09 março 2009

O imponderável Corinthians


Mesmo com um posicionamento pra lá de retranqueiro, mesmo com um ataque que abdica de atacar (Jorge Henrique e Souza é brincadeira), mesmo com uma zaga ainda batendo cabeça, mesmo com um frangueiro que deveria ter ido embora desde a final da Copa do Brasil no ano passado e só não foi porque há uma bela estratégia de valorização de passe dessa enganação, mesmo com tudo isso, o Corinthians foi Corinthians no derby.

E além de ter sido Corinthians, contava com um Fenômeno em campo. Davam como certa mais uma ótima participação do verde artilheiro badalado, só que o veterano foi quem mostrou o que é não sumir em clássico, lembrando a todos porque foi eleito 3 vezes o melhor do mundo. No último minuto, o corinthianíssimo gol de Ronaldinho trouxe à tona a mística alvinegra e calou o bando de secadores. Não só com o tento, mas também na bela jogada individual que culminou com um tirambaço na trave e outra intervenção na qual ele passou por três defensores e colocou André Santos em perfeitas condições de marcar.

Comemoremos, aliás, o fato de termos sido um pouco melhores a partir do segundo tempo e criado muito mais oportunidades que os rivais. Ouso dizer que poderíamos, inclusive, ter saído com a vitória, não fosse a já mencionada (e grotesca) falha. Abdico do direito a reclamações contra o árbitro Abade, já que prometi não usar isso como justificativa para nossos tropeços, muito por acreditar que exista uma bela rede de destruição do Corinthians via apito, uma perseguição injustificável por conta de 2005. Porém, aproveito para cornetar quem merece. André Santos e Douglas precisam receber os bichos atrasados. Deu para perceber que jogam à base de grana e por isso se dão ao direito de fazerem gracinhas e se omitem quando não é permitido. Já o goleirinho mau-caráter e safado deve ir embora. Hoje mesmo, para pagar tudo o que fez de merda. Por fim, Mano Menezes. Ô tecnicozinho cagalhão, como dizem seus conterrâneos.

A abutraiada, lá pelos quarenta minutos, já devia estar preparando suas manchetes. “Ronaldo (sic) passa em branco no clássico”, “Corinthians perde com Ronaldo (sic)” e “Ronaldo (sic) não salva o Corinthians” seriam as possíveis capas de hoje. Eles não aprendem que o imponderável e o inesperado reina no Coringão. Tiveram que recolher suas barrigadas e agüentar a barriga artilheira.

Ali num buteco na região da Augusta, alguns incautos viram esse imponderável tomar forma quando eu e mais um monte de corinthianos quase derrubamos a porra toda depois do implacável gol, assim como fizeram os irmãos no alambrado daquele lixo de estádio. Ao apito final, e por estar na rua que outrora foi palco para as primas, lembrei novamente do Fenômeno. Deixo aqui o meu vale-puta e o vale-uísque para ele. As casas de tolerância, ao que parece, são os lugares ideais para deixar Ronaldinho em ponto de meter ferro nos adversários. As igrejas, com certeza, é que não são...

5 comentários:

  1. Rodrigo Vianna estréia página nova e traz um belíssimo e corinthianíssimo texto:

    http://www.rodrigovianna.com.br/vestigios/ronaldo-francisco-e-seu-joao

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  2. Até concordo com as críticas ao Mano, mas vejam o seguinte: o luxerlay seguiu os passos dele, e no segundo acochambrou a porcada segundo as atitudes de Mano. Que começou a descobrir o jogo tarde demais.

    O lombadinha ou vai pro banco ou sai fora. Aliás não era ele que "não ia vestir camisa amarela" de jeito nenhum? Todo jogo de amarelo agora?
    Preto de amarelo parece lombada, eis a desculpa dele pra não usar amarelo. Pois bem, lombadinha: VÁ!

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  3. Ah, outra coisa: a correria da 12 em recolher o patrimônio quando o alambrado caiu foi coisa de cinema.
    O Filme da Fiel deveria ter filmado isso e colocado como extra.

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  4. Verdade, os caras tiraram o pano rapidinho.

    Sobre o Mano, o cara deve ter fobia de gol, só pode...

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  5. Palavras do próprio atacante, no programa Bem-Amigos, há alguns segundos:

    "Lá na Europa é totalmente diferente. Não tem a torcida organizada, que canta o tempo inteiro. Lá é igual a um teatro, um espetáculo".

    E quem somos nós para discordar? E seremos nós que iremos lamentar, lá em 2014...

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