirmando algumas verdades que conduzem minha lida, que raramente me beneficiam diretamente e que foram herdadas nem sei de quem. Nasci numa família reacionária até o último editorial do Paulo Francis e me lembro de tomar uns safanões dos meus pais em 1989, quando avistávamos algum comício petista e eu saía gritando "olê-olê-olá-Lula-Lula". Ademais, nunca me faltou nada, sobrou até, e felizmente moro num lugar que, até uns dez anos atrás, era vizinho de gente muito pobre.

Foi esse choque de realidade, aliado às lições que tive dos meus padrinhos, que provável e imperceptivelmente minha indignação constante com injustiças e desigualdades foi fomentada, algo que mais tarde vim teorizar e aprofundar por meio da minha parca instrução marxista. De modo que, repito, não venho aqui cagar regras, como habitualmente se faz numa campanha. Convido a todos para compartilharmos sonhos em comum, cuja pedra fundamental foi plantada no ano de 2002.

Para ilustrar melhor, volto à noite do dia 27 de outubro daquele ano. Levávamos, pela primeira vez, um dos nossos à presidência da República. Em mim, marcou uma cena deveras impactante: um senhor de 50 e poucos anos, sentado na calçada de uma Avenida Paulista tomada por milhões de pessoas, chorava. Quando ele olhava para sua bandeira surrada do Partido dos Trabalhadores, chorava mais ainda. Quando a visão focava a enorme foto de um sujeito barbudo esticada em frente ao prédio da Gazeta, o troço ficava indecente. E emocionante. Por não ter testemunhado a repressão e por não ter sofrido as decepções nas Diretas Já, 89, 94 e 98 mais profundamente, entendi o significado daquele pranto só alguns anos depois. De toda maneira, aquelas lágrimas de desabafo me deram a imediata certeza de que Luiz Inácio Lula da Silva não só faria um bom governo, como também iria mudar os rumos desse país.

Desde então, passei a viver mais intensamente o processo político. Quantos não foram meus princípios de úlcera a cada tentativa de golpe que essa imprensa suja tentou contra nosso presidente? Não aceitavam, e ainda não aceitam, a valorização do povo pelo Estado. Particularmente, fui vítima de uma pequena campanha de difamação da Falha de S.Paulo. Criei, logo depois de entrar no Orkut, a comunidade Viva Lula, cuja descrição diz:

"Como só existem comunidades que nasceram para falar mal do governo Lula, esta aqui se propõe a mostrar o quanto o país melhorou desde a saída do nosso tirano e entreguista FHC.

Desde já, o iniciador desta comunidade acredita que existe uma verdadeira conspiração por parte da imprensa - em especial a Folha de S.Paulo - contra o presidente, assim como já ocorre com Fidel e com Chávez."


No dia 1º de agosto de 2004, a versão online do referido jornal publicou uma matéria sobre sátiras preconceituosas contra Lula na rede social e, num tremendo pluralismo sacana, elegeu a Viva Lula como exemplo de contraponto. Deixaram no ar a suposição de uma postura intolerante com a imprensa
(que eu ainda não tinha), ao afirmar que me contataram e eu não retornei, fato que nunca ocorreu. Busquei reparação via ombudsman e, não obtendo resposta, fui um dos pioneiros na arte de cancelar a assinatura daquela merda por motivos políticos.

Tudo isso, enfim, para chegar neste 2010 tão carregado de significados, como 2002 foi para aquele senhor que chorava copiosamente após a primeira vitória do povo. Acredito que todo desaforo que venho mantendo sob controle desde o episódio com a Falha esteja entrando em ebulição agora. Naquela oportunidade, muitos me disseram: "ah, tua assinatura não fará cócegas nos cofres da Barão de Limeira, 425". Deixei guardado cá no peito o sonho de, um dia, ver toda esse castelo de areia desmoronar, como está de fato acontecendo. A eleição de Dilma no domingo irá fazer não só esse grito sair da garganta, mas também vai renovar a carga de utopias. Oras, não é para isso que estamos aqui?

Dilma neles!

P.S.: se você acha que seu combustível está na reserva e não agüenta até domingo, passe nos blogues do
Simas e do Edu Goldenberg. Funcionou comigo.


