23 dezembro 2009
Tchau, 2009
Senhoras e senhores, último post do ano. Um 2009 movimentado, cheio de bate-bocas virtuais e repleto de novos amigos. No balanço da audiência (by Google Analytics), contabilizamos mais de 40 mil visitas desde 23 de dezembro de 2008, número considerável se pensarmos que se trata de uma página BEM pessoal. Foram muitas discórdias, mas também foram muitas as pessoas que encontraram aqui palavras que representam algumas ideologias em comum. Vejam: é um processo de mão dupla, e isso pode ser percebido nos textos aqui presentes.
Fui chamado de lunático, sonhador, utópico, saudosista, radical, intolerante, imbecil e até filho da puta. Ainda assim, sei que colocamos pulgas atrás de algumas orelhas com nossos protestos corinthianos, a Hora da Patrulha e o combate ao futebol moderno. Às vezes, o troço cansa e parecemos bradar para as paredes. Mas tenho certeza que, pouco a pouco, estamos conseguindo mudar alguma coisa e é isso que motiva a continuar.
Para 2010, o clima aqui vai ser meio bélico, pelo menos até dia 01 de setembro. Aos corinthianos, descansem na virada do ano, preparando-se para a guerra contra tudo e contra todos no nosso Centenário. Aos vermelhos, alimentem-se de informação para combatermos o monstro da mídia golpista na campanha por Dilma Rousseff. Aos demais, continuem comparecendo! Há de se realizar churrascos e carraspanas em botequins, isso sem esquecer do glorioso Jogo das Barricas, que em sua terceira edição terá grandes novidades.
Abraços a todos!
22 dezembro 2009
De quem é essa voz?
21 dezembro 2009
Apesar do placar, a vitória
O jogo entre Barcelona e Estudiantes do último sábado mostrou ao mundo algumas provas da falência do "moderno" futebol europeu. Apesar de parecer loucura o que estou dizendo, muito por conta dos 2 a 1 que garantiram o Título Mundial à equipe catalã, vou tentar provar que os marginais e vândalos da América do Sul ainda são os responsáveis pela graça e pelo caráter popular do esporte.
Voltemos às semifinais do torneio, em que o Barça suou para bater uma equipe mexicana meia-boca. O troço só mudou de figura quando Messi, que hoje será eleito o melhor jogador do planeta, entrou em campo (o argentino se recuperava de lesão) e decidiu a partida num lance fantástico. Já na decisão, o gol do título foi inteiramente sul-americano. Daniel Alves, provavelmente o titular da Seleção Brasileira ano que vem, cruzou para o baixinho hermano balançar a rede, quase de mão.
Mais evidências? Semana passada, assistia ao clássico Liverpool x Arsenal, pelo modorrento campeonato inglês. Estava realmente disposto a encarar 90 minutos de um futsal tamanho família, mas minha paciência não foi suficiente para eu chegar até os 20 do primeiro tempo. Toques errados, nego tropeçando na bola e muito gol perdido - geralmente por erros grotescos das zagas. O melhor em campo, pelo menos até o momento em que troquei de canal, era Javier Mascherano, do Liverpool. O atacante Fernando Torres, outro do time dos Beatles, lembrava muito o velho Finazzi pela quantidade de gols que perdia. Durante tal martírio, pensava com meus botões que qualquer quebra-canelas exibido pela Rede Vida no sábado de manhã teria rendido muito mais prazer.
Vejam, portanto, que se não fossem os atletas saídos de nossas terras e dos países vizinhos, o que teriam para apresentar as milionárias ligas européias? Toda aquela organização, toda aquela elitização, toda aquela esterilidade nas arquibancadas iria vender que cazzo como produto? Restou ao endinheirado e civilizado velho mundo retomar o eterno processo de colonização exploratória nas Américas, só que agora por meio do futebol. E os latino-americanos ficamos todos alegres com espelhinhos em forma de pontos corridos, aumento no preço dos ingressos e criminalização do amor incondicional a um time, enquanto os parasitas dilapidam nossos craques e até mesmo alguns cabeças-de-bagre - que lá também se transformam em craques, dado o baixíssimo nível técnico.
Por volta dos 35 minutos do segundo tempo da final, quando o Estudiantes ainda vencia o Barcelona, enviei uma SMS para o Barneschi: "A vitória do Estudiantes é a derrota do futebol moderno!" A cornetagem veio no domingo, via Twitter. Ainda assim, digo ao meu irmão que o gol salvador de Lionel Messi (responsável pelo primeiro título Mundial dos espanhóis) e sua provável eleição como o futebolista do ano justificam a precipitação da mensagem. O Barça pode ter ficado com o caneco, mas ele só veio por conta do atraso, da marginalidade e do estilo varzeano e irresponsável que permite a formação de grandes boleiros. E no quesito gênios da bola, a gente goleia.
18 dezembro 2009
Encaminhamentos
Terminou nessa quinta a Conferência de Comunicação convocada (em iniciativa inédita) pelo governo federal. Para o terror dos barões da mídia, as resoluções do encontro irão pautar o Congresso e a agenda pública com alguns pontos essenciais para combater o oligopólio no setor. Você pode conferir aqui todas elas, mas eu destaco as que considero essenciais para democratizar, de fato, a disseminação da informação. Lembro, novamente, que isso não garante a automática aceitação do Legislativo, mas ao menos bota lenha na fogueira e força deputados e senadores a encaminharem projetos nesse sentido.
- Criação do Conselho Nacional de Comunicação: talvez seja o marco inicial para que a responsabilidade e ética na produção de conteúdo não dependa de uma conduta pessoal, contando com o caráter de muita gente que não o tem. A proposta inclui a garantia de participação de todos os setores da sociedade no conselho, inclusive a empresarial, e muito provavelmente irá diminuir a aparição de casos como os da Escola Base, da edição do debate em 89, da ditabranda, do grampo sem áudio e da ficha falsa da Dilma.
- Criação de fundo público para financiamento da produção independente, educacional e cultural: medida essencial para abrir novas perspectivas no escasso e degradado mercado de trabalho da comunicação social. Caso vá para frente, essa resolução é a principal arma contra a concentração de renda que retém há anos o controle da mídia brasileira nas mãos de poucas famiglias. Justamente para garantir tal diferenciação e não permitir manejos legais por parte das empresas já consolidadas, há uma outra resolução que define produção independente como aquela produzida por micro e pequenas empresas ou entidades sem fins lucrativos.
- Criminalização do “jabá”: fator determinante para se reverter o processo de emburrecimento geral e irrestrito por meio da música - lógico que há jabás em outras esferas, mas na música ele se consagrou. Mais ainda, além de incentivar novas produções, fechar o cerco contra o pagamento pela veiculação dará chance a grandes talentos que não se submetem à prostituição promovida pelas grandes gravadoras e que, por isso, são condenados ao anonimato.
- Produção financiada com dinheiro público não poderá cobrar direitos autorais para exibição em escolas, fóruns e veículos da sociedade civil não-empresarial: fora a obviedade da proposta, é interessante a menção aos direitos autorais. Quem sabe isso não inicie a discussão e a formulação de um projeto mais abrangente e honesto para a cobrança desses direitos em todas as instâncias?
- Criar mecanismos menos onerosos para verificação de circulação e audiência de veículos de comunicação: a medida visa desmascarar Ibope, Datafalha, IVC e outros institutos que forjam resultados de acordo com os interesses dos clientes. Será extremamente positivo apresentar um contraponto aos números desses verificadores de "relevância" viciados, que têm a desfaçatez de registrar, por exemplo, a manutenção da audiência durante um blecaute.
- Fim dos pacotes fechados na TV por assinatura: destaque de mero cunho pessoal. Acredito que a gente paga por merda, pois eu jamais assisto à maioria das bostas que a NET me empurra goela abaixo. Se essa proposta for adiante, vai ser como retirar algemas dos clientes das TVs fechadas.
- Inclusão digital como política pública de Estado, que garanta acesso universal: truco na privataria promovida pelo monarca tucano e no conseqüente péssimo serviço oferecido pelas empresas de banda frouxa atuais (chamar isso que a gente tem de banda larga é sacanagem). Ao lado dessa resolução, devemos defender a Telebrás sob as asas do poder público e galhofar dos planos mirabolantes, como aquele que o Serra tentou fazer para beneficiar a Telefonica e seu horrível Speedy.
