26 dezembro 2007
Breves de um breve 2007
Não sei dizer se o balanço de 2007 foi positivo ou negativo. Mesmo passando por certa estabilização das coisas cotidianas - menos financeira, que esta nunca deve ter jeito -, houve algumas grandes alegrias e alguns grandes desastres. Vamos a eles:
- O coração aponta para 3 anos juntos. Lembro que Evinha me disse poucos dias atrás que estava assustada com a longevidade. Eu não me assusto. Acho que, mesmo depois de tanto tempo, ainda nos descobrimos dia-a-dia. Coisas que marcam e que apaixonam. E que nos fazem cada vez mais próximos, mesmo com a distância física e temporal (causa provável da minimização do desgaste que a rotina traz). A cada hora ela me conquista e a cada minuto tento conquistá-la, ou então novamente, pra que as coisas não fiquem com aquela sensação de mel estragado. Prova maior de amor que ir a Porto Alegre me consolar no dia mais triste do mundo, não há.
- Falando nisso, ah, Corinthians do meu coração. Esse ano você me judiou. Pancada seguida de pancada. Talvez para mim, e para toda a Fiel, isso tenha sido até proposital. Mesmo que a culpa não seja nossa - ela tem nome, sobrenome e até endereço no Uruguai -, aceito o fardo dessa humilhação a que você nos submeteu. Aceito com a promessa de que irei lutar cada vez mais pela sua honra, na vida e na morte (porque corinthiano, sabe-se, tem umas coisas ali com as entidades).
- Outra impressão é a de que 2007 foi ano em que fortaleci - ou mantive - grandes laços fraternos. Separou-se o joio do trigo e quem veio para o lado de cá me dá a sensação de querer ficar para o resto da vida, ao lado de quem já estava. Aos velhos - FH, Barneschi, a italianada carmática (Luydy, Vitor e o grande Galuppo), Will, Coração, Janeiro, Carlão, Migué, mezzaniners (muitos, não dá pra denominar) - e aos novos - Arthur Favela e pessoal da Barra Funda, Edu Goldenberg (ao lado de todo o Alto-Comando carioca), que me veio via Fernando Szegeri, já dos velhos mas que mantemos contato mais virtual que real (infelizmente), Filipe e Luís (os guerreiros das arquibancadas) -, os meus mais sinceros abraços e a certeza de uma grande admiração. E que em 2008 a convivência seja mais em algum buteco por aí do que por emails, blogs e afins.
- Trabalho, se fosse bom, não teria horário pra começar nem acabar. Então a gente vai levando de acordo com a maré, cuidando só pra não dormir e a onda levar.
- Política, há de se lamentar que aquilo que eu digo desde 2003 ainda prevalece (imprensa golpista, elite amendrontada, cansada e cada vez mais separatista). A esperança é que o povo, principalmente o paulista, aprenda a votar.
Até 2008!
20 dezembro 2007
Mau sinal
O Corinthians acaba de acertar patrocínio com a Medial Saúde. Cujo material de divulgação, livro de convênio e carteirinha de associado é verde...
Péssima escolha.
FORA SANCHEZ! FORA CORJA! FORA MSI!
17 dezembro 2007
Futuro incerto
Muitos - corinthianos, inclusive - falaram que o rebaixamento à serie B faria bem ao Corinthians. Seria um momento de renovação, reestruturação e de moralização. Depois de mais de década com a nefasta administração do velho gagá, entrou Andrés Sanchez. Prometendo transparência e a retomada do corinthianismo. Colocou ao seu lado Marlene Matheus, cuja única glória é ter sido mulher de Vicente Matheus.
Analisemos esses dois perfis. Marlene era presidente do Corinthians no começo da década de 90. Foi ela quem lançou Dualib à direção do clube. Faziam, ambos, parte da mesma corja que, desde a década de 70, usava o Corinthians para se enriquecer. Depois que o velho fascista tomou conta do clube, ela foi deixada de lado e, com a morte de seu marido, ficou relegada às traças no Conselho. Já Sanchez foi (só) o vice-presidente de Dualib que "convenceu" todo o Conselho a aprovar a parceria com o MSI.
Já na presidência, Sanchez trouxe de volta Marlene, que ficará incumbida da área social. A mesma Marlene que, ao lado do Amarelinho Carioca, renega um dos títulos mais importantes da história do clube e que foi oficializado no último fim de semana - o Corinthians é, de direito e de fato, o 1º Campeão Mundial de Clubes.
Além de reanimar as múmias, o novo comando do clube ainda não cortou raízes com Kia Joorabchian, representante da "parceira". Haja vista a viagem recente para a Europa. Notem: a parceria ainda não foi rompida. Apesar de aprovado, o rompimento não está consolidado. Provas? Concretas não há. Mas há indícios: contratação de jogadores estrangeiros aos baldes, falta de compromisso com prioridades (Nilmar ontem e Felipe hoje) e a recorrente história da construção do estádio.
E aí, corinthiano? Você acredita mesmo nessa baboseira de reformulação e renovação? Eu já estou preparando a reza para 2008...
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Caso Felipe: minha opinião é bem simples. Catou muito no campeonato? Sim. Foi o único a honrar a camisa? Talvez. É importante para o elenco? Sim. Mas não fez nada demais. Caiu para a segunda divisão e tem que ficar satisfeito por ganhar 50 mil. Eu nunca vou ganhar isso por mês. A hora agora é de tomar vergonha na cara. Não está satisfeito, vaza. Goleiro bom tem aos montes. Quero ver a cara de bunda daquele monte de baba-ovo que ficava gritando o nome do goleiro (ao invés de Corinthians) quando ele virar as costas pra gente.
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Antônio Carlos: fascista. Não deveria estar no Corinthians. Aliás, deveria estar preso. É um mau-caráter. Não é a toa que seja amiguinho do Sanchez.
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Grande parte da torcida corinthiana parece ter saído de um título. Não! Estamos vivendo o pior momento da história do Corinthians. Temos que acordar e cobrar muito essa diretoria. É tudo muito bonito exaltar o corinthianismo, mas eu quero ver quem segura a bronca de verdade no ano que vem. Não estamos em um momento favorável a brincadeiras e não podemos cometer erros.
ACORDA FIEL!
10 dezembro 2007
Rio 2007
Toda visita ao Rio é motivo de alegria no peito. Estava precisando, depois de uma sombria semana de tristeza e revolta. Curiosamente, sempre que passo pela Cidade Maravilhosa é na correria. Dito isso, vamos aos fatos:
- a chegada se deu às 18h de um sábado. O motivo era o show do The Police, sobre o qual falo abaixo. Um provocador Edu Goldenberg avisa em seu blog: "larga esse show e vamos ao Trapiche Gamboa que vai ter Inimigos do Batente". Tal aviso não foi em vão, já que no dia seguinte fico sabendo que se tratou de uma histórica noite de samba. Porém, já havia comprometido mais de R$200 para ver os ingleses e, sobretudo, fazer uma visita ao Maracanã.
- O show. Chegamos (Evinha, Paulim e eu) no Maraca por volta das 19h. Corre-corre habitual para trocar os ingressos - até agora não entendi o porquê dos 16% de taxa de conveniência se não houve conveniência alguma - e lá vou eu fazer média com os assessores do evento. Depois de ter dado a riscada na lista de credenciados, me dirijo à sala de imprensa, localizada num dos vestiários do estádio. Nada de bom, nenhum lanchinho ou cerveja à mostra e resolvi sair para encontrar minha mulher e minha irmã.
O que valeu, ao menos, foi poder entrar no gramado do estádio pelo túnel. A sensação é indescritível e eu imaginei, por segundos, como seria as arquibancadas estivessem lotadas numa final de campeonato. Por essas e outras que deve-se afirmar: é o maior do mundo. Saindo do gramado, rodei por uns porões e corredores do lugar e pude ver que, na pressa de se ajeitar para a famigerada campanha pela Copa 2014, há muito lixo escondido por baixo do tapete. Finalmente, consegui achar a rua e entrar novamente, agora nas tais cadeiras laterais.
Eis que nas cadeiras laterais lembrei-me dos geraldinos. Os órfãos do Maraca. Triste saber que ali era o lugar do povo e que agora há placas pedindo um comportamento de colégio interno. Para shows, então, a coisa se complicou. O som, que já não era aquelas coisas, ficava incompreensível dali debaixo do cimento. Fugimos, então, para a área aberta.
Sobre o evento em si, nada muito a falar. Os Paralamas do Sucesso abriram a noite e, hit após hit, fizeram uma apresentação muito, mas muito mais animada que as estrelas da noite. Não que o Police tenha sido burocrático. O trio até mostrou empolgação e Sting se sentia em casa (ê, Juruna), mas os caras são ingleses, porra... O veredicto: tratou-se de um bom show, mas que não valeu de jeito nenhum os preços salgados que foram cobrados.
- O domingo. Sol de rachar mamona, fomos à praia encontrar a paulistada branquela. Torramos, mas torramos mesmo debaixo daqueles guarda-sóis, regados a muita cerveja e nada de comida. O resultado foi a bebedeira precoce. Paulim deu pt. Eva e eu fomos valentes. E partimos para a Tijuca, em encontro a um AMEAÇADOR e RANCOROSO Arthur Favela.
Deram sete, oito e nove da noite, e as pessoas bebiam (como diria FH) em quantidades oceânicas grande bairro da zona norte carioca. No fim da tarde, chegava-me via celular a mensagem: "daqui uma hora no Rio-Brasília. Edu Goldenberg". Ligo para o Favela para saber como estava o grau das pessoas e ele me dispensa lá pelas 21:30: "estou na rua, o Edu dormiu e tô indo pegar o busão na rodoviária".
