25 novembro 2009
Capital informação
Sempre associadas ao lazer, as investidas na internet geralmente são tratadas como "algo modernoso para fazer graça" ou então só se transformam em realidade quando sobra alguma verba no orçamento do marketing. De fato, o fator diversão é quase que a impressão digital do troço, mas divertido não quer dizer menos rentável ou irrelevante. Enquanto jornais e revistas impressas vêem suas tiragens desabarem, fenômenos da web transbordam pelos monitores, invertendo toda a lógica centralizadora e, até então, pouco democrática da comunicação.
O grande problema é convencer os donos da grana que ações online podem ser mais rentáveis que os métodos convencionais de comercialização, além de gerar outros ganhos paralelos (quanto à imagem, por exemplo) se a estratégia for ética e bem planejada. Mais complicado ainda é colocar nas cabecinhas dos preenchedores de planilha que Orkut, blogues, Twitter e similares são um ótimo canal de divulgação totalmente monitorável, o que evita prejuízos. E por que raios este comunista está tão preocupado com esse papo de bizine$$? Oras, porque o socialismo ainda não foi implementado e eu tenho que pagar minhas dívidas aos capitalistas de merda...
Para tanto, estive nesta quarta-feira na apresentação de um belo estudo da E.life e da In Press Porter Novelli sobre alguns traços de comportamento do internauta verdamarelo. Dentre as inúmeras informações oferecidas, as que mais me chamaram atenção foram aquelas relacionadas às ferramentas mais populares e o seu uso.
O Twitter lidera absoluto, o Orkut está em segundo e os blogues vêm na cola. Juntos, os membros do pódio possuem quase 80% dos acessos, sendo que só o Twitter fica com 38,5%. Quanto aos motivos que fazem as pessoas utilizarem as mídias sociais, a grande maioria dos twitteiros querem ler notícias, divulgar conteúdo próprio e buscar informações de interesse pessoal. Os orkuteiros já são um pouco mais dispersos e gostam mesmo é de manter contato com amigos e passar o tempo. E nos blogues, o comportamento é semelhante ao do twitter, o que reafirma a enorme congruência entre essas duas plataformas.
Há também algumas curiosidades. Entre os que fizeram registro em qualquer rede social nos últimos 3 meses, o Orkut desaparece das estatísticas e o Twitter é líder absoluto no quesito. Uma explicação para isso talvez seja o foco em heavy users, grupo composto majoritariamente por pessoas de alta renda e que já tinham acesso à internet há algum tempo - os palestrantes planejam uma pesquisa semelhante entre as classes de menor renda para o ano que vem e adiantaram esperar resultados totalmente diversos. Já na lista de revelações surpreendentes, apesar do processo gradual de perda de relevância, publicações impressas, TV e rádio ainda mantêm sua credibilidade. Isso indica que o brasileiro permanece na antiga prisão psicológica da fonte legitimada por uma grande empresa, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, compartilha o conhecimento de maneira ilimitada - explica-se, portanto, a queda em tiragem ou audiência da mídia tradicional.
Os slides com detalhes do estudo podem ser conferidos aqui (em .pdf), e eu arrisco outros pitacos sobre tudo isso. É preciso exaltar e comemorar o fato de que reina a preocupação constante com a informação, tanto por parte do usuário quanto por quem a fabrica. Mesmo com a já citada prisão ao tradicional, os internautas também levam muito a sério as indicações de amigos, parentes ou conhecidos. E aí voltamos ao papo sobre a participação da web no sucesso de vendas e de marketing no mundo corporativo. Com as recomendações (negativas ou positivas) sobre compras ou marcas sendo bastante citadas como motivador do uso das redes sociais, precisa falar mais alguma coisa?
*Mais sobre o tema:
- ROI? Não… é ROE!
E sobre a putaria da diretoria em dar $$$ para os Gaviões nada!!!!!
ResponderExcluirEntendem que é por causa de imbecis como esse que eu tenho que moderar os comentários nessa merda???
ResponderExcluirCaro pauteiro, procure por esse blogue o que eu acho da participação dos Gaviões e de qualquer torcida no Carnaval. Ou senão sobre a visita da diretoria na quadra da torcida. Daí você já vai ter uma idéia do que eu penso sobre isso...