29 julho 2010
Jogo das Barricas - 3ª edição
Em 2008, meia dúzia de radicais, intolerantes e irracionais corinthianos e palmeirenses que viviam trocando suas farpas por blogues, e-mails e que tais - ainda não havia se disseminado o Twitter - resolveram consertar o ato mais irresponsável das diretorias de Corinthians e palmeiras de sua história. Um dos gaiatos teve a idéia de jerico e o restante não só concordou como ajudou a viabilizar aquilo que viríamos chamar de Jogo das Barricas - a reparação histórica.
Quem ainda não entendeu nada, deve obrigatoriamente visitar o Cruz de Savóia para ter noção exata do que foi a "Taça Augusto Mundell", eternizada e popularizada nos registros futebolísticos como o Jogo das Barricas a que nos referimos. Tal alcunha foi dada graças às esmolas arrecadadas pelas duas grandes equipes paulistanas, mais a Lusa, em benefício do time de Jd. Leonor, numa atitude que nos custou caro pouco tempo depois, com a intervenção na presidência do Corinthians e a mudança do palestra para palmeiras - a própria Portuguesa foi vítima de um dos rolos tricolores, comprando o Canindé depois que ele foi tungado pela escumalha dos alemães.
Pois são essas e diversas outras aberrações da história sombria do time de madame que iremos denunciar, e também prestaremos tributo a todos os nossos guerreiros antepassados. Mais ainda, eis a prova de que corinthianos e palmeirenses (e agora consta que teremos a participação de uma esquadra lusa) conseguem conviver em clima fraterno quando o que está em pauta não é a disputa do maior clássico do mundo.
Assim, a 3ª Edição do Jogo das Barricas será realizada no próximo dia 21 de agosto, um sábado, a partir das 15h. Conseguimos, desta feita, fazer com que o evento aconteça na gloriosa várzea paulistana, local de gestação daquele futebol que todos aprendemos a amar, o futebol do povo. Voltar à várzea, aliás, ganha mais significado porque é um protesto contra a modernidade assassina, tão peculiar daquele clube que temos o prazer de combater.
Pedimos, então, a colaboração de R$20 dos interessados para custear o aluguel do campo e o churrasco que será feito durante e depois da partida. A cerveja e demais bebidas não estão inclusas, mas poderão ser adquiridas a preços honestos no bar da agremiação que irá nos receber. Infelizmente, não podemos divulgar abertamente o local do jogo por questões óbvias. As informações só serão enviadas para quem se identificar via e-mail (cramone99@gmail.com ou cruzdesavoia@gmail.com) e garantir presença. Posteriormente, iremos divulgar uma conta corrente para receber os depósitos. A prestação de contas será cristalina e, caso haja sobra, ela entrará no rateio das Brahmas.
Aos corinthianos e palmeirenses, reforço que essa edição será a "nega", já que os alvinegros levaram a primeira e os alviverdes faturaram a segunda. Quanto aos uniformes, vale a sugestão de levar tanto o primeiro quanto o segundo fardamento, para que os presentes decidam no voto qual das camisas deve entrar no gramado.
Recado final: leve suas moedinhas! Afinal de contas, madame está descontrolada também nos cofres e a intenção é despejar uma barrica cheia níqueis na porta do Morumbi. Contamos com a presença!
Jogo das Barricas - 3º edição
Data: 21 de agosto - às 15h (pontualmente)
Preço: R$20 (aluguel do campo e churrasco)
Inscrições e informações: cramone99@gmail.com / cruzdesavoia@gmail.com
27 julho 2010
Um canalha chamado Juca
Muito do caráter das pessoas pode ser percebido não nas grandes frases de efeito, mas sim nos pequenos detalhes. Num texto opinativo, então, a regra é quase 100% certeira. Temos na imprensa esportiva aquele que talvez seja o mal dos males, o vírus da AIDS da crônica futebolística, que atende pelo nome de Juca Kfouri. Já tratamos inúmeras vezes de quem, neste humilde espaço, é denominado "a voz da verdade".