Fosse eu um desonesto, daria meia-volta e iria pro hotel dormir, já que deveria acordar às 5 da matina para retornar a SP. Mas não. Estava na Haddock Lobo e, teimosamente, teria que pagar minha dívida (uma grade de cerveja) com o mestre carioca. Quando entro na Almirante Gavião, lá está uma grande mesa enfileirada na frente do Rio-Brasília, com todo o Alto Comando.
Além de não se tratar de uma mesa qualquer, havia também um cerimonial. Era ali a volta, o reencontro, o reatamento. Edu e Joaquim finalmente haviam sanado todas as suas divergências recentes e, num gesto muito bonito, lavaram a roupa suja e choraram como crianças. Coisas que não se vê muito por aí e que deve ser ressaltada.
Assumo: não paguei toda a grade. Mas é, claramente, uma desculpa muito da esfarrapada para voltar ao Rio. E quando pagar, prometo outra.
Pois é. Isso tudo em menos de 48 horas. Imagina se fosse uma semana...
05 dezembro 2007
A ressaca
Emails, fotos, torpedos, ligações... Semana duríssima para os corinthianos. Mas isso só nos fortalece. Triste, no entanto, é ver a serenidade dessa diretoria suja, que vai à imprensa e promete "time dos sonhos", que anuncia reforços tão ruins ou piores do que estão jogando e que dá voz ao causador maior disso tudo: Alberto Dualib
Imprensa suja, que está marcada e que, se aparecer no Pacaembu e na minha frente, vai ter o que merece. Além daqueles que são os responsáveis por essa grande vergonha (jogadores, diretores e até pseudo-torcedores). Segue a lista:
- Juca Kfouri (UOL)
- Alberto Dualib
- Nesi Cury
- Renato Duprat
- Antonio Citadini
- Marília Ruiz (Lance)
- Eduardo Arruda (FSP)
- Andrés Sanchez
- Marlene Matheus
- Renata Fan (TV BAND)
- Milton Neves (TV Record)
- Zelão
- Betão
- Iran
- Gustavo Nery
- Clodoaldo
- Lulinha
- Dentinho
- Fábio Ferreira
- Heverton
- Arce
- Finazzi
- Ailton
- Bruno Octávio
- Wilson
Os outros eu nem sei a cara, então não dá para ameaçar. Aliás, fica o registro: Dinelson, Ricardinho e Marinho ainda fazem parte do elenco. Acreditem!!!
Ah, e essa lista aumenta. Aos corinthianos que passarem por aqui, deixem a sugestão.
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No post Dona Antônia e Seu Venâncio, mencionei a epopéia desse último para vir assistir a um jogo do Corinthians na capital. Só algumas correções a fazer:
1) o Vô Venâncio demorou não 5, mas 11 horas para chegar a São Paulo de trem. E mais 11 horas para voltar para casa;
2) o jogo foi um lendário Corinthians 4x3 palmeiras, em 1971, numa virada fantástica do alvinegro;
Histórias de corinthianismo que devem ser exaltadas nos dias de hoje, pra ver se a torcida retoma o espírito guerreiro.
03 dezembro 2007
O dia mais triste do mundo
O domingo era de sol. A Fiel estava empolgada. Cerca de 2 mil guerreiros invadiram a cidade inimiga para tentar empurrar um time limitadíssimo e com jogadores que não deveriam nem passar perto da rua São Jorge.
No fim, a tristeza. O dia mais triste do mundo para mim e para cada um dos corinthianos em todo o país. O sentimento é uma mistura de revolta, impotência, melancolia. Mas, sobretudo, amor incondicional. Pelo que fez a torcida, o Corinthians não merecia cair. Pelo que vem acontecendo desde 2000, era algo que podia surgir e não queríamos acreditar. Hoje, tudo se materializou nessa tragédia.
Lado bom disso tudo não existe. O coração alvinegro está partido, dilacerado. Tamanha tristeza eu jamais havia sentido na vida - obrigado a minha Evinha por ter ficado ali, ao meu lado, mesmo sendo rival. É nessa hora, porém, que a gente separa o joio do trigo. A Fiel se fortalecerá e os torcedores sem alma que vieram com a MSI, argentinos e iranianos irão para o outro lado ou se recolherão a sua mísera existência.
Fortalece-se ainda mais o meu amor pelo Sport Club Corinthians Paulista. Algo incompreensível para alguns, até. Mas que na minha cabeça é uma das poucas coerências. Amo você, Corinthians. Jamais irei te abandonar. Por sua causa, gaúchos que se dizem os maiores rivais do planeta beijam uns as camisas dos outros, só para tentar te derrubar. Isso, Corinthians, só mostra sua grandeza (aliás, retiro tudo que disse sobre a torcida gremista. São ridículos).
Agora, as condições estão mais do que dadas. A Fiel tem que acordar. O Corinthianismo tem que voltar a imperar. Fora torcedores de bolacha! Fora torcedores de modinha! Fora torcedores mudos, que só dizem ser corinthianos nos momentos bons.
AQUI É CORINTHIANS! E ninguém muda isso. Ninguém acaba com esse amor e com essa instituição, que é maior que tudo.
EU NUNCA VOU TE ABANDONAR!!!
26 novembro 2007
Bolachas...
A mensagem abaixo foi enviada a alguns jornalistas esportivos, mas expressa a canalhice que é a troca de ingressos por bolachas da Nestlé. Durante todo o campeonato, os torcedores foram prejudicados com essa ação, que me cheira a lavagem de dinheiro das brabas. Na quase certeza de que ninguém vai falar uma vírgula sobre o caso, publico aqui também pra não passar batido. O motivo? Simples: a Nestlé banca publicidade em todos os veículos que trata de futebol. E ainda querem vir pagar de defensores da moral? Às favas, imprensa suja!
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Amigos.
Desculpe tomar-lhes o tempo precioso, mas não consegui conter os dedos no teclado diante do absurdo que se deu no último fim de semana com relação à troca de bolachas da marca Nestlé por ingressos do jogo Corinthians x Vasco. A divulgação para pessoas da imprensa esportiva é para que isso não fique restrito ao meu blog, cuja ridícula marca de 30 pageviews por semana se garante pela visita de amigos tão ou mais indignados com o assassinato que se comete ao futebol brasileiro dia-a-dia.
O caso é que me veio duas perguntas à mente. Como é possível que 30 mil ingressos se esgotem em menos de duas horas, já que cada torcedor pode retirar no máximo quatro? E mais: o que vou fazer com os pacotes de bolacha que comprei? Serei reembolsado pela Nestlé?
A entrada dessa empresa no futebol deveria, em princípio, ter levantado suspeitas. Porque é indício de prejuízo certo. O valor pago aos clubes com mando de jogo dificilmente foi atingido nas primeiras rodadas somente com a venda dos tais pacotes de bolacha. Me cheira muito a lavagem de dinheiro (e me lembra MSI).
Em não se levantando suspeitas com relação a isso, como explicar o fato de que cambistas já tinham ingressos das bolachas antes mesmo dos postos de troca terem iniciado as atividades - coisa que se repete desde o começo do Brasileirão e dá origem a coisas absurdas como o público presente ser muito menor que o público pagante.
Aí, temos confusões como a do último fim de semana ou como no último jogo do Flamengo. O velho esquema de distribuição privilegiada de ingressos toma conta até mesmo daquilo que é vendido pela própria imprensa como exemplo de "organização e da volta das famílias ao estádio". Ficamos obrigados a pagar extorsivos R$30 de cambistas - cuja atuação é descarada frente à polícia - e ainda temos que escutar que não devemos comprar para não alimentar essa indústria. Pois bem: eu jamais deixaria de ver um jogo do meu time por causa disso. O combate aos cambistas deve ser feito na origem, mas a opinião pública joga a culpa no torcedor.
Estranhamente, o caso é tratado pela imprensa até com certo desprezo. Ninguém menciona uma palavra sobre esse problema, talvez por restrições comerciais. Afinal de contas, os caras são anunciantes em potencial e trata-se de uma veiculação bem atraente. Mas seria isso o jornalismo responsável e a serviço do público?
Deixo, por fim, o desafio. Ao invés de irem aos estádios (aos que vão, obviamente, porque muitos comentam futebol e não pisam em um estádio há décadas) usando credenciais, experimentem as vias normais. Talvez assim a imprensa esportiva passe a ter uma visão menos distorcida do esporte e se indigne com esses e outros casos, como foi o fim das gerais no Maracanã.
Abraços.
Claudio Yida Jr.
22 novembro 2007
Copa das Elites (ou 2014 - parte II)
Pode parecer repetitivo, mas ao ler a cobertura sobre o último jogo da seleção no Morumbi não segurei a ânsia (só a de vômito). Reproduzo aqui o que postei sobre o caso no !ObaOba, com as devidas alterações estilísticas.
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Nessa última quarta-feira, a seleção brasileira parou a cidade de São Paulo. Antecipou, para muitos, o que vai acontecer daqui a sete anos, quando o país receber a Copa de 2014. A Rede Globo até fez uma festa (fajuta, diga-se) com o anúncio. O argumento principal são os benefícios que o evento irá trazer para o país, como estádios com boa estrutura, além de melhorias nos transportes coletivos e a geração de empregos.
Pois eu acho isso uma verdadeira balela. Não só não vai mudar nada como o poder público terá que colocar dinheiro, assim como foi no Pan deste 2007. Mas o fator principal - e que poucos estão enxergando - é a elitização do esporte, fato que desde já se faz presente.