25 outubro 2010

Brevíssimas de uma semana decisiva


- Ontem, no maior clássico do mundo, o Corinthians meteu logo um ferro na porcada. Precisávamos disso, independentemente da luta pelo título. Os vagabundos do elenco nos deviam.

- No intervalo, uma indecência. Faixa comemorativa para o pelé, o preto mais branco do planeta? Justo para ele, um amargurado que, rejeitado pelo Terrão - não é para qualquer um -, resolveu se vingar jogando por um time do interior? Bola fora da diretoria (e esperar o que dessa diretoria?)...

- Na saída, subindo a Itápolis, o mano Filipe e eu conseguimos uma boa dúzia de votos para Dilma, cantando ao povo quem é a candidata do povo e, principalmente, lembrando que #serrarojas é um porco fascista. Igual ao Ragognetti.

- Semana decisiva no pleito, blogueiros e leitores sujos! Temos de ganhar votos e eleger Dilma presidenta! Enfrente a mentira e os golpistas com um sorriso na cara e com o mais incontestável dos argumentos: Dilma é Lula, Lula é Dilma e o Brasil de Lula e Dilma é um país bem melhor. Vale lembrar ainda que dia 27/10, aniversário de Lula, é o Dia Nacional da Mobilização. Vermelho é traje obrigatório.

- Aliás, se Chico Buarque, Aldir Blanc, Beth Carvalho, Leci Brandão, Alcione, Oscar Niemeyer, Hugo Carvana, Zé de Abreu, Marieta Severo, Emir Sader, Leonardo Boff, Osmar Prado e tantos outros ilustres e grandes brasileiros estão com Dilma, por que eu não estaria?

- Vai Corinthians e Dilma neles! Domingo passado, a primeira vitória do povo. No dia 31, que o povo ganhe outra vez.

*Atualização: Canta, Tantinho da Mangueira!



23 outubro 2010

É domingo!


Para embalar o importante jogo, para lembrar qual é o maior clássico do mundo e para dizer que só tem um resultado a ser aceito:



VAI CORINTHIANS!


18 outubro 2010

A intolerância e a campanha do ódio


Em primeiríssimo lugar, quero deixar bem clara uma opinião que ficou muito evidenciada nessas eleições. Politização e convencimento baseados em ideologias não funcionam no ano do pleito. Isso é para ser feito durante o mandato, seja situação ou oposição. Nisso, tucanos e demais reacionários que ainda remanescem da ditadura têm vantagem, pois contam com a velha mídia. Daí, chego à conclusão que politizado em ano de eleição é igual a torcedor de Copa do Mundo, e ambos primam por uma marca registrada: o oportunismo.

Dito isso, adiante. Comove-me o nível de argumentação desses que se dizem “do bem” e que enxergam no governo Lula – e conseqüentemente na sua continuidade com Dilma – um perigo à humanidade. Lógico, para alguns é inadmissível um metalúrgico ter se tornado um dos homens mais importantes do mundo, assim como é intolerável uma mulher querer sucedê-lo. Pobre e mulher têm mesmo é que saber o seu lugar e ficar por lá, deve pensar essa gente.

Para espalhar bobagens olímpicas e fazer eco a esse pensamento, um dos principais recursos dessa campanha indecente de José Serra está no envio de e-mails pela dita militância, aquela que nunca vi saindo às ruas e que considera protestos algo démodé. A canalhice é agressiva: mandam mensagens não solicitadas por repetidas vezes, e sempre com alguma mentira contra Dilma.

A mais famosa traz a ficha falsa criada pela Falha de S.Paulo e me chegou novamente nessa manhã de segunda-feira. Enviada por uma Maria Julia Coreixas Alves de Souza (pomposo, não?), ilustre desconhecida que tem, não sei por que cargas d’água, meu e-mail. Ajustando minha estratégia a uma sugestão do jornalista Renato Rovai, respondi copiando um texto preparado pela campanha de Dilma e que aparece justamente numa seção criada para desmentir falsas acusações feitas pela tucanada reaça. Eis o diálogo, que seria triste se não fosse previsível:

Eu: “Como acham que minha caixa de e-mails é penico, respondo com a verdade. Brasil urgente! Dilma presidente!” [mais o link supracitado]

Resposta da digníssima (atentem para a linguagem rica e rebuscada): “Tu jura!!!! Pinico ta a sua urna eletronica com tanta ilusao e retrocidade... nada mais retrogrado doq ser ptista !!!”

