20 dezembro 2011
Corinthiarte - volume III
Mais uma vez voltamos aqui para divulgar o maravilhoso trabalho dos irmãos de arquibancada Filipe Gonçalves (do AnarCorinthians) e Fernando Wanner que, ao lado de Luiz Wanner (pai de Fernando), vêm preenchendo as lacunas de corinthianismo decorrentes dessa modernidade nociva do futebol. Retomo, novamente, o que escrevi em janeiro, data de lançamento do primeiro fascículo da série Corinthiarte:
"O Corinthians é a utopia concretizada do povo. Fruto de uma conjunção de fatores racionalmente improvável, nosso Todo-Poderoso se tornou gigante e Centenário enfrentando provações diárias. Sua gente não podia ser diferente e agrega esses valores ao cotidiano como nenhum outro torcedor. Puxa daqui, arranca de lá, e o corinthiano resiste, contra tudo e contra todos, alimentando sua alma com o mesmo sonho que tiveram os ancestrais reunidos na famosa esquina do Bom Retiro, formada pelas ruas José Paulino e Cônego Martins.
Sonharam também Filipe Gonçalves, Fernando Wanner e Luiz Wanner, devaneio que acompanhei de perto, mais precisamente da arquibancada. Um sonho de comprometimento, de crença numa força inexplicável que brota da lendária biquinha, de legítimos filhos de São Jorge. Belíssimo como uma jogada de Luizinho, um lance magistral de Cláudio, um passe de calcanhar do Doutor, uma falta de Neto, uma redenção de Basílio, uma defesa de Ronaldo, um carrinho de Idário. E, acima de tudo, corinthianíssimo como cada batida do coração de Neco."
Como nas outras vezes, tive a grata oportunidade de ler o texto em primeira mão e adianto que esse terceiro volume está especialmente emocionante. Para marcar a chegada da terceira parte da saga - que leva o título "É com o pé. É com a mão. É Campeão" -, o Ginásio do Parque São Jorge estará aberto na próxima quinta-feira para receber toda a Família Corinthiana, o que torna o troço ainda mais imperdível. Encerre este ano de 2011 renovando as energias na Cidade Corinthians e prestigiando o feito dos três Mosqueteiros que, com muito afinco, estão fazendo importante resgate de nossa Centária história.
VIVA O CORINTHIANS!
Lançamento: "É com o pé. É com a mão. É Campeão"
Local: Ginásio do Parque São Jorge
Data: 22/12/2011 - às 19h
Preço: R$10
08 dezembro 2011
Brasileiro e corinthiano
Com os sentimentos um pouco mais controlados, acho que me sinto preparado para tecer algumas palavras sobre o gigantesco herói que nos deixou no último domingo, justamente num dia de alegria para o Corinthians pelo seu quinto Campeonato Brasileiro. Ouvi a notícia da morte de Sócrates Brasileiro e Corinthiano lá pela hora do almoço, quando me preparava para ir ao Pacaembu. Um baque, uma faca no peito e uma sensação de vazio no estômago que não era fome, mas algo muito parecido com aquilo que me deu no dia em que minha saudosa tia Terezinha se foi.
Aliás, foram inúmeros os testemunhos nessa toada: os corinthianos perderam um ente próximo. A tristeza que me acompanhou até o Templo Sagrado pairava pela cidade e pelo país, e se intensificou ainda mais depois da catraca. À beira do alambrado, no encontro com os irmãos Filipe, Rubio, Salgado e Victor - todos eles seguidores ortodoxos dos paradigmas socráticos -, foi difícil segurar as lágrimas. Lá em cima no nosso lote, ao lado do Janeiro, Luizão, Raphael e muitos outros parceiros, o pranto foi inevitável.
Os braços erguidos e os punhos cerrados que homenagearam Sócrates antes do apito inicial representavam a esperança, o amor e o compromisso com a luta encampada pelo Doutor no início dos anos 80, retomando, inclusive, os ideais corinthianistas de 1910 de participação política intensa do povo dentro do seu time. Serão essas as recordações marcantes do ambíguo 4 de dezembro de 2011; é nisso que devemos nos apegar toda vez que formarmos nossas opiniões sobre tudo que envolve o Corinthians.
O legado de Sócrates é imensurável e, até certo ponto, incontestável. É crime hediondo ignorar cada vírgula por ele eternizada, mesmo aquelas com as quais a gente possa não concordar de imediato. Ele não queria ser o bom-moço casadoiro, mas sim fazer de cada corinthiano um contestador, baseando-se em nossa impetuosidade e nossa irmandade características. O pensador dos gramados forjava pensadores nas arquibancadas e nas ruas, incitava o raciocínio além das meia-verdades e combatia a imbecilidade, ainda que cercado de imbecis aproveitadores.
Isso posto, a tristeza de ver partir esse gênio da bola e da cachola não se dá pelo simples fato da morte, pois ela é inevitável. Dói demais não poder contar com novas provocações que colocavam a opinião média contra a parede, algo tão necessário ao corinthianismo claudicante dos dias atuais. Dói porque há canalhas que riem dessa desgraça. Dói porque sua história, assim como todos que vestiram a camisa do Corