10 dezembro 2007

Rio 2007


Toda visita ao Rio é motivo de alegria no peito. Estava precisando, depois de uma sombria semana de tristeza e revolta. Curiosamente, sempre que passo pela Cidade Maravilhosa é na correria. Dito isso, vamos aos fatos:

- a chegada se deu às 18h de um sábado. O motivo era o show do The Police, sobre o qual falo abaixo. Um provocador Edu Goldenberg avisa em seu blog: "larga esse show e vamos ao Trapiche Gamboa que vai ter Inimigos do Batente". Tal aviso não foi em vão, já que no dia seguinte fico sabendo que se tratou de uma histórica noite de samba. Porém, já havia comprometido mais de R$200 para ver os ingleses e, sobretudo, fazer uma visita ao Maracanã.

- O show. Chegamos (Evinha, Paulim e eu) no Maraca por volta das 19h. Corre-corre habitual para trocar os ingressos - até agora não entendi o porquê dos 16% de taxa de conveniência se não houve conveniência alguma - e lá vou eu fazer média com os assessores do evento. Depois de ter dado a riscada na lista de credenciados, me dirijo à sala de imprensa, localizada num dos vestiários do estádio. Nada de bom, nenhum lanchinho ou cerveja à mostra e resolvi sair para encontrar minha mulher e minha irmã.

O que valeu, ao menos, foi poder entrar no gramado do estádio pelo túnel. A sensação é indescritível e eu imaginei, por segundos, como seria as arquibancadas estivessem lotadas numa final de campeonato. Por essas e outras que deve-se afirmar: é o maior do mundo. Saindo do gramado, rodei por uns porões e corredores do lugar e pude ver que, na pressa de se ajeitar para a famigerada campanha pela Copa 2014, há muito lixo escondido por baixo do tapete. Finalmente, consegui achar a rua e entrar novamente, agora nas tais cadeiras laterais.

Eis que nas cadeiras laterais lembrei-me dos geraldinos. Os órfãos do Maraca. Triste saber que ali era o lugar do povo e que agora há placas pedindo um comportamento de colégio interno. Para shows, então, a coisa se complicou. O som, que já não era aquelas coisas, ficava incompreensível dali debaixo do cimento. Fugimos, então, para a área aberta.

Sobre o evento em si, nada muito a falar. Os Paralamas do Sucesso abriram a noite e, hit após hit, fizeram uma apresentação muito, mas muito mais animada que as estrelas da noite. Não que o Police tenha sido burocrático. O trio até mostrou empolgação e Sting se sentia em casa (ê, Juruna), mas os caras são ingleses, porra... O veredicto: tratou-se de um bom show, mas que não valeu de jeito nenhum os preços salgados que foram cobrados.

- O domingo. Sol de rachar mamona, fomos à praia encontrar a paulistada branquela. Torramos, mas torramos mesmo debaixo daqueles guarda-sóis, regados a muita cerveja e nada de comida. O resultado foi a bebedeira precoce. Paulim deu pt. Eva e eu fomos valentes. E partimos para a Tijuca, em encontro a um AMEAÇADOR e RANCOROSO Arthur Favela.

Deram sete, oito e nove da noite, e as pessoas bebiam (como diria FH) em quantidades oceânicas grande bairro da zona norte carioca. No fim da tarde, chegava-me via celular a mensagem: "daqui uma hora no Rio-Brasília. Edu Goldenberg". Ligo para o Favela para saber como estava o grau das pessoas e ele me dispensa lá pelas 21:30: "estou na rua, o Edu dormiu e tô indo pegar o busão na rodoviária".

Fosse eu um desonesto, daria meia-volta e iria pro hotel dormir, já que deveria acordar às 5 da matina para retornar a SP. Mas não. Estava na Haddock Lobo e, teimosamente, teria que pagar minha dívida (uma grade de cerveja) com o mestre carioca. Quando entro na Almirante Gavião, lá está uma grande mesa enfileirada na frente do Rio-Brasília, com todo o Alto Comando.

