08 junho 2010

Da série frases feitas...


Durante os períodos de estiagem futebolística, a principal artimanha da imprensa para compensar a falta de assunto nas inter-temporadas é tratar sobre venda e compra de jogadores. Na mesmice de perguntas e respostas, jornais e sites são inundados por aqueles termos manjadíssimos e, no referido caso das transferências ,a regra é dizer "quem decide isso é meu empresário e a diretoria".

Em primeiro lugar, a frase feita citada desmonta toda a tese – corretíssima, diga-se - da luta contra a lei do passe. Apesar dos equívocos na elaboração da Lei Pelé, é verdade que libertaram os atletas dos clubes. O problema é que não conscientizaram esse pessoal quanto aos seus direitos trabalhistas, tampouco falaram da necessidade de organização de classe.
Não sei se minha restrição com relação a patrões e espertalhões influencia, mas o fato é que me causa certa revolta escutar um gaiato de salário milionário entregar de bandeja sua vida a terceiros. Como pode o cara não saber se quer permanecer no clube, ir para um outro país, ganhar mais ou menos, ter retorno com publicidade etc.?

Mais triste, no entanto, é extrair desse comportamento a total falta de comprometimento dos jogadores com tudo aquilo que realmente importa no futebol: a instituição que ele supostamente deveria defender, a torcida que mantém essa instituição e o seu próprio interesse pessoal.

Outro dia eu escrevi sobre nossa incompetência nacional em não conseguir eleger um ídolo brasileiro e o assunto converge nesse papo de agora. Particularmente, desde 1998, quando meu último herói corinthiano deixou o Parque São Jorge, não saúdo nenhum jogador da arquibancada. E isso não é nada bom...

5 comentários:

  1. Os caras se livraram dos clubes, que são entidades públicas e podem ser melhor reguladas pelo Estado, e agora tem os "direitos federativos" presos a empresas.

    Simples empresas. Melhor, estranhas empresas. Afinal, uma é uma rede de supermercados, a outra é de "marketing", tem aquela que é da máfia e por aí vai.

    Só gente boa.

    De novo, mais uma vez: a Lei trocou entidades públicas que NÃO visam o lucro, por empresas privadas que visam o lucro.

    E nem vou falar daquela cagada chamada "clube empresa", para não me irritar mais.

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  2. Mano, é o fim da picada...
    E canalha ainda nos chama de "radicais".
    Ora, se o sujeito não faz idéia do que é ser jogador de futebol, e ainda assim insiste em sê-lo, não somos nós os radicais, são eles os babacas alienados. O jogador de bola deveria ser imbuído da aura de Herói. Como o foi Biro, pra mim (só posso usar a mim como exemplo). O Biro era tudo o que eu queria ser, na minha tenra infância de Corinthianinho. Biro, aquele que se triplicava quando o assunto era defender o Corinthians Paulista...
    Hoje, no Corinthians, o cara que mais perto chega disso é o Dente. E olhe lá. O último Filho do Terrão está nas mãos dessa entidade privada, como bem conceituou Álvaro.

    É o fim da picada. À merda com essa alienação da "modernidade".

    E viva a Resistência.

    VIVA O CORINTHIANS!!!

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  3. Herrera era candidato a ídolo...

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