Para não ficar só no achismo, tomemos como base o mesmo jogo supracitado. Em matéria da Falha de S.Paulo, algumas peculiaridades, vistas também no jogo do Maracanã em rodada anterior. Seguem alguns trechos da notícia de Luís Ferrari, sob o título "Ensaio de 2014 prevê Copa elitizada":
- "Outro reflexo disso eram os preços praticados nos estacionamentos: R$100, em parte decorrente da prefeitura paulistana para combater o comércio informal nos arredores do Morumbi (...) apenas três estacionamentos estavam abertos. E um deles havia firmado convênio para atender com exclusividade os freqüentadores de um dos camarotes"
- "No bolsão em que costumam funcionar barraquinhas de lanches, havia só duas tendas da prefeitura. O problema é que, dentro do estádio, não houve reforço na alimentação oferecida ao torcedor 'comum' (...) Para quem foi aos camarotes, porém, a fome não foi problema",
- "Bebidas alcóolicas também foram consumidas pelo público. Mais uma vez, quem esteve nos setores mais exclusivos teve maior tranqüilidade (...) Já o torcedor comum continuou sem autorização para beber cerveja dentro do estádio - e teve mais problemas que o de costume para fazê-lo fora."
Pois então, senhores. Vejam o que aconteceu. Isso sem citar o fato de que a maioria dos ingressos foi destinado à promoções. Os que foram vendidos, chegaram às bilheterias com o extorsivo preço de R$60 (arquibancada mais barata). Na mesma Folha, há fotos de um dos camarotes, que contava até com DJs e música eletrônica. A pergunta é: FUTEBOL E MÚSICA ELETRÔNICA???
Para concluir - e não me estenderei com relação aos problemas estruturais que essa Copa irá trazer para clubes e atletas -, deixo aqui indagações. A primeira: por que a lei só vale para os torcedores que pagam ingresso? A segunda: por que os mais ricos vão de camarote (gratuito) e o povo tem que pagar um absurdo por um ingresso? A terceira: os preços dos campeonatos regionais, nacionais e latino-americanos irão acompanhar o ágio da Copa?
Eis a elitização, caros. Querem acabar com mais uma alegria popular, é mais um desafogo do povo que vai parar na mão dos poucos endinheirados. No Maracanã, por exemplo, sumiram com as lendárias gerais e, no lugar, colocaram cadeiras e uma placa onde se lê que deve-se assistir ao jogo sentado. Daqui a pouco, e não demora muito, teremos que nos conter como no tênis ao gritar gol. E morre o futebol brasileiro. Pensem bem antes de comemorar a Copa por aqui...
19 novembro 2007
30
Você, que aos 30 me inspira viver mais uns 80 só pra estar ao teu lado.
Hoje o dia é só teu. Que ele tivesse 30 horas, só pra ser o dia mais longo do ano e fazer jus a quem o embeleza.
30 são os dias dos meses que os têm e os quais eu passo a pensar em você (os que têm 31 e o que tem 28 ou 29 também são dedicados a você).
Que 30 milésimos de segundo seja o tempo que passamos separados.
Amo-te infinitamente.
PARABÉNS!
09 novembro 2007
2014
Já faz um tempinho que saiu o anúncio da Copa do Mundo aqui no Brasil e, antes mesmo dele, sempre fui contra a idéia. Desde que confirmada a triste notícia, afirmei e reafirmei - ao lado do Barneschi - que isso representa a morte do futebol brasileiro. Muitos não entenderam e outros acharam exagero. Alguns, se quiserem cornetar, podem até achar algum comentário meu favorável ao Pan 2007. Então, vamos lá.
Sobre o Pan, realmente foi uma babaquice. Se fosse para defender candidatura eu também seria contra. Mas Inês já era morta nesse caso. O grande bafafá todo se deu na participação financeira excessiva do governo. Porém, eu exergo de uma maneira diferente. O Pan trata de diversas modalidades. E algumas delas realmente foram beneficiadas, já que funcionam à base do puro amadorismo - pra não dizer mendicância. Mas o essencial é: são mera recreação.
Esporte mesmo é o futebol. Movimenta massas e milhões. Desperta amores (ninguém aqui ficou sem dormir porque a Jade Barbosa errou aqueles pulos). É nessa essência passional que a Copa no Brasil irá mexer.
Vejam: os estádios, ao se adaptarem aos "padrões FIFA", terão cadeiras numeradas. Tendo cadeiras, teremos que assistir aos jogos sentados. Durante a Copa, foda-se. Mas eu NUNCA assisto ao jogo sentado. Isso é inconcebível! Outro grande problema vai ser a elitização do esporte. Os ingressos, que hoje já são caros, irão atingir um patamar estratosférico após o evento. Nunca mais o povo terá seu ópio. Provas? Acabaram com a geral do Maracanã e no Pq Antártica entrará em vigor um tal setor VIP, que está fazendo a porcada gritar até com a nonna.
Fora esses problemas de essência, muitos outros virão:
- consolidação dos pontos corridos
- europeização do futebol latino-americano
- definhamento dos clubes por conta da supervalorização de atletas
- atrelamento ao calendário europeu, dando fim aos charmosos campeonatos regionais
- fim das organizadas
É claro. A massa ignóbil não enxerga os males da realização da Copa porque está mais preocupada com o feriado de um mês que irá se instalar por aqui. Sem querer ser do contra demais, isso só dá motivo para eu achar que não há nenhuma possibilidade de aceitar reclamações de qualquer natureza (sobre política, políticos, violência) desse tipo de gente. Eu não entro aqui nem no mérito do financiamento público - não previsto mas que irá ocorrer sem sombra de dúvida. Se o problema do país fosse esse, estaríamos em melhor situação (assim como o problema do país também não é CPMF, amantes de senadores, leites e crise aérea).
Porém, num lugar onde o atual campeão nacional empenha uma campanha conhecida como "Dia da Conversão", em que estipula o amor ao time via contrato - leia mais aqui (só para assinantes Folha ou UOL) - é certo que dias cada vez mais sombrios estarão rondando a paixão do povo brasileiro. Repito: depois não venham os ignóbeis reclamar!
31 outubro 2007
Aqui tem um bando de louco
E é bom ficar esperto.
Time que leva gol de Roger é brincadeira!
Bom, mas quem disse que ia ser fácil?
TEM QUE SER HOMEM PRA JOGAR NO CORINGÃO!
30 outubro 2007
Dona Antônia e Seu Venâncio
Esse texto estava guardado aqui na cuca há algum tempo. Sei lá por qual motivo ainda não tinha colocado no blogue. Sentei-me aqui no computador disposto a atualizar o abandonado diário virtual, mesmo sabendo que poderia ficar torto novamente, já que estou com uma imensa dor nas costas. Aí a chuvinha subiu um ar de terra do interior que me fez lembrar esses dois modelos. Mas para falar de Dona Antônia e Seu Venâncio, primeiro devo explicar como cheguei a eles.
Desde 1981, é registrado no cartório e na macumba que sou afilhado de Jeanette e Miguel. Os dindos que supriram a falta dos meus pais quando estes trabalhavam de 10 a 12 horas por dia. Em nada difere o amor que sinto por eles do amor que sinto pela minha mãe - cortei relações com meu pai há 2 anos - ou pelos meus avós. Até mesmo as circunstâncias da vida que nos afastou, apesar de morarmos muro a muro.
Meus padrinhos me ensinaram o mundo. O mundo que respeita as diferenças e não julga as pessoas pelo tamanho da casa e nem pelo que tem dentro da carteira. Eles me mostraram que aquele pessoal vizinho, dos barracos de madeira, eram iguaizinhos a nós, só que mais explorados. Valores hoje cada vez mais escassos.
Antônia e Venâncio eram os pais da minha madrinha. Moravam em Monte Verde Paulista, no norte do estado, perto de Severínia e Olímpia. E nas férias, ganhavam dois netos japonesinhos: eu e minha irmã. Éramos verdadeiros ETs na cidade, já que o máximo de olho puxado por lá eram dos gaiatos bêbados. Passávamos semanas e nunca - sim, nunca - queríamos ir embora.
A casa dos velhos era do começo do século, e minha fraca memória não permite o relato da data exata cravada na fachada. Na frente, apenas um portãozinho que dava acesso ao corredor lateral. Nesse corredor, duas portas ficavam quase que o dia inteiro abertas para as dúzias de netos que quisessem entrar. Digo dúzias e não é exagero. Só de filhos, o casal tinha 8 ou 9. E uma média de dois netos por filho. Voltando à casa, o corredor acabava em um gigantesco quintal. Dois tanques de concreto, um balcão e um quartinho formavam a edícula. Nesse quartinho, Venâncio guardava a palha de seu cigarrinho diário, logo depois do dia na labuta.
Ainda na edícula, havia um pilão e um rolo de massa, onde Antônia preparava um pão delicioso que nunca vi igual. Mãos mágicas que foram herdadas por todas as filhas, cozinheiras de primeira linha. Ao fundo do terreno, um extenso pomar e um galinheiro garantiam a sobremesa da molecada e o frango assado do domingo.
Da edícula, acessava-se a cozinha. No canto, o fogão de lenha que era um verdadeiro altar. Coisas sagradas saíam de lá - aquele pão, inclusive - e provavelmente foi ali onde tive minhas primeiras aulas de refogado (mesmo que inconscientemente). Da cozinha, passávamos à sala de jantar e, logo em seguida, à sala da TV. O primeiro quarto, à direita, era onde o casal dormia. Os outros dois, um à direita e outro à frente, que dava com a janela para a rua, abrigava os constantes hóspedes.
Eu era pequeno, mas lembro-me de flashes das histórias de Dona Antônia e Seu Venâncio. De como se conheceram e se casaram. Da vida sofrida que tiveram e de como suaram para criar os filhos. Das loucuras que o Venâncio fazia para ver o seu Corinthians (numa aula de corinthianismo, o velho viajava mais de 5 horas para ver o Timão no Pacaembu e voltava logo após a partida). Mas nunca, nunca mesmo, escutei nenhum dos dois reclamar de qualquer dificuldade.
