08 setembro 2009
Febre Alvinegra
Corinthians 4 x 3 Vasco da Gama - 11/07/1993
Pacaembu - São Paulo
Fim de semana sem Corinthians (e teremos outro, por culpa da Globo) deixa qualquer alvinegro impaciente. Como a gente SÓ pensa em Corinthians quando ele fica sem entrar em campo, lembrei do primeiro grande embate que presenciei in loco. Não pela importância na tabela ou pela dramaticidade, ainda que ela também tenha aparecido (cuspe), mas sim porque foi um puta jogaço.
A fim de contextualização, estava em férias escolares e os jogadores voltavam de férias do Paulistão. À época, o Rio-São Paulo era disputado na intertemporada e o campeonato seria perfeito para testar o trio do carrossel caipira, que chegava ao Coringão depois de ter se destacado pelo Mogi Mirim. Os reforços animaram a Fiel Torcida, pois Rivaldo, Válber e Leto se juntaram a Viola no ataque corinthiano e fizeram muitos e belos gols durante a temporada. Junto aos atletas do Mogi, contratamos ainda algumas tranqueiras como Luis Carlos Winck, Admílson e o polivalente Leandro Silva.
Vislumbrávamos no Vasco o principal concorrente pela vaga na final. Os cariocas vinham com um Valdir Bigode inspirado, além de Bismarck, Geovani e o goleiro Carlos Germano. O grupo da primeira fase também trazia Portuguesa e Botafogo, dois de nossos maiores fregueses e que, portanto, não geravam preocupação. Felizmente, a fase de grupos foi tranqüila depois desse partidaço que o Corinthians fez contra o Time da Colina.
Aquela tarde estava perfeita para ir ao Pacaembu. Apesar do inverno, havia um sol escaldante e isso garantiu domingo de casa cheia. Nesse 11 de julho, vale dizer, teve início a minha mania de chegar sempre atrasado. Na maioria das vezes dá certo e quem sou eu para abandoná-la agora, depois de tantos anos. Enfim, assim que saí das bilheterias, escutei a explosão da massa: 1x0 Coringão. Pensei com meus botões que seria barbada, mas logo aprendi mais uma lição. Nunca é barbada, a gente sempre dá um jeito de complicar...
Depois do 1x0, o Corinthians voltou a abrir vantagem, mas os cariocas empataram em 2x2. Deslanchamos com um 4x2 tranqülizador, abalado novamente pelo 4x3 desesperador que durou até o apito final. Válber jogou muito, o Vasco respondia na mesma moeda e eu, lá do canto onde hoje fica o tal "Torcedor Família" (seja lá o que raios isso signifique), não piscava os olhos.
Foram 90 minutos incendiários. Ao contrário da equipe que havia disputado o Paulista, composta por trabalhadores guerreiros e apenas um craque, foi naquela tarde que começava a despontar um gênio da bola, independentemente do caráter desse gênio. Ali, tive a noção do que deve ter representado Neco, Luizinho, Cláudio e Sócrates - esses sim, de caráter ilibado -, artistas que agraciavam não só os corinthianos, mas todos os amantes da bola. Aquilo ali era um pedaço iluminado da história do futebol e não poderia haver ocasião melhor para que isso acontecesse senão num puta jogaço disputado por duas grandes equipes.
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5 comentários:
Esse jogo não me sai da memória, também.
Vencer o Almirante é sempre assim.
Eu estava no alambrado nesse jogo. Com meu Vô. Atrás do banco do bacalhau. Aprendi um vocabulário do arco da velha nesse dia...
VIVA O CORINTHIANS!!!
Eu estava nesse jogo tb...
Legal isso de relembrar jogos que nos marcaram...
Gostei!
Difícil é lembrar de um VASCO x CORINTHIANS, assim mesmo, com letras maiúsculas, que não tenha sido de arrepiar. Te devolvo as lembranças, do alto dos meus 41 anos, com mais um jogaço. Dessa vez, levamos a melhor: 5 x 2, em 4 de Maio de 1980. Os cinco, do presidente. O Corinthians que perdeu esse jogo era um carrossel: Sócrates, Caçapava, Jairão, Amaral e outros tantos. Mas diferente da tarde de 1993, aquele era nosso dia. Sem medo de errar - Um dos maiores clássicos interestaduais desse país, se não o maior. Abraços.
Outro que não me sai da cabeça, e que fez de GIBA meu herói de infância definitivamente, foi o clássico que determinou o fim do tabu de 15 anos sem vencer o bacalhau.
Com uma jogada de MÁRCIO, e a conclusão perfeita de GIBA, o CORINGÃO venceu o Almirante por 0 a 1 em plena Colina.
Se não me engano foi em março de 91. Não sei se esse gol podemos achar no youtube, mas lembro que quase quebrei metade dos muitos quadros pendurados que meu pai tinha na sala de casa...
Ah, meus onze anos...
Não Tô falando que VASCO x CORINTHIANS tem história...? Vamos ficar aqui relembrando uns 300 jogos inesquecíveis. Poucos foram os jogos sem história ou sem emoção.
CLÁSSICO DE VERDADE !!!!!!!
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