30 setembro 2008
Certo, Marx
Rápida passada por aqui - esses últimos dias estão com muitas atribuições, impressionantemente -, muito por conta da crise internacional. Só porque ela me fez pensar em tudo aquilo que o genial, o absoluto Karl Marx disse sobre o capitalismo.
Isso nos leva a associar a atual situação a outra análise, cuja frase-síntese se tornou célebre: a história se repete como farsa. Sim, pois a hegemonia econômica ianque não mais derruba o mundo e o neoliberalismo, ao menos na concepção vigente, não se sustenta.
Marx é ultrapassado? Um olhar de desprezo para quem fala isso...
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A frase de Marx também serve de guia espiritual para nossas eleições paulistanas. A tragédia demo-tucana constrói sua repetição por meio de uma das maiores farsas já vistas em pleitos.
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Preparem-se: vem aí a "homenagem" ao jogo das barricas. Detalhes em breve.
26 setembro 2008
Dualib, o cuzão
A saída pela direita de Dualib e Nesi, antecipando o resultado da reunião que iria oficializar a expulsão de ambos do Corinthians, foi a confissão do crime. Responsáveis diretos pelo pior acontecimento na história do clube, os velhos, ao se desligarem do quadro de associados, não fizeram nada mais que a obrigação.
O porém fica por conta do espaço dado a "explicações". Como sempre, Dualib afirma que sua gestão foi vencedora. De novo, não fez mais que a obrigação. Se o Corinthians ganhar um título por ano, aliás, tudo muito normal. Mas os abutres querem dar ao velho a imagem de coitadinho, de pobrezinho. Das duas uma: ou são apoiadores de tudo o que ele fez no Parque São Jorge ou são cooptados por alguma conta de publicidade que a netinha deva ter.
Tirando isso, e ao contrário do que "jornalistas de credibilidade" tentam provar, o desligamento é uma grande vitória do Fora Dualib. Talvez a única, uma vez que eu já disse por aqui que houve um projeto de protesto sem planejamento político e ideológico. Era tarefa do movimento, por exemplo, elaborar e exigir o cumprimento da democracia plena e direta no Corinthians.
De qualquer maneira, foi mais um passo dado à frente. Lembro, no entanto, que o restante da corja ainda está lá - e um é até presidente provavelmente reeleito. O zé povinho ignora isso - aquele mesmo zé povinho que pedia autógrafo pro playboy iraniano -, portanto se faz necessária tal lembrança constante. Assim como é preciso exercitar diariamente o mantra do CORINTHIANS PARA CORINTHIANOS. Mas isso é nosso, é interno e apenas e tão somente do interesse dos corinthianos. Não precisamos do palpite de jornal ou cornetas. E dia 30 a reunião continua valendo, para ratificar e oficializar o fim de uma era nociva.
24 setembro 2008
Tributo ao bêbado
Um ator interpretou há pouco tempo um bêbado na novela das oito. O cara encarnou tão bem o papel que, mesmo fazendo outras participações brilhantes na TV, para sempre será lembrado como o bebum da novela. A mesma coisa aconteceu com a atriz Vera Holtz, a inesquecível professora Santana, ou Renata Sorrah, que encarnou Heleninha Roitmann. Duas grandes atrizes e de variadas facetas. No entanto, mostre uma foto delas para o povo nas ruas e pergunte quais os primeiros nomes que vêm à cabeça.
Esses personagens espocam desavergonhados porque, além de sua comicidade, demonstraram em cena algumas características singulares aos bêbados. Muitos já representaram o álcool e seus efeitos nas artes cênicas, porém poucos conseguiram encarnar a essência.
Dito isso, é preciso explicar que, grosso modo, há três modalidades de bebedores. Temos o alcoólatra, cujo único objetivo é saciar a fome química que o vício obriga. Seu comportamento, na maioria das vezes, é incômodo e até violento. Não consegue viver em sociedade e tende ao isolamento. O outro é o otário, que bebe para justificar um comportamento imbecil e inconseqüente, como matar alguém, ou então para se sentir aceito pelos amigos - e isso denota uma fraqueza de caráter gigantesca. Não tem prazer na bebida, apenas gosta de segurar o copo ou deixar a cerveja esquentando na mesa. Por fim, temos o bêbado.
Ser bêbado é um estado de espírito, e a bebida é o meio de transporte para atingir esse status. O bêbado tem amigos, muitos amigos. Aliás, se tem algo potencializado no bêbado é a fraternidade. São comuns as juras de amor entre marmanjos de butiquins. O bêbado é alegre, bebe para reverter uma ordem e uma realidade que, na maioria das vezes, é repressora e depressiva. Ele vive dentro de um processo de carnavalização constante, mantendo o afã dionisíaco em dia.
Não há barreiras sociais para o bêbado de verdade. Suas intransigências são facilmente contornadas com mais uma gelada colocada no balcão. Aliás, é gelada atrás de gelada. Mas essa quantidade oceânica de bebida não o torna inconveniente. Pelo contrário, apesar da leve alteração, o bêbado sabe exatamente o que está fazendo, mesmo que no dia seguinte a memória venha a falhar.