Minha tréplica: “Oras, vc me manda um e-mail não solicitado e ainda responde com mais grosseria? E pq não responde a todos? Além de grosseria, usa covardia? Que coisa, depois eu que sou retrógrado. Retrógrado é censura à opinião alheia.”

Vieram mais depois:

- às 12:39, indícios de homofobia: “Nossa,que pessoa sensivel... Me poupe...”
- às 13:16: “Nao faço ideia quem seja vc e como vc veio parar na minha lista de contato,mas pode deixar q nao te amndarei mais emails.”
- às 13:20, enviando para a lista inicial de destinatários, mas não encaminhando todo o diálogo: “Urgente,Dilma presidente??? hahahaha essa foi tao engraçada qto a propaganda apelativa dela q a compara com lady di,anita garibaldi,madre teresa de calcuta... rkkk... só rindo pra nao chorar Onde estão as provas q ela lutou??? me poupe...”

Minha resposta final: “Você não falou que não ia mais mandar e-mails? Aliás, aproveite e mande para a lista toda o diálogo de antes dessa sua resposta, o qual continha, inclusive, agressões pessoais e um discurso levemente homofóbico. Forte abraço.”


Sensacional, não? Deslegitimam toda e qualquer opinião contrária, usam mentiras para arregimentar asseclas e ainda prezam a cultura do ódio, tão característica de um conhecido regime alemão que apareceu na primeira metade do século XX. A cada dia e a cada e-mail desses, fico cada vez mais convicto do que o Brasil precisa fazer no dia 31 de outubro. E você, vai colaborar para levar esses absurdos ao poder?

Em tempo: sugestão do amigo Fernando Ro"mano" Menezes para post do blogue Tudo em Cima - Boato na rede é crime!

15 outubro 2010

Dois relatos, uma eleição


Os mais freqüentes neste espaço sabem de cor e salteado que minha mulher, minha ídala, minha Evinha, é professora e, desde que ela entrou na minha vida, faço nada mais que a obrigação em todo 15 de outubro. Saúdo ela e outros tantos guerreiras e guerreiros que, recebendo um salário de fome na Prefeitura e Estado de São Paulo, enfrentam a tudo e a todos para formar cidadãos. Na verdade, minha intenção era que a Eva escrevesse um relato das amarguras do desgovernos demo-tucanos, que mensalmente a fazem pensar em mudar de rumo. O problema, meus caros, é que nem isso ela pode, pois existe uma Lei da Mordaça que proíbe os servidores de exercerem seu papel crítico, a fim de melhorar um pouco nossa burocracia. Mais ainda: acho que tanta incompetência de 16 anos de tucanagem acumulada não caberia aqui.

Assim, aproveito esse Dia dos Professores para ressaltar que a data é deveras estratégica se levarmos em conta o desenho da atual disputa eleitoral para a presidência. De um lado, temos Dilma, a representante legítima de um projeto responsável por iniciar mudanças essenciais ao Brasil e que faz uso de premissas populares, participativas e inclusivas. Temos, com Dilma e Lula, um país ascendente, que não deve mais ao FMI, que promoveu a inclusão dos mais pobres e que deu oportunidades inéditas às classes menos favorecidas, como o acesso à universidade e a compra – eu disse compra, e sobre isso trataremos mais abaixo – da casa própria. Lula trouxe ao povo dignidade, e Dilma é garantia de que isso não vai cessar.

Do outro lado da trincheira, há um candidato bancado pela calúnia, pela espetacularização e pela religiosidade barata e moralista num campo que se preza laico. Mente, omite, caça jornalistas que não cumprem o papel de uma mídia que está a seu serviço. Inventa realizações em seu currículo, presta serviços aos remanescentes do período mais imundo de nossa história (a ditadura militar) e abandona cargos para os quais foi eleito desde seu mandato de presidente da UNE. No tratamento específico aos professores, manteve em seus governos municipal e estadual um arrocho salarial indizível, submeteu o corpo docente a condições precárias de trabalho e recebeu reivindicações da classe com a PM e suas bombas.

