19 novembro 2023



"Hoje eu sonhei que ela voltava
E vinha muito mais que linda
À meia luz me acordava
Cheirando a flor de tangerina

Eu lhe amava e mergulhava
No seu olhar de onça menina
E docemente me afogava
Em suas águas cristalinas

Depois sonhei que ela voltava
E dessa vez bem mais que linda
À meia luz me afagava
E sua pele era tão fina

Quando acordei meu bem chegava
Seria onça ou menina
Chegar assim de madrugada
Cheirando à flor de tangerina"


A trabalheira que deu para ganhar um espacinho na vida da minha preta me fez um sujeito obcecado em pensar nela 24 horas. Acordado ou dormindo, passo o dia imaginando o que ela estaria aprontando, nos pepinos que estaria resolvendo, nas encheções que estaria agüentando e no suor derramado para pouca recompensa.

Por isso, desde que a gente se amarrou, botei na cabeça que é quase um dever conseguir amenizar um pouco das angústias que gritam em sua caixola, ainda que ela não tenha pedido por nada disso. É, talvez, minha mania de planejar coisas. 

Uma das atitudes extremas, por exemplo, é ficar caçando casas pelo interior para ela morar, ainda que eu não tenha o suficiente nem mesmo pra prestação do Minha Casa Minha Vida. O plano, basicamente, é tirar da frente todos os obstáculos para que ela possa ser esse acontecimento brilhoso, astronômico, astrológico, alegre e bonito desde o primeiro 19 de novembro em que pintou por aqui.

Mas seja em sonhos, delírios, ao vivo ou em pensamento, uma coisa é sempre certa: meus olhos brilham quando os seus falam. E aí tudo faz sentido.

AMO-TE UM INFINITO, NEGA!

FELIZ QUENHÉQUI!