O bêbado de direito e de fato não chora à toa; tem justíssimas causas, geralmente de benefício universal, porque é solidário ao extremo. O bêbado não xinga à toa, não comete injustiças à toa, não pede a vigésima saideira à toa. E o melhor: quando ele se cansa, ele apenas dorme. Dorme profundamente, sempre esperando a ajuda de alguém menos bêbado que ele (a fraternidade, para um bêbado, é recíproca e ele de fato conta com isso) para pagar a despesa, colocá-lo num táxi ou ajudá-lo na caminhada até em casa e na árdua tarefa de enfiar a chave na fechadura.
Quando ele acorda no dia seguinte e vai trabalhar com aquele gosto de bucha usada na boca, lembra-se da sensação de liberdade, do seu dia de rei, e de tudo que seus irmãos de copo e as paredes do bar ensinaram na noite passada. Aí, o bêbado disfarça a ressaca, volta-se para as obrigações banais daquele mundo vil e espera, calmamente, o fim do expediente para recomeçar seu eterno Carnaval, do qual o bêbado se orgulha profundamente.
23 setembro 2008
Pingados
- Triste notícia vinda do Rio. O Edu Goldenberg avisa que o Rio-Brasília, tratado por aqui anteriormente como um dos meus butecos, encerrou as atividades. Ao que parece, o dono é mais afeito ao dinheiro (incerto) de uma nova empreitada - cujos preços são enormes, segundo relatos - e não dá muita importância à clientela fiel. De tempos em tempos essas coisas acontecem, devo dizer. Já sofri algumas vezes com isso e o sentimento é semelhante ao de ser expulso da própria casa...
- Falando em casa, o Pacaembu vira boate amanhã. Jogo às 22h, tudo por causa do bel prazer da Vênus Platinada. À merda, Marinhos!
- O Sérgio Amadeu demonstra em seu blogue como é viável e, principalmente, barata a proposta de cobrir a cidade com internet sem fio da candidata Marta Suplicy. Responde com precisão os argumentos imbecis da campanha do Kassab, mostrando que o demo possui um vasto desconhecimento da questão.
- Falando em eleições, o que é esse arranca-rabo entre tucanos e demos? Será que o povo não percebe a nocividade desse tipo de comportamento? Para mim, são as entranhas da direita sendo expostas.
- Passemos para 2010. Falha e Estadão lançaram ontem seu rojões ao ar. Ignorando que Lula atingiu sua maior aprovação (mais de 68%), o destaque dos jornalões foi a liderança de José Serra para a corrida presidencial. É mole?
22 setembro 2008
Santa crise
São 11 pontos de diferença com relação ao vice e 13 com relação ao quinto colocado. São 7 jogos em casa sem tomar nenhum gol e apenas duas derrotas em 26 jogos – ambas ocorridas em campo adversário. Temos 55 gols pró e apenas 17 contra, o que garante um incrível saldo positivo de 38 gols, além do posto de melhor defesa e melhor ataque da competição.
Esses são os números da crise corinthiana. E como eles não gabaritam qualquer análise negativa do ano de 2008, toda semana surgem invenções da mídia de abutres. Não contentes com a tragédia ocorrida em dezembro último, querem a todo custo derrubar nossa história e nossa tradição sujando o nome da instituição e de sua torcida - esquecem-se, porém, dos verdadeiros culpados.
Comparando toscamente, o Corinthians está para a mídia esportiva assim como o governo Lula está para a Veja e a Falha. O Timão tem aproveitamento de 74% na Série B; Lula conseguiu hoje uma aprovação recorde de 68,8% - pessoalmente, o presidente é aprovado por 77,7%. Mesmo assim, tanto um quanto outro precisam responder, semanalmente, a uma nova crise construída à base de mentiras por aqueles que deveriam trabalhar apenas com fatos.
Talvez porque jornalista é uma raça de gente pedante e pouco humilde, nenhum dos colegas consegue admitir o erro de estratégia para derrubar o Corinthians (a Globo, mesmo perdendo audiência com nossa queda, vive a lançar pedras sobre o Parque São Jorge) e Lula. Contrariam o que é óbvio, ao ignorar que o povo reconhece aquilo que lhe dá certa dignidade, apesar da campanha contrária.
É grampo para lá, participação de empresário para cá. Coisas que acontecem desde 1500 nesse país e que nunca haviam sido contestadas antes – tampouco são suficientes para flagrar uma conduta imoral ou incorreta. Tente achar, porém, a manchete da altíssima popularidade do presidente no site da Falha. Tente encontrar esses números nada corinthianos (e que, na atual circunstância, não passam de mera obrigação) e tão favoráveis a nós. Você vai ter muita dificuldade. No caminho contrário, e ignorando os fatos, um passeio pela mídia fará você acreditar que o país está uma merda e que o Corinthians vai cair para a terceira divisão. Fosse um outro governo, fosse um outro time... Que maravilha!
De toda maneira, caem algumas máscaras e talvez as pessoas estão enxergando melhor as coisas. A crise, ao que parece, está dentro de quem a inventa.
19 setembro 2008
Descaso com o Brasil
Tonico e Tinoco foi o nome de uma das maiores duplas sertanejas brasileiras, e que terminou em 1994 com a morte de Tonico. Porém, 14 anos depois o irmão Tinoco ainda faz shows por todo o interior paulista, às vezes recebendo uma miséria para cantar alguns clássicos da tradicionalíssima música caipira.
