07 agosto 2008

Cara de Octávio


Ontem me liga um amigo (hahahahahahaha) falando num tom que variava entre a indignação e a desolação. Era quase hora do almoço e o cara parecia aos prantos.

"Porra, cara. Tô aqui na Faria Lima numa reunião com um cliente. O viado do meu chefe escolheu um lugar de filho da puta que chama Octavio Café. Octavio, com cê e tudo! Pior é que eu fui olhar o cardápio. Tinha uma porra de cordeiro com molho de hortelã. Custa R$50, cara. E eu não vou comer porra nenhuma com hortelã!"

Aí eu comecei a pensar nos nomes que são extensão da personalidade de seu dono. O Octávio, é lógico, só poderia ter um café na Faria Lima que vendesse cordeiro com hortelã. Não que cordeiro não seja bom. Mas é muito provável que a porção - a R$50, lembrem-se - não passa de um engodo e só enche o buraco da obturação dentária.

Sobre nomes, aliás, tenho alguma autoridade. Já tratei do meu aqui. De qualquer forma, não é de rápida associação o Claudio com um boca-aberta. Temos o Claudio Marzo, que pode ser visto em plena forma na reapresentação da novela Pantanal. O grande Cláudio Christóvam de Pinho, um dos maiores artilheiros do Corinthians. Completam a lista Cláudio “Sai que é tua” Tafarell, o ator Cláudio Correa e Castro, o mesa-tenista falecido Cláudio Kano, o mestre Cláudio Abramo, Cláudio Besserman Vianna, o impagável Bussunda, o senil Cláudio Carsughi e outros tantos ilustres que salvam a minha pele.

Voltando à relação nome-personalidade, lembro que minha mãe tremeu na base quando ficou grávida da minha irmã. Eu queria ter um irmão César, e ela dizia que moleque com esse nome só pode ser endiabrado. De fato, os são. Se for Júlio César, então... Mas aí veio Paula, que, se não é endiabrada, é nome de mulher tinhosa e geniosa.

Há alguns outros exemplos bastante imponentes e belos. Vejam como a sonoridade suave de minha Eva contrasta harmonicamente com a força da palavra. Ainda entre as mulheres, cito Isabela, Luísa, Beatriz e os compostos Ana Clara e Maria Eduarda (sim!) como grandes alcunhas. Dos barbados, o simples João talvez seja o melhor dos nomes. Arnaldo também é bacana. Por outro lado, o que dizer de Geraldo? Ou então Olavo, Eric (o gigante que me perdoe hahahahaha), Nelson e Valério? São pessoas que vacilam de saída.

Tenho que lembrar também de duas figuras que estudaram comigo na faculdade. Um era o Edgar. Ou Edegar. Ou Edigard. Esse, claro, só pensava em esperanto. Chegou, inclusive, a dar um CD de esperanto em um dos amigos-secretos da classe. E o outro era o Fábio Metzger. Nada contra o Fábio isoladamente, mas se juntar Fábio e Metzger, boa coisa não sai. Certa vez, o branquelo seguiu a gente até o Puppy, nos obrigou a aturar sua presença na mesa e ainda pediu um... suco!

Por fim, deixo o cardápio especial do Octavio Café para o Dia dos Pais:

- ovos cremosos com ovas e ervas
- tigelinha de massa fresca e cogumelos ao brie
- polenta ao talegio e ragu siciliano
- risoto de lula ao perfume de limão siciliano.

Tem ou não tem cara de Octavio?


5 comentários:

  1. O Edgard era irmão da Hildegard?

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  2. Como que era o nome do irmão do Edgard?

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  3. Imagino o Barneschi num lugar desses. Deve ter sido ótemo.

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  4. Anônimo4:46 PM

    Quero ver o Barneschi falar isso no Libano... E você também, Japonês.
    Cordeiro com hortelã é bom pra caralho, permita-me dizer.
    Não é melhor que um bom Ragu, é verdade.
    E Ragu num lugar desses é sacanagem...

    Aliás, esse Octavio deve estar apaixonado por um siciliano...

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  5. Hahahahhahahaha... Veja que eu não falei mal do cordeiro. Até porque também acho muito bom. Sem a hortelã, claro, mas com um molho de gergelim e cebola.

    Agora, o camarada cobrar R$50 no bagulho é sacanagem da grossa.

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