05 janeiro 2009
Ei-lo, 2009
Eis que chega o ano novo e eu estou aqui sentado nessa cadeira fétida do escritório sem a mínima vontade de trabalhar. É de conhecimento geral e irrestrito que o ano só vai começar realmente depois da farra momesca, então para que a pressa? Pior são aqueles que insistem em meter o pé no acelerador o quanto antes, comportamento que me irrita imensamente. Só para contrariar, comecemos as atividades desse blogue na manha, falando de algumas coisas que aconteceram na surdina durante a passagem de 2008 para 2009.
- A Reforma Ortográfica já está valendo segundo a lei. Tratada aqui há algum tempo, reitero meu posicionamento totalmente contrário às novas regras, por acreditar que está se nivelando a língua por baixo. Não dá para aceitar certas preguiças e banalizações. Ainda hoje, me deparei com um dilema: como não domino as determinações da Reforma, li textos com erros de acentuação e grafia e não sabia se eram erros de fato. Quer dizer, eram erros, mas agora tudo será justificado pela mudança na ortografia. É o miguxês se proliferando.
- Nunca nutri grandes amores pela Copa SP de Juniores, apesar de usar a hegemonia corinthiana na competição para tripudiar os adversários. Nesses últimos dias - e, particularmente, no último domingo -, andei refletindo sobre categorias de base dos grandes clubes, o que me deixou bastante apreensivo e angustiado. Reportagem exibida no programa Terceiro Tempo, do Cabeção, mostrou a exagerada cobrança sobre a molecada que ainda se prepara para a carreira futebolística. Semanas antes, matéria semelhante havia sido feita pelo Esporte Espetacular. Tudo isso me fez rever diversas premissas.
A boleirada também detectou o problema. O técnico leonor, por exemplo, recomendou que os times de formação não joguem no esquema 3-5-2, a fim de priorizar a formação de meias habilidosos, assim como fez o Madureira. Já o dirigente verde Toninho Cecílio, ex-zagueiro, apontou outro porém com relação à utilização desse esquema tático: forma-se zagueiros de maneira errada por causa da linha de três defensores, forma-se laterais que não sabem marcar e extermina-se a essência das categorias de base (que é a de revelar futuros talentos), em prol de metas de desempenho que não levam a lugar algum.
Fora isso, há também a pressão do torcedor sobre essa molecada. Não que os garotos devam ficar sob uma redoma protetora - e suportar pressão no Corinthians é pré-requisito -, mas a cobrança deve ser feita de maneira natural e responsável, servindo para exaltar o amor à camisa e para criar a tal identificação entre time e jogador. Em tempos de extinção dos camisa 10, é necessário que utilizemos um pouco mais a racionalidade para salvar o clube que amamos dessa coisa parasita que é o mercado da bola.
- O couro está comendo na Faixa de Gaza. Novamente, a intolerância toma conta das cabeças pensantes e israelenses e palestinos se matam aos borbotões. Não ficarei aqui tecendo comentários sobre quem está certou ou errado, pois há vítimas e vilões de ambos os lados. A questão maior é outra: a arma. O mal do mundo nasceu com o primeiro grão de pólvora. Aqui no Brasil, nego lembra o furdunço do plebiscito das armas. A meu ver, resolver as coisas na bala é uma das estratégias mais nojentas que assolam o mundo.
- Já contaram a quantidade fantástica de feriados nesse 2009? É pra tirar a barriga da miséria...
O miguxês, a mediocrização tática, a bundamolice, a extinção do camisa 10... sinais dos tempos. 2009 é isso aí. Sorria.
ResponderExcluirSempre nutri grandes amores pela Copinha, porque é com ela que saio do marasmo, ganhando ou perdendo. Ou empatando, com rafael rodolfo.
Clonaram o bebeto, Japonês.
A coisa é mais séria do que parece.
tô começando ficar com medo deste ano
ResponderExcluirQuando você (com acentou ou sem?) citou a Reforma Ortográfica, me identifiquei rapidamente! Hoje estava lendo um texto e notei alguns erros, que me deixaram muito intrigada: será erro mesmo ou o novo jeito errado de se escrever corretamente? rs
ResponderExcluirFeliz 2009!!!
Mas veja, caro japonês, que o senhor se contradiz ao questionar as minhas férias do blog. Pois o que eu estou fazendo é exatamente fugir do trabalho, ao menos daquele que está sob o meu controle.
ResponderExcluirTambém fico irritado com esses negos que resolvem começar o ano já no ritmo habitual - que é condenável a qualquer momento.
Abraços