Porém, não vou gastar saliva repetindo todo o conhecidíssimo modus operandi sujo utilizado pelo pseudo-jornalista, tão valorizado por grande parte da massa leitora brasileira como o totem da moralidade. Irei me ater à última presepada do nobre arquivista, que resenhou o recente filme do Corinthians sobre nosso glorioso Centenário. Lá pelas tantas, Juquinha vem com a seguinte assertiva, tratando das personalidades alvinegras presentes no longa: "Não tem Ronaldo que, estranhamente, pediu dinheiro para falar, assim como Rivelino".
Antes de tratar do ocorrido, parênteses abertos. É preciso esclarecer que Ronaldo só tem um e jogou 601 vezes pelo Corinthians. É um dos maiores ídolos de nossa história e ganhou tudo o que podia na sua longa trajetória no Parque São Jorge. Particularmente, foi o último jogador que mereceu minha saudação das arquibancadas. O resto que temos por aí fazendo hora extra e nos custando milhões, tratemos pelo diminutivo que merece.
Exatamente por conta dessa confusão criada pela homonímia entre ex-atletas, a frase citada ali em cima é canalha. Ela tenta jogar fagulhas de crise na Fiel Torcida, colocando-a em confronto com um dos seus principais ídolos e contra outro grande jogador e ídolo, coincidente e recentemente homenageado pelo clube. Mais do que não esclarecer de qual "Ronaldo" tratava, Juquinha não apresentou provas da acusação grave que fez. E aí a gente faz o trabalho para esses pulhas.
Nosso querido Ronaldo, o grande queixada, está no Twitter. Por lá, indaguei:
- Ô, @Ronaldo601: não vai mudar nada, mas é vc q o Juquinha tá querendo chamar de mercenário por cobrar pela entrevista no filme dos 100 anos?
Ronaldo respondeu:
- @craudio99 não sei quem é, eu já gravei.....agora se vc descobrir me avise. Porque esse cara precisa de ajuda!!!! Ok
E o diálogo prosseguiu assim:
- @Ronaldo601 Eu sabia que só podia ser o Gordo. De qualquer maneira, é sempre bom esclarecer que RONALDO SÓ TEM UM!
- @craudio99 beleza ......
- @Ronaldo601 No mais, esse é o modus operandi do Juca Kfouri e não sei pq ainda insistem em chamar esse babaca pras coisa do Timão.
E finaliza nosso ídolo:
- Só lembrando qualquer duvida em cima do meu nome e só escrever..... Ok
Notem a postura louvável de Ronaldo em perder seu tempo ao responder para mim e, depois, dar uma aula básica de jornalismo a quem se diz jornalista. Como imaginava de antemão, é óbvio que o craque das traves, o "Espaaaaaaaaaaaaaaaaalma Rrrrrrrrrrrrronaldo" da minha infância e juventude, jamais faria algo assim. O esclarecimento, no entanto, era necessário, até porque nos tempos de internet um mal-entendido se espalha como verdade em questão de segundos.
Eis, portanto, o perigo de um canalha como Juca Kfouri ainda ter tanta relevância no meio esportivo, principalmente junto à molecada. Fato inexplicável, assim como a presença constante desse nojento em tudo o que envolve o Corinthians, mesmo ele não sendo corinthiano (que ele grafa corintiano). Mais grave ainda é essa diretoria - principal alvo das denúncias vazias de Juquinha e seus laranjas - permitir boçalmente que ele diga asneiras em registros históricos e oficiais do Coringão. Talvez esses merdas se mereçam, mas que deixem a Fiel e o Corinthianismo fora dessa.
21 julho 2010
18 julho 2010
A volta, de fato
Como fazem falta o Pacaembu, a festa na favela e o Corinthians em nossos domingos! Depois de um escorregão no nordeste, voltamos para casa - que raios esse papo furado de construção de estádio - e ensacamos mais uma vez o galo mineiro. A liderança isolada, finalmente, parece ter tomado corpo e o time começa a engrenar, alheia aos equívocos do treinador. Sobre isso, comentávamos no caminho de volta do Templo Sagrado, subindo a rua Goiás: Mano Menezes SÓ errou nessa temporada, tanto nas escalações iniciais quanto nas substituições.