Hoje, depois de 15 anos ou mais sem vê-los, aqueles causos sempre voltam quando estou nas horas mais difíceis. Alentos e lições aparecem, juntamente com a saudade do pãozinho no forno e o café passado no filtro de pano. As milhares de coisas que me aconteceram por lá quando moleque estão na minha alma como cicatrizes de catapora.
Consta que a casa foi demolida... Podem ter derrubado a representação física, mas toda vez que olho para meus padrinhos ou meus irmãos - filhos dos dindos, obviamente -, reerguem-se aquelas antigas vigas e paredes que construíram e ainda constroem nossos caráteres.
Para Paula, Lúcia, Miguel (meus irmãos) e Jeanette e Miguel.
21 outubro 2007
ROUBO!
Foi o que acabou de acontecer naquela bosta de estádio. Os cabeça-chata comedor de farinha passaram a semana inteira pressionando e o senhor Héber Roberto Lopez não resistiu. Aos 43 do segundo tempo, marcou um pênalti inexistente contra o Corinthians.
Vamos ver se essa diretoria acorda. Aqui é Corinthians, caralho! Ficar sendo roubado por um bando de calangueiro do caralho é o fim do mundo.
Culpa também desses porras que não conseguem colocar a bola no gol. Fábio Ferreira, meu filho, você é um brincalhão!
FORA TODO MUNDO! APOIO É O CARALHO. OU JOGA POR AMOR, OU JOGA POR TERROR!
Cansei de defender perna-de-pau covarde.
TEM QUE SER HOMEM PRA JOGAR NO CORINGÃO!
18 outubro 2007
O Edu disse...
Coisa rápida. O mestre carioca Edu Goldenberg nos conta mais em seu blog o que se sucedeu na partida da Seleção Brasileira, realizada no Maior do Mundo.
Só para situar quem estava em Marte, esse foi o "jogo das famílias" inventado pelo pulha, pelo crápula, pelo lixo do Galvão Bueno. Dizia ele ser o jogo sem briga e sem palavrão. A única coisa que não teve, no entanto, foi cerveja. Resumo os posts do Edu - "Galvão Bueno" e "O modus operandi da canalha" - em tópicos. Mas vale muito a pena saber por completo (inclusive lendo os comentários) o que se sucedeu na peleja da Canarinho.
- Não foi vendido cerveja no Maraca, por determinação da FIFA (por essas e outras que eu abomino a Copa do Mundo aqui).
- Xingaram, e muito, o Galvão.
- Tiveram algumas briguinhas.
- O camarote da Globo tinha música eletrônica.
Como se vê, foi-se o tempo em que o futebol era entendido como uma coisa séria...
15 outubro 2007
Dias cinzentos
Segunda-feira depois de feriado deixa as pessoas mais amargas que o habitual. Aí cometo o erro mortal de abrir o jornal logo ao chegar no trabalho. Vejo a entrevista de Lula na Falha e chego à conclusão que:
1) essa merda de jornal comprovou seu ímpeto golpista contra o governo, já que, sem a munição de uma nova crise, imputa a idéia de que Lula fará manobra para se reeleger de novo.
2) só tem cuzão nessa merda de jornal. Eles batem diariamente no presidente e, na hora do confronto olho-no-olho, se borram todos.
3) faltaram só pedir para que o presidente passasse a receita pra curar a ressaca.
Preconceitos ridículos desse que se diz o maior jornal do país à parte, passemos a utilizar o blog do Paulo Henrique Amorim como base de pauta. Destaco algumas chamadas:
- Professor de SP não tem aumento há 3 anos (dentro, uma entrevista com o presidente do sindicato da categoria afirma que, além disso, a data-base de 2007 foi sumariamente ignorada)
- O último autoritário - III: À falta do que anunciar, Serra anunciou a proibição de celulares nas escolas.
- Tarifa do pedágio em SP sobe até 200% acima da inflação
E ainda clipando a imprensa, vejo uma pesquisa do CNT/Sensus mostrando que o governador e prefeito de São Paulo, José Serra - ele é o único nesse país que acumula dois cargos no executivo -, lidera as intenções de voto para presidente nas eleições de 2010.
Considerações. Primeiro, volto à entrevista com Lula. Por que publicaram isso no meio do feriado? Por que não foram com a mesma agressividade utilizada quando falam pelas costas? No entanto, agiram com rapinas. Quiseram imputar a personificação do tal mensalão - que hoje, se sabe, é mais tucano que petista - e deixar a Lula um fardo que é próprio da sujeira política como um todo.
No dia seguinte, e sob todas essas informações de PHA, surge a "bomba": Serra ganharia a eleição para presidente. Pura coincidência? Ou é mais um golpe orquestrado da mídia golpista? Fato é que a imprensa quer, a todo custo, o zéserra no Planalto. Não engoliram 2002 e 2006. E são representantes de uma classe que nem elite é. Aspiram à elite, mas estão sendo apenas usados por quem realmente detém o poder (financeiro, diga-se, para não ficar confuso).
Vejo tempos sombrios com essa possibilidade da volta dos tucanos ao cargo máximo da República. Vislubrem: zéserra presidente, o tal Alberto Godman governador de SP (no seu release oficial, vangloria-se o nobre por ter dirigido as privatizações de Dutra) e o geraldinho prefeito. Essa mesma corja que está sempre defendendo a propriedade privada irá se danar, porque o ímpeto de particularizar dos bicudos pode espirrar até no seu carro, na sua casa...
Teria outras críticas ferrenhas para comprovar esse temor pelos tucanos - e sempre lembro que as tenho também com relação ao governo Lula -, mas focalizo a coisa toda na mídia. O que dá mais matéria-prima para criar uma crise: desmandos e falta de compromisso com o povo ou uma ex-amante? No entanto, as redações parecem pensar o contrário.
A massa imbecil paulista continua a acreditar nesse conto burguês. Adoram o discurso moderado, prolixo e, acima de tudo, sem nenhuma proposta. Protestam contra a CPMF (criação tucana), mas esquecem que ficaram de bico calado quando ela apareceu. Cansam demais...
Cada vez mais convicto do que não quero para o meu país, fico dia-a-dia um pouco mais comunista.
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* Apêndice ao texto: citei o vice-governador Alberto Godman. Entrem no perfil do cara no site do governo do estado e vejam um parágrafo curioso, que cita seu papel "oposicionista" como parlamentar (é o penúltimo parágrafo). Não seria, no mínimo, ilegal ou anti-ético fazer citações negativas contra adversários a partir do posto de Vice-Governador?
09 outubro 2007
Não mexe com quem está quieto...
Eu não ia escrever nada sobre o jogo entre Corinthians e elas do último domingo. Até porque meu time continua numa draga imensa, e mesmo com tal tabu inventado pela mídia ter sido apagado.
Até aí, tudo bem. Mas hoje, ao invés de ficarem quietinhas e se resignarem com o sabor da derrota, as bichas aparecem querendo se vangloriar desse título válido por um campeonato de merda. Sim, estamos na zona de rebaixamento, mas não vamos cair. Ao contrário de vocês e da porcada, que já sentiram o gostinho da segundona.
Só mais duas coisas. Primeiro que tabu é nossa vantagem de 19 vitórias no confronto direto. Segundo: CHUPA BICHARADA! Assumam a derrota e não tapar o sol com a peneira. Só porque tá dando medinho de perder o que era impossível de perder?
AQUI É CORINTHIANS, CARALHO!
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Atualização de postagem: Andréz Sanches venceu as "eleições" corinthianas e é o novo presidente do clube. Nada mais previsível. O lobo em pele de cordeiro deu o golpe certinho, certinho. MAS É TUDO DA MESMA LAIA!!!!
E se antes era Fora Dualib, agora é FORA SANCHEZ!!!
Acorda, Fiel!
01 outubro 2007
Sobre o Corinthians...
... não irei me manifestar porque a raiva é grande.
Só reitero o que disse no post "Falta bola"...
Certo pelo errado
Mês passado o tema voltou à tona e é certo que em 2008 a coisa já passará a valer oficialmente. É a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. Sob o pretexto de uniformizar e simplificar a língua, a iniciativa, a meu ver, irá trazer grandes problemas para uma massa já iletrada e preguiçosa.
Primeiro de tudo: isso está a serviço da globalização, processo definido pelo sistema capitalista para nivelar (por baixo) culturas totalmente diversas e impor sobre elas o padrão neoliberal, consumista e predatório. Segundo: as mudanças propostas, em sua maioria, vão contra a evolução natural pela qual todo idioma passa. Explico.
Geralmente, justifica-se a reestruturação baseada no uso cotidiano - e cultural, mais importante - da língua. O "você", por exemplo, derivou de contrações de "vossa mercê" e "vosmecê", e o mais natural seria uma reforma que considerasse o "ocê" e o "cê". Porém, no caso em questão, querem acabar com coisas como o trema, o acento diferencial e o acento em ditongos abertos de paroxítonas. Não há nada que justifique essa mudança, a não ser o uso errado da língua.
Imaginemos, por exemplo, o caso de "para". Se eu disser "Um carro para José" sob as novas regras, poderemos ter uma confusão de significado. O carro seria destinado a José ou ele teria sido parado pelo veículo? A fala, é óbvio, pouco será influenciada. Mas a escrita, fator determinante de sobrevivência da língua e identificador cultural da mesma, será mutilada. Tirando a parte positiva, que inclui as letras w, y e k no alfabeto e exclui alguns provincianismos do português de Portugal, a tentativa é de juntar todos no mesmo balaio. E sabemos que, só no Brasil, são falados dezenas de idiomas.
A impressão é que isso foi definido por aquilo que muitos chamam de miguxês. "Vc", "tb" e outras expressões auto-explicativas até passam. Porém, há coisas na rede mundial que são ininteligíveis. É só pegar scrapbooks da molecada no Orkut para se ter uma idéia do que estou falando...