Ricardo Kotscho (ele, de novo) entrevistou Tinoco para a Revista Brasileiros e mostrou a quantas anda o ícone do gênero cuja denominação hoje batiza uma música extremamente comercial e sem nenhum compromisso com o interior do Brasil e seu povo.
A situação de Tinoco é o retrato fiel de um país que abandonou sua própria história.
Confira a entrevista aqui.
Nada como um dia após o outro
Pílulas da mídia, para um bom fim de semana:
- "Kassab admite relacionar obras ainda não concluídas em sua propaganda eleitoral"
Além de reconhecer a mentira, assume-se indiretamente que todas as obras que serão concluídas "até o fim do ano" são de cunho eleitoral. No fim do ano também vem o presente do Papai-Noel. Aguarde, São Paulo...
- Falha de S.Paulo, dia 03 de setembro: “Abin tem maleta de grampo, diz Jobim”
Estadão, dia 19 de setembro: "Equipamentos da Abin não fazem grampos, revela laudo da PF"
E agora, presidente? Vai ou não demitir o ministro Jobim? E o presidente do STF vai pedir nova perícia, para não encontrar nada.
- Manchetes da última pesquisa dão conta que "Kassab e Alckmin empatam", "Marta tem 17% a menos que os outros candidatos somados", "Kassab pára de subir" e outras bobagens. A manchete mesmo deveria ser "Marta consolidada, Kassab e Alckmin disputam os mesmos votos". Essa é a real informação. Será que eu sou pedante demais ou esses jornalistas são todos uns merdas?
- Por fim, a recomendação do brilhante texto do Barneschi, falando sobre a possibilidade do fim do tropeiro no Mineirão. Não duvido nada...
18 setembro 2008
Ainda o Diaféria
Procurando a repercussão sobre a morte de Diaféria, me deparo com esse ótimo texto do Ricardo Kotscho, cujo trecho destaco:
"A demissão de Diaféria deu-se no banheiro da redação num episódio que o Mino Carta diria emblemático daqueles tempos de manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Ao ser cobrado por um chefe, que mais tarde se tornaria celebridade, por não entregar suas crônicas no horário determinado e com o número certo de linhas, ele tripudiou:
'Tudo bem, posso não estar cumprindo tuas ordens, mas eu pelo menos sei escrever, e você não…'"
Senti-me infinitamente amparado por essas palavras, tendo em vista minha atual situação profissional.
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E o Luiz, chegado meu de arquibancada e grande corinthiano (no sentido literal, inclusive), enviou meu texto sobre o falecimento do Diaféria para uma lista. De lá, talvez por imensa coincidência, a coisa foi parar nas mãos de uma sobrinha do grande mestre. Ela respondeu dizendo se sentir honrada pelo tio ter marcado seu lugar no mundo. Dedico, pessoalmente, o texto a ela e a toda a família Diaféria por ter presenteado o mundo com a existência de Lourenço.
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Falando em imprensa, o Nelson Jobim refugou e não apresentou nenhuma prova sobre os grampos ilegais que havia bancado ao presidente Lula. Mais que isso, invocou a censura ao sugerir a extinção da garantia de anonimato às fontes jornalísticas.
Duas perguntas: a imprensa, que grita sempre quando o assunto é liberdade de expressão, vai deixar quieto porque Jobim é um dos principais geradores de crise desse governo? E o Lula não vai demitir o Jobim, como pede o Paulo Henrique Amorim há meses?
17 setembro 2008
Adeus, Diaféria!
Morreu neste 17 de setembro um dos maiores cronistas que o país já teve. Aos 75 anos, muito provavelmente depois de ter visto o Corinthians em campo pela última vez, Lourenço Diaféria nos deixa. Desolados, diga-se.
É um dos últimos exemplos do Cronista com C maiúsculo. Em seu “Coração Corinthiano”, conta a história do time alvinegro a partir da cidade de São Paulo e, ao mesmo tempo, desenha como a metrópole se construía no início do século XX. Com sensibilidade e precisão implacáveis - além de uma linguagem deliciosa -, Diaféria é leitura obrigatória daqueles que amam a capital paulista e/ou o Sport Club Corinthians Paulista.
Pessoalmente, considero Diaféria como um Sérgio Porto da paulicéia. Se o criador do FEBEAPÁ dissecava e disseminava a alma do Rio, Lourenço Diaféria fazia o mesmo com São Paulo, cada qual com o regionalismo característico que a ocasião requisitava.
É provável que sua morte passe batida pela mídia, assim como aconteceu recentemente com Fausto Wolf, outro monstro da imprensa brasileira. No coração de cada corinthiano, no entanto, Diaféria estará sempre presente. Não só por ser o maior historiador do time de Parque São Jorge de que se tem notícia, mas também por ter mostrado as coisas simples, honestas e humanas de uma cidade cada vez mais fria e impessoal.
16 setembro 2008
Mais do mesmo (e piorado)
Cansa ficar escutando as abobrinhas do candidato demo em sua campanha. Dois meses depois de iniciada a corrida eleitoral, o talzinho somente agora lança seu programa de governo. Talvez só agora conseguiu copidescar o programa da Marta.