A desobediência tática de alguns jogadores novamente foi decisiva para que os três pontos viessem, haja vista o posicionamento do time nos lances de perigo e, principalmente, no gol do Coringão - Danilo e Bruno César avançados na mesma jogada devem ter causado faniquitos no técnico. Ainda assim, vamos fazer um esforço para tentar entender o que se passa na cabeça de Mano, avaliando seu trabalho nessa partida. A teimosia na manutenção de Iarley entre os titulares e as inexplicáveis trocas de Dentinho por William e Ralf por Jucilei (não por quem entrou, mas por quem saiu), por exemplo. Não achei relatos de nenhum motivo - contusão ou cansaço - para que Dentinho fosse sacado, assim como não concebo melhoria tática na entrada do Beckenbauer de Ébano como primeiro volante. Isso são fatos, até para que minhas palavras não denotem uma perseguição pessoal ao gaúcho.
Bobagens à parte, vamos louvar a participação de Bruno César, que mantém sua média de boas apresentações e demonstra não ter sentido o peso da Centenária camisa alvinegra. O outro César, o Júlio, também merece palmas por mais uma defesa salvadora, assim como é digno de aplausos o espírito guerreiro de São Jorge Henrique. Porém, existe a lista de coisas a fazer, e é prioridade sanar a alarmante lentidão da dupla de zaga. Falando em zaga, o recado dado à diretoria pelo Chicão ao perder o pênalti foi bem claro: enquanto não me derem a grana e um contrato novo... Portanto, corja, parem de pagar tubos a um ex-jogador que virou socialite e socializem melhor a grana com o resto do elenco.
As duas babas de quiabo nas próximas rodadas precisam ser aproveitadas como um bom treinamento para o grande clássico do dia 1º de agosto. São 6 pontos para ampliar a vantagem em relação aos concorrentes e duas vitórias obrigatórias para nos embalar diante da porcada. Que o treinador entenda dessa maneira. Que São Jorge continue nos iluminando. O Coringão voltou!
P.S.: são lamentáveis as palavras de Andrés Sanchez sobre os estádios no Brasil. Ele faria como fizeram com o assassinato ao Wembley: demolição total. Ainda que lixos como o panetone merecessem esse fim, querer derrubar o Maracanã é de uma irresponsabilidade sem limites. Tal premissa, aliás, é o que pauta a falaciosa construção de um estádio para o Corinthians. Sanchez não respeita tradições e, portanto, não respeita a Fiel. Fora, Sanchez!
15 julho 2010
Na volta, as mesmas lembranças
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O retorno do modorrento Brasileiro de pontos corridos deixou todos nós torcedores ansiosos. Foram 40 dias sem aquele glorioso futebol de verdade e com uma Copa de nível técnico baixíssimo - na verdade, pareceu um Carnaval sem samba essa Copa. Eis que, na quarta-feira, o Corinthians foi enfrentar o Ceará na casa lotada do adversário, e aquilo que tinha de tudo para ser um jogaço por valer a liderança isolada serviu para nos trazer de volta vários aborrecimentos do primeiro semestre.
Antes, vale ressaltar que ambos os times pareciam estar com a marcha emperrada. Erros de passe grotescos, chutes sem nenhuma direção e muita sonolência. Do nosso lado, apenas Bruno César mostrou alguma vontade habitual e foi o responsável direto pelas principais jogadas de pouco perigo do Timão. Também continua impune a pancadaria contra nossos jogadores. Assim, passou-se um mês de treinamentos para que o time jogasse um futebolzinho de quinta categoria.
Algumas outras recordações daquilo que estava faltando no Coringão antes da parada para a Copa? Ausência do Jucilei no meio, ausência do Danilo no planeta Terra, ausência de futebol no Iarley, ausência de vontade (e talvez de caráter) no Defederico, ausência de velocidade da dupla de zaga e, principalmente, ausência de noção tática do treinador. Como, meu São Jorge, o sujeito troca Danilo por Tcheco e Iarley por Souza? Que carajos de substituições imbecis são essas? Isso sem contar o time titular, que entrou em campo com dois anões no ataque e não conseguia chegar à área do inimigo.
Só para não ficar com a fama de ranheta, digo que estou cada vez mais convencido de que finalmente encontramos um camisa 9 decente nas categorias de base. Isso não acontecia desde Viola, pelo menos no meu entender. Que esse moleque corresponda à expectativa de milhões de corinthianos e desbanque esse monte de sem-vergonha que anda encostado no Parque São Jorge, mamando nas tetas de Sanchez, Roxemberg e turba.