Portanto, é isso – e muito mais – que o professor de todo o Brasil precisa levar em conta nesse dia de comemoração. Informar-se sobre o que estão passando seus colegas de profissão aqui em SP e, diante dessa realidade, definir sua escolha para o dia 31 de outubro é essencial para a conquista de melhorias não só trabalhistas, mas de melhorias para toda a nação. Na propaganda, tudo fica bonito, até mesmo a cerveja Schin. Lembro, finalmente, que temos aí o pré-sal, cujo fundo social irá destinar 50% das verbas para a Educação. Isso num governo Dilma, pois a sanha privatista de Serra provavelmente irá entregar mais esse patrimônio brasileiro a multinacionais, caso o vampiro seja dirigido ao Planalto (bate na madeira!).

Viva os professores! Vocês são essenciais!

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Ainda ontem, o amigo Medina, velho parceiro de bebedeiras, papeava comigo sobre o andar da carruagem no pleito. Discutíamos sobre o que estava em jogo nessa disputa de projetos bastante distintos e ele mencionou a compra de sua casa. Pedi, então, que ele fizesse o testemunho por escrito, pois é um caso pessoal imensamente simbólico por retratar fielmente o país que está mudando para melhor com o modelo administrativo Lula/Dilma. Com vocês, Medina!


“Alô amigos e leitores do Craudião.

Cá estou a honrar um compromisso a convite do menino cabeludo pra representar um pedacinho da classe média “suja” da nossa querida SP, que não nos trata bem, mas a gente ama assim mesmo.

Nunca exerci a cidadania em meu benefício único, próprio e egoísta; meu voto sempre foi pensado ao viés ideológico ATIVO. Digo ATIVO porque não falo de conversa pra boi dormir, falo de papo baseado em ATIVIDADE!

Porém, este ano as coisas mudaram um pouco. O viés ideológico continua em primeiro plano, a atividade idem, mas agora tem um plus sendo erguido na Vila Prudente. Meu primeiro apartamento financiado e subsidiado pelo programa federal ‘Minha casa, Minha vida’ estará pronto no meio do ano que vem.

O plano, além de financiar a minha casinha em vários anos, com parcelas decrescentes e os juros mais baixos do mercado, ainda me deu um belo subsídio. Isso mesmo, ganhei um subsídio de quase 10% do valor bruto que eu financiei.

As prestações são fixas, mas ao contrário do que eu pensava, podem ser renegociadas na base do: ‘ceita um reajuste de X? Se sim, ok! Se não: hasta la vista’. Isto se acaso houver algum problema, que pode ser uma crise externa, uma crise interna…

Enfim, uma crise internacional como a última mundial. Embora os profetas do apocalipse esperneassem que o Brasil ia morrer, mal fez cosquinhas na nossa economia e a minha casinha ainda tá lá, com o meu subsídio e as minhas taxas baixas.

Agora, eu vou colocá-la em risco por um governo que jamais se cansou de provar a sua incompetência aqui no meu estado?

Nem a pau, Juvenal! O Brasil tá querendo Dilma, e eu tô precisando!

Medina – é amigo do Craudio há uns… 4 anos, Craudião?”

P.S.: acho que vai pra uns 6 anos, Medinão!

11 outubro 2010

Corinthians, urgente


Enquanto os amigos se deliciam com as bobagens que a imprensa abutre diz por aí, aproveitando a demissão do técnico para, finalmente, vender jornal e banner em site com nossa "crise", cá neste abandonado espaço a gente faz a análise a partir da arquibancada. Do que aconteceu em campo não há muito o que dizer, a não ser destacar a presença do William Morais como centroavante e a necessidade de retorno do Bruno Bertucci à lateral esquerda. Ainda no que diz respeito ao elenco, Thiago Heleno deveria ser demitido juntamente com seu padrinho e o Moacir deveriam mandar para a seleção do Mano Menezes.

O que mais dói na alma é a canalhice daquela gordura - termo muito bem criado e aplicado pelo mano Filipe - que fica em volta dos 5 mil de sempre. Depois de encarnar a imbecilidade jucakfouriana e aplaudir um time apático na eliminação da Libertadores, os filhos da puta repetiram o ato diante de uma humilhante derrota para um time de merda. Sim, houve aplausos. E aí, cabe também a crítica a quem deveria liderar os 5 mil de sempre: foi boa a tour pelo novo CT?