A cara-de-pau chegou ontem ao limite. A propaganda kassabista informa que ele vai isentar autônomos do ISS. Déjà vu? Não, meus caros. A candidata petista já havia proposto isso há um mês. Só falta agora ele inventar que vai colocar retransmissor de internet pelos prédios da prefeitura...
Encerro com uma frase do alcaide sobre suas realizações: "Kassab enumerou projetos de sua gestão, como o plano de cargos e salários para professores". Sorte a dele que os professores da rede municipal são proibidos por lei de comentarem essa asneira. Minha Evinha, por exemplo, irá morder os cotovelos.
15 setembro 2008
Globo bandida! Modernidade bandida!
Por imposição da Rede Globo – cujo discernimento chama os terroristas golpistas da Bolívia de “grupos rebeldes” e o MST de “invasores bandidos” -, o horário do jogo entre Corinthians e Bragantino, marcado anteriormente para o dia 23, passou para o dia seguinte, uma quarta-feira, às 22h.
Não bastasse o absurdo da mudança, a diretoria alvinegra e a CBF permitem também um horário desse. Visando somente a recuperação do futebol no seu Ibope, haja vista a queda de 11% já citada por aqui, o câncer do país mostra pra todo mundo, mais uma vez, quem é que manda no futebol brasileiro.
Ao contrário do que deveria ocorrer, ninguém se manifestou contra a medida, ignorando os gigantescos prejuízos a quem realmente interessa: o torcedor. O jogo vai acabar à meia-noite, quando não haverá mais metrô e os ônibus estarão em número reduzido. A lógica é “valorizemos os torcedores de sofá e fodam-se os marginais”.
Eis a modernidade e sua lógica mercantilista. Porque quem vai ao estádio caga e anda para a Globo. E a recíproca é verdadeira, já que a emissora carioca quer mesmo é fechar cada vez mais seu controle sobre tabelas e até regulamentos. A torcida no estádio só serve para o Galvão bradar suas asneiras como “jogos das famílias” e para neguinho usurpar cantos das massas colocando letrinhas para os “torcedores médios” acompanharem de suas casas, acomodados e aproveitadores que são.
É cada vez mais necessário organizar as torcidas para algum tipo de boicote ou protesto contra essa merda de rede de TV (aquela do Eurico Miranda e da torcida do Vasco foi genial...). A luta a favor do futebol tem diversas frentes, e esta é uma delas. Os inimigos precisam ser detectados e combatidos, caso contrário iremos conviver com absurdos cada vez maiores.
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O que fizeram com a maravilhosa fachada do Pacaembu? Destruíram um patrimônio histórico e deixaram o glorioso Estádio Municipal com uma cara de CEAGESP. Depois de Maluf, que derrubou a Concha Acústica para levantar o horroroso Tobogã, surge o mais novo filho do malufismo (vale sempre lembrar que o Kassab foi secretário de planejamento do Pitta) e destrói a entrada principal. Isso sem contar a pintura da reforma, feita há menos de seis meses e já toda descascada. Exemplo de administração!
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O Domingo Espetacular exibiu uma reportagem tratando da “crise” no futebol. Apesar de ser a Record, não atribuíram a culpa da tal crise em quem merece – dirigentes, CBF, Globo, empresários de jogadores. Generalizaram e jogaram o problema na conta institucional dos clubes (menos um, que teve propaganda gratuita inclusive, provavelmente a mando do diretor de marketing em comum). Para provar que os estádios andam às moscas, utilizaram imagens do último jogo do Corinthians. Pera lá! Tínhamos 25 mil pessoas no sábado. Isso é vazio??? Faltaram com a verdade e, novamente, associaram a palavra crise ao Coringão. Abutres.
Inversão de manchete e a mentira martelada
Ainda no ritmo eleitoral do último post, sigo nessa segunda avaliando um texto da Falha. A manchete é de explícito favorecimento a Kassab, candidato do tucano Serra: "Imagem de Kassab melhora com campanha eleitoral". O que é mostrado durante a matéria, no entanto, é uma interpretação um tanto quanto parcial da pesquisa de imagem dos candidatos.
De fato, Kassab melhorou em vários aspectos com relação a sua imagem perante o eleitorado. Atribuo essa melhoria à martelação da mentira citada no post da sexta-feira, já que o atual prefeito se apropria de obras alheias - a maioria são realizações de Marta Suplicy - e maquia a realidade. Mais ainda, a Falha acentua o grande destaca obtido por Kassab na avaliação: é o mais preparado para limpeza. Só se for étnica...
Deixo abaixo o gráfico publicado pelos Frias. Notem que se há algum destaque é a consolidação de Marta nos quesitos que mostram o melhor preparo para governar (mais preparado para Educação, Transporte, Trânsito, Habitação etc.). Outro que se sobressai é Maluf, com a maioria dos destaques negativos. Vejam:
Mais tarde volto com algumas considerações futebolísticas.
12 setembro 2008
Esclarecimentos pertinentes
Peço desculpas a quem não tiver o interesse, mas este blogue seguirá cada vez mais o ritmo eleitoral até o dia 5 de outubro. E justamente por isso, saibam o tom: aqui é Marta, Aldo Rebelo e Gustavo Petta. Quem (infelizmente) não quiser ler sobre o pleito, pode descer este post e passear pelo restante do conteúdo.
