05 setembro 2008
Falha ou não falha?
A Falha de S.Paulo lançou hoje seu perfil de candidatos para a próxima eleição. Sem mencionar o fato de que saiu quase um mês depois do especial do Estadão (cuja qualidade é infinitamente superior e traz até entrevistas em vídeo), o troço demonstra novamente um problema grave e característico do papel higiênico produzido pela família Frias.
Para falar desse problema, porém, devo voltar ao período do início do orkut, em meados de 2004, e mencionar um fato pessoal. Dois anos após a eleição de Lula (presidente, vire cabra hómi!), a Falha fez uma matéria sobre as comunidades do site de relacionamento que tratavam do novo governo. As milhares de “eu odeio”, “fora” e “cadê o dedinho” eram contrapostas com a então inédita Viva Lula, de minha autoria.
Na descrição da referida, falo poucas e boas da Falha, incumbindo-a inclusive do papel de líder da imprensa golpista - o que deve ter gerado algum incômodo entre os jornalistas de lá. Usando a mentira como instrumento, a “reportagem” (sem assinatura) diz que me procurou e não obteve resposta. Fica claro o tom vingativo da coisa, imputando a mim uma imagem de radicalóide inconseqüente. A questão é que eu jamais fui procurado por ninguém.
Eis o mal que assombra a Barão de Limeira. Nessa desculpinha de pluralidade e isenção, uma das características marcantes da Falha é emitir opinião e/ou juízo de valor com a frase “procurado pela reportagem, fulano não respondeu” ou “a reportagem tentou falar com cicrano, mas não obteve resposta”. Engenhoso e criativo, até.
Dito isso, voltemos então ao tema inicial. Fui até o verbete do Gustavo Petta, aquele quem apóio e que precisa ser eleito. Lá, existe um questionário, padrão para todos os perfis, cujas respostas são: “O candidato não respondeu à pergunta”. Clicando em qualquer um dos outros nomes, vemos que o fato se repete. Primeiramente, isso denuncia que o especial foi feito às pressas e muito nas coxas. E nos faz questionar: o candidato não respondeu à pergunta ou não foi procurado para responder? Fica no ar, para o leitor médio, uma sensação de omissão, desprezo ou pedantismo por parte do suposto entrevistado. E a publicação lava suas mãos.
Não mais que isso, temos aqui outro caso de péssimo jornalismo, prática que a Falha realiza com louvor. Porque é visível a diferença entre colocar essa frase e deixar o espaço em branco. Assim como é visível a vontade de emburrecer e afastar o povo da política e das decisões que lhe interessam. Na oportunidade de 2004, cancelei na hora minha assinatura do jornal. Torna-se cada vez mais necessário que um bocado de gente indignada como eu faça o mesmo...
Falha, e muito.
ResponderExcluirFalha demais.
Gente graúda deve ter reclamado, e hoje os perfis não respondidos possuem ** ao invés da frase.
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