- Buscar a volta da exigência do diploma para exercício de jornalismo: sobre isso, mostramos o porquê dias desses.
17 dezembro 2009
Hora da Patrulha
Hoje eu não falo nada. Deixo os telejornais (milagre, hein?) falarem por mim. Enquanto isso, o Taxab diz suas abobrinhas habituais e o governador foi para Copenhague. Fora da comitiva oficial, ressalte-se.
Leia mais:
- Manejo de comportas encheu bairros pobres de SP
16 dezembro 2009
O piso no fundo do poço
Há alguns meses, falávamos sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, uma iniciativa dos barões da mídia que traria muitos prejuízos aos profissionais de comunicação. Entre esses pontos negativos, apontamos como um dos piores o arrocho salarial que a classe iria sofrer, e não demorou muito para que tal constatação saísse do achismo para ser comprovado. Veja aqui duas oportunidades de emprego que eu achei por aí:
- Assessor de imprensa (RJ):
* Contratação CLT
* Remuneração: R$ 1.300,00
* Benefícios: Vale Transporte + Vale Refeição
* Local: Tijuca/RJ
- Assessor de comunicação (BH):
* Horário: 8:00 ás 18:00 ou 9:00 ás 19:00.
* Salário: de 1.200,00 A 1.500,00 + VR + VT + assistência médica e odontológica(depois do 3o. mês)
Belos salários e benefícios, ahn? Entendem por que eu defendo tanto o diploma?
15 dezembro 2009
Ainda batendo na imprensa
Continuo com o mesmo papo de ontem, aproveitando a deixa da Conferência de Comunicação para descer a lenha na mídia consolidada e golpista. Leio pelo Twitter da amiga de faculdade Daniele Moraes que o bicho está pegando nesse segundo dia de debates. Pudera, é muita informação e eu até acho positivo que as divergências aflorem. Afinal de contas, trata-se da primeira edição de um evento que PRECISA ser realizado anualmente até o fim dos tempos, sempre em busca da democratização no processo comunicacional.
O que me chamou atenção até agora foi o desprezo com que os grandes núcleos de imprensa estão tratando a Conferência - assim como fazem com o Fórum Social Mundial -, talvez porque sejam atacados em 9 entre 10 pautas. O problema, porém, é que nenhum deles cogita levantar os motivos dessa aversão e tampouco se dignam a contra-argumentar ou aprimorar suas práticas para diminuir a rejeição.
Ganham o que os colegas da Rede Globo com essa incorporação da postura pedante de Ali Kamel? Por que raios o ímpeto do jornalista lá de outros tempos se rendeu ao corporativismo e à falta de compromisso com o leitor? Por que será que os profissionais de comunicação que trabalham nos grandes conglomerados dão mais valor ao reflexo no espelho que a uma boa imagem na tela, na capa, na primeira página ou na home page? Quando foi que o jornalismo deixou de ser tão desumano?
Vou usar a imprensa esportiva para tentar explicar. Hoje mesmo a Fiel Torcida se deparou com outra tentativa de plantio de crise no Parque São Jorge. O lateral Roberto Carlos, dito contratado pelo Corinthians, se ofereceu ao Real Madrid. Não duvido que esse sem-caráter (mais um a vestir nosso sagrado Manto) tenha feito tal declaração, porém é de se espantar a rapidez com que isso foi espalhado ao vento. Por pura birra, por puro ódio ao povo e seu time. Jornalista, atualmente, não gosta de povo, haja vista a campanha covarde contra as torcidas organizadas. Fujo um pouco do tema, até, para reafirmar outra vez: proíbam as organizadas de irem aos estádios e o futebol se transformará em tênis ou golfe. Tudo isso nada mais é que a demonstração do ranço da mídia contra qualquer mobilização social.
Voltando ao fio da meada, ressalto novamente a empolgação com esse bate-boca positivo da Conferência. Assim como temos de discutir futebol, política e religião, a comunicação deve sempre ser colocada na agenda de debates, até mesmo para não deixarmos que poucas famiglias detentoras da mídia continuem promovendo suas lavagens cerebrais. Acompanhe as resoluções, publique sua opinião nos blogues. Esse é o melhor contra-ataque diante das mentiras.
Leia mais:
- Devagar. E todos os dias - Por Luiz Carlos Azenha
- Hélio Costa é mais vaiado que empresários (vídeo) - Portal Vermelho
- Carta de um abutre em depressão
14 dezembro 2009
O ocaso de 1500 (ou saindo da merda)
Desde que o primeiro português meteu os imundos pés europeus no Brasil e trouxe na bagagem o mercantilismo exploratório, a imprensa tupiniquim defende um só interesse. Vez ou outra aparece um ou outro veículo aqui e acolá para fazer a contraposição, mas os jornais sempre foram panfletos publicitários. Por isso mesmo, o modus operandi dos colegas das redações nunca foi merecedor de minhas mãos no fogo.
Mais de 500 anos depois de Cabral, numa conjunção inédita de acontecimentos, um metalúrgico se elegeu presidente e elevou a linguagem do povo para o centro do poder. Antes sapo barbudo e comedor de criancinha, o companheiro tornou-se referência política mundial e aprontou muito das suas para contestar, ainda que timidamente, o processo de produção e distribuição da informação.
Na semana passada tivemos um exemplo da contestação sutil. Lula, num português claro, disse que tirou da merda quem estava na merda. Poupando nossos ouvidos de um falatório dispensável como faria seu antecessor, o pizidente, na verdade, mandava toda essa mídia consolidada para o lugar onde antes estavam os pobres. O recado foi entendido e as metralhadoras dispararam em direção ao Planalto.
Aqui, um detalhe curioso. Há exato um ano, o mesmo Lula havia proferido um "sifu" que ruborizou as moças casadoiras da alta sociedade. Percebam: se é competente em seguir um cronograma golpista frio e bem programado (inclusive na falta de pauta), a imprensa não preza muito pela inteligência. Ignoram que o povo come todo dia, adquiriu inédito poder de compra e, acima de tudo, conheceu mais a fundo a cidadania e a dignidade social na prática. Ao mesmo tempo, fecham os olhos para a verdade, como na cobertura das últimas enchentes paulistanas e no mensalão demo-tucano, ou então agem de maneira infantil e tacanha, como no próprio caso da merda.
Justamente por saber da burrice e fragilidade da imprensa, o governo peca no processo de ruptura com ela. Ao invés do enfrentamento, preferem leves tapinhas na cara. Criam o Blog do Planalto, o da Petrobrás, o Café com o Presidente. Ouvem a sociedade civil como nunca na história desse país, realizando Conferências Nacionais que produzem inúmeras demandas de políticas públicas à pauta do Congresso - nesta semana acontece, coincidentemente, a Conferência da Comunicação. A meu ver, isso é apenas um dos focos a seguir, pois defendo uma postura mais bélica, talvez a mesma pretendida pela grande maioria do público leitor, que hoje foge dos jornalões e vai à internet em busca de conhecimento.
Um dos argumentos disseminados pela mídia para deslegitimar movimentos sociais ou publicações (online e offline) que fogem do padrão golpista se refere à publicidade oficial. Enchem a boca para incompatibilizar dinheiro público em forma de patrocínio e independência editorial. Justo eles, recordistas de anúncios dos governos federal, estadual e municipal. Ainda assim, Abril, grupo Falha e as famílias Marinho, Mesquita e Sirotsky, todos eles promotores incansáveis de um impeachment baseado no pensamento lacerdista de "não pode se eleger; se eleito, não deve tomar posse; empossado, não deve governar", jamais sofreram retaliações lulistas, mesmo quando publicam mentiras ou disparates como a ditabranda. Só a título de comparação, José Serra vive a pedir cabeças de jornalistas quando se depara com alguma crítica à sua péssima administração estadual. De minha parte, eu decretaria no primeiro de janeiro: estão revogados todos os patrocínios do governo a quem julgar improcedente esse tipo de prática.