Dito isso, adiante. O atual prefeito Kassab detém a grande maioria do tempo de TV e rádio na propaganda política. Fruto de sua aliança com Orestes Quércia, cuja fidelidade política se assemelha a de um cachorro com fome – e não mencionarei outros quesitos, como honestidade. Talvez por isso, e aliado ao fato de que suas inserções na televisão estão muito bem construídas do ponto de vista estético e de linguagem, ele pode desbancar o outrora favorito Alckmin.
Trata-se, no entanto, de uma propaganda baseada em mentiras. As parcas realizações do alcaide foram a tal Cidade Limpa, ao meu ver negativa, pois puniu os pequenos e não fez diferença aos grandes, e a expansão do rodízio, até agora totalmente ineficaz. De resto, inaugurou obras da antiga gestão (como as escolas que substituíram as salas de lata, todas elas eliminadas no governo Marta) e desvirtuou outros projetos importantes, como os Telecentros, as UBSs e, principalmente, os CEUs, que estão sucateados ou foram reduzidos.
Outra grande mentira é a questão da suposta dívida deixada por Marta em 2004. Ao contrário do que mostra a propaganda, a petista deixou superávit fiscal de R$91 milhões no exercício de 2004 e recursos disponíveis em caixa de R$358 milhões no último dia do mandato, segundo balanços aprovados pelo Tribunal de Contas do Município – repetindo a dose de todos os anos de governo. Para mais detalhes, recomendo a leitura do blogue de Favre, marido da ex-prefeita.
É grande, no entanto, a ingerência da administração Kassab. Desde o começo desse mandato vil, São Paulo só piorou. Marta não fez um governo que se possa considerar grandioso, mas promoveu inúmeros avanços. Criou CEUs, Bilhete Único, Telecentros, corredores de ônibus e isenção de IPTU, só para citar as principais medidas. Já a dupla demo-tucana, no primeiro mês de gestão, subiu a passagem (ao contrário da promessa de campanha), congelou a isenção do IPTU, diminuiu o tempo do Bilhete Único pela metade e reduziu a frota de ônibus, causando os já famosos congestionamentos nos corredores. Tudo isso são fatos, assim como é fato o cuspe na própria assinatura que Serra deu, ao sair candidato ao governo do Estado e deixando o “Vagabundo!” e higienista Kassab para nós.
Conforme o ditado, a mentira repetida várias vezes acaba virando verdade. Por essa razão que acho válido todo e qualquer espaço para esclarecimentos. Mais do que partidária, minha motivação para esse texto é baseada na necessidade por uma cidade melhor – ou menos pior.
11 setembro 2008
Clippando
- Cosa nostra
Costuma-se falar que a Falha de S.Paulo é o informativo institucional do PSDB. Eis que hoje o jornal publica reportagem sobre um jantar tucano de arrecadação de verba para a campanha em SP. Conversa vai, conversa vem, e o texto termina assim:
“A Folha comprou pelo valor de R$ 1.000 um convite para o jantar de arrecadação da campanha de Alckmin, ontem, após ser informada de que a imprensa não teria acesso ao salão principal do evento. Por entender que seria necessário estar no local para melhor descrever os acontecimentos aos leitores, o jornal adquiriu em nome do jornalista Claudio Dantas Sequeira um convite para o evento”.
Fosse este um país com uma imprensa séria, ou ainda, com uma imprensa plural, alguém teria todo o direito de manchetear na capa de hoje:
“Folha doa dinheiro para a campanha de Alckmin”
Está, portanto, oficializado e escancarado quais os interesses são defendidos pelo diário do Frias, ainda mais agora, nesse período de eleições.
- Schumacher e Rubinho
O Estadão falou que um grupo da tropa de choque do PCC será solto, segundo decisão do STF. O habeas corpus foi concedido devido a demora excessiva no processo de dez acusados, reclusos há quatro anos por tentarem invadir e soltar mais de mil detentos de um presídio. Quatro anos para provar o que é explícito!
Enquanto isso, o mesmo STF, na figura de seu presidente Gilmar Mendes, atropela todas as formalidades e liberta Daniel Dantas duas vezes em menos de uma semana, condena delegados e juízes e tenta impor ao Congresso uma rapidez na avaliação de novas leis.
- Tome chocolate, pague lo que deve
Outra da Falha: “Sem Corinthians, futebol cai 11% na Globo”.
É só fazer as contas com relação ao faturamento da emissora câncer e renegociar o contrato de transmissão dos jogos. Chega de dinheiro de pinga e subserviência!
- A vingança vem a cavalo
Belíssimo jogo o da seleção no Engenhão. Seleção da Bolívia, lógico, que conseguiu anular os "melhores do mundo". O Brasil, aliás, levou duas cacetadas bolivianas, no campo e no gás. Fora isso, gostaria de perguntar ao goleiro (tsc) Julio César, aquele que foi pra cima do Lula demonstrando patriotismo (e apesar de morar na Itália visando exclusivamente a grana de lá): por que você, que é tão brasileiro, não sabe cantar o hino nacional?
10 setembro 2008
O aniversário no Vico
Ao invés da tradicional dupla cerveja+buteco, neste aniversário mudei os rumos e parti para uma comemoração mais recatada. Fui com Evinha ganhar meus graaaaandes presentes ao Vico d'o Scugnizzo, uma cantina napolitana fantástica do bairro de Pinheiros.