A pergunta fica aqui aos Gaviões da Fiel porque a torcida, a meu ver, tem seu poder de mobilização cada vez mais indo para o vinagre. A maioria aqui sabe das minhas restrições à valorização excessiva que a instituição dá ao desfile de carnaval, quando na verdade o que criou e fez crescer essa entidade foi sua atuação firme e intempestiva em defesa do Corinthians. Mais grave ainda: dos pouco mais de 100 que lá estivemos em frente ao portão 23 na gélida noite de domingo, é incrível a falta de politização e consciência ideológica dessa molecada. Para se ter uma idéia, a polícia soltou dois morteiros e o pessoal da bateria já estava com os instrumentos na mão subindo a rua Itápolis. Porra, é só gritar mais alto que nego já corre?

A passividade em relação a nossa própria destruição também toma conta das outras organizadas. Não se viu um pano de Camisa 12, Pavilhão 9, Estopim, Chopp e demais agremiações pressionando a saída do vestiário. Finda a partida, todos foram para casa assistir ao Faustão. E o que toma conta do Pacaembu - repito para que isso se torne uma campanha - são as palminhas hipócritas.

E batem palmas para o quê? Talvez para as bobagens marketeiras do senhor Roxemberg, haja vista a enormidade de camisas roxas que ainda imperam pelos estádios onde o Corinthians joga. Ou então para as ignomínias proferidas pelo Gobbi Cadeirada, que é o diretor de futebol mais ausente da história do clube. Para quem não percebeu, senhores, gritar contra Andres Sanchez agora é pura cegueira estratégica. Temos na diretoria esses dois supracitados como pilares de sustentação do presidente, atualmente tão aclamados e pouco combatidos pelo dito torcedor comum - fato que se repete nos organizados.

Os Gaviões precisam retomar sua formação de lideranças e intensificar as reuniões educativas. Membro de torcida que consegue ir até o vestiário para nos representar precisa ter inteligência o suficiente para explicar ao jogador o motivo da porrada que ele vai levar dali a instantes. Caso contrário, irão predominar cada vez mais aqueles que consideram radicais, intolerantes e inconseqüentes nossos protestos contra um bando de merdas que desonram nossa camisa.

A Revolução Corinthiana urge e precisa eclodir antes de 2013, quando o estádio em Itaquera ficar pronto. Chamem de volta à ativa Chico Malfitani, Roberto Daga e demais ideólogos do cimento. Honrem a memória de Flávio La Selva e Joca. Estudem nossa história e se lembrem do teor popular e altamente participativo que sempre rondou as decisões corinthianas. Se há alguma coisa boa que podemos extrair da fase horrenda no modorrento campeonato de pontos corridos é o retorno da ebulição constante no Parque São Jorge.

Chega de bom mocismo. PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!

01 outubro 2010

Voto aberto para o domingo


Amigos e amigas, temos no próximo domingo as eleições que definirão se o Brasil vai continuar na toada das mudanças ou se vai entrar novamente em barcas furadas das quais estamos cansados. Dessa maneira, deixo cá minhas indicações de voto para quem quiser seguir. Abraços e boa escolha!

Presidente - Dilma Rousseff 13

Desde 2003, temos um país que promove o crescimento econômico a partir do viés social. O governo federal, do qual Dilma sempre foi parte importante, tirou milhões da miséria com o Bolsa-Família, gerou milhares de empregos e barrou a entrada de crises mundiais na nossa economia a partir do incentivo de consumo à base da pirâmide social. Hoje, o pobre vai para a faculdade com o Prouni, consegue comprar sua casa e seu carro e até passeia de avião. Mais importante de tudo, o brasileiro enche o peito para falar do seu país porque agora se sente incluído na realidade que o cerca. Isso é fruto de um direcionamento estratégico inédito nesses mais de 100 anos de República, só possível com uma administração iniciada por um operário e que precisa ser continuada. Dilma é a única via para que haja o aprofundamento dessa proposta, tocando à frente não um plano de mandato, mas de nação.