Deve ser por essa e tantas outras milhares de razões que Lula é o presidente da República e eu sou um merda. Mas pelo menos um merda consciente, que se emociona com o banho de povo brasileiro reproduzido no vídeo abaixo e que espera ser tirado do poço de excremento comunicacional ainda infestador do ideário verdamarelo:
11 dezembro 2009
Provas cabais
Mentira, eu resolvi escrever. Não pude ficar quieto diante de mais um sinal claro da boçalidade que acomete os dirigentes dos grandes clubes brasileiros. O tal G4 (coisa mais europeizada e babaca) se uniu à Femsa para um acordo de divulgação nas embalagens daquele lixo conhecido como Kaiser, usando como pano de fundo a volta da comercialização de cerveja nos estádios.
Esse tipo de decisão é prova cabal do quanto estão distanciados os dirigentes de seus torcedores. É óbvio ululante que o produto em questão é um mijo de rato que ninguém em plena consciência dos seus atos - mesmo bêbado - teria a coragem de comprar, ainda que ela traga estampado o escudo do seu time de coração. Por que não recorrer à Brahma ou à Antarctica, os melhores exemplares das fermentadas aqui no Brasil? A resposta aparece na frase infeliz do nosso tampão efetivado: "Cerveja e champagne (nota minha: ????), que são bebidas leves, deviam ser liberadas".
Queria poder louvar a atitude dos mandatários em combater a hipocrisia da proibição da cerveja durante os jogos - já escrevi, inclusive, um rápido parecer sobre isso, contrapondo-me à idéia de que o ato de entornar umas geladas se relaciona com a violência. Infelizmente, os engravatados conseguiram se complicar até numa campanha que poderia lhes render salvas de palmas. Para divulgar o troço, convocam o Padre Marcelo Rossi, aquele vigarista global, e mostram que não entendem nem de bebida, muito menos de marquetim.
Sem colocar em pauta a lamentável união da diretoria (anti)corinthiana com certos clubes, está comprovada a burrice geral e irrestrita que impera nas salas ar-condicionadas do Pq. São Jorge, Perdizes, Jd. Leonor ou no interior. Nessa toada, esses parasitas continuam assassinando o futebol com ações de civilidade e modernidade. Ou alguém discorda que o gigante Jessé Gomes da Silva Filho é quem deveria ser o garoto-propaganda de qualquer proposta que fale sobre futebol e cerveja? Cerveja de verdade, diga-se...
Mais sobre o tema: "Sobre Cerveja e Futebol", no Barneschi.
Já deu, 2009
Sem inspiração nenhuma. Fiquem com Cézar e Paulinho, "Eu e Meu Pai". Até um dia. Vou lá estar entre os meus que eu ganho mais...
08 dezembro 2009
Hora da Patrulha
Hoje é rápido, até porque descascar longamente o desgoverno demo-tucano mensalóide seria muito oportunismo. Nessa terça-feira, dia 8 de dezembro, quando nada anda em São Paulo, a gente sabe exatamente o motivo do caos que se instala na capital paulista. As obras da Marginal Tietê foram julgadas desnecessárias aqui neste espaço no dia 13 de julho. Qualquer um consegue perceber que elas não irão trazer melhorias e, pior, causarão novos problemas.
A lógica é simples: acabando com a capacidade de escoamento de água do rio pelas várzeas, as inundações são naturais. Por que não usaram essa fome voraz contra o trânsito construindo corredores de ônibus? E o Rouboanel, que neste ano foi vítima de calote eleitoral?
Como queremos o melhor para essa terra cada vez mais esquecida pelos céus - ou seria lembrada, haja vista a chuva que não dá trégua? - fica aqui o pedido: não saia de casa. Seu chefe, assim como o meu, também não chegou no trabalho.
Sorria, São Paulo!
* acabo de ver que o Taxab vai dar uma entrevista falando seus blablablás intermináveis na Ponte das Bandeiras. Afora a medida populista e inábil, alguém poderia jogá-lo no Tietê, onde é o lugar de merda?
07 dezembro 2009
Lições e o balanço de 2009
O que falar dessa última rodada para o Corinthians? Num jogo que não valia nada, tivemos 3 gols de dois jogadores que também não valem nada. De bom, somente a grande apresentação do argentininho e o Júlio César, reserva, catando mais pênaltis que o comedor de acarajé mau-caráter. Assim se resume a participação alvinegra no Brasileiro: vagabundos praticando um futebol meia-boca e a gente pagando R$30 para assistir. Ainda assim, é fato incontestável que o Coringão sai de 2009 como o grande campeão em nível nacional, levando na bagagem um título Paulista (o 26º) invicto e a conquista de mais uma Copa do Brasil.
Ditas as considerações, vamos à forra. Uma das vertentes da ideologia que rege (ou regia?) os Gaviões da Fiel clama pela Humildade. Ela é quem nos mantém prudentes e nos impede de camuflar nossos próprios problemas quando enxergamos o inferno nos outros. Talvez nos tempos de fila e de muito sofrimento corinthiano, ela deveria ser mais fácil de se praticar. No entanto, a partir da década de 80 e compensando um jejum de 23 anos, o Corinthians se mostrou cada vez mais vencedor, tal qual nas primeiras décadas de sua existência.
Essa série vitoriosa, aliada aos novos valores futebolísticos (torcedor-cliente, títulos como vitrine, perda da identidade e da alma), transformou muitos membros da Fiel Torcida num poço de arrogância. Quando, em 2007, a lição de São Jorge foi dada, muitos aprenderam - outros não e precisam levar corretivos, principalmente no ano do Centenário. E da maneira mais doída, o corinthiano percebeu que no futebol as coisas são cíclicas e que o escárnio de hoje pode nos ferir amanhã.
Toda essa divagação me passou pela cabeça quando lembrei do bolo de gente que tentou diminuir nosso título na Copa do Brasil. Especifico ainda mais, dizendo que eles vestem verde. Diziam que iriam nos eliminar da Libertadores em nosso Centenário, corroídos pela inveja de quem não consegue admitir a grandeza de um campeão que lutou dentro e fora de campo. Falaram mil besteiras, contando com uma coisa que ainda não haviam conseguido. Li, por exemplo, que ganhar a Copa do Brasil era como chegar em quarto lugar no torneio nacional. Inveja, pura inveja. Nós, os prudentes, permanecemos em silêncio, exaltando apenas a conquista.
Aí eu fui olhar a tabela no domingo para ver em que posição terminaram aqueles que "iriam nos eliminar no Centenário" (cortesia impagável do Filipe). A minha humildade não permite que eu fale o que estou pensando, até por respeito aos amigos que tenho do outro lado. Mas cá dentro do peito eu rincho de rir. Gargalho. Dou urros!
Bom recesso a todos e até dia 17 de janeiro, quando estaremos em Ribeirão Preto acompanhando o Corinthians contra o Monte Azul.
O CENTENÁRIO COMEÇOU! Corinthiano, você já se armou?
04 dezembro 2009
Febre Alvinegra
Corinthians 2 x 2 Vitória - 05/12/1993
Morumbi - São Paulo
O Corinthians havia feito uma campanha regularíssima no Campeonato Brasileiro daquele 1993. Sob o comando de Mário Sérgio e com o carrossel caipira funcionando bem, o time chegou ao quadrangular final do torneio sem perder nenhuma partida. Só fomos sofrer o primeiro revés na fase decisiva, contra o mesmo Vitória que iríamos enfrentar em casa. Esse jogo de volta seria a oportunidade de ir à forra.
O registro de 65 mil pagantes no borderô da partida é mentiroso. Fiquei onde hoje é a arquibancada azul do anti-estádio e por lá - e provavelmente por todo o anel superior do Morumbi - não havia espaço nem para uma folha de papel. Sem medo de errar, digo que havia mais de 90 mil presentes, todos reunidos na crença de ver um time até então desacreditado pela mídia (grande novidade) sagrar-se campeão nacional pela segunda vez. Outro fato relevante a se destacar sobre o público: o mesmo local havia recebido, um dia antes, 60 mil pessoas para o Choque Rei...
O time do povo entrou em campo recepcionado por uma Fiel incendiária. Não havia um metro de arquibancada sem uma linda bandeira alvinegra tremulando, e os corinthianos cantavam em uníssono o "Timããããão Eô" - até isso a modernização do futebol estragou, já que antes TODO MUNDO prestava atenção ao bumbo e não atravessava os cantos. Porém, o que era para ser uma festa se tornou um martírio.