Domingo é ganhar ou ganhar no Pacaembu. Vai, Corinthians!
--------------
*Alerta: Este blogue tende a ficar meio às moscas daqui até outubro. Teremos atualizações esporádicas, geralmente depois dos jogos ou caso alguma coisa grave aconteça. Não me condenem, a culpa é do capitalismo.
O retorno do modorrento Brasileiro de pontos corridos deixou todos nós torcedores ansiosos. Foram 40 dias sem aquele glorioso futebol de verdade e com uma Copa de nível técnico baixíssimo - na verdade, pareceu um Carnaval sem samba essa Copa. Eis que, na quarta-feira, o Corinthians foi enfrentar o Ceará na casa lotada do adversário, e aquilo que tinha de tudo para ser um jogaço por valer a liderança isolada serviu para nos trazer de volta vários aborrecimentos do primeiro semestre.
Antes, vale ressaltar que ambos os times pareciam estar com a marcha emperrada. Erros de passe grotescos, chutes sem nenhuma direção e muita sonolência. Do nosso lado, apenas Bruno César mostrou alguma vontade habitual e foi o responsável direto pelas principais jogadas de pouco perigo do Timão. Também continua impune a pancadaria contra nossos jogadores. Assim, passou-se um mês de treinamentos para que o time jogasse um futebolzinho de quinta categoria.
Algumas outras recordações daquilo que estava faltando no Coringão antes da parada para a Copa? Ausência do Jucilei no meio, ausência do Danilo no planeta Terra, ausência de futebol no Iarley, ausência de vontade (e talvez de caráter) no Defederico, ausência de velocidade da dupla de zaga e, principalmente, ausência de noção tática do treinador. Como, meu São Jorge, o sujeito troca Danilo por Tcheco e Iarley por Souza? Que carajos de substituições imbecis são essas? Isso sem contar o time titular, que entrou em campo com dois anões no ataque e não conseguia chegar à área do inimigo.
Só para não ficar com a fama de ranheta, digo que estou cada vez mais convencido de que finalmente encontramos um camisa 9 decente nas categorias de base. Isso não acontecia desde Viola, pelo menos no meu entender. Que esse moleque corresponda à expectativa de milhões de corinthianos e desbanque esse monte de sem-vergonha que anda encostado no Parque São Jorge, mamando nas tetas de Sanchez, Roxemberg e turba.
Domingo é ganhar ou ganhar no Pacaembu. Vai, Corinthians!
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*Alerta: Este blogue tende a ficar meio às moscas daqui até outubro. Teremos atualizações esporádicas, geralmente depois dos jogos ou caso alguma coisa grave aconteça. Não me condenem, a culpa é do capitalismo.
12 julho 2010
Balanço da Copa
A cada edição da Copa, o futebol fica cada vez menos futebol. A vitória da Espanha no último domingo foi relevante porque demonstra qual o tipo de modelo que está sendo valorizado hoje em dia. Aliás, se não fosse a Espanha, lamentaria do mesmo jeito um título de Inglaterra, Itália, Holanda e Alemanha, todos eles pólos do que se adotou como modelo de futebol moderno. É muito mais prejudicial a consolidação dessa bobagem de modernidade que uma vitória da seleção de Dunga, se vocês querem saber...
Como balanço do torneio de 2010, podemos tirar algumas conclusões:
- As vaias ao uruguaio Suárez - responsável por uma das poucas jogadas decentes nesse Mundial fraquíssimo - durante a disputa pelo terceiro lugar foram constrangedoras. Suárez, para quem não lembra, salvou a Celeste de uma derrota no minuto derradeiro da prorrogação contra Gana, tirando a bola de cima da linha com uma cortada à la Gilsão Mão de Pilão. Mandou a olímpica babaquice do fair play às picas e foi premiado com a classificação de seu time para a fase seguinte. E aí a imprensa quis compará-lo a Henry e Maradona, numa inversão de valores terrível. O francês foi, de fato, um canalha e teve sua canalhice punida com um chá de banco e a eliminação vergonhosa da França na primeira fase. A mano de D10s, por outro lado, é totalmente justificável e heróica porque tratou de vingar uma covardia bélica. Quanto a Suárez, nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Sua intervenção faz parte do jogo e foi devidamente repreendida pelo árbitro com a marcação do pênalti e com a expulsão. O resto é choro e desconhecimento.