Governador - Mercadante 13

Eu não suporto ver um Estado de gigantesco potencial de desenvolvimento andar na contramão do país por causa de meia dúzia de calhordas que, desde a abertura política da década de 80, vem nos governando. Montoro, Quércia, Fleury, Covas, Alckmin, Serra... É uma sucessão de administrações caracterizadas pela total paralisia. Do patrimônio paulista, o que não foi entregue de bandeja a multinacionais está sucateado; as estradas tem pedágios com valores absurdos; os professores, médicos e policiais - o tripé do funcionalismo público essencial - recebem salários de fome, são tratados como lixo e ainda tomam porrada quando pedem aumento. Precisamos nos livrar dessa política higienista e ditatorial, interessante somente a uma casta minoritária e conservadora. Mercadante representa a oportunidade de termos em São Paulo o mesmo modelo progressista que fez o Brasil funcionar nesses 8 anos de governo Lula.


Senadores - Marta 133 e Netinho 650

Sobre Marta, trata-se da segunda melhor prefeita que a cidade de São Paulo já teve - a melhor foi, sem dúvidas, Luiza Erundina. Fez uma revolução nos transportes públicos com a construção de corredores de ônibus e a criação do Bilhete Único, implementou os CEUs (hoje tratados com desdém e relaxo pelos demo-tucanos) e investiu na formação dos professores da rede, e promoveu um inédito programa de inclusão digital nos Telecentros.

Netinho é um caso à parte. Muitos julgam sua candidatura como um insulto, pois ele estaria usando seu status de cantor e apresentador. Outros torcem o nariz para o caso de agressão à ex-mulher, do qual ele próprio se arrepende e reconhece como um erro grave. Digo que essa aversão é essencialmente motivada pela questão sócio-racial. Eleito um dos mais votados vereadores em São Paulo, Netinho tem um trabalho de inclusão social nas áreas pobres muito forte. Está no PCdoB há cerca de 3 anos e, desde então, vem estudando e participando de cursos de formação, preparando-se para o Senado. Juntando um mais um: eis um legítimo representante da periferia que tem a chance de levar reivindicações e condutas mais populares a uma casa legisladora que ainda é habitada por muitos remanescentes do coronelismo e da ditadura militar.


Deputado Federal - Gustavo Petta 6510

Conheço o Gustavo de bares, de encontros na barraca da Maria antes dos jogos em que meu Corinthians destroçava o Palmeiras dele, e das rodas de samba no saudoso Espaço CUCA da UNE. Falando na entidade, Gustavo foi um de seus grandes presidentes. Durante duas gestões, combateu o mercantilismo na Educação vigente nas administrações tucanas,
participou ativamente da elaboração do ProUni e Reuni junto ao governo Lula e ajudou a fortalecer a representatividade juvenil na elaboração de políticas públicas. Ainda no movimento estudantil, conseguiu retomar a sede nacional da UNE que fora tungada pelos militares no Rio de Janeiro. Mais tarde, convidado pelo prefeito de Campinas para dirigir a Secretaria de Esportes da cidade, turbinou o setor, dando ênfase na consolidação do programa Segundo Tempo, além de ter feito a 1ª Virada Esportiva. Além dessa capacidade de realização latente, Gustavo tem como valor primordial uma premissa muito cara a mim: fazer as coisas por quem não pode. Que seja assim na Câmara dos Deputados.


Deputada Estadual - Leci Brandão 65035

Pouco há para se falar de Leci Brandão que já não seja de conhecimento geral e irrestrito. Exilada pelo mercado fonográfico por tratar de racismo e da parca condição de vida dos mais pobres, Leci ganhou força e credibilidade por manter a combatividade. Sempre engajada na carreira artística,
esse ícone da música popular brasileira pretende agora ampliar o alcance de suas canções participando de decisões políticas. Votar em Leci é quebrar com a sonolência da Assembléia Legislativa paulista, hoje tão subserviente ao Palácio dos Bandeirantes.

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Vale lembrar que todos esses candidatos apontados seguem uma linha bem clara e definida, que vai ao encontro de muito do que penso. Essencial, para mim, é eleger quem defenda a soberania do Brasil, que valorize o povo, que não privatize até a própria mãe e que não use o voto alheio para trabalhar por uma elite ultrapassada e cada dia mais agonizante.

Eu voto pelo Brasil!