Logo aos 10 minutos de jogo, uma enxurrada de água gélida tentou calar os gritos da arquibancada com os 0 x 2 no placar. Mas estava claro que o Corinthians precisava da gente e, segundos depois do baque, a torcida se refez e continuou empurrando o Coringão. Aquele instante foi o meu primeiro registro realmente impactante da tal Mística Corinthiana e da assertiva "no Corinthians, a Torcida é que tem um time". Ali, entendi o que tinha sido o IV Centenário, a Invasão Corinthiana, a final de 77 e o primeiro Brasileiro, tudo isso fruto dos atos heróicos dos primeiros corinthianos lá do começo do século XX.
Tamanha força vinda das arquibancadas ressucitou os jogadores e, no começo da segunda etapa, o zagueiro Henrique empatava a partida. O Morumbi veio abaixo e a virada era questão de tempo. No entanto, num desses absurdos característicos do histórico alvinegro, a lógica não aconteceu e a partida terminou em 2 x 2. Mesmo com o resultado adverso, fomos todos para casa com a sensação de dever cumprido, reconhecendo também o espírito de luta dos guerreiros em campo - nessa época, os jogadores não eram "profissionais" como hoje e transformavam o canto do torcedor em raça e dedicação.
O campeonato ainda não havia acabado, mas as chances de chegar às finais eram muito pequenas. Precisaríamos ganhar o último jogo e ainda depender da derrota do Vitória (perdoem o trocadilho inevitável), o que não ocorreu. Mais curioso de tudo é olhar para a classificação final e notar nossos cinco pontos a menos que o campeão daquele ano, tendo esta equipe feito dois jogos a mais, justamente as finais. Isso motivou o lamento de alguns desavisados pelo Brasileiro não ser disputado no "moderno sistema de pontos corridos". Eu, do contrário, dei graças a São Jorge por ele ter me presenteado com aquela inesquecível demonstração de amor e fé da Torcida Corinthiana, emoções que só um confronto direto proporciona.
03 dezembro 2009
Das coisas que o futebol precisa
Por que o foco do futebol brasileiro não é mais o jogo em si, mas sim as baboseiras decorrentes do sistema de pontos corridos, só hoje venho me manifestar sobre o que aconteceu lá pelo lado das Perdizes no último domingo. Rivalidade à parte, o gol de Diego Souza é coisa de gênio. Ainda que digam que ele errou o chute, só um gênio iria pensar em enfiar o canudo dali do meio de campo. Um cagão, tipo o inominável, não iria nem conseguir dominar a redonda, por exemplo. E eu venho falar de Diego Souza porque ele é um dos poucos jogadores atualmente que não se enquadra naquele padrão de atleta babaca que faz média. Além de jogar bola, o cara não fica com hipocrisia, mete a boca quando precisa e sai na mão se necessário.
Atravessando o Atlântico, achei esses dias uns vídeos do Jimmy Bullard, jogador do Hull City. Totalmente na contramão do péssimo futebol inglês - de regras mercadológicas rígidas e com esquemas de jogo que transformam o troço num futsal -, Bullard quebra protocolos até nas brigas. Talvez o suportem porque ele faz as vezes do personagem folclórico que acaba trazendo lucros e visibilidade ao campeonato da Rainha. Um, tudo bem. Dois, será um problema. Aproveitem enquanto algum promotor não o denuncia ao STJD e fique com os melhores momentos do fanfarrão:
Vendo Bullard, é automático associá-lo a Paulo Sérgio Rosa, o Viola. Quem não se lembra das comemorações coreográficas e das provocações certeiras aos adversários? Viola, aliás, poderia ter se tornado um dos grandes ídolos do Corinthians se não tivesse cometido o erro de nos trair. As tais brincadeiras após os gols tiveram tanta repercussão que rodaram o mundo (isso em tempos pré-internet) e acabaram proibidas, num dos primeiros indícios de que os canalhas começavam a destruir o futebol. Enquanto vocês assistem a alguns dos grandes lances de Viola com o Manto Alvinegro, aproveito para induzir um pensamento: na minha opinião, o negão jogava mais que o Gordo. Atentem também às cobranças de falta, escanteios e cruzamentos de Neto e do Demagoguinho. Dá até desgosto se pararmos para pensar que faz um bom tempo que não sai um gol a partir de uma jogada da linha de fundo.
São coisas assim que tornam o futebol imprescindível.
02 dezembro 2009
O samba é a corda, eu sou a caçamba
"O tempo vai passando e o samba vai seguindo
O povo está feliz, cantando, sambando e sorrindo
E assim vamos nós tirando esse som que de dentro do peito nos sai
O samba balança porém não cai
Vem de alguns anos atrás essa grande estrutura
Pro samba poder suportar qualquer temperatura
Vem onda, sai onda e o samba está sempre aí
Firme e forte, com força para resistir"
Quando esta alma preta que desceu em cavalo errado fala de samba, a desconfiança sempre está presente. Só que eu gosto de ir onde o povo está, e nego batendo no couro do pandeiro me hipnotiza da mesma forma que uma bola no barbante. Criado no Estado da Guanabara - só podia ser lá! - para prestarmos tributo ao batuque, o 2 de dezembro é dia de celebrar a emoção que só uma roda de samba consegue proporcionar. Pense em quantas vezes você já chorou num pagode. Se a resposta for zero, recomendo mudança de ambientes...
Não há como não se comover com a riqueza de melodias e, principalmente, com o intercâmbio de energia que existe numa roda. Ao contrário do circo pré-programado das casas de shows, o samba é espontâneo e participativo. Não depende de nenhum palco, precisa só de pessoas. Seu caráter humano e popular induz ao engajamento coletivo, e tal poder faz com que seja tratado como coisa de bandido e marginal - qualquer semelhança com a torcida das arquibancadas não é mera coincidência.
Tenho plena consciência que meu fenótipo gera desconfianças, pois o cabelo grande e a ascendência oriental me associa rapidamente ao rock ou a qualquer outra coisa menos digna, tornando natural a torcida de nariz. Ainda assim, lembro que o samba é a pura representação sonora da mestiçagem característica do Brasil.
Cantemos todos nesse Dia do Samba para espantar os males, fulgurar nossa identidade cultural e - por que não? -, nos aquecer para o Carnaval que já está logo aí.
Salve o batuque! Salve a África! Salve o Brasil!
01 dezembro 2009
Um comentário
Circula pela rede blogueira um texto da Leonor Macedo, mão cheia de primeira que sempre manda palavras belíssimas sobre o Corinthians. O troço está sendo republicado a torto e a direito e o meu mano Filipe, do AnarCorinthians, adicionou ao manifesto uma importantíssima introdução.
Apesar de reconhecer a importância do que foi escrito - ela exalta o corinthianismo -, discordo de alguns pontos e registrei um comentário lá no blogue do Filipe, reproduzido aqui também. Segue:
"Mano, a única ressalva que eu faço é a ocasião em que essas manifestações acontecem. Meia dúzia de gente vem criticando os atos tão anticorinthianos da diretoria há tempos. A grande maioria, porém, ignorou tampão e sua diretoria fazendo e falando merda - e há indícios de que ele cortejará a puta ano que vem -, técnico jogando a toalha faltando metade do campeonato para ser disputado e jogador vagabundo entrando em campo de chinelo. O roxo é aceito. Ingresso a R$500 é tolerado.
Antes que tirem conclusões equivocadas, ressalto que as palavras brilhantes da Leonor são certeiras, assim como outros textos que ela já fez para exaltar o corinthianismo. No entanto, seria importantíssimo que todo mundo fizesse essas indagações e contestações diariamente, porque a indignação com o anticorinthianismo tem de ser constante. A pauta já estava aí há muito tempo, mas a impressão é a de que a gente só se manifesta para responder aos ataques dos abutres, e guerra nenhuma se ganha na defensiva.
A partir daí, aprofundemo-nos no raciocínio, que para mim é o foco central do debate. Qual a razão desse comportamento do time e da diretoria? Por que havia tantos "torcedores comuns" aplaudindo a atitude do comedor de acarajé? Por que, mais uma vez, usam o Corinthians para colocar em xeque a lisura de um campeonato? A resposta está na morte do futebol alicerçado na paixão - ou na irracionalidade e na ignorância, como bem lembrou a Leonor. São esses pontos corridos e essa higienização moral, social, política e econômica que abrem espaço para tanta influência de fatores extracampo. Particularmente, o Corinthians ainda é o pilar mais forte do futebol na essência.