- Durante o silêncio oriundo da Copa, os canalhas aprovaram no Senado a reformulação do Estatuto do Torcedor (???).
- Chegou em casa uma IstoÉ (e faz mais de dois meses que os desgraçados mandam esse lixo para mim, de graça, num artifício desonesto para aumentar a tiragem) que traz entrevista com o Galvão Bueno. Falam de amenidades e tentam recolocar o péssimo narrador de volta a seu pedestal, inclusive tratando o "Cala Boca Galvão" como mera brincadeira. Esqueceram de tocar no ponto crucial, que foi a ridícula cobertura global da Copa e sua campanha contra Dunga, motivada pela quebra do monopólio e pelo fim às regalias da emissora dos Marinho. Isso não pode ser chamado de jornalismo, mas de assessoria de imprensa. Noves fora, em 2010 diminuiu a influência da contraditória vênus platinada, que exalta a liberdade de expressão para derrubar um treinador e, ao mesmo tempo, processa o UOL pela exibição dos gols da Copa.
- É impressão minha ou a internet aumentou o número de aproveitadores que se dizem torcedores durante a Copa?
- Você se lembra de alguma vez que a escolha do chefe de delegação tenha sido tratada com destaque pela mídia suja? Pois só o Corinthians consegue isso. Os abutres não engoliram até agora que um presidente do Corinthians, por mais filho da puta que seja, tenha representado o futebol brasileiro diante do mundo. Só porque o cara bebe, fala palavrão e não se veste de terno, como faz a maioria do povo?
- Parabéns à África do Sul!
- 2014 está cada vez mais perto.
- A Copa foi tão sonolenta que eu comemoro a volta do modorrento Brasileirão por pontos corridos...
08 julho 2010
Canalhas, deixem o futebol em paz!
Eu, você, seus amigos e parentes que vamos aos estádios sabemos que as coisas andam feias para o nosso lado. Tanto é que o amigo Teo se sentiu no dever de redigir a obra-prima "Estatuto para o verdadeiro torcedor", com a finalidade de separar o joio do trigo e estabelecer algumas regras de conduta óbvias para nós, mas absurdas e ao mesmo tempo necessárias para outros tantos babacas politicamente corretos. Tal documento é, além disso, uma contraposição à besteira homérica do Estatuto do Torcedor, cuja utilidade é a mesma do papel higiênico.
Ocorre que, desde o ano passado, o famigerado documento entrou novamente em pauta no Legislativo para reformas, respondendo a interesses que não os do torcedor. Na verdade, tanto o original quanto sua atualização insistem no binômio torcidas organizadas/violência, fazendo uma associação ignorante e covarde e atendendo aos anseios daqueles que querem transformar o futebol numa chatice mercadológica. Eis que na última quarta-feira, dia 07/07, o Senado aprovou texto do deputado Arlindo Chinaglia - vou me esforçar para não fazer o trocadilho natural - que mexe no Estatuto e traz milhares de absurdos, com destaque para os seguintes:
- O primeiro Artigo escancara o nível da imbecilidade. "É dever de toda pessoa física ou jurídica colaborar na prevenção de atos ilícitos e de violência praticados por ocasião de competições esportivas". Ou seja, incita-se a cagüetagem.
- A censura aos protestos consta na nova lei. Diz o item IV do Artigo 13-A que é condição para o acesso e permanência do torcedor nos estádios: "não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou homofóbico". Deixando de lado o fato de que a definição do que é ofensivo é bem subjetivo e aplaudindo a criminalização do racismo e homofobia, não podemos esquecer que o insulto é condição de existência das torcidas. Dessa forma, terei de tratar os porco e a bicharada por vossa excelência? Se eu xingar o juiz ou levar uma faixa chamando o Andrés Sanchez de filho de puta - trata-se apenas da verdade -, poderei ser banido? Se um desgraçado de um dirigente vende ingressos de arquibancada a R$30, eu tenho que me calar e não posso mandar fazer uma bandeira cobrando decência?
