26 dezembro 2008

Último do ano


Despedindo-me do blogue neste 2008, recorro novamente à retrospectiva do ano que passou. Muitas mudanças, mas nada que alterasse o preço do meu pãozinho. Consegui me encher o saco de dois empregos, ganhei menos dinheiro do que precisava e fiquei ainda mais descrente com o caminho que toma o jornalismo.

Sofri menos do que achei que fosse sofrer com o Corinthians em 2008, apesar da perda de um título. Mas, oras bolas, disputamos a porra do título! Ao mesmo tempo que sofri menos, acredito que a conjuntura fez com que eu utilizasse muito mais do meu tempo para o alvinegro em pensamentos e ações. Por isso, peço até desculpa ao amor e aos amigos - e sobre isso vem um post em 2009 sobre o livro "Febre de Bola", de Nick Hornby, que estou terminando de ler.

De qualquer maneira, se 2008 não foi lá grandes coisas, também não foi uma grande porcaria. Sobrevivemos, apesar de tudo, e temos que comemorar. Sinto que coisas como realização profissional antes dos 30, pós-graduações na Europa, aprender alemão e francês e saber escolher um bom vinho são cada vez menos importantes do que dividir uma boa cerveja entre os seus num buteco. O conhecimento está nas ruas, no povo e em sua arte. Se meu dinheiro conseguir comprar isso e pagar (algumas) contas, tá ótimo.

Alguns pode chamar isso de acomodação. Outros de vagabundagem. Prefiro acreditar que estou remando contra essa maré nociva que nos leva em direção à modernidade e à competitividade a qualquer custo. Preservo, assim, meu estômago e meu cérebro. Sinto, por fim, que ando envelhecendo rapidamente. Talvez isso é o que alimenta minha falta de paciência com quem não divide tal ânsia coletivista comigo.


Um comentário:

  1. A gente deve ser fermento na massa, pois de nada serve o fermento quando deixado fora da massa.

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