Seguindo minha mania de achar que tudo é uma conspiração, acredito fielmente que isso se trata de um emburrecimento progressivo do povo. A cadeia de raciocínio disso tudo termina - todos sabem - no poder de mobilização e compreensão da realidade cada vez menor da chamada massa de manobra. Ponto para a manipuladora mídia (a Falha de S.Paulo, por exemplo, deve estar aos pulos de alegria). Perde a cultura popular, que se faz refém (com acento!) cada vez mais dessa porcaria que atende pelo nome de globalização.
De minha parte, resistirei. Escrevendo sempre do jeito que aprendi ser certo, para manter o pouco de dignidade que ainda resta ao meu povo...
24 setembro 2007
Falta bola
Coisa inadmissível é perder os 3 jogos do ano para o maior inimigo. Desses 3 jogos, em dois tivemos onze (mais reservas que entraram) pessoas sem o mínimo de dignidade. Por desconhecimento ou omissão, não têm a noção do que é um Corinthians e palmeiras. Mais uma vez, esses bisonhos que vestem o manto não honraram a tradição. E ficaram com medo de jogar.
Não sou fã do jornalismo de estatísticas - até porque o futebol é tudo menos isso -, mas sou um tanto quanto supersticioso. Se pegarmos a quantidade de vitórias naquele lugar, ela vai ser ridícula. Não se trata de desculpa. Perdemos, e já disse que por incompetência. Tirando o goleiro, que fez umas 4 defesas milagrosas, o resto é resto. Mesmo assim, é de se reconhecer que aquele lugar também ajuda a má-fase.
Ontem vi o ex-jogador Rincón participando do mesa redonda. Uma das poucas coisas que se pode aproveitar naquele programa foi a fala do colombiano. Rincón afirmou categoricamente que falta hombridade. Pois esses bisonhos estão com o salário em dia. E por mais problemas fora de campo que existam, quando se está dentro das quatro linhas, isso passa desapercebido. É jogo de bola. Quantos de nós, por exemplo, não batemos uma pelada para esquecer dos problemas? Imagine se ganhássemos salários acima da média - e realidade - brasileira para isso...
Vislumbramos novamente a zona do rebaixamento (e digo que não cairemos). Porém, aos jogadores do Corinthians falta bola. No gramado e no meio das pernas.
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O próximo post será sobre a tal reforma ortográfica que está vindo por aí. Ainda não li muita coisa sobre o assunto, mas digo que irei continuar escrevendo do jeito que aprendi. Ou seja, buscando sempre a correção gramatical...
17 setembro 2007
Topicamente falando
Corinthians em tópicos:
- Prefiro os 5 mil: andam aparecendo, ainda - e apesar da má-fase -, inúmeros torcedores acéfalos nas arquibancadas do Pacaembu. Não cantam, só zicam e ainda se dão ao luxo de ficar pagando de malandro, tentando usar o já famoso "vamo chegar, família" sem autoridade. Para se ter idéia, o grito "Timão, EÔ" não consegue levantar os ânimos. Coisa triste. Por isso, prefiro que a gordura - termo copiado descaradamente do Filipe - fique em casa e deixe o nosso sagrado espaço em paz.
- O estádio: a imprensa brada, mas eu já tinha dado isso aqui há meses. O tal estádio corinthiano parece que sai por causa da Copa. Eu sou contra. Primeiro porque nossa casa é o Pacaembu. Segundo porque sou contra a Copa no Brasil. Terceiro porque não quero nada que venha da Federação e do dinheiro público.
- Só há mais dois jogos: com o fim do campeonato brasileiro (alguém discorda???), confirma-se a indecência que é a disputa por pontos corridos. À Fiel, só restou mais dois jogos, de vitória obrigatória: dia 23 próximo, contra a porcada, e dia 07/10, contra os bambis.
- Corinthians, assunto geral e irrestrito: belo texto do palmeirense Ugo Giorgetti (autor do genial Boleiros) no Estadão de domingo, que pode ser lido no fotolog do Corinthians. Mostra também que é ridícula a impáfia de uma certa diretoria, cujo plano é ultrapassar em número a Fiel Torcida. Não conseguem nem passar o palmeiras, que não ganha nada há séculos (vide pesquisa Datafolha do último fim de semana)...
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A semana passada ficou marcada pelo tal escândalo Renan Calheiros. Eu, assim como a grande maioria do Brasil, fiquei estupefato. Mas ao contrário dos grandes representantes da moral e da ordem, minha preocupação é no fortalecimento que se deu à figura do senador. Dali de dentro, realmente, não se tira nada de bom. É uma casa estéril e a serviço de oligarquias. Tá, tem o Suplicy, que é um banana do ponto de vista político, e a HH, que vai tanto à esquerda que chega na direita. E é por esses motivos que não prestam também.
No fim das contas, mais que o Brasil, perdeu a mídia golpista. A Falha de S.Paulo falhou outra vez. Na véspera da votação do pedido de cassação de Renan, deu um resultado. Resultado esse que era totalmente o oposto da realidade no dia seguinte. Já a Veja e a Abril agora tremem na base. Tudo por conta da ameaça de CPI do esquema Abril-Telefónica (espero que o senador faça valer suas ameaças para cima da família Civita). No fim, é mais uma tentativa de desestabilização do governo Lula que não deu certo.
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Acabaram-se as comemorações dos meus 26 anos. Mais por falta de recursos que por vontade. Este já velho que vos escreve agradece todos os votos de parabéns recebidos. E todos os 11 (!!!) presentes que ganhou de sua amada Evinha.
11 setembro 2007
Vale, vale a pena
Vai com um teco de atraso, mas não poderíamos deixar passar. Completo meus 26 anos - foi no domingo último - em um mundo turbulento. Digo, e repito, que não pretendo passar dos 50. Passo, então, para menos da metade da minha vida. E vejo o que vejo.
Nosso mundo é só frangalhos. O governo que eu apoio - hoje já sem tanto ânimo - me dá umas vaciladas. A cidade em que eu vivo está entregue nas mãos de gente conservadora, reacionária e que quer, a todo custo, acabar com o pouco de alegria que tem o paulistano. O time que amo vive a pior fase de sua história gloriosa, refém de ladrões sem escrúpulos que deveriam ser banidos da face da Terra.
Muitas desgraças. Mas há as compensações. Completei meus 26 ao lado de grandes pessoas, e também junto da maior delas. Minha Evinha me encheu de mimos e alegrias - são dez, DEZ presentes até agora! -, além de fazer cada ano envelhecido parecer uma década de felicidade. Amigos poucos mas muito bons estiveram comigo, e pretendo reunir mais alguns no próximo fim de semana.
Aí eu entro hoje no blog do mestre Edu Goldenberg, que saca esse texto da cartola, ou melhor, da Tijuca, ilustre bairro carioca.
Vejo como ainda vale estar vivo em meio a tanta merda.
01 setembro 2007
O campeão dos campeões.
Corinthians! Queria ter nascido antes para ter visto o primeiro, em 1914. Queria ser mais velho para ter visto Neco, o primeiro dos ídolos. Queria ter visto aquele ataque de ouro, com Baltazar, Luisinho, Cláudio, Carbone e Mário. Quantos gols, Corinthians! Meu xará - e também inspirador do meu nome - ainda é o maior dos artilheiros...
Ah, Corinthians, queria eu ter tido idade para ir à Venezuela ver você massacrar Roma e Barcelona, levando seu primeiro mundial. E também ganhando a Taça do IV Centenário, justamente em cima dos maiores inimigos. Histórico, Corinthians!
Me sinto culpado, Corinthians, em não ter te apoiado durante os tenebrosos 23 anos, e um pouco triste de não ter participado da grande marcha em direção da Cidade Maravilhosa. Mais de 70 mil, Corinthians! Só para te ver ensacando aquele timinho do pó-de-arroz.
E 1977, Corinthians? Honrados são aqueles que estiveram na noite de 13 de outubro empurrando o resto do time para cima do adversário. E gritando, finalmente, é campeão! E depois disso, continuar gritando a mesma coisa, ano sim, ano não. Você nos acostumou mal...
E chega 1981, quando eu entrei na sua vida, Corinthians. No meio da Democracia. E do time que jogava como um passe de mágica. Mas o primeiro título que tenho memória foi o de 88. Com o tão menino e ainda mais iluminado Viola fazendo aquele gol que tem a tua cara, Corinthians. A Telefunken já pequena ficou minúscula para a minha alegria.
Desde então, Corinthians, passei a fazer parte dessa nação. Nação que conquistou o mundo em janeiro de 2000 e o Brasil por quatro vezes. "Um pouco mais brasileiro"... Mesmo com as tristezas que você anda me dando, Corinthians, quero dizer que minha vida é tua. Na vitória ou na derrota.
Parabéns Sport Club Corinthians Paulista.
Acorda, Fiel!
30 agosto 2007
Corinthians quebrando tabus
Ia postar outra coisa - a decadência paulistana cada vez mais latente -, mas fica pra sábado. Hoje vou falar rapidamente sobre o glorioso Sport Clube Corinthians Paulista, que também será lembrado no sábado, quando completa 97 anos.
Hoje é coisa rápida, e apenas para trazer um dado simples. Com a goleada vergonhosa sofrida ontem no Mineirão, foi-se mais um dos tabus que contruímos ao longo dos anos, com lutas e grandes conquistas.
E esses merdas que hoje vestem o manto alvinegro parecem não saber a importância daquilo que defendem. Que não venham me falar asneiras do tipo: "ah, eles estão correndo, têm vontade". Correr é uma coisa, dar o sangue e jogar com raça é outra.
Belo presente ganhou a Fiel na semana de aniversário da sua razão de viver. Triste ver a que ponto chegamos. Corinthianos, de luto, assistem aos pernas de pau quebrando tabus. Negativamente...
