14 julho 2008

Arthur Favela, mão cheia


Segunda-feira sempre é uma merda, principalmente nesses dias frios. O que dizer então de uma segunda pós-churrasco de domingo, muita cerveja e uma leve ressaca? Pois hoje, ao chegar no serviço, fui presenteado com um belo texto do mano véio Arthur Favela, em seu Anhangüera. O blogue do malandro é recheado de grandes histórias do seu reduto (Barra Funda) e também de causos do clube homônimo ao site, a tradicional agremiação da várzea paulistana Associação Atlética Anhangüera. Uma verdadeira aula de História, a partir de uma verdadeira instituição de São Paulo.

Antes, porém, vou contar como conheci o personalidade. Estávamos o cumpadre FH e eu no Puppy, a lenda urbana da Avenida Paulista, 1001, quando se aproxima um sujeito com uma cara de maloquero. Cigarro em uma mão, a outra no bolso, um andar arrastado e já meio calibrado por algumas cervejas depois do dia de trabalho. E o FH apresenta: "Japonês, esse aí é o Favela, lembra dele do samba do CUCA?"

Claro que não lembrava, até porque nos sambas do CUCA eu já chegava, invariavelmente, torto. E saía de lá rastejando de bêbado. Voltando ao Favela, perguntei logo de cara o porquê do nome - e essa pergunta ele deve escutar tão injuriado quanto o Cartola escutava semelhante indagação. Esclarecidas as pendências, passamos a fazer o que mais se admira em uma mesa de bar: falar merda. E foi merda pra caralho. Minutos depois, caímos na besteira de mencionar o futebol, o que tornou o papo monotemático por causa do Corinthians.

A admiração estende-se, ainda, a sua família - Mimi, Denize e o Brunão -, pois há muito da minha própria criação ali na família Tirone. E não posso deixar de lembrar o dia em que o Favela, no fim de uma tarde de muita cerveja no Ó do Borogodó, me puxou de canto e mostrou um papelzinho no qual ele anotava idéias de pauta para seu Anhangüera. O conteúdo era segredo de estado, mas a essência ele levou ao conhecimento de quem quisesse ouvir: histórias fantásticas do povo!

O post de hoje do Favela provavelmente estava naquele papelzinho, e relembra alguns valores contrapostos à "modernidade" vigente. Coisa bonita mesmo, falando de futebol, amizades, dificuldades da vida. Me jogou de volta aos tempos da infância em que éramos felizes e sabíamos. Essa é a tônica não só do Anhangüera, mas também desse cronista de mão cheia que é o Arthur Favela.

2 comentários:

  1. Craudio, que surpresa boa. Puta honra! Obrigado, meu velho! É isso; se não escrevermos sobre quem realmente faz a História, a coisa se perde. E, cada vez mais, a gente não têm mais nada. Eles, os meus anônimos, é que me salvam. Valeu!

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  2. Engrosso o coro das multidões que você deveria publicar em livro as grandes histórias do blogue, principalmente a saga "O Tirone e os Cabeleira".

    Abraço!

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