Antes, à tardinha, fui à internet confirmar se eles já aceitavam cartões, coisa que não fazem ainda e que também não depõe contra. Deparo-me, na pesquisa, com algumas opiniões sobre o lugar. Uma lá dizia que o espaço era mal cuidado. Outro reclamava da falta de opções de molho, pois "só tinha de tomate" (???). Um terceiro defenestrava a assistência, chamando-a de omissa e despreparada. Pobres coitados que não sabem reconhecer uma preciosidade.
Primeiramente, devo falar como é o Vico. Trata-se de um pequeno cortiço, onde se adaptou cozinha, banheiros, bares e, no pátio ao fundo, colocaram-se as mesas e um piano antiquíssimo. A entrada é peculiar, e você vai perambulando no meio daquela favelinha até chegar onde interessa. Entre as portinhas coloridas, imagens de santos e fotos na parede.
Aqui, uma primeira dica: há de se chegar cedo ao Vico, principalmente a partir da quinta-feira. A espera é braba, uma vez que quem vai a cantinas tem a obrigação de permanecer algumas horas à mesa.
Dito isso, passemos ao cardápio. De fato, são poucas as opções. Ainda bem. Não há aquelas frescuras modernas que vemos por aí. É tudo ortodoxamente e intransigentemente napolitano, além de delicioso. Pode-se, ainda, optar pela mesa de antepastos, com a fartura e a variedade que a ocasião pede. Porém, não dá para esquecer do couvert, um belíssimo pão italiano ao alho frito na hora, em finas fatias. Acompanhando, um pouco de sardela, azeitonas, manteiga e uma beringela em conserva. Finalmente, para amansar o figueiredo, peça sem pestanejar a barrica com o vinho da casa. Mas experimente antes, porque excepcionalmente ontem ele não estava dos melhores.
Caso todos esses argumentos ainda não forem suficientes para tirar alguém de casa, eis a sugestão matadora. Vá às sextas, chegue por volta das 20h, e aguarde. Não peça o prato de imediato. Aprecie o couvert, belisque algo da mesa de antepastos e seja brindado com uma bela apresentação ao piano do tiozinho que por lá bate cartão no último dia últil da semana. É um maestro, literalmente. Tudo isso é meio caro, mas é um dinheiro bem gasto. Memoráveis as horas de prazer por lá, como as que eu passei neste meu último aniversário.
09 setembro 2008
27
Dizem que a vida tem ciclos e aos 29 ocorre o famoso retorno de Saturno. Segundo a astrologia, é quando o planeta anelídeo está na mesma posição do instante do nosso nascimento com relação ao Sol. Antigamente, costumava dar de ombros para esse tipo de coisa. Porém, os últimos anos com Evinha – que sofreu na pele as transformações vindas dos céus – e uma simples frase do mestre José Arbex Jr. – “isso é cultuado a milhares de anos, portanto alguma razão deve haver” – começaram a me tornar mais crente.
Fato é que para o tal retorno me faltam dois anos, e ele começa, na verdade, aos 28. Por definição, é a hora em que saímos da fase de planos e entramos no mundo “adulto” das realizações. E aí é que está todo o problema.
Eu, por exemplo, só vou sair de casa quando minha mãe me expulsar. Tenho zero vontade de casar e igual ânsia para dividir paredes com alguém. Pode parecer comodismo, mas sou feliz com o que tenho. Até porque o casamento é uma instituição falida, baseada mais na partilha de contas a pagar do que qualquer outra coisa.
Outro ponto interessante é o tal amadurecimento. Que merda é essa? Não quero e não preciso de mais responsabilidades. As que eu tenho já estão de bom tamanho e grado. Ao meu ver, transformaram o alinhamento dos astros numa desculpinha muito da capitalista para vender mais casas, fraldas, planos de saúde e outros artigos de sobrevivência, tudo em nome da independência.
Então, já que é para ser capitalista, resolvi aproveitar o fim de uma era. Passei as primeiras horas do último ano de minha vida inconseqüente em frente à TV a cabo, assistindo a um hollywoodiano filme de ação (Duro de Matar), tomando uma belíssima Brahma da AmBev e recebendo de minha mulher uma mensagem de parabéns (a primeira, obviamente) no meu celular Sony Ericsson. Ano que vem eu encaro a realidade, relendo O Capital.
08 setembro 2008
Pra quando o Carnaval chegar...
No aguardo do jogo entre a Seleção Brasileira e o Chile no último domingo, sintonizei o agonizante Mesa Redonda da Gazeta. Entre opiniões que valem menos que aquilo que o gato enterra, barulhos de xícaras vazando pelos microfones – ou seria a dentadura do Solera no copo? – e uma insuportável dupla de apresentadores, valeu a pena ter perdido alguns minutos por lá.
* Antes, uma breve constatação: a decadência dos programas de debate esportivo é absurdo. Lotados de velhos velhacos, eu não posso entender como essas coisas vão ao ar. Paguem metade do que pagam a esses dinossauros pra mim que eu faço coisa muito melhor...