FORA TODO MUNDO!
P.S.: como o Edson conseguiu ser jogador profissional?
24 agosto 2007
Quem vem com tudo não cansa
Post rápido hoje, mas de relevante constatação. São no relógio 16:34 no momento em que escrevo esta frase. Minha Evinha está lá na Praça da Sé, em manifestação dos professores da rede estadual paulista, mais o movimento estudantil e o MST.
Todos cobrando melhorias no ensino público e o fim das arbitrariedades do governo tucano, que já se aninha no Palácio dos Bandeirantes há mais de uma década.
Do palanque, garantem 40 mil pessoas. Testemunhas de corpo presente dão algo em torno de 15 mil. E a Folha de São Paulo silencia... Assim como a Globo silenciou com relação a 25 de abril de 1984.
Relevante constatação...
13 agosto 2007
Por fora, bela viola
Estive no último domingo no Pacaembu. Mas não vou falar de futebol hoje, apesar da vitória massacrante, histórica e heróica do Corinthians contra os gaúchos amarelões. Vou falar do crime que estão fazendo com esse que é o estádio mais charmoso e simpático do Brasil (além de ser, ao contrário do que querem pregar, a casa corinthiana).
Fundado em abril de 1940, o Paulo Machado de Carvalho já havia sofrido uma primeira mácula em 1970. O então coronézinho da cidade, Paulo Maluf, derrubou a belíssima concha acústica para construir a porcaria do tobogã, sob a desculpa de suprir a demanda de público.
47 anos depois, temos na cidade de São Paulo um novo coronézinho. Que chama os cidadãos de vagabundos e lançou por aí uma lei que é conhecida como Cidade Limpa. Por causa dessa lei, todos os estabelecimentos passaram por restrições de fachada e foram obrigados a colocar letreiros menores. Na teoria, tudo ótimo, porque isso valorizaria as características das construções, principalmente no centro.
No entanto, o que se viu foi mais uma maneira de se arrecadar dinheiro via multas pesadíssimas, aplicadas principalmente a estabelecimentos de pequeno porte. Aliado ao fato de que se explicitou a feiura dos prédios mal-cuidados, a regra também descaracterizou em muito a periferia, extinguindo as placas interessantíssimas das barbearias, açougues e que tais, hoje inexistentes nos chamados bairros nobres. Por fim, eliminou aquele show de luzes em néon que dava todo o charme dos inferninhos da rua Augusta.
Contrária à própria determinação, no entanto, a Prefeitura instalou na entrada principal do Pacaembu uma muralha que faria Alcatraz figurar entre as sete maravilhas do mundo. Com a desculpa de estar realizando obras, encheram de concreto, tijolo e arame farpado a pomposa fachada do estádio.
Sai do jogo ontem e passei pela frente da casa corinthiana. E fiquei triste com aquelas muralhas tapando uma das poucas coisas belas que a capital paulista possui. Mas depois que eliminaram as barracas de pernil da praça Charles Miller, não duvido de mais nada. Estádio moderno é o caralho. VIVA O RATO DO PACAEMBU!
08 agosto 2007
O fim?
Acabou há pouco a reunião do conselho (vendido) corinthiano, que decidiu pelo afastamento dos velhos gagás das salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Para muitos, o fim de uma era. Para mim, o começo de mais lambança.
Sim, era imprescindível a saída de Dualib. Mas e agora? Disseram que vão fazer uma auditoria, que vão escutar a defesa dos dois ex-mandatários, que vão realizar assembléia entre os sócios para definir se haverá ou não novas eleições. Já temos aí dois problemas e uma insensatez. A insensatez é deixar esses dois pulhas se defenderem. Males da democracia, ou democratismo, como dizem por aí. E os problemas? A auditoria será feita por membros do próprio conselho - e esse conselho foi quem aprovou a "parceria" com a máfia russa. Além disso, é óbvio que tem que ter novas eleições, mas os candidatos são gente que ou colocou o velho no poder ou fazia parte da quadrilha dele.
O movimento Fora Dualib perdeu o prumo. Na verdade, nem deslanchou. Não tinha proposta, tanto que agora os corinthianos de fato - não aquela corja que decide pela Nação - estão sem saber o que pedir daqui para frente. Pois então eu digo, em tópicos:
1) dissolução total do conselho e criação de uma campanha de incentivo com duração de um mês, para arrecadar novos associados, que terão poder de voto;
2) eleição direta para conselho (formado por apenas 100 membros, tendo representantes de todas as modalidades esportivas do clube) e para a presidência;
3) prestação de contas mensais aos sócios;
4) declaração de moratória das dívidas;
5) revisão dos contratos de patrocínio, cotas da TV e venda e compra de jogadores, eliminando as famosas comissões;
6) cobrar dos antigos jogadores e personalidades ilustres que se dizem corinthianos a presença mais ostensiva em prol do clube;
Agora é instituir de vez o Corinthians para corinthianos. Chega de Citadinis, Sanchezs, Marlenes e toda essa velharada que não fez nada para deter o velho gagá em mais de década. Se fossem realmente dignos de confiança, não teriam deixado a coisa chegar onde chegou.
AQUI É CORINTHIANS, CARALHO! ACORDA, FIEL!!!
04 agosto 2007
A quinta coluna
A coisa toda começou após do trágico acidente em Congonhas. Depois de tentar, via Renan Calheiros, novamente desqualificar o governo Lula, a elite econômica do país aproveitou a morte de mais de 200 pessoas para mostrar suas garras e tentar tomar o poder de volta. Aqui em SP, diz que vai acontecer neste sábado, 4 de agosto, uma tal manifestação "Cansei". Se juntarem mais de 100 pessoas, o que eu duvido (a direita não tem poder de mobilização), quero ver jornalão falar que tem gente atrapalhando o trânsito na Paulista. Quem está por trás é o empresariado sujo do estado paulista, além da OAB conterrânea, que já foi chamada de golpista pela OAB carioca por causa desse apoio.
O Metrô, em greve, parou a cidade. O governo do estado se isentou (os tucanos se isentam de tudo, impressionante) e ainda quer jogar a culpa na esfera federal (???). Além disso, fez algo que considerei ilegal, pois usou dinheiro público para fazer inserções de rádio condenando - antes do TRT - uma manifestação que é direito de todo trabalhador.
O "prefeito" Kassab fechou o Bahamas, que é um dos puteiros de luxo paulistanos mais famosos. Talvez porque estivesse muito fora da mídia e porque ano que vem ele tenta a reeleição. E quem tenta a reeleição deve estar sempre em destaque.
Tudo isso são fatos da agenda pública. E todos eles têm relação um com o outro. O golpista "Cansei" é uma forma da elite paulista, que tem a Folha e a Veja como porta-vozes, de tentar levar à presidência o ainda governador Serra. Porque não engoliram 2002 e 2006. Serra, ao se isentar da greve (ele não cumpriu o acordo feito na greve anterior), quer tumultuar uma cidade que ainda se recupera da maior tragédia da aviação que já ocorreu no país. Para gerar uma impressão de caos sempre ligada ao governo Lula. Esse mesmo Serra, que cuspiu na própria assinatura e nos deixou Kassab. O Kassab que fecha bares ("as esquerdas bebem!") e agora puteiros. Ficou puto porque Serra quer deixá-lo de fora da sucessão municipal. E, para afetar os partidários de Serra, Kassab fechou o puteiro onde sempre está o empresariado paulista. Que é quem articula o "Cansei".
Essa é a quinta coluna brasileira. Uma putaria...
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Mais sobre a quinta coluna em Cansei, tô cansadinho
01 agosto 2007
Chega!
Já são dez jogos sem ganhar. Já são uma porção em que o "gênio" tira um atacante e coloca um zagueiro com o time ganhando por um gol de diferença e toma um gol no final, todos eles por falha de zagueiros. São 3 gols contras nos últimos 5 jogos.
Havia dito anteriormente: se você tem 3 zagueiros pernas de pau, coloca só 2. Diminui-se a chance de erro. Mas não. O gênio vai lá e coloca mais um zagueiro. É brincadeira.
Chega de perder pontos. Agora é FORA CARPEGIANI! O Corinthians não é lugar para covardes.
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Iria a mídia golpista colocar a culpa no governo Lula pela ponte que caiu no Mississipi? É só o que falta...
31 julho 2007
Malandragem de botique e outros
Eu tento segurar, mas tem horas que fica difícil. Falo de uma mistura que desceu um tanto indigesta. E numa sexta de madrugada.
Foi no último dia 27 de julho que se deu o assassinato à obra de um dos maiores gênios da música brasileira. A Rede Globo exibiu um especial a Noel Rosa (talvez pelos 70 anos da morte do compositor, mas que se deu em maio e a Vênus Platinada deixou passar), trazendo no elenco Orquestra Imperial, Marcus Sacramento, Lucas Santtana e Maria Rita.
Esta última, óbvio, teve mais holofote. E foi ela também quem deu as facadas mais doídas em duas pérolas do cancioneiro de Noel. Quem escutou a moça vociferar "Feitio de Oração" e "Conversa de Botequim" sabe do que estou falando. Destaco, ainda, o tal Lucas Santtana e sua guitarra.
Pois bem: sou guitarrista. Mas toco rock. Guitarra com Noel Rosa? Valha-me Deus. Certas coisas precisam conservar sua essência e suas origens. Não se trata de conter revoluções, mas sim de manter o que é sagrado.
A Globo quis entrar numa área em que não é especialista. Foi à Vila Isabel, mas é da Barra e do Leblon. Quis colocar no malandro uma roupa da Daslu. Cometeu, por fim, dois erros: homenageou um grande de forma pequena, e ainda fez isso só para cumprimento de tabela, jogando o especial para as duas da madrugada de sexta. É sabido que todos que reverenciam o mestre Noel Rosa estavam, a essa hora, em algum botiquim do subúrbio, batendo em sua caixa de fósforo.
