17 junho 2010
Ah, que isso? Elas estão indignadas
Corria o ano de 2007 quando foi decretado que a Copa de 2014 seria realizada aqui no Brasil. Rapidamente, este blogue, mais alguns outros e o espaço do meu velho irmão Barneschi sentenciaram que isso significaria o fim do futebol no país, pelo menos do jeito que ele tem sido disputado há mais de século, arrebanhando multidões. Naquela época, também adiantei que a minha preocupação jamais residia em moralismos baratos com relação a uso e desperdício de dinheiro público, até porque isso é um requisito para que torneios do tipo aconteçam em qualquer país do mundo.
A cada oportunidade em que tratávamos do assunto, gritos surgiam como trovões raivosos contra esses humildes torcedores de arquibancada, preocupados tão somente com a paixão que nos move. A tragédia, porém, estava com data marcada e certa malta mostrou-se ouriçadíssima com a possibilidade de salvar seu anti-estádio (cito o Filipe), utilizando-o, além de espaço para buffets infantis e academias de bacana, como uma das sedes do mundial de seleções. A nós, restou torcer para que dois erros não se repetissem: o primeiro, de 1938, com a maledeta promoção do Jogo das Barricas; o outro, da década de 1950, quando o tal anti-estádio começou a ser erguido, público e notoriamente, com recursos do governo militar.
Tamanhos absurdos não poderiam ter replay, mas até pouco tempo atrás o cenário era desanimador: presidente da república, ministro dos Esportes, governador do Estado e prefeito estavam empenhados em bancar a reforma do Morumbi, novamente dando dinheiro do povo a usurpadores. Os amigos podem perguntar: "ora, mas você não disse que não iria citar o moralismo quanto ao dinheiro público?" Sim, caso essa grana não fosse beneficiar uma entidade particular, principalmente uma que é reincidente no desfalque ao erário. Mais ainda, afirmar que o cascalho viria de empréstimos do BNDES é de uma vilania sem tamanho, comprovada inclusive pelo sumiço dos supostos investidores privados interessados na parceria público-privada.
Depois de muito blablablá e pouca ação, a Fifa acabou por humilhar a corja na última quarta-feira, vetando o panetone e provavelmente condenando madame à falência. No instante seguinte à desmoralização em nível mundial, um caso patológico de sem-vergonhice se manifestou. Rejeitado o Morumbi, a assessoria de abutres gritou, a torcida se descontrolou e arranjaram até mesmo um jeitinho de colocar a culpa no Corinthians. Para provar que não estou mentindo, o Barneschi listou todos os despautérios a que estivemos expostos nas últimas 48 horas. Disseram também que erguer um novo espaço seria desperdício, pois a cidade está bem servida e um novo estádio ficaria às moscas. É mais ou menos a mesma premissa do outrora prefeito de SP José Serra que, em 2005, retirou boa parte da frota de ônibus das ruas porque eles circulavam vazios...
Tudo seria muito coeso se a preocupação da malta com relação ao uso das verbas governamentais tivesse aparecido durante os quase três anos em que ficou na pauta essa enrolação, mais precisamente enquanto o panetone seria seu beneficiário. Ninguém no Jardim Leonor se revoltou (e seria até questão de comprovar a famigerada excelência em administração clubística) com a sugestão de receber uma benção monetária do poder público para reformar aquilo que é impossível melhorar - quem pisou no antro concorda. Era como se os desvios e a corrupção não fossem ocorrer por conta do "modelo diferenciado de gestão" que os leonores adoram ostentar. Eis a bizarra linha argumentativa característica desse pessoal que adora distorcer a realidade: "para quê ampliar o patrimônio do povo se podemos tratá-lo como lixo? Porém, se o agrado vier para o nosso bolso, tá tudo certo."
Dessa maneira, valorizar a derrocada da malta, ao contrário do que possa parecer, não significa apoio à devassidão que provavelmente teremos na construção de um estádio público zero km. É simplesmente deixar a hipocrisia de lado para defender, uma vez feita a merda, que a merda seja de todo mundo. Quando avisamos há 3 anos sobre os perigos da Copa em terras brasileiras, tacharam-nos de apocalípticos para baixo. Pois eu solicitei que não viessem reclamar os desavisados, e aí está. Ao menos, temos um fio de cabelo a comemorar...
Alguém de cima da pirâmide percebeu que um estádio novo na cidade é um negócio bom. E cabe na situação de um velho varzeano, que sempre foi muito bem acompanhado.
ResponderExcluirO problema, e nem de longe é solução pra coisa alguma, é que esse alguém percebeu, na verdade, que se trata do melhor negócio do mundo. E vai ganhar dinheiro.
Aí as descontroladas não conseguiriam nada com aquele puteiro falido. Nem com laudo, natel! (Valeu, Seo Croce!)
Prepare-se para a criminalização infundada de um estádio que ainda não existe. É isso, ou as mentiras da juju, como aquela notinha escroto que ela soltou.
Dizendo inclusive que "abutre fez o serviço direito, a fifa é que não tá vendo como os abutrinhos de merda ensinadinhos fazem tudo direitinho"...
Quanta pataquada...
E quem pisou naquele antro dê Graças a Deus que não precisará pisar, a não ser para ir a uma guerra onde 5.000 vencem 24.000 NA VOZ sempre.
Quem diria que o puteiro falido iria ficar de fora da modernização...
Elas merecem. O tom de indignação de agora será o tema de muitas risadas. Desmoralizadas...
Enfim. Viva nóis!
VIVA O CORINTHIANS!!!
Os bambis disputaram sozinhos a sede em São Paulo e chegaram em segundo kkkkkkkk
ResponderExcluir