Finalizo afirmando que, enquanto somos fortes como Corinthianos, não somos unidos o suficiente para disseminar o corinthianismo. Nos acomodamos com a tal "mística" da Fiel, mas essa tática só nos prejudica quando estamos sobre um terreno em que o amor incondicional pelo clube é tratado como desvio de comportamento inaceitável. Temos, por exemplo, de suportar um juquinha ou um imbecilzInho como porta-vozes de uma torcida da qual eles nem fazem parte, alimentando a indiferença dos futuros corinthianos com relação aos rumos do seu próprio time. E aí corremos o risco de ver alguém com o comprometimento da Leonor tendo suas palavras utilizadas de maneira indevida, servindo a interesses de gente tão suja quanto o texto quer combater."
Aproveito, ainda, para perguntar novamente: CORINTHIANO, VOCÊ JÁ SE ARMOU PARA O ANO DO CENTENÁRIO?
30 novembro 2009
Anti-futebol
Como foi bom voltar de Campinas escutando no rádio os abutres desesperados. A carniça não pensou duas vezes para responsabilizar o Corinthians pelo ocaso leonor, constatando só agora o que a gente vem dizendo há quatro meses: os jogadores estão de férias. Vejam, por exemplo, que as donzelas descontroladas esquecem do estrondoso 4 x 2 que levaram na mesma tarde. Parece até a postura de um time vermelho - seria de vergonha? - que chora desde 2005 por não se lembrar que perdeu o campeonato daquele ano devido à derrota diante de um Coritiba rebaixado.
Vos digo, senhores, que essa derrota para o rubro-negro não me deixou mais ou menos puto que nos pós-jogos contra a brisa paranaense, a mentira verde do Planalto, o nauticu ou o botafogo. Me deixa puto ver o Corinthians sendo roubado toda rodada, com três pênaltis inexistentes assinalados contra nós nas últimas três partidas.
Há de se ficar puto, ainda, com a palhaçada da Polícia Militar contra as Torcidas Organizadas, que foram levadas para um city tour nos arredores campineiros e só entraram no estádio aos 30 minutos do segundo tempo. Emputece-me também aquele bando de caipira num sepulcral silêncio durante os 90 minutos, manifestando-se apenas quando o Gordo dá um migué e sai de campo. É esse, diga-se, o futebol sem as organizadas que as vozes da verdade tanto querem.
Mas o que deixa puto, de fato, é essa fórmula ridícula de pontos corridos que não me destrói a semana depois de uma derrota do Coringão, como seria o natural. Essa indiferença é exatamente o que os assassinos da bola pretendem impor em larga escala pelos estádios - nos sofás do PPV isso já está consolidado -, acabando de vez com paixão que move o próprio esporte há décadas. Vale refletir se nos mata-matas teríamos esse monte de mala voando para lá e para cá ou os erros crassos dos canalhas do apito decidindo o título. Pelo contrário, as coisas seriam resolvidas do jeito certo, como homens, dentro das quatro linhas, inclusive com a porrada comendo solta se preciso for.
ÓDIO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO!
P.S.: lamentável o babaca que invadiu o campo e apanhou do bandeirinha. Se vai invadir, não me faça um papelão desse... Espero sinceramente que não sejamos punidos pelo STJD - essa vergonha do futebol brasileiro que absolveu os leonores num caso idêntico -, até porque foi a própria CBF que nos empurrou goela abaixo esse jogo no interior.
27 novembro 2009
Sujo e o mal-lavado
Coisa rápida. Outro dia, incitei os amigos a desmoralizar aquela eleição babaca da Aceesp, nada mais do que uma celebração da pior casta na imprensa brasileira. Enquanto isso, um talzInho começou a puxar o saco do presidente da referida Associação depois de umas denúncias sobre venda de carteirinhas, provavelmente com a intenção de tentar alguma vantagem em coletivas e eventos. O resultado do cortejo foi um fatality em forma de nota oficial, muito parecido com o que havia levado do técnico Mano Menezes no último fim de semana.
Mas o que eu quero dizer é o seguinte: trata-se do sujo falando do mal-lavado. De um lado temos um irresponsável babaca, uma boca de latrina servindo dois perversos do futebol (em tempo, a voz da verdade e o padrinho da Cincinato Braga). De outro, há uma entidade estéril que não fiscaliza a atuação da mídia esportiva e, portanto, abre alas para a atuação desses irresponsáveis.
Abaixo, reproduzo um resumo das melhores frases nessa briga de ratos.
- Inho: Ricardo Capriotti mudou a cara da ACEESP que sempre foi dominada pelo que de pior existia no jornalismo. Gente como Flávio Adauto e Sérgio Carvalho, asseclas de um sistema corrompido, que por anos beneficiou os que agiam como eles.
- Aceesp: Com a pretensão de solidarizar-se com a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo e em especial com seu presidente Ricardo Capriotti e com o conselheiro Paulo Calçade, em razão de criticas (sic) e denúncias revanchistas de pessoas que foram expulsas de nossa Entidade, o blogueiro Paulo Cezar de Andrade Prado excedeu-se e atingiu grosseiramente os ex-presidentes Flávio Adauto e Sérgio Carvalho, que durante várias gestões prestaram relevantes serviços à categoria e à própria Associação.
- Inho: Estou bem à vontade para falar de Calçade. Além de nunca ter falado com ele, sei que não é admirador de meu trabalho.
- Aceesp: Por termos a absoluta certeza de que as acusações são levianas, inadequadas, antiéticas, desrespeitosas e sem o menor fundamento, as repudiamos veementemente. Atitudes desse nível só servem para depreciar e desacreditar a honrada classe dos cronistas esportivos.
- Inho: Os profissionais de imprensa que desejam dar um fim a esta situação precisam deixar de se omitirem e cobrar das autoridades competentes a punição a esta quadrilha.
- Aceesp: Lamentavelmente, o credenciado Paulo Cezar demonstra desconhecer a história de lutas de nossa Entidade e os relevantes serviços prestados pelas administrações que antecederam a gestão atual.
26 novembro 2009
Hora da Patrulha
Edição participativa da Patrulha - que há tempos não aparecia - motivada por alguns fatos meio estranhos dessa terra outrora boa e da garoa. Desaba tudo por estas bandas. É Rodoanel com contratos suspeitos, é sino da Catedral da Sé, é teto de igreja protestante, é lago no Parque do Cambuci, é cratera na Linha 4 do Metrô... A única coisa que não cai mesmo é pedágio e o IPTU. Esse último subirá bastante ano que vem - o troço ainda está em votação na Câmara de Vereadores, mas a truculência habitual dos pelegos irá garantir a aprovação do abusivo aumento.
Depois de tanta obra mal-feita e mal-planejada, foi natural o abalo nos números das pesquisas de intenção de voto do vampiro presidenciável. Como tudo está indo abaixo no governo demo-tucano, venho pedir que ajudemos a campanha do Serra para o ano que vem, criando um slogan a partir do mote "SP descendo a ladeira". Temos que dar um upgrade na candidatura de quem, provavelmente, vai perder de novo.
Adianto que já existem algumas pessoas engajadas na campanha serrista, só que muitas delas não são, como podemos dizer, dotadas de atividade cerebral capaz de criar uma frase apelativa o suficiente para alavancar nosso ditador até o Planalto. A fim de acordar o ímpeto criativo de todos, deixo como sugestão trechos de algumas músicas, até porque essa turma adora usurpar o cancioneiro popular durante as campanhas:
- Vai sacudir, vai abalar
- Puta que pariu, pisa no freio Zé!
- Meu mundo caiu
- Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima
- Aí foi que o barraco desabou, nessa que meu barco se perdeu
- Vamo simbora prum bar. Beber, cair, levantar
Colabore! E sorria, São Paulo.
25 novembro 2009
Capital informação
Sempre associadas ao lazer, as investidas na internet geralmente são tratadas como "algo modernoso para fazer graça" ou então só se transformam em realidade quando sobra alguma verba no orçamento do marketing. De fato, o fator diversão é quase que a impressão digital do troço, mas divertido não quer dizer menos rentável ou irrelevante. Enquanto jornais e revistas impressas vêem suas tiragens desabarem, fenômenos da web transbordam pelos monitores, invertendo toda a lógica centralizadora e, até então, pouco democrática da comunicação.