O outrora obrigatório programa dominical apresentou uma bela matéria sobre um templo muçulmano do interior paulista, cujas dependências servem de abrigo para refugiados de guerra. O gancho seria o líder do templo, que, ao chegar ao Brasil, percebeu que era corinthiano. Mas quem protagonizou a reportagem foi um menino de seus 10 anos ou menos, oriundo do Iraque.
Primeiro, é preciso ressaltar a consciência política do moleque. Falando da guerra e da invasão norte-americana, ele foi certeiro ao apontar os culpados pelo clima de terror implantado em seu país a partir de 2003: “A América (sic)”, diz o garoto.
Emocionante, no entanto, foi ver a paixão do menino pelo futebol e pelo Corinthians. Sem contar seu deslumbramento com o Brasil, já adotado como segunda pátria. Além de arranhar o português, os primeiros versos do hino alvinegro já estão na ponta da língua.
Histórias assim me fazem acreditar, à beira dos meus 27 anos, que as coisas ainda vão mudar, independentemente de Gilmar Mendes, Daniel Dantas, revista Veja e goleiros que desrespeitam o Presidente da República, cobram patriotismo, mas vão fazer fortuna na Europa. Melhor fala sobre o que nos cerca e suas esperanças o Luís Nassif, em uma brilhante análise do momento histórico pelo qual passa o Brasil.
05 setembro 2008
Falha ou não falha?
A Falha de S.Paulo lançou hoje seu perfil de candidatos para a próxima eleição. Sem mencionar o fato de que saiu quase um mês depois do especial do Estadão (cuja qualidade é infinitamente superior e traz até entrevistas em vídeo), o troço demonstra novamente um problema grave e característico do papel higiênico produzido pela família Frias.
Para falar desse problema, porém, devo voltar ao período do início do orkut, em meados de 2004, e mencionar um fato pessoal. Dois anos após a eleição de Lula (presidente, vire cabra hómi!), a Falha fez uma matéria sobre as comunidades do site de relacionamento que tratavam do novo governo. As milhares de “eu odeio”, “fora” e “cadê o dedinho” eram contrapostas com a então inédita Viva Lula, de minha autoria.
Na descrição da referida, falo poucas e boas da Falha, incumbindo-a inclusive do papel de líder da imprensa golpista - o que deve ter gerado algum incômodo entre os jornalistas de lá. Usando a mentira como instrumento, a “reportagem” (sem assinatura) diz que me procurou e não obteve resposta. Fica claro o tom vingativo da coisa, imputando a mim uma imagem de radicalóide inconseqüente. A questão é que eu jamais fui procurado por ninguém.
Eis o mal que assombra a Barão de Limeira. Nessa desculpinha de pluralidade e isenção, uma das características marcantes da Falha é emitir opinião e/ou juízo de valor com a frase “procurado pela reportagem, fulano não respondeu” ou “a reportagem tentou falar com cicrano, mas não obteve resposta”. Engenhoso e criativo, até.
Dito isso, voltemos então ao tema inicial. Fui até o verbete do Gustavo Petta, aquele quem apóio e que precisa ser eleito. Lá, existe um questionário, padrão para todos os perfis, cujas respostas são: “O candidato não respondeu à pergunta”. Clicando em qualquer um dos outros nomes, vemos que o fato se repete. Primeiramente, isso denuncia que o especial foi feito às pressas e muito nas coxas. E nos faz questionar: o candidato não respondeu à pergunta ou não foi procurado para responder? Fica no ar, para o leitor médio, uma sensação de omissão, desprezo ou pedantismo por parte do suposto entrevistado. E a publicação lava suas mãos.
Não mais que isso, temos aqui outro caso de péssimo jornalismo, prática que a Falha realiza com louvor. Porque é visível a diferença entre colocar essa frase e deixar o espaço em branco. Assim como é visível a vontade de emburrecer e afastar o povo da política e das decisões que lhe interessam. Na oportunidade de 2004, cancelei na hora minha assinatura do jornal. Torna-se cada vez mais necessário que um bocado de gente indignada como eu faça o mesmo...
04 setembro 2008
Duas coisas
- Como eleitor do Lula, eu queria saber até quando o presidente irá baixar a cabeça para a editora dos Civita e deixar que a Veja plante crise atrás de crise. Aliás, “crise”, afinal de contas é tudo invenção. Fora que o dia em que grampo telefônico for problema no Brasil, é porque ninguém mais passa fome, a Educação estará um brinco e os hospitais terão leitos ociosos de tanta vaga.
- No começo da semana, entrou aqui no blogue e me contatou via orkut o César, corinthiano que achou este espaço procurando informações sobre a Explosão Coração Corinthiano. Ele me falou que tinha a mesma camisa citada pelo Filipe nos comentários do post “Noite de Corinthians”, e que foi associado da torcida do figuraça Ribeiro.
Aí fiz um esforço de memória e puxei alguns dados daquela bonita época das arquibancadas. Primeiro, devo dizer que rolava a história de que o Ribeiro havia sido expulso dos Gaviões, e acho que foi por causa de alguma mutreta que ele armou por lá. Ele ficou famoso por marcar presença em duas Copas do Mundo, se não me engano. Tudo bancado pelos associados da Explosão e pela venda de camisetas durante os jogos.