- Ainda no Artigo 13-A, seu item IX afirma que eu não posso "invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos competidores". Ao mesmo tempo, o Artigo 39-A estabelece que "A torcida organizada que, em evento esportivo, (...) invadir local restrito aos competidores, árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas será impedida, assim como seus associados, de comparecer em eventos esportivos pelo prazo de até 3 anos". O novo Estatuto, portanto, ao invés de proteger o torcedor, dá guarida aos principais canalhas do futebol, a saber: jogadores vagabundos, árbitros, dirigentes ladrões e jornalistas abutres. Ficam os torcedores à mercê desses pulhas e qualquer protesto é criminalizado.
- O Artigo 39-B traz que "A torcida organizada responde civilmente, de forma objetiva e solidária, pelos danos causados por qualquer dos seus associados ou membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de ida e volta para o evento". Sendo assim, o Estatuto admite a incompetência da Polícia em gerenciar uma tarefa básica.
Diante de todas essas punhaladas dadas em nosso peito pelo Congresso em favor da modernidade, o prognóstico da morte do futebol para 2014 feito em 2007 está corretíssimo. O próximo passo é instalar ar condicionado e servir canapés aos convidados (as torcidas serão extintas e ficarão nas ruas, e aí sim vocês vão ver o que é violência!), todos eles em trajes de gala nas confortáveis cadeiras das arenas. A cada gol, palmas contidas irão saudar os atletas, todos eles de Cristo, e o público mal irá prestar atenção ao gramado. Telões irão transmitir em HD a partida - pela Globo, que revira o calendário todo ano e não sofre nenhum tipo de punição pelo Estatuto - e auxiliarão os 20 juízes em campo a validar qualquer lance duvidoso. Parabéns, caros assassinos, vocês estão conseguindo destruir o que ainda resta ao povo!
05 julho 2010
Sob as traves alvinegras
Eu, que cresci assistindo a Ronaldo Soares Giovanelli voando em pontes totalmente desnecessárias, que fiz com ele a benza às metas antes de cada partida e na volta do intervalo, que testemunhei suas defesas incríveis e seus arranca-rabos com adversários e companheiros de time, que berrava "Rrrroooooonaaaaaaaaldo" imitando Silvio Luiz em cada gol evitado na pelada da rua, tenho cá um grau de exigência bastante elevado com quem veste a camisa 1 do Corinthians. O goleiro é peça-chave em qualquer grande equipe, é a última barreira, o último fio de esperança da torcida antes de uma tragédia. Ronaldo, ao menos para mim, foi o maior guarda-metas de nossa Centenária História e dificilmente será substituído à altura. Ronaldo, aliás, só tem um!
Antes do apedrejamento por causa da assertiva polêmica, ressalto que Dida foi quem esteve mais perto de ocupar o status do "queixada". Aqueles inúmeros pênaltis defendidos que valiam gols são inesquecíveis, mas sua genialidade era ofuscada pela extrema frieza, coisa tão adversa da alma corinthiana. E apesar de outros gigantes durante esses 100 anos, como Gilmar dos Santos Neves, Ado, Cabeção, Tobias e Carlos, Ronaldo é presença garantida no time de todos os tempos da imensa maioria dos corinthianos.
Tanta introdução foi necessária para falarmos sobre a última substituição do arqueiro alvinegro, saindo o comedor de acarajé e chegando Aldo Bobadilla. Primeiro, falemos sobre aquele que se vai. Irregular, alternava no mesmo jogo defesas impossíveis e frangos homéricos. Custou-nos a Copa do Brasil em 2008 e, meses antes, se mostrou um canalha ao pleitear aumento de salário por ter colaborando com a tragédia de 2 de dezembro de 2007. Alçado ao posto de ídolo por aquele mesmo pessoal que pedia autógrafo para empresário iraniano e que bate palma em eliminação vergonhosa, Felipe abandona o Timão - numa negociação meio obscura, diga-se - e não me deixa nenhuma saudade.
Quem chega tem 34 anos, mas pouco fez de muito excepcional. Na bagagem, consta uma gratidão ao tampão Sanchez e, portanto, é menos provável que nos esfaqueie pelas costas. Do ponto de vista místico, e isso deve ser sempre levado em conta quando se trata de Corinthians, detém o mesmo nome de Aldo Malagoli, grande atleta dos anos 50 e 60 que hoje se dedica aos chocolates aqui perto de casa. E é só isso o que podemos dizer sobre o novo reforço.