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A CBF oficializou a campanha brasileira para sediar a Copa de 2014. Dito isso, anuncio que começa hoje a campanha deste blog, totalmente contrária à realização da Copa e de qualquer outro evento esportivo desse porte no Brasil. A realização da Copa por aqui significa o fim do futebol brasileiro. Ou alguém discorda que lugarzinho marcado na arquibancada é positivo. No Maracanã, acabaram com os geraldinos. E por aí vai...
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Está cada vez mais inviável a permanência do velho gagá nas salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Mesmo assim, ele tenta mais uma manobra para se perpetuar na presidência. Espero que a Justiça brasileira não dê ouvidos a esse câncer. E esse tal de Rubão como vice de futebol, hein? É para rir...
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Decreto aqui também o fim das relações diplomáticas deste blog com a Argentina. Enquanto os portenhos continuarem a mandar frio para o Brasil, defendo a abertura das comportas de Itaipu, alagando aquele brejo que atende pelo nome de Buenos Aires.
24 julho 2007
Grandeza é pela glória
Eu não deveria perder meu tempo respondendo a mais uma das inúmeras imbecilidades que os bambis dizem e que a imprensa adora propagandear. Eu deveria escrever aqui sobre a reunião do conselho vendido de hoje, que deveria votar pelo impeachment do velho gagá e a saída dessa "parceira". Mas aí eu vejo o quanto a tradição e a grandeza do Corinthians incomoda.
O bambi-mor, que andava meio sumidinho depois de ser humilhado publicamente pelo Vampeta e de ver seu time cambaleando, voltou à cena. E aproveita a má-fase do Coringão para tentar fazer com que aquela imundice cediada no Morumbi esteja no mesmo patamar que o nosso. O fato é que sugerir o que está naquele link ali de cima é desconhecer a própria história.
Primeiro, desconhece porque não nasceu bambi, como a grande maioria delas. Vídeos no Youtube que mostram o Pit-bitoca comemorando o título paulista do santos no ano passado comprovam isso. E desconhecendo, não sabe que a imundice que ele representa só existe porque os dois clubes verdadeiramente grandes e verdadeiramente rivais em SP assim o quiseram.
A ignorância, então, leva os bambis a distorcer a história e até invertê-la, porque é fato latente que quem recebeu ajuda financeira não foi e nunca seremos nós. Também não recebemos, ou melhor, roubamos dinheiro público para construção de estádio e reformas na sede social. Não temos, ainda, um diretor infiltrado em redes de televisão para vender a imagem de "administração modelo", mesmo sabendo das dívidas e das inúmeras incompetências administrativas.
Finalmente, fica o aviso a esse irresponsável bambi aparecido: cuidado com você e com a sua família. Deixo aqui registrado que, se ocorrer de trombar contigo na rua, farei a gentileza de tirar até o último resquício de sangue da sua cara suja. E nem se preocupe: o Corinthians é muito maior do que você imagina e jamais acabará.
20 julho 2007
Mortes: tragédias e alívio
Muitas mortes nessa semana. Primeiro, daquela tragédia aérea. Segundo, o Corinthians no Beira-Rio. Terceiro, o ACM, vulgo Malvadeza.
Do primeiro caso, eu gostaria de falar sobre dois tópicos e uma conseqüência. O primeiro deles é a burrice dos jornalistas que cobrem o fato. Não dizem coisa com coisa - chegam a falar que o avião derrapou e tentou arremeter, e todos sabem que não tem possibilidades físicas disso acontecer - e jogam termos técnicos no ouvido do povão. Segundo: politizam uma tragédia, na tentativa golpista de derrubar o governo Lula a todo custo. Fizeram até tocaia na janela do assessor do presidente e conseguiram um "flagra" em que o cara, supostamente, desdenha dos mortos. É claro, ao vermos o vídeo, que não se trata disso
E aí vem a conseqüência. O povão engole tudo isso como verdade. Todos parecem ser especialistas em aviação e usam aquele discurso vago e raso, em que a "culpa é do governo". Que governo, cara-pálida? Fossem tucanos no poder, essa gritaria toda sobre Infraero e governo federal estaria sendo feita? E porque não mencionam que o tal caos aéreo já data de muito antes? De minha parte, nem Cumbica é seguro, pois já há muitas casas no entorno. E eu nunca confiei em algo mais pesado e que o ar e ainda voa.
Dito isso, vamos à morte no Beira-Rio. O Corinthians morreu no campeonato. Não vai almejar nada, a não ser uma constante fuga da zona de rebaixamento. O time, que no começo se mostrava ao menos dedicado, nem isso é mais. E eu sempre disse que a diferença daquele fantoche pra esse era nenhuma. Sobre a "diretoria" e a "parceira", eu não digo mais palavra. Só aguardo a morte ou prisão de todos.
Morte igual a de ACM. Esse câncer do Brasil, que acaba de ser extirpado. Deixa herdeiros? Sem dúvida. Mas a referência já não mais existirá, e seus correligionários irão se perder quando a água bater na bunda. Morre com ACM uma força do Regime Militar. Morre um pedaço da tortura. Morre um pouco da usurpação do estado da Bahia. E o Brasil respira um pouco. Mas não duvido nada culparem "a esquerda" da morte do coronel. E olha que o PT já não é mais esquerda há uns dez anos...
15 julho 2007
Vou, vou pra Bahia
A última semana foi gasta de ótima maneira. Pousei-me em Salvador, não sem antes um pouco de aventuras ainda em São Paulo. Tudo na companhia de minha Evinha. Sigamos com o diário de bordo.
A saída se deu no cabalístico dia 07/07/07, e o avião sairia às 16:00 em ponto. "Em ponto, com essa crise aérea?", pensei eu. Check-in marcado para as 14h30, chegada no aeroporto às 15h30. E não é que a porra saiu na hora? E não é que a gente se fudeu? Pois é. Depois dessa, eu madrugo no aeroporto. Fora isso, pelo rádio, o Corinthians dava outro tropeço contra o Fluminense.
Prometido pela companhia de viagem, teríamos em São Salvador um receptivo nos aguardando para levar-nos ao hotel. Só uma pausa para um comentário. Quando se viaja, a gente aprende palavras engraçadas como receptivo, voucher (lê-se váucher), city tour e outras terminologias do mundo do turismo. Voltando, e chegando à Bahia, é óbvio que ninguém nos esperava. Sorte (ela tinha que aparecer) é que havia um taxista perdido como nós que nos deu carona. A parte positiva desse mico na partida foi a passagem, mesmo que relâmpago, pelo Rio de Janeiro. Duas viagens pelo preço de uma.
Já em terras baianas, o susto. Domingo de manhã acorda com uma tremenda garoa. Que em duas horas se dissipa e dá lugar a um sol escaldante, que nos acompanhou até o último dia. Reconhecendo o território, ficamos em Jardim de Alah, uma praia próxima ao hotel. E o primeiro artista aparece. Vendendo queijos, o cara estava comportadíssimo na parte da manhã. Mais à tarde, e já com alguma coisa a mais, transformou-se em "Van Dãime" e distribuia a xepa do dia. E eu já vinha sendo tratado há horas como gringo, apesar de não entender o porquê...
A segundona foi reservada para o centro histórico. E resolvemos ir de busão. Salvador é muito positiva porque dá para ir a qualquer lugar (mesmo) de busão. Já conto como isso é verdade. Pois bem. Em frente ao monumental Elevador Lacerda, nos aborda uma senhora comerciante, dando-nos aquelas chatíssimas fitinhas de "presente". Iríamos ignorar, como havíamos feitos com outros anteriormente. Mas a mulher apelou. Disse ela: "não despreza a baiana", com um ar tão imponente quanto uma entidade cabocla. Cedemos e acabamos com 10 contos de prejuízo e um monte de correntinhas que, claro, jamais iremos usar.
Depois de um passeio e umas mijadas no Mercado Modelo (os banheiros são limpos e gratuitos. Para quem está na Cidade Baixa tomando uma, é a melhor coisa do mundo), compramos alguns badulaques e pegamos o elevador de volta para uma visita ao Pelourinho. Driblamos as ciganas na porta do Mercado e saímos em direção ao local mais badalado de Salvador. Pois é mesmo tudo muito bonito - e também depois eu explico o processo de expulsão que ocorreu no local - com os casarões reformados, polícia rodando por todos os cantos e uma penca de restaurantes. Eles, porém, todos com um ar meio requintado, o que nos obrigou a garimpar.
Não demorou muito para acharmos um beco. E nesse beco, o melhor buteco de Salvador. Passei e dei aquela olhada. Um sujeito na porta do estabelecimento me encarou e eu, na cara de pau mesmo, perguntei se havia alguma mesa. Ele responde: "pegue aí qualquer uma mesmo, aqui não é local de turista, não..." Perfeito! Puxei a mesa, peguei a cadeira, busquei a ampola. E o cara - que não trabalhava lá - virou meu amigo durante os três minutos que gastou para tomar sua mistura de 51 e Martini. Achei que ele vendia tóxicos e se mandou assim que chegou um policial (policial que, por sua vez, era a pessoa mais desmoralizada no beco inteiro). Vou reforçar a descrição do lugar para deixar claro o motivo desse ser o melhor buteco de Salvador - assim como o Szegeri nomeou o Puppy de Bar do Bigode, chamamos esse de Bar do Juvenal. O cenário: casarões coloridos e piso de pedregulhos. Lá dentro, a venda de um sem-fim de produtos (juro, tinha desde calabresa até sabonete à venda). Faltou mesmo uma roda de samba para completar o conjunto. Aliás, se tivesse um sambinha lá, acho que não teria conhecido mais nada em Salvador.