De fato, o Ribeirão era meio mequetrefe no que diz respeito à grana. Porém, tratava-se de uma figura ilustre – e hoje mais que necessária – para a torcida corinthiana como um todo. Referências que nos faltam cada dia mais e abrem espaço para o domínio do banditismo e da imbecilidade nas supostas lideranças.
Fora isso, vale dizer que o malandro era camelô e sabia das coisas no comércio. Aliás, daria um baile na diretoria de marquetim do Coringão. Acho que ele até conseguiria desencalhar das lojas a "Mano do Mano", colocando a foto do Wilson Mano estampada.
02 setembro 2008
Salve, Baviera
Conheci neste fim de semana a ouropretana República Baviera. Incrustada num morro próximo à Praça Tiradentes, os bicudinhos bonitinhos comemoraram 50 anos da casa, numa festa em que tive a honra de poder participar.
É necessário, no entanto, lembrar que a grande responsável por me apresentar essa simpática morada na Rua dos Paulistas foi a Evinha. Desde que começamos a nos engraçar, ela me falava de seus carnavais em Ouro Preto (cujos detalhes, por motivos óbvios de total displicência ao masoquismo, nunca quis saber). E de como as pessoas vivam num clima de intensa e verdadeira irmandade.
Fato é que, durante o período do começo do namoro até agora, ela não havia mais voltado para lá. O que me fez partir do Tietê com um receio claro: vão me culpar por isso.
Qual foi minha surpresa ao entrar na casa e ser presenteado com um copo americano por um bixo, que serviu também a primeira das muitas garrafas de Original do dia (o total computado no fim de semana foi de 70 grades). A receptividade dos antigos e atuais moradores foi de impressionar. Apesar de ser nada mais que um penetra no convescote, todos, sem exceção, trataram-me do melhor jeito que um anfitrião pode fazer. E isso foi me emocionando ao longo do dia.
Ao longo do dia também foi chegando uma tonelada de gente. Pessoas da velha, da velhíssima e da antiqüíssima guarda, que desde 1958 seguiram à risca ideais hoje imprescindíveis aos novatos. Aquela coisa de se respeitar o lugar, baixar a cabeça pro mais velho e saber o que a construção branca e azul representa a cada um dos bavieranos.
O ápice do troço aconteceu na exibição de um vídeo comemorativo. Foi quando eu tive a certeza de que aquilo já havia me conquistado o coração. Vi, inclusive, o que significou o incêndio que destruiu grande parte do imóvel há dois anos. Coisa totalmente superada por causa – novamente -, do espírito solidário e fraterno daquele povo.
Comentava com a Eva, já no fim do domingo, que isso é mais um dos valores que se perderam nas grandes e “modernas” cidades. Elementos que nos fazem falta e nos levam à submissão a um sistema de sobrevivência vil e auto-destrutivo. Por isso mesmo, fugir vez ou outra dessa maldição é questão de saúde, mental e física. Ainda mais para um sujeito que, como eu, sempre buscou agregar pessoas em torno de ideais. Mesmo que esses ideais sejam cerveja e festa - e até para isso é necessário o respeito às tradições e a exaltação da amizade. Saí de lá com o coração amargurado, mas com a certeza de que o mundo ainda tem jeito.
Saudações, bavieranos!
01 setembro 2008
Sabe, eu nasci corinthiano
Texto para o Informativo da Fiel e republicado oportunamente aqui, neste dia tão glorioso.
Ser corinthiano é isso mesmo. Não dá para virar corinthiano. Trata-se de uma coisa ligada ao sangue e à alma, e nos faz cogitar uma influência genética. Ao mesmo tempo, é impossível descrever essa condição de existência com uma única linha de raciocínio. Talvez o choro incontido a cada vez que revemos o gol do pé-de-anjo Basílio em 77 seja um exemplo. Talvez o orgulho de lembrar a massa alvinegra invadindo o Maracanã, aos olhos de um incrédulo Nelson Rodrigues. Quem sabe, a emoção do moleque que vai ao Pacaembu lotado pela primeira vez, com a Fiel comandando o time das arquibancadas. Ou então a ode a Neco, Del Debbio, Cláudio, Baltazar, Carbone, Luisinho, Gilmar, Cabeção, Idário, Wladimir, Zé Maria, Biro-Biro, Zenon, Sócrates, Casagrande, Wilson Mano, Neto, Ronaldo, Tupãzinho e Marcelinho.
Certamente, somos intransigentes, radicais, passionais e ensurdecedores, mas não só isso. Mesclamos raças, credos e raízes sociais. Somos o retrato do povo brasileiro e, dessa mistura, saíram a fundação dos Gaviões da Fiel e a criação da Democracia Corinthiana, entre tantos outros feitos. Um amontoado ilógico de características que, no fim das contas, nos leva sempre a uma só direção, a nossa razão de ser: o Corinthians. Parabéns Corinthians! Minha vida, minha história, meu amor!
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Atualizações:
1) a edição desta segunda do programa televisivo Globo Esporte, além de não exibir os gols de sábado, também ignorou solenemente a data de hoje. E ainda tem gente que defende a Vênus Platinada;
2) Sanchez, a torcida não quer você. Aliás, se perguntarem pra torcida, ela não quer nenhum de vocês pelo Parque São Jorge. Desça do pedestal, maldito! E vaza!
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