Ocorre que me assusta um pouco a distorção de valores da torcida com relação a Bobadilla, pois nem assinado o contrato está e a grita começou forte. Assusta justamente porque acolhem tão bem alguns trastes como Herrera, só para citar o caso mais recente. Sobre quem eu realmente gostaria de ver sob as traves do Coringão, cito aquele Renê, que está no Bahia e passou por Portuguesa e ex-Barueri. Apesar da idade avançada, trata-se de um ótimo goleiro e, além de tudo, é corinthiano de fato.
Nomes à parte, todos os citados aqui como traíras, novidades ou desejos estão no mesmo nível técnico e muito abaixo de Ronaldo, em todos os sentidos. Ao paraguaio, resta a prova do caráter e o restante do Brasileirão para sabermos se trocamos seis por meia dúzia. No prejuízo, tenho certeza, não ficamos.
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** Atualização (06/07): segundo o Lanche!, o comedor de acarajé não vai ser mais contratado para a reserva do Genoa. Temos que ver se o Bragantino aceita ele de volta...
02 julho 2010
Pitacos verdamarelos, o fim
Em 2006, quando fomos eliminados pela França, eu escrevi o post reproduzido abaixo. Vale muito para hoje também, ainda que minha tristeza tenha durado um pouco mais nessa derrota para a Holanda. De todo modo, a vitória do povo virá em outubro, com Dilma presidente, e em dezembro, com o Corinthians campeão brasileiro. E segue o jogo! Valeu, Dunga! Morram, jogadores bunda-moles!
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Que venha o Brasileiro!
Na eliminação brasileira na Copa, semana passada, vi inúmeras pessoas bravas, possuídas por uma raiva que só se justifica em casos de traição rasgada. Confesso que também fiquei nervoso. Por uns 2 minutos. Calado como num jogo em que meu time sai derrotado. Depois desse tempo, já tomava mais uma cerveja, dava risadas e comia o quarto prato de feijoada.
Antes que me acusem, sim, amo o meu país. Apesar da ascendência nipônica (tem gente que fala que é calabresa, mas vai saber), tenho o Brasil como o melhor lugar do mundo e o defenderei até o fim da minha vida. Mas é o país. A seleção é aquela coisa. A gente torce, grita gol, mata o expediente, se junta com os amigos pra festejar. Paixão mesmo é pelo clube.
No entanto, isso não me parece tão correto assim. Além daqueles habituais sofás, que existem tanto em época de Copa quanto nas finais de campeonatos, me incomoda ver que a nossa seleção nunca vai despertar o mesmo amor de seus torcedores quanto as seleções da Alemanha, Argentina, México... Até os torcedores de Gana demonstraram mais presença nos estádios que os brasileiros.
Resta-nos, então, nos restingir ao nosso regionalismo e à nossa sina de provincianos. Somos sim, menores que o futebol europeu. Não na qualidade, mas na paixão à seleção que nos representa. Então fica o protesto. Viva o protecionismo do futebol brasileiro e que venha o Brasileirão com jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Juninho Pernambucano disputando bola com um beque de fazenda qualquer no Pacaembu num sábado à tarde!
01 julho 2010
A verdade, simplesmente
Circula pelos bastidores das agências de publicidade algumas informações que provavelmente explicam a última e estrondosa cagada da Falha de S.Paulo. Na última terça-feira, o jornal dos Frias estampou um anúncio errado da rede Extra de supermercados, programado para entrar em caso de eliminação da seleção brasileira. Todo mundo que já trabalhou com veiculação de mídia sabe como funcionam as coisas nesses casos: produz-se duas peças e, ao final do jogo, entra aquela que diz respeito ao placar. A Falha, porém, trocou tudo e a balbúrdia estava feita.
Pois um e-mail enviado para um amigo meu na manhã desta quinta dá conta de toda a estratégia que esteve por trás do suposto erro de publicação. Esse amigo, diga-se, conta com inúmeros contatos no Grupo Pão de Açúcar porque atendeu a família Diniz por anos. Como os indícios são bastante contundentes, resolvi publicá-los aqui para que vocês vejam a que nível chegam as negociatas envolvendo o futebol.