Deu para perceber o que mais gostei de lá - e provavelmente é o que sempre gosto em todo lugar que vou. Mas não dá para deixar de falar do resto. Fomos a Itapuã no dia seguinte. Acredito que enganaram Toquinho e Vinicius. Achei aquilo meio feio e caímos em Piatã, uma praia mais estruturada por conta dos inúmeros condomínios que começam a proliferar por lá. A famosa especulação imobiliária... Mesmo assim, as barracas têm preços convidativos e o atendimento é sempre cordial. Saímos de lá quando o sol baixou (no inverno isso acontece por volta das 17h). A visita me rendeu uma boa ensolação, que perdurou até o outro dia. Foi quando passamos na Barra mais uma vez para comer. E como tem hippie naquela porra. E rico, claro. Mas a praia e o Farol também são muito belos. Pena que foram tomados por um câncer chamado Nova Schin.
* Abro aqui um apêndice ao texto. A Nova Schin, depois de tentar dominar o Rio de Janeiro sem sucesso, apelou para Salvador. Chamou Ivete Sangalo para a propaganda e simplesmente cobriu toda a orla da capital baiana - não é exagero, é toda a orla mesmo - com toldos e guarda-sóis. E aí promovem uma venda a R$2 a garrafa. Nego que acha Bohemia boa, claramente irá tomar esse lixo de Itu aos montes. E essa merda começa a se proliferar pelo nordeste brasileiro. *
A quinta foi reservada para a Igreja do Bonfim e sua famosa escadaria. Pensamos em alugar um carro, mas isso seria muito caro. Fomos de ônibus mesmo (lembram que eu disse sobre os ônibus?). E em uma hora e meia estávamos na tal Igreja. Decepcionante. Nem perca seu tempo. Garanto que a escada de qualquer casa é maior que aquilo. Só que estávamos no meio de uma bocada federal. E a minha cara de gringo (não sei por que, realmente) ficou ainda mais explícita. Só sei que rezei bastante ao Senhor do Bonfim no caminho de volta.
Resolvemos voltar ao Pelourinho para conhecer melhor. Ali, encontramos a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. O "ingresso" de dois contos já me causou certa estranheza. Lá dentro tinha um "guia", e resolvemos pagar mais 10 por uma breve explicação história. Ele nos contou que aquela construção foi feita por escravos e que, desde muito tempo, era comandada por uma irmandade negra. Visitamos o mausoléu e o cemitério de escravos, com o sincretismo dando o tom. Aí o cara começou a oferecer o seu pacote de serviços. Como recusamos todos, ele acabou com as explicações. Mas nos disse algo que me fez dar o veredicto sobre esse lugar. Segundo Jorge, o guia, o único padre negro da paróquia só rezava uma missa por ano. E isso ocorria só quando os senhor Antônio Carlos Magalhães aparecia por lá. Nessa hora, veio o grito, contido pela sanidade mental: "bando de nego vendido. Zumbi se debate no caixão!!" No fim da segunda volta ao Pelourinho, passamos pelo Feitiço da Lua e comemos um ótimo Bobó. E ainda quero retornar lá para entrevistar o dono do lugar, que faz placas em homenagem às celebridades que o visitam.
A sexta ficou novamente para a praia de Piatã, já que era um lugar de águas mais calmas e minha Evinha queria dar uma salgada no corpo. E no sábado lagarteamos sob um sol saariano até chegar a hora de voltar pra esse frio infernal de São Paulo.
Disso tudo, algumas outras considerações:
* Salvador é uma cidade negócio. Tudo lá virou negócio, sob a aura das coisas históricas. Há, é claro, resistências e tesouros - como o Bar do Juvenal. Mas o turismo feroz devorou uma essência que ainda se faz presente em outras cidades turísticas como o Rio. Até mesmo os baianos, na necessidade de sobrevivência, deixaram sua simpatia e receptividade natural à serviço do dinheiro. No entanto, é para ir e querer voltar, com certeza.
* A parte restaurada do Pelourinho é uma prova disso que foi dito anteriormente. Era uma parte do centro ocupada por moradores de rua e com alto índice de crimes. O turismo varreu esses moradores para bairros distantes - partindo da Cidade Baixa e margeando a Baía de Todos os Santos vê-se a quantidade infinita de favelas por todos os morros - e revitalizou apenas uma pequena porção da cidade. Lá, os contrastes são ainda maiores que em SP e RJ.
* O ponto positivo com relação às cidades praianas é o desprendimento com o culto ao corpo. Gordinhos e sarados dividem as areias e não há aquele olhar de nojo se você exibe sua pancinha a um rato de academia.
* Como tem bambi naquele lugar...
Agora, é guardar dinheiro para ir à Recife e Olinda.
02 julho 2007
Dois em um
Devido à escassez de posts, vai um em dose dupla.
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* Duas vidas, várias histórias
Sexta-feira entro no blog de Fernando Szegeri - o mestre - e me deparo com uma notícia que gerou-me espanto num primeiro momento. E, logo depois, um remorso que me corría como um rato no estômago. A notícia falava do falecimento de Armando Colacciopo. Ou Armando dos Bichinhos, como era conhecido (eu o chamava de "Toli-Toli-Tolá").
Para quem não sabe, esse cara era uma lenda urbana, só que real. Vagueava pela região da Paulista e pela Vila Madalena vendendo bichos de pelúcia. Mas era muito mais. Não vou me estender, mas digo de bate-pronto: não gostava dele. E digo com muita vergonha, porque não o conhecia. E é esse remorso que me corroeu na última sexta. Não me dei, em quase oito anos freqüentando o Puppy (ou bar do Bigode, como alcunhou o Fernandão), o trabalho de conhecer essa peça única e cada vez mais rara na nossa terra da garoa.
Nessa mania de não prestar atenção a detalhes tão essenciais do nosso dia-a-dia, deixamos passar essas figuras raras. E ainda nos damos o direito de difamar com mentiras alguém tão honrado. A epopéia de Armando está lá no blog do Fernando. E, já com vontade de vomitar por causa de minha mesquinharia, achava Armando um mala. Porque conhecia só um décimo daquele personagem merecedor de páginas na história do mundo. Eu sabia somente do vendedor, e nem um mero vendedor ele era. Mas só depois de sua morte eu me dei conta disso...
Do mais baixo de minha baixeza por esse meu achismo, registro aqui um protesto contra mim. Por ter caído na armadilha que tanto combato. Por ter me deixado levar pela ignorância. Por ter, enfim, não conhecido Armando. E a dor bate mais forte, por saber que meu avô está próximo de seus últimos dias. E se, repentinamente, eu o perder, estarei novamente deixando ir embora alguém que mereça muito mais a minha atenção.
Espelhos se quebram e não os fazemos refletir em nossas vidas...
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* Até quando?
Até quando, Corinthians, você vai deixar de ser reabilitação de rivais? Até quando, Corinthians, dará alegria a sua Fiel? Até quando, Corinthians, irá se deixar nas mãos de ladrões que usurpam seu dinheiro, sua glória e sua história? Até quando, Corinthians, fará valer a máxima "vingança do povão"? Até quando, Corinthians, seus jogadores irão entrar em campo sem a noção do manto que vestem? Até quando, Corinthians, irá dar pauta a essa imprensa suja, doida para ver seu fim?
E até quando, Fiel, iremos ter essa postura passiva? Revolução Corinthiana já! A invasão e tomada do Parque São Jorge é iminente! E nem pela derrota para a porcada. É pela sucessão de imbecilidades que há dois anos são ministradas nas salas ar-condicionadas da rua São Jorge. São quase 97 anos de história. E a corja conseguirá acabar com tudo se não tomarmos a frente. A torcida é que tem um clube, mas estão roubando ele da gente.
ACORDA, FIEL!
P.S.: e nego ainda acreditava nesse time só por causa das primeiras rodadas. Eu avisei...
P.S.2: bons os empresários desses bostas do Dinélson e Willian. Um não vale nem pra jogar aqui na rua. O outro já está na Europa e nem um golzinho pelo profissional no Brasil marcou. MORTE À IMPRENSA!!!
21 junho 2007
Do fundo do nosso quintal...
Amici, desculpem a falta de atualizações. Essas últimas semanas estão seriamente conturbadas. Ando meio que de feriadão do blog e só consigo entrar em outros para não me manter alienado do mundo internético.
Dito isso, vamos lá...
Há sonhos e sonhos. Eu, por exemplo, sonho em ter um trabalho que sustente todas as minhas idas aos bares e os poucos churrascos e feijoadas aqui em casa. Mas tem um que anda recorrente.
Sonho em ter um quintal. Aqueles que tem um gramadão e um pé de jaboticaba bem no meio pra fazer sombra. Toda vez que penso nisso, vejo domingos em que a cerveja é farta, a carne é assada e o samba come solto debaixo da jaboticabeira. Do lado, um puxado com uma churrasqueira de tijolo da altura da barriga, uma pia, uma geladeira daquelas brastemp marrom e uma mesa de madeira lascada.
O quintal, hoje em dia cada vez mais ausente nas mentes dos engenheiros, arquitetos e decoradores, é uma instituição. Minha criação se deu na rua e no quintal. Metade do meu joelho foi ralado no quintal. O quintal é como um CT, onde a gente treina tudo que vai fazer na rua.
Quem já veio na Heitor pode estranhar: "Caralho, esse japonês é louco. A casa desse porra tem um quintal". Sim, tem. Grande até. Mas é um quintal incompleto. Não tem a grama. Não tem a jaboticabeira. Ele já está meio urbanizado.
Por isso, sonho com aquele quintal. Da grama. Da jaboticabeira. E não sonho só para mim. Acho que é uma maneira de me enganar e pensar que, se eu sair daqui um dia, algum outro moleque terá a sorte de crescer com um quintal. Com grama, jaboticabeira, churrasco, samba...