01 outubro 2009
Passando a limpo
Desde fevereiro, resolvi meter as caras no lado publicitário da força e meu expediente passou a incluir estudos sobre como trabalhar marcas nas redes sociais. Nesse tempo, percebi uma coisa bastante irritante da área, o tal viral. Toda agência digital quer (e às vezes até promete para o cliente) a fórmula secreta para disseminar uma idéia, boa ou ruim, por meio de blogues, Youtube, Twitter e o escambau, do mesmo jeito que Susan Boyle, o molequinho do dentista e tantos outros astros da web ganharam o mundo. Como se fosse simples assim.
Por causa da obsessão pelo "vamos fazer um viralzinho", algumas ações passam do limite e, vira e mexe, aparecem os tais posts pagos, outra terminologia nebulosa. Vale esclarecer: por que um post é pago, isso não significa que ele seja imoral, é apenas uma forma de divulgação segmentada e relevante. Porém, há a estrita necessidade de deixar bem clara a vinculação da parte editorial com a publicitária. Lembremos o belo case da Samsung, que se uniu à torcida verde na divulgação de um celular. Mesclaram muito bem a paixão futebolística, o pagamento pela veiculação em páginas pessoais e a propaganda, tudo sem romper nenhuma barreira da decência.
No outro lado da moeda, houve situações bastante controversas. Este espaço mesmo recebeu uma oferta, mas na ocasião achei que não era o caso de adequar minhas normas à proposta. Isso não faz daqueles que a aceitaram (o Seo Cruz, por exemplo, topou) melhores ou piores. Eu apenas não gostei da abordagem. Mais grave foi o caso do Futepoca, solicitado de um modo um tanto quanto descarado e sem regras claras. Ambas as ações citadas foram criação da Riot, que agora parece ter encontrado uma boa maneira de convocar blogueiros e me procurou novamente para participar de um Concurso Cultural interessante.
Resumidamente, farei um post por semana - e adianto que eles levarão a tag riot -, a partir de uma notícia publicada em diversos sites participantes do portal MSN. O escambo é simples: eu faço a referência (o que não difere muito do que já acontece) e concorro a prêmios semanais e um Xbox por mês - uma equipe da agência irá escolher os melhores textos. O regulamento do concurso pede que eu cite a fonte e, como contrapartida, terei à disposição fotos, vídeos e até informações exclusivas e antecipadas, vindas dos portais parceiros. Me é garantido, ainda, a total liberdade quanto ao teor daquilo que vou escrever.
Adianto que a maior motivação não é ganhar brinde ou o video-game, mas sim fazer um estudo de campo - digo, porém, que irei promover noites de FIFA Soccer, PES e muita cana aos amigos caso seja premiado. Vislumbro aí uma bela oportunidade para que se consiga estabelecer uma regra de conduta nesse casamento entre redes sociais e publicidade, além de captar alguns dados mais precisos quanto ao retorno que esse tipo de iniciativa traz ao consumidor e à marca.
Chuta que é macumba, um poço de revolta que agora se vendeu ao sistema e traiu o movimento, véi!
No mais, se até o dia 15 não receber um puto, mando às favas aqueles picaretas. Abraços!
ResponderExcluirEu não respondi o email dos caras há uns meses. Achei que não era nem um pouco o caso.
ResponderExcluirMas também creio que exista essa oportunidade de criação de conduta digna e acertada.
É isso aí, meu caro.
Abraço
Interessante Claudio... mas não tenho uma opinião ainda formada sobre isso.
ResponderExcluirA principio me parece meio "comercial" sei lá.
Mas acho vc um cara de responsa com as ideias que acredita.
Vindo e você eu não me preocupo velho, eu recebi uns 3 e-mails dessa agência e optei por não responder também, alias, cheguei a responder um, mais depois joguei de lado até pela minha falta de tempo hábil, eu tenho a mania de assumir varias coisas pra fazer ao mesmo tempo e depois acabo não fazendo porra nenhuma.
ResponderExcluirDemoro Claudião!
Abraço Velho!
Seo Cruz, não sei se picaretas, mas o troço era meio desvantajoso mesmo, porque você coloca o seu blogue na vidraça e corre o risco de não ganhar nada com isso.
ResponderExcluirFilipe, Monikita e Brunão, comercial e marketeiro, com certeza. Mas no caso específico dessa ação, achei interessante que a moeda de troca é apenas um link e a citação da fonte, ou seja, prática (que deveria ser) comum nos blogues.
As outras investidas da Riot foram um tanto quanto nebulosas, como disse, porque deixavam as coisas meio no ar. Quando se trata de pagar por clique ou por cadastro direcionado, é meio complicado determinar o valor ético do troço. Fato é que todo mundo ainda está atrás de uma forma de se trabalhar melhor com essas situações e, na minha humílima opinião, um blogue receber patrocínios não quer dizer que esteja se vendendo. Depende apenas de quem escreve nele.
Digo, por exemplo, que o canal de esportes do MSN é o Lanche!, e não é por eu participar do Concurso que vou deixar de meter o sarrafo nesse jornaleco de quinta. Por isso mesmo não me motivo em ganhar os prêmios, porque dificilmente a comissão julgadora irá escolher algum texto que fale mal dos parceiros comerciais.
Chega, né? Falei demais...