É conhecida a participação do Extra junto à CBF: a marca é uma das patrocinadoras oficiais da canarinho. Mais ainda, Abílio Diniz ou qualquer outro empresário não gosta de jogar dinheiro no lixo. Desconfiado com o péssimo negócio que teria feito ao apostar em Dunga e no papo de Ricardo Teixeira, Diniz procurou a confederação, ainda antes da convocação final para a Copa, fazendo cobranças, ameaças e, pasme, sugerindo a inclusão de alguns jogadores que, segundo suas convicções, evitariam outro papelão. Nada mais justo, segundo a visão do empreendedor, afinal a dinheirama colocada nos bolsos da CBF ultrapassa a casa dos milhões.
Feita a convocação, Diniz teve o primeiro sinal de que Ricardo Teixeira não estava o levando a sério. Mais do que indignado pela exclusão de atletas do spfc, seu time de coração, ele pensava no futuro. Grande visionário comercial que é, poucos lembraram de fazer a relação entre o patrocínio à CBF e o time Pão de Açúcar Esporte Clube, que nesse ano quase subiu para a primeira divisão do futebol paulista. Os investimentos no PAEC serão pesados, vale dizer, pois vislumbram grandes lucros com jogadores que poderm estar no escrete nacional em 2014 e depois negociados com algum clube da Europa.
Tendo isso em mente, ao ser ignorado por comissão técnica e dirigentes, Diniz se sentiu traído e abandonado. Estava realmente disposto a quebrar o contrato e levar o caso para a justiça, mas seu departamento jurídico recomendou calma, até porque, prejuízo por prejuízo, era melhor manter a marca do Extra em exposição durante a Copa. Diniz recuou, mas ficou amargando a bile. A gota d’água, porém, veio com a exclusão do panetone como sede paulista para o Mundial no Brasil. Para quem não sabe, o grupo Pão de Açúcar era uma das parcas garantias de verba conseguida pelos leonores, em troca de um belíssimo espaço no projeto de reforma para a construção de um gigantesco centro comercial no entorno do Morumbi.
Como ficou nítido que Ricardo Teixeira não fez nenhum esforço para promover o estádio são-paulino, Diniz o elegeu inimigo número um a ser destruído. Nesse ponto, voltamos ao caso do anúncio da última terça. Contam os passarinhos que nunca houve a outra versão que contemplasse a vitória do Brasil sobre o Chile. O Grupo Pão de Açúcar, apostando no seu status de um dos maiores anunciantes da América Latina, forçou a Falha - que não nutre amores pela CBF e tampouco ficou feliz quando seu clube querido não foi contemplado com as verbas da Copa 2014 - a embarcar na campanha.
O que vimos nos dias seguintes, como o palavrório de Diniz no Twitter e o pedido de desculpas da Falha, foi tudo encenação. Pior ainda, parece que a pressão do Extra sobre a CBF fez efeito. Teixeira sabe que “eliminar a seleção” no anúncio foi um recado a la máfia siciliana de Diniz, que tem o real poder de congregar todos os outros patrocinadores da entidade e secar a fonte. Lenda ou não, a CBF parece estar disposta a, inclusive, abrir mão do caneco em 2010 para fazer valer a premonição do anúncio “errado” e demonstrar o bacio la mano. Para quem já entregou 1998 por muito menos, não seria exagero considerar o jogo contra a Holanda nossa última partida na África do Sul.
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* Amigos, é claro que o texto acima é fruto da minha fértil imaginação. Na verdade, uma homenagem às cagadas da imprensa dos últimos dias, que foram esmiuçadas pelo Vinícius Duarte. Vale dizer ainda que a idéia para o post nasceu de uma conversa com o amigo vascaíno João Medeiros. E eu garanto que vai ter nego acreditando e reproduzindo isso tudo por aí, basta esperar. A questão é: este blogue e a grande maioria das páginas pessoais que eu visito têm muito mais responsabilidade na hora da publicação que os veículos tradicionais. Estes, aliás, recebem milhões se vendendo como arautos da moralidade e da credibilidade jornalística. Para finalizar, um videozinho demonstrativo do nível de (in)competência dos profissionais que trabalham na grande mídia. Divirta-se!
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