Em 1998, a Federação Paulista de Futebol promoveu um concurso chamado Disque Marcelinho em que a torcida que realizasse mais ligações teria em seu clube o atleta Marcelo Surcin, que fora adquirido pela entidade e posteriormente seria repassado à agremiação com maior poder de mobilização telefônica. Meu padrinho, palmeirense até o último fio de cabelo, jurou que não iria assistir mais aos jogos se o tal sujeito vestisse a camisa verde.
Foi com meu padrinho que aprendi muitas coisas nessa vida, especialmente valores éticos e humanos, e também muito da conduta de torcedor. Embora rivais, tem coisas no futebol comuns a todos. E essa promessa me marcou muito porque eu percebi que ele falava bem sério sobre deixar seu amor futebolístico de lado por conta de uma pessoa de caráter duvidoso e que era, merecidamente, considerado um inimigo pela porcada. De todo jeito, o Demagoguinho Carioca voltou para o Corinthians, ele se viu livre da promessa e eu fiquei imaginando o que me faria firmar uma postura similar.
Retomo momentaneamente este blogue justamente com essa história para contextualizar e oficializar um posicionamento que, espero, seja a de muitos outros corinthianos diante de algo muito mais grave. O Corinthians acaba de sujar a sua história de 112 anos ao contratar um estuprador como técnico. A diretoria que diz "respeitar as mina" impôs mais uma humilhação ao torcedor ao chamar um vagabundo dessa magnitude para trabalhar no comando do futebol profissional. Não basta todo o revisionismo e toda a crise de identidade. A tal "renovação e transparência", descendentes diretos de outro lixo chamado wadih helu, jogou a pá de cal sobre um clube que agoniza há algum tempo e que agora inexiste sob os ideais que nortearam sua fundação.
Diante dessas condições e lembrando do ensinamento do meu padrinho, registro que não irei assistir a qualquer partida do Corinthians até que o estuprador seja demitido. Permanecerei completamente alienado das coisas que envolvem o futebol alvinegro enquanto o estuprador infectar as dependências do clube. Em 30 anos de arquibancada, nunca passei por um momento tão triste, vergonhoso e desolador na minha existência como torcedor. É uma decisão dura, dolorosa, mas necessária.
O Corinthians pode, porém, ressuscitar. Vai depender exclusivamente da vontade de sua torcida, que anda cada vez mais omissa e focada em interesses diversos que não o de fiscalizar e direcionar tudo o que acontece no Parque São Jorge. Enquanto houver quem banque esse bando de vacilão no comando do clube, coisas piores irão se repetir.
FORA ESTUPRADOR!
FORA RENOVAÇÃO E TRANSPARÊNCIA!
REVOLUÇÃO POPULAR NO CORINTHIANS!