27 novembro 2008
Compilando idéias soltas
- Pensamento sobre a questão das cotas: se os jornalistas que as atacam dizem que o favorecimento seria motivo de desmerecimento e humilhação aos negros, o que dizer de jornalistas que se fazem às custas de (falsas) informações privilegiadas, recebidas por telefone ou e-mail?
- Tem um post no Nassif falando sobre como escrever bem. O tópico 10 recomenda não generalizar. Ignorando o fato de que isso é constante na atividade jornalística, pergunto qual o problema das generalizações? Ela dá toda a graça ao negócio e não deixa o texto sem sal. O grande desafio é provar tal generalização, coisa que a grande maioria não faz.
- Já o Kotscho reproduz texto de um editor do Fantástico. O global até que tenta fazer sua crítica da mídia, mas já está contaminado pelos vícios da emissora. Leiam que vocês irão me entender. O que eu realmente acho é que os jornalistas têm que humanizar as coisas, entrevistando o povo ao invés de "especialistas no assunto". Além de trazer novas pautas, é uma boa desculpa para dar ao editor na hora em que a fonte não quer falar nem sob decreto.
- A coisa em Santa Catarina foi feia, porém mais feio ainda é o que estão fazendo alguns comerciantes, segundo mostra o PHA. Botijão de gás a R$120, galão de água a R$50. Alô capitalismo!
- É praxe dirigente de futebol vir com aquelas provocações babacas na imprensa. Achando-se muito malandros, esses manés desconhecem as táticas dos verdadeiros mestres. Veja o que fizeram os presidentes do Corinthians e do fluminense quando do jogo da Invasão Corinthiana de 1976, em depoimento do próprio diretor tricolor ao Juquinha.
"um jogo em que a torcida ganhou o jogo (...) A Paixão Corinthiana ganhou o jogo"
ResponderExcluirGrande Matheus, Corinthiano, carvoeiro e sofredor.
E detalhe: festinha por quase nada, apenas pela ida a uma final.
Repararam na ALMA presente na verdadeira FESTA DO POVO?
E tudo na maior ordem... Até as fanfarrinhas, na maior ordem, de extrema felicidade e de boa...
"Cachaça do Torcedor"...
*******
"Pensamento sobre a questão das cotas: se os jornalistas que as atacam dizem que o favorecimento seria motivo de desmerecimento e humilhação aos negros, o que dizer de jornalistas que se fazem às custas de (falsas) informações privilegiadas, recebidas por telefone ou e-mail?"
Assinando embaixo...
Vc sempre cita o Kotscho, então deixa eu dar meu testemunho: esse é meu amigo! Eu, ele e o Douglas, o motorista do Gol branco da grobo - e outro amigão, fomos as três primeiras pessoas a cruzar o rodoanel em SP. O trecho Oeste, no barro. Vimos abrir túneis com bombas, andamos lá dentro - cheguei a dormir aos pés de um para fotografar uma explosão noturna.
ResponderExcluirO especial da Época teve 17 páginas, em 2 edições, a mais bela (e pouca) das coisas que eu guardo da minha experiência de jornalista. O ponto forte da matéria era a extrema pobreza da região e as famílias desalojadas. Kotscho era o "terror" de qualquer fotógrafo. Ele é capaz de entrevistar 10 pessoas (às vezes ao mesmo tempo) em apenas 5 minutos. Seu olhar e sua impressão do mundo fazia o resto - e o texto ficava sempre genial. Adorava sair com ele, essa farra durou um mês! Todo dia a gente fazia questão de almoçar e detonar as brejas numa beeela churrascaria em Osasco. Fora do município, entende?...
Mas o especial também falava muito da grande obra, em detalhes; e o teor da matéria (mais a influência de Kotscho) levou-nos a tomar um café da manhã com Mário Covas, pouco antes de sua morte.
Saudades do Kotscho!
Filipe: em compensação a viúva dele... Ainda sobre a Invasão, tem um outro vídeo que mostra a 23 de Maio tomada por corinthianos. Coisa inacreditável.
ResponderExcluirRaphael: porra, o Kotscho tem um talento impressionante. E ele, além de tudo, sabe ver com os olhos, coisa que os jornalistas andam se esquecendo hoje. Belo testemunho!