25 janeiro 2007

Os buracos são mais embaixo


De volta ao blog. Comecinho de ano corrido. Mas vá lá... E o post é grande!

Dois fatos estão na agenda pública há algum tempinho e, como agora as coisas vão se assentando, farei algumas análises.

Primeiro, a cagada do buraco do metrô. Já de saída, não acredito que só morreram 7 pessoas na tragédia. Que papinho é esse de que os funcionários tiveram tempo de sair de lá antes de cair tudo? E se saíram, como é que não avisaram quem passava pela rua que ia dar problema? Alguns dados ajudam a esclarecer. Dias antes, coisa de uma semana, já havia sido detectado problemas na estrutura. Mesmo assim, os responsáveis - ou irresponsáveis? - resolveram continuar a obra.

Isso denota uma displicência da concessionária, com o aval do governo do estado tucano. As coisas já começaram errado na licitação, quando foi barrada uma tecnologia única de se fazer construções subterrâneas. Resumindo, esse recurso seria o mesmo que foi utilizado na ponte Rio-Niterói. Só que sairia um pouco mais caro. Erro número 1: o barato, agora, sai caro. Principalmente para as famílias que dificilmente serão ressarcidas.

Tragédia consumada, entra a imprensa. E aí vem o show de erros. Ninguém fala quem são os membros da tal concessionária (São elas:
Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS). Essa bola foi levantada no blog do Xico Sá. E por que ninguém fala? Porque trata-se das maiores construtoras do país e possíveis patrocinadores das páginas publicitárias. Mas o principal é: cadê Geraldo? Por que ninguém foi atrás dele? Por que o governo tucano entreguista não é procurado para se explicar. Ao contrário, a imprensa resolveu pôr em xeque as PPP, em mais uma tentativa de se desestabilizar o governo federal.

Erros de um lado, erros de outro. E as coisas vão seguir de uma maneira que, daqui um ano, ninguém mais vai falar sobre o assunto. Pra mim, o acidente só mostra mais uma das faces malignas da forma tucana de governar. Além disso, expõe que cada vez mais é necessária a intervenção estatal, já que deixar tudo na mão de empresas particulares é sinônimo de corrupção e mal-emprego do dinheiro público.

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Falando em imprensa, vamos ao segundo tema. Fato 1: aprovado na Câmara dos Vereadores, o projeto de lei que proibiria o início dos jogos depois das 20h - e de autoria de Tião Viana (PSDB) - foi vetado pelo prefeito anônimo de São Paulo. Fato 2: a Record perdeu a briga para a Globo nos direitos de transmissão do futebol em 2007.

Conseqüências disso: a Record encampa hoje uma luta ridícula pela derrubada do veto do prefeito e a entrada da lei em vigor. Só por vingancinha. A vênus platinada, por sua vez, fez pressão via Federação Paulista para que o prefeito vetasse tal lei.

E ainda dá pra confiar na tal "imprensa imparcial"? Eu não acredito...

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É, minha São Paulo. 453 anos e te dão uma dessas... Mesmo assim, parabéns!