Além de não se tratar de uma mesa qualquer, havia também um cerimonial. Era ali a volta, o reencontro, o reatamento. Edu e Joaquim finalmente haviam sanado todas as suas divergências recentes e, num gesto muito bonito, lavaram a roupa suja e choraram como crianças. Coisas que não se vê muito por aí e que deve ser ressaltada.

Assumo: não paguei toda a grade. Mas é, claramente, uma desculpa muito da esfarrapada para voltar ao Rio. E quando pagar, prometo outra.

Pois é. Isso tudo em menos de 48 horas. Imagina se fosse uma semana...


11 comentários:

  1. será que aos poucos vou mudando minha idéia sobre vários tópicos deste seu post?

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  2. Japona, após a cachaçada do final de semana INTEIRO, em que você não se fez presente, fiquei, como te disse lá mesmo, puto (e isso simplesmente porque gostaria que vc tivesse ficado mais conosco) por você chegar quase as dez da noite, a uma hora de nós (eu e o Edu, que me levaria à rodoviária) irmos embora. Admito que atravessei a conversa, que era de vocês dois. Devo-te, humildemente, - e ao Edu também - desculpas por te "mandar embora".
    Abraço!

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  3. Favela, foi só uma provocação. Se você me der um tapa na cara eu te respondo com uma cerveja, tu sabe disso!

    Abraço, mano!

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  4. Ah...

    Evinha, muda sim. Você, por exemplo, adorou a Tijuca e casa-castelinho cinza.

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  5. Anônimo1:04 PM

    Uma semana ainda é pouco...

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  6. Anônimo9:44 AM

    Japonês, olha o que recebi:
    (acho que é do corneteiro-mor, mas não tenho certeza)

    "Fontes próximas ao presidente afirmam que ele se encontrará com o mafioso Kia Joorabchian, na quinta-feira, em Paris. O assunto seria a contratação de jogadores a partir de abril, período em que o presidente do Corinthians declarou que formará uma grande equipe. Andrés para fazer sua habitual fumaça disse que o torcedor vai escolher quais os jogadores que devem atuar no clube. Disse que os recursos serão provenientes de estratégias de marketing. Tudo papo furado. Segundo apurei dois jogadores argentinos estariam sendo observados para serem contratados por Kia. O iraniano mafioso tem ótimas relações no pais vizinho, vide as negociações de Tevez, Mascherano e Sebá. Tudo o que o blog avisou há meses deve acontecer. O contrato com a MSI ainda está em vigor. A intenção era mascarar a participação de Kia através de intermediários. Caíram do cavalo. A trama foi descoberta. Realmente não tem a menor lógica a viagem de Andrés segundo a versão que ele contou. Ir até a Alemanha para receber um dinheiro e depois até a França pagar uma divida pessoalmente ? E os seus vices, servem para que ? A amizade de Andrés Sanches com Kia é comovente, e talvez, lucrativa. O Corinthians, se o intuito dele for conseguido, continuará no mar de lama. O "amigos de Kia" sorriem, vitoriosos. Já o Corinthians, infestado de vermes, agoniza. Até quando?"

    Verossímil demais da conta.

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  7. Pois é, cara... Eu ia inclusive fazer um post nessa semana sobre essa viagem. Quando vi o Sanchez embarcando pra lá, logo pensei nessa história do contrato, que ainda está em vigor...

    E eu ainda tenho que agüentar nego vir me falar que o Corinthians agora mudou...

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  8. E o que mais impressiona é que mesmo após toda a depredação de que foi vítima, o Maracanã continua sendo o mais belo estádio de futebol de que se tem notícia...

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  9. Anônimo2:10 PM

    É, japonês.

    Bonde do Bonfa/Caxingui/Vl Sônia
    pra S.André


    Que merda.
    Mas é nóis.

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  10. Anônimo8:58 AM

    Correção: o contru impediu a realização dos jogos do Corinthians no Bruno José Daniel.

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  11. Finalmente, Craudio, a confissão pública de que ainda deves (no mais doce sentido do verbo "dever") uma grade de Brahma. A propósito... quantas você pagou naquele domingo, hein?! Desnecessário dizer que meu estado não me permite lembrar de rigorosamente nada com relação a esses pequenos detalhes. Forte abraço.

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