08 julho 2006

Que venha o Brasileiro



Na eliminação brasileira na Copa, semana passada, vi inúmeras pessoas bravas, possuídas por uma raiva que só se justifica em casos de traição rasgada. Confesso que também fiquei nervoso. Por uns 2 minutos. Calado como num jogo em que meu time sai derrotado. Depois desse tempo, já tomava mais uma cerveja, dava risadas e comia o quarto prato de feijoada.

Antes que me acusem, sim, amo o meu país. Apesar da ascendência nipônica (tem gente que fala que é calabresa, mas vai saber), tenho o Brasil como o melhor lugar do mundo e o defenderei até o fim da minha vida. Mas é o país. A seleção é aquela coisa. A gente torce, grita gol, mata o expediente, se junta com os amigos pra festejar. Paixão mesmo é pelo clube.

No entanto, isso não me parece tão correto assim. Além daqueles habituais sofás, que existem tanto em época de Copa quanto nas finais de campeonatos, me incomoda ver que a nossa seleção nunca vai despertar o mesmo amor de seus torcedores quanto as seleções da Alemanha, Argentina, México... Até os torcedores de Gana demonstraram mais presença nos estádios que os brasileiros.

Resta-nos, então, nos restingir ao nosso regionalismo e à nossa sina de provincianos. Somos sim, menores que o futebol europeu. Não na qualidade, mas na paixão à seleção que nos representa. Então fica o protesto. Viva o protecionismo do futebol brasileiro e que venha o Brasileirão com jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Juninho Pernambucano disputando bola com um beque de fazenda qualquer no Pacaembu num sábado à tarde!