11 dezembro 2009

Provas cabais


Mentira, eu resolvi escrever. Não pude ficar quieto diante de mais um sinal claro da boçalidade que acomete os dirigentes dos grandes clubes brasileiros. O tal G4 (coisa mais europeizada e babaca) se uniu à Femsa para um acordo de divulgação nas embalagens daquele lixo conhecido como Kaiser, usando como pano de fundo a volta da comercialização de cerveja nos estádios.

Esse tipo de decisão é prova cabal do quanto estão distanciados os dirigentes de seus torcedores. É óbvio ululante que o produto em questão é um mijo de rato que ninguém em plena consciência dos seus atos - mesmo bêbado - teria a coragem de comprar, ainda que ela traga estampado o escudo do seu time de coração. Por que não recorrer à Brahma ou à Antarctica, os melhores exemplares das fermentadas aqui no Brasil? A resposta aparece na frase infeliz do nosso tampão efetivado: "Cerveja e champagne (nota minha: ????), que são bebidas leves, deviam ser liberadas".

Queria poder louvar a atitude dos mandatários em combater a hipocrisia da proibição da cerveja durante os jogos - já escrevi, inclusive, um rápido parecer sobre isso, contrapondo-me à idéia de que o ato de entornar umas geladas se relaciona com a violência. Infelizmente, os engravatados conseguiram se complicar até numa campanha que poderia lhes render salvas de palmas. Para divulgar o troço, convocam o Padre Marcelo Rossi, aquele vigarista global, e mostram que não entendem nem de bebida, muito menos de marquetim.

Sem colocar em pauta a lamentável união da diretoria (anti)corinthiana com certos clubes, está comprovada a burrice geral e irrestrita que impera nas salas ar-condicionadas do Pq. São Jorge, Perdizes, Jd. Leonor ou no interior. Nessa toada, esses parasitas continuam assassinando o futebol com ações de civilidade e modernidade. Ou alguém discorda que o gigante Jessé Gomes da Silva Filho é quem deveria ser o garoto-propaganda de qualquer proposta que fale sobre futebol e cerveja? Cerveja de verdade, diga-se...

Mais sobre o tema: "Sobre Cerveja e Futebol", no Barneschi.

5 comentários:

  1. Simples pergunta... simples resposta:

    A Coca-Cola quer dar o troco na CBF ja que perdeu o acordo com a Seleção...

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  2. E só por isso a gente tem que beber mijo de rato nos estádios? Quando ainda tínhamos cerveja no sul do país, era só Polar. Isso é adequação ao público!

    Assinar com a Kaiser é cuspir na cara do torcedor. Não acredito que tenha vingança na jogada; a Femsa deve ter oferecido uns trocados a mais e os babacas aceitaram o maior valor, sem levar em conta a qualidade do produto a que estão se associando.

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  3. Boa, japonês!

    Eu, por motivos óbvios, até evito fazer comentários mais contundentes, mas você disse muito do que eu gostaria de dizer.

    Porra, algum torcedor já chegou nos botecos de porta de estádio e pediu uma Kaiser? Ou algum desses ambulantes vende Kaiser?

    É um crime!

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  4. acho que só escolheram a femsa por causa dos acordos que já existem entre a empresa e o Coringão e a bicharada...

    podiam botar o escudo na Sol...

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  5. Que saudade da minha cerveja quente e do amendoim com casca dentro do Pacaembu!

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