O grande problema é convencer os donos da grana que ações online podem ser mais rentáveis que os métodos convencionais de comercialização, além de gerar outros ganhos paralelos (quanto à imagem, por exemplo) se a estratégia for ética e bem planejada. Mais complicado ainda é colocar nas cabecinhas dos preenchedores de planilha que Orkut, blogues, Twitter e similares são um ótimo canal de divulgação totalmente monitorável, o que evita prejuízos. E por que raios este comunista está tão preocupado com esse papo de bizine$$? Oras, porque o socialismo ainda não foi implementado e eu tenho que pagar minhas dívidas aos capitalistas de merda...
Para tanto, estive nesta quarta-feira na apresentação de um belo estudo da E.life e da In Press Porter Novelli sobre alguns traços de comportamento do internauta verdamarelo. Dentre as inúmeras informações oferecidas, as que mais me chamaram atenção foram aquelas relacionadas às ferramentas mais populares e o seu uso.
O Twitter lidera absoluto, o Orkut está em segundo e os blogues vêm na cola. Juntos, os membros do pódio possuem quase 80% dos acessos, sendo que só o Twitter fica com 38,5%. Quanto aos motivos que fazem as pessoas utilizarem as mídias sociais, a grande maioria dos twitteiros querem ler notícias, divulgar conteúdo próprio e buscar informações de interesse pessoal. Os orkuteiros já são um pouco mais dispersos e gostam mesmo é de manter contato com amigos e passar o tempo. E nos blogues, o comportamento é semelhante ao do twitter, o que reafirma a enorme congruência entre essas duas plataformas.
Há também algumas curiosidades. Entre os que fizeram registro em qualquer rede social nos últimos 3 meses, o Orkut desaparece das estatísticas e o Twitter é líder absoluto no quesito. Uma explicação para isso talvez seja o foco em heavy users, grupo composto majoritariamente por pessoas de alta renda e que já tinham acesso à internet há algum tempo - os palestrantes planejam uma pesquisa semelhante entre as classes de menor renda para o ano que vem e adiantaram esperar resultados totalmente diversos. Já na lista de revelações surpreendentes, apesar do processo gradual de perda de relevância, publicações impressas, TV e rádio ainda mantêm sua credibilidade. Isso indica que o brasileiro permanece na antiga prisão psicológica da fonte legitimada por uma grande empresa, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, compartilha o conhecimento de maneira ilimitada - explica-se, portanto, a queda em tiragem ou audiência da mídia tradicional.
Os slides com detalhes do estudo podem ser conferidos aqui (em .pdf), e eu arrisco outros pitacos sobre tudo isso. É preciso exaltar e comemorar o fato de que reina a preocupação constante com a informação, tanto por parte do usuário quanto por quem a fabrica. Mesmo com a já citada prisão ao tradicional, os internautas também levam muito a sério as indicações de amigos, parentes ou conhecidos. E aí voltamos ao papo sobre a participação da web no sucesso de vendas e de marketing no mundo corporativo. Com as recomendações (negativas ou positivas) sobre compras ou marcas sendo bastante citadas como motivador do uso das redes sociais, precisa falar mais alguma coisa?
*Mais sobre o tema:
- ROI? Não… é ROE!
23 novembro 2009
Vote e desmoralize a ACEESP
A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de SP (ACEESP), uma entidade que deveria ser mais que um agregado de velhos abutres mofentos e passar a regular a atividade da imprensa esportiva, lança votação para os "melhores" de 2009. Se você não tem muito o que fazer até o meio-dia de amanhã, vale passar lá para desmoralizar tanto a associação quanto a eleição. Deixo aqui as minhas escolhas, com destaque para a revelação e melhor site. Serve de protesto contra certas presenças em coletivas de imprensa depois dos jogos... Adianto também que é preciso fazer um cadastro rápido, que provavelmente vai ser barreira para alguns porque ele pede dois CPFs.
Televisão
Narrador: Januário de Oliveira
Comentarista: Sérgio Noronha
Repórter: Luiz Henrique Gurian
Apresentador: Luciana Avila
Equipe de produção: Rede Vida
TV por Assinatura
Narrador: Rob Porto
Comentarista: PC Vasconcelos
Repórter: Edgar Alencar
Apresentador: Smeagol
Equipe de produção: Esporte Interativo
Rádio
Narrador: Hugo Botelho
Comentarista: Oscar Roberto Godoy
Repórter: Funil
Apresentador: Mução
Equipe de produção: Energia 97
Jornal
Reporter: * Consulte regulamento específico
Colunista: Tião Fiel
Equipe: Gazeta Esportiva
Revelação
Revelação: Paulinho
Internet
Site Esportivo: Blog do Paulinho
O modorrento campeonato de pontos corridos 2
Em nome da organização, da "justiça" e do coroamento do "planejamento" que a cada dia esterilizam o futebol, eis aí as rodadas derradeiras desse modorrento campeonato de pontos corridos. Ao contrário do que algumas vozes da verdade propagam, não há como enxergar a mínima dose de emoção em um torneio cujo campeão pode ser decidido por quem não está preocupado com a Hora do Brasil. Mais ainda: provem-me que são os "melhores" aqueles do topo da tabela, principalmente analisando os jogos do último fim de semana.
Exemplo de coração na garganta durante os 90 minutos foi o desinteressado Corinthians entrando em campo para, mais uma vez, ser roubado na cara dura por um sujo que já havia nos prejudicado em 2008 contra um time do mesmo Estado. Além da canalhice do árbitro, os vagabundos em férias remuneradas não apresentaram o mínimo esforço para fazer valer os caros ingressos cobrados do supreendente público de 14 mil pagantes - que o dirigente de olho roxo, a partir de seu bizines no futebol, mande funcionários improdutivos para a rua. De fato, muita emoção!
Contrariando todas as desculpas esfarrapadas em prol dos pontos corridos, o desinteressado Corinthians e a medíocre mentira verde do Planalto - outro que caga e anda - irão determinar o campeão brasileiro de 2009. Dadas as circunstâncias, vos digo, para acender a polêmica: já que é para continuar nessa toada, que o Timão enfie uns 5 no flamengo (que papelão, hein?) e que a bicharada ganhe essa porcaria por uns 10 anos consecutivos. Talvez essa fórmula nociva seja contestada e dê lugar novamente às disputas dentro das quatro linhas que, diferentemente das atuais, não são definidas a partir das benesses do apito e do STJD, aquele antro de bandidos.
Por fim, vale citar nominalmente os culpados - a nossa parte, eu sempre lembro, a gente fez - por mais um trunfo leonor nesse Brasileirão de merda que é a cara delas. palmeiras, flamengo, inter e atlético/mg: não apareçam com choro caso o Corinthians enfie um saco no rubro-negro carioca na semana que vem. Desmascarar times de mentira é a gente fazendo nossa parte. Afinal, para que lotar um Maracanã se o comportamento será igual a uma torcida de vitrine, calando-se quando mais é preciso gritar?
Um viva à modernidade e à europeização do futebol brasileiro.
19 novembro 2009
Menina dos olhos cinzas
Talvez porque os meus são diminutos, desenvolvi uma obsessão pelos olhos dos outros. Dizem que se tratam da porta da alma e, de fato, os olhares demonstram muita coisa, a começar pelo caráter. Aqueles olhos cinzas - eu achava que eram caramelo, mas ela me disse que era cinza - chamaram e pediram minha atenção. Mais ainda, eram enigmáticos.
E eu sou curioso. E eles eram dois quarto-zagueiros impenetráveis. Mesmo assim, consegui corcoviar para dentro daquela área tão retrancada e descobri ali que há muito mais do mundo e do ser humano que ninguém faz idéia. Tudo isso me fez bem.
Muito tempo passou e ainda sou surpreendido e instigado por aquele parzinho tão adorável. Existe algo de inexplicável quando eles cruzam meu caminho, ainda que vez por outra estejam banhados de lágrimas. Triste não são as lágrimas, mas quando sei que é por minha imbecilidade que elas estão ali. Por outro lado, qual não é a explosão de satisfação e felicidade quando eles sorriem mais do que qualquer boca é capaz?
Amo-te, menina dos olhos cinzas. Nesse 19 sempre tão comemorado, venho dizer que ele jamais será esquecido. Por todas as emoções, os sentimentos, fanfarronices, aventuras e confidências impublicáveis. Lembro, aliás, da promessa que fiz em 03/02/2005: "Mas eu ainda consigo um pedaço do coração dessa caminhoneira..." Modéstia à parte, tô nas quebrada, mano!
Feliz cumpleaños, Evones del Caminhones! Regalos a caminho.
18 novembro 2009
Mão na consciência, Corinthians no coração
Quem ainda não está com o espírito armado, é mais do que a hora de se preparar para o Centenário do Sport Club Corinthians Paulista. Há algum tempo a gente vem dizendo entre os blogues amigos que 2010 será, talvez, o pior ano no que diz respeito aos ataques gratuitos, aos golpes e às tentativas de gente pequena se crescer às custas do nosso Manto Sagrado e da nossa bandeira.
Vou além e afirmo que aqueles de visão política progressista - e aqui neste espaço se discute sim política e futebol, até porque as coisas têm muita correlação - irão sofrer em dobro. A analogia entre o antilulismo (ou antipetismo e anticomunismo) ao anticorinthianismo é óbvia: são movimentos cujo foco de ataque é o mesmo - o povo - e cujos objetivos também são idênticos - defender os interesses da elite suja. Não à toa, tanto o Time quanto o Presidente das massas serão combatidos duramente pela abutraiada, invariavelmente por meio da mentira e sempre motivados pela inveja.
Para contra-atacar, precisamos basear nossas ações a partir daquelas antigas ideologias tão enfraquecidas nos últimos anos por conta da maléfica "modernidade", além de nos blindar (e ignorar) das informações vindas de fontes que não têm como único interesse o bem do Coringão. Esqueçam jornais, TVs, revistas e até frutos podres de laranjeiras plantadas na Cincinato Braga. Esqueçam os arautos da moralidade, as vozes soberanas da verdade. Vamos nos aprofundar cada vez mais no conhecimento da Nação Corinthians - e também da Nação Brasil, que neste ano abandonou sua síndrome de vira-latas -, trocando e disseminando idéias em prol do alvinegro. Uma hora ou outra, nossos gritos contra o roxo, contra o panetone, contra Prudente/MS e contra tudo que não estiver ligado às raízes corinthianas serão dominantes.
Destaco, finalmente, a nova seção do menu à esquerda deste blogue, chamada Corinthianismo, que irá reunir os textos que mais me chamarem atenção nesse sentido. Mais do que auto-explicativo, os três primeiros links são do Filipe, do AnarCorinthians, que faz um trabalho inédito e brilhante de recuperação histórica dos nossos primórdios, tão essenciais mesmo depois de cem anos de vida. O layout do troço ainda vai mudar, e tentarei deixá-lo mais participativo e abrangente.
À luta, família!
17 novembro 2009
O que nos chama 2
Volto com uma listagem das palavras-chave mais interessantes que renderam a este espaço alguma visita pelo Google. A ferramenta de busca, aliás, me alertou para algo que já havia sido dito nessas discussões de nerd pela internet: o rankeamento de páginas - que custam às empresas uma bela grana na otimização - varia de acordo com o teu login.
Duvida? Já parou para ler aquele web clip que fica sobre o Gmail? Tem tudo a ver com o que você anda falando nas mensagens que chegam na caixa de entrada (inclusive o conteúdo das mesmas). O Google, senhores, vai dominar o mundo porque ele sabe TUDO sobre você. Lugares onde vai com freqüência, amigos que mais ou menos gosta, qual o carro você tem, o número dos seus celulares, CPFs e contas de banco. Tudo!
Mas vamos amenizar o tom apocalíptico dessa prosa com algumas pérolas que nos referenciou no último mês:
- os 2 cpfs do paulinho
- edgar alencar "sportv" (o repórter bambi ainda sofre por ter invertido, numa reportagem, o tabu no confronto direto do Corinthians com os leonores)
- "sao paulo é paulo porque paulo" download
- a vingança é prato que se come cu
- abandonada também é cantada pela roberta miranda? (???)
- assistir sentado copa 2014
- cabloco (sic) que anda de machado da macumba
- comercial da rede globo do pripri (pripri! Pripri!!!!)
- fotos do coringão com eddy do iron maiden (eddy... ¬¬)
- macumba para o peito crescer em 1 dia
- muleke zica do baile de cumbica
- no yuotuber nerga carbulosa em amarante
- pleiboi.com.br
- raphael falavigna viado (hehehehehehe)
- tiao galinha vai para a lua?
16 novembro 2009
Eu, hein, Rosa?
Eu, hein, Rosa!
Te manca, segura essa banca, que escrupulosa!
Eu, hein, Rosa!
O meu jogo é na retranca, área muito perigosa.
Você parece que nem lembra mais de tempos atrás
A tua figura era vergonhosa
E eu me dividi querendo reconstituir
A quem hoje me vira o rosto assim
Mas eu nem me abalo
Você vai cair do cavalo
Quando precisar de mim
Eu, hein, Rosa!
Vem mansa porque a contradança é mais audaciosa
Eu, hein, Rosa!
Apelar pra ignorância é uma coisa indecorosa
Eu acho que estou é forçando demais as cordas vocais
Você não merece um dedo de prosa
E pra resumir faço questão de conferir
Se se quebra ou não um vaso ruim
Saia no pinote
Senão vai ser de camarote
Que eu vou assistir teu fim.
(João Nogueira - PC Pinheiro)
Curtas da semana curta
- O Corinthians foi novamente roubado no domingo. Mesmo no ritmo de casados e solteiros, o Corinthians anda sendo sistematicamente roubado nesse Brasileirão. Só isso eu tenho a dizer sobre outro péssimo jogo do modorrento campeonato de pontos corridos. Ao mesmo tempo, sábado tivemos um outro gol impedido contra um time minúsculo e ninguém tocou no assunto.
- Ainda sobre Corinthians, é consenso entre alguns poucos "loucos, radicais, retrógrados e inconseqüentes" (é assim que somos definidos pelos fãs da máfia juquinha) que o clima para o Centenário do ano que vem será de guerra. Seremos perseguidos, roubados e sempre contestados. Falarei sobre isso mais adiante, mas por enquanto fiquemos com a carta-base da resistência, escrita obviamente pelo Filipe.
- 18 anos depois, a Falha, naquela cara-de-pau característica, diz que FHC reconheceu seu filho fora do casamento e, num passe de mágica, transformou uma canalhice num ato heróico. Vale lembrar que o caso, mais conhecido em Brasília que telefone de puteiro, foi denunciado há quase dez anos pela Caros Amigos e ninguém repercutiu. Engraçado, hein?
- E sobre mais um desastre nas obras do governo de SP com a queda das vigas do Rouboanel, ninguém vai falar?
- Até um anão de jardim ameaça o ínfimo de dois CPFs. Santa credibilidade, Batman.
- Passei a moderar os comentários. Fakes e trollas babacas andam infestando isso aqui. Viva a liberdade de expressão!
13 novembro 2009
O mal da liberdade de expressão
Acalmem-se. Apesar o impacto do título, este espaço não vem propor a volta da censura. Muito pelo contrário, a democratização até certo ponto exagerada que a internet proporciona é bacana, obviamente quando seguida de responsabilidade. Há, no entanto, gente muito ruim e mal-intencionada que, não se sabe o motivo, virou referência de moralidade e justiça - sobre isso, falamos aqui. Esses tipos exageram tanto nas bobagens que nos fazem chegar ao ponto de lamentar a liberdade de expressão.
No meio desse bolo de arautos da retidão, há um talzinho que todos conhecemos. Aquele com dois CPFs e cara-de-pau suficiente para, simultaneamente, ficar devendo R$13 numa locadora de vídeo e cagar regras diariamente em seu blogue. O sucesso de audiência que o alavancou para a calçada da fama, vale lembrar, se deve justamente ao fato dele ter sido outrora linkado no maior portal brasileiro, às custas do padrinho famoso.
E aí, diante de tanta insignificância, você pode se perguntar: para que gastar vela para defunto tão ínfimo? Porque, meus caros, quando insultam um amigo teu, você precisa se manifestar. O talzinho tem todo o direito de galhofar dirigentes de clubes e federações, técnicos e jogadores milionários, políticos e o escambal, mas não o de interferir na vida pessoal de um desconhecido usando a mentira como ferramenta. Os peixes grandes têm por onde se defender mais facilmente, as pessoas comuns só tem os seus para contar - e nesse contexto mora a crítica à "liberdade de expressão".
Voltemos ao escopo. Todos que se dignam a sair de casa para enxergar o mundo e descrevê-lo a partir da experiência vivida sabem que o Seo Cruz, a voz feroz do blogue Cruz de Savóia, é o Raphael, com quem tive o prazer de dividir inúmeras geladas na mesa do bar. Quem não sabe disso, não quer, não precisa ou não merece. No entanto, uma coisa é apontar o dedo na rua a quem adora um holofote e busca fama a todo custo; outra é expor, indevidamente, alguém cujo anonimato é garantido pelo cotidiano e que não deve nada a ninguém. Mas como diz minha mãe, e ela nunca erra, nem todo mundo tem caráter.
Pessoalmente, também há um sentimento de participação indireta pelos insultos desta sexta-feira 13 por conta de um comentário postado e censurado (praxe naquele espaço inóspito) nesse outro texto. Confiram:
"Claudio Disse: O seu comentário está aguardando moderação.
Novembro 13, 2009 às 10:51 am | Responder
Blogueiro Inho é beijador de mãos de Citadini e do ex-poder corrompido do Corinthians.
Nas horas vagas, brinca de ser jornalista e de inventar denúncias sem provas.
'Estranhamente', faz isso no mesmo site que teve como endereço de registro um apartamento na Cincinato Braga.
Apartamento que é freqüentado por empresários e jogadores.
Tudo isso avalizado pelo chefe da máfia, o Juquinha.
Deve ser coincidência."
Quero acreditar que o senhor Paulo Cezar Andrade Prado será ignorado solenemente pelo Terra, portal referenciado e onde trabalha (reitero que TRABALHA e faz um serviço genial, ao invés de ser bancado por um velho de gosto duvidoso) o Raphael. Fora isso, me surpreende um boçal continuar escrevendo o que escreve sem sofrer as conseqüências legais - e por que não físicas? - de suas palavras.
Termino comparando a postura dessa gentinha da máfia juquiniana da moralidade esportiva - e cito os nomes de Vitor Birner, PVC, Paulo Calçade etc. - com a daquele moleque que passa a vida a testar os limites de tolerância dos pais e, ao completar 18 anos, sai pelas ruas matando gente com seu carrão esportivo ou batendo indiscriminadamente nos outros para treinar o seu jiu-jitsu. São todos atos legitimados pela tal liberdade democrática que nos fazem engolir goela abaixo. E convenhamos: nada mais previsível a atitude, já que na riqueza de linguagem e no debate argumentativo, essas múmias não têm nem chance.
12 novembro 2009
O que temos a aprender
O corinthiano está sem muito o que fazer nesses últimos dois meses de 2009 e, depois de uma ressaca antecipada por conta dos dois magníficos títulos no primeiro semestre, só acompanha de longe esse modorrento campeonato de pontos corridos com um sorriso no canto da boca. Tal desocupação abre espaço para pensarmos sobre o futuro e também lembrar de tirar um sarro de quem andou a duvidar da grandeza do Corinthians.
A noite da quarta-feira fez a Fiel dormir com uma sensação de felicidade, mesmo não tendo entrado em campo. Foi-se embora da Série A a imundice do Recife, aquela que renega a própria condição de brasileiro nordestino e se acha a raça ariana - qualquer semelhança com outra imundice que você conhece não é mera coincidência. Um viva dos amantes do futebol pelo rebaixamento do Ixpót, um dos clubes mais sujos e imorais deste país.
Para homenagear o bando de merdas, eis a obra:
Também tivemos uma outra alegria que, paradoxalmente, pode virar um incômodo se analisarmos a ponta da tabela. Mas isso não importa muito ao torcedor alvinegro, porque se não é o Corinthians lá, foda-se. A gente apresenta um outro jogador logo após o fim do campeonato e ninguém vai se lembrar de quem ganhou. No entanto, como por aqui se preza o respeito e ninguém caga e cospe em camisa alheia, fica a galhofa:
Disso tudo, o corinthiano deve tirar algumas lições, porque a vida não é só alegria. Teremos em 2010 uma guerra persecutória contra o nosso Centenário. Portanto, é melhor preparar o espírito de luta desde já. Esqueçam o blablablá de juiz ladrão porque eles vão nos roubar muito e o time vai jogar contra 12 adversários. Esqueçam o que os outros vão falar, mantenha o foco no Corinthians. Mantenha, também, a humildade, e não pise em cachorro morto - a não ser que o cachorro seja uma cadela rosa - para não tomar o contragolpe na mesma moeda. O rebaixamento, o MSI, o velho gagá e o roxo já deveriam ter ensinado isso para todos. A quem ainda não aprendeu, chegou a hora.
VAI CORINTHIANS!
11 novembro 2009
99 não é igual 2009
Está na cara, é óbvio ululante que o apagão da última noite não tem nem traço daquele que, há exatos 10 anos, deixou grandes capitais sem energia elétrica. Em 1999, o país passava por uma crise sem precedentes que se disseminou principalmente nos setores de serviços básicos. Preocupado em estabilizar a moeda eleitoreira às custas do endividamento público, o governo à época se esqueceu de... governar. Uma década se passou, o operário assumiu a cadeira e até lá nos rincões do Nordeste, aquela terra esquecida pelo sul do país, há um postezinho de onde sai um fio para o sertanejo plugar sua geladeira, seu fogão e sua televisão.
Não há crise no sistema, ao contrário do que ocorreu nas últimas duas panes - houve outra em 2001, quando o governo instituiu as famigeradas cotas de gasto mensal. Atualmente, os reservatórios estão cheios e o funcionamento em cadeia evitou que, com a queda nas linhas de transmissão, a distribuição de energia não entrasse em colapso. Porém, foi tudo o que a oposição queria para iniciar nova bateria de ataques contra o governo Lula, e aí entra o fator sorte (ou azar). Além de uma pequena coincidência.
No entanto, antes de revelar essa coincidência, devo ressaltar alguns pontos que me chamaram atenção. O primeiro diz respeito aos meios de comunicação. O rádio ainda se mostra ferramenta essencial e eu louvo o trabalho da Bandeirantes, por onde acompanhei as notícias com César Sacheto, Alexandre Praetzel e Zancopé Simões. Em nenhum momento, surpreendentemente, a emissora politizou o troço, pelo menos até a hora que escutei, - logo em seguida entraria o Zé Paulo de Andrade e aí eu já não posso bancar essa afirmação. Destaco também a clareza com que tratou do assunto o Ministro de Minas e Energia Edison Lobão e o presidente de Itaipu Jorge Samek, trazendo esclarecimentos pouco mais de uma hora depois do ocorrido. Finalmente, é preciso alertar sobre a postura aproveitadora com que alguns vão querer tratar esse apagão, lembrando que em 99 e, posteriormente, em 2001, ninguém contestou o raio inexistente em Bauru (no primeiro caso) e a ingerência no racionamento compulsório de energia (no segundo).
Sem mais delongas, passemos ao dado curioso, sem nenhuma sustentação lógica aprofundada, mas que serve de arma na briga chula que esses abutres vão provocar, tudo em prol de outro golpe. Estampou o Estadão na noite de ontem, pouco antes do apagar das luzes: "Dilma sobe 4 pontos e Serra perde 4 em novo Vox Populi". É...
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Atualizando, são essas pessoas equilibradas quem vão falar os piores absurdos sobre o caso e jogar a culpa no Lula:
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Fazendo outra atualização, deixo o link do interessante debate no Blogue do Nassif, porém já adianto que eu discordo que a ocorrência de ontem seja igual a de 99. Há dez anos, o sistema estava sucateado e não era prioridade do governo. Atualmente, é até obrigação, uma vez que não priorizar a energia elétrica seria enforcar o programa Luz Para Todos.