20 abril 2011

São Jorge presente


Às vésperas de seu dia, o Santo Guerreiro corinthiano se mostra forte, guardião e presente. Alheio ao marketing, alheio às ações anticorinthianas de quem deveria zelar pelo patrimônio do clube do povo, São Jorge protege seus devotos por meio de lições que podem parecer duras aos olhares desavisados. O zelador maior da causa alvinegra se une aos deuses do futebol e nos mostra o caminho a seguir, obviamente na direção oposta de tudo que está aí.

Indício maior de manifestação que na recentíssima contusão de Adriano não há. Basta lembrar a maneira como foi feita a contratação, desde a tapeação ao empresário do jogador à intenção característica da diretoria de abafar a incompetência geral e irrestrita com a vinda de atletas em franca decadência. Quem não vê a lança certeira de Ogum rompendo milimetricamente o tendão em questão precisa ir ao oculista ou parar de se enganar.

Da mesma forma, é uma afronta a São Jorge o bafafá em torno do suposto interesse na contratação da revelação do time médio da Baixada, numa transação que só iria fazer igualar o Corinthians àqueles moleques que servem ao tráfico de drogas, conhecidos como aviõezinhos. Ou então o modo como é conduzida a construção do tal estádio - sendo que não precisamos de estádio, reitero minha posição.

A massa ignóbil e cega, no entanto, faz a festa. Rendeu-se à valorização dos penduricalhos que antes balançavam somente nas penteadeiras de putas falidas. Transvestiu-se de cores que nada representam nossa Centenária história de lutas e superação, bateu palmas para a mediocridade e clamou por modernidade (adoram o clube-empresa).

Lá de cima, São Jorge balança a cabeça num sinal de desaprovação e decepção ao ver muitos de seus protegidos sucumbindo à falta de convicção, alma e apego ao que há de mais valoroso e sagrado: o Sport Club Corinthians Paulista. Daqui debaixo, o que restamos dos teus fiéis seguidores corinthianos agradecemos as intervenções e pedimos cada vez mais força para uma luta que está apenas começando. Dentro de nossas próprias trincheiras, diga-se.

Saravá, São Jorge!

10 abril 2011

Direto e reto


O post vai na raiva e sem falar sobre obviedades como a incompetência do treinador (que mais uma vez troca um lateral por outro lateral), a necessidade de demissão por justa causa desse tal Castán ou a indecência da diretoria em ficar buscando nomes para o marketing ao invés de reforçar o elenco todo. As palavras aqui ficam para você, torcedor do Corinthians. E especialmente para você, Gavião da Fiel.

A torcida na arquibancada é retrato do clube e o clube é retrato da torcida na arquibancada. De modo que fazer homenagens a quem quer que seja é algo que deve vir do coração, não uma medida para aparecer na mídia. Apoio ao Corinthians durante os 90 minutos é nosso procedimento, mas poupar nomes que devem ser atacados depois do apito final não é saudável e foge do nosso propósito vigilante. Não é possível entender a passividade da Fiel diante de mais uma barbaridade cometida a preços exorbitantes de ingresso, tampouco é aceitável que uma organizada outrora referência nacional esteja tão mais preocupada com outras coisas que não a prioridade Corinthians.

A atrocidade ao futebol vista no Pacaembu deveria merecer mais uma noitada dos vagabundos no vestiário do estádio, seguida de outra visita ao portão do CT e bicudas nos belos carros importados que esse bando de perna de pau ostenta. O que
esses inomináveis que vestem indevidamente nosso Manto fizeram neste domingo foi validar uma mentira que deveria ter sido enterrada há muito tempo.

Ainda há tempo para salvar o que resta desse Paulistão, apesar desse amontoado de derrotados que vivem à sombra de dois títulos conquistados há dois anos. Todo e qualquer campeonato em que o Corinthians entra deve ser vencido ou disputado com raça e alma, em nome dos ancestrais que tanto lutaram pela consolidação do sonho do povo. Hoje, porém, temos qualquer coisa menos a instituição guerreira que se formou na gloriosa várzea paulistana.

Protestos na arquibancada são solitários, quase envergonhados, porque não geram nem discordâncias. Estão querendo acabar com toda a irracionalidade que sempre nos caracterizou tão bem e que sempre manteve o Corinthians no caminho correto. As organizadas saem do Templo Sagrado batucando, felizes, como se uma derrota ali não significasse muita coisa. Oras, ao menos para mim, isso acabou com o fim de semana.

Futebol é coisa séria. Futebol não é diversão nem passatempo de domingo.

ACORDA FIEL!

01 abril 2011

Memorabilia


Em mais um surto dos milhares que me acometem, saiu na tarde de hoje a seguinte assertiva: "jornalista de futebol tem que ser velho. Sempre. E odiar a modernidade". Explico que a raiva incontida foi motivada por mais uma palhaçada do imbecil que atende pelo nome de Tiago Leifert, na Rede Globo, mas não é sobre isso que eu vou falar. Assim que lancei as frases, fui atrás de referências que estão na minha memória e que talvez estariam disponíveis para download. Pura ilusão.

Rádio e TV marcam a vida de qualquer um e, particularmente, tenho uma obsessão pelos logotons antigos dos programas esportivos. Nessa rápida pesquisa, encontrei pouca coisa, mas separo aqui alguns destaques:

- música "Na Cadência do Samba", de Luiz Bandeira, e tema do lendário Canal 100.

- logotom da Rádio Bandeirantes.

- música "Meu Guarda-Chuva", que passava antes do Plantão Esportivo da Jovem Pan AM

- o inesquecível "Show de Rádio", de Estevam Sangirardi, com "o melhoooor lance da jogadaaaa".

- chamada de jogo da Jovem Pan AM, com o famoso logotom e narração de José Silvério.

O que me deixou mais abismado durante essa viagem no tempo é que nenhuma das emissoras de rádio e TV disponibilizam esse tipo de material na internet. Destaco, por exemplo, a ausência na lista acima da música-tema do Desafio ao Galo, que animava nossas manhãs de domingo e, na verdade, era o logotom da TV Record para o futebol.

Fica aqui o apelo para que esse importante pedaço da memória esportiva tenha mais espaço, ao invés de valorizarem idiotas bobalhões que estão acabando com a dignidade do esporte. Em tempo, vale o lembrete: futebol não é brincadeira; FUTEBOL É COISA MUITO SÉRIA!

** Referências para este post:
- Era de Ouro do Rádio no Brasil
- Aimoré Home Page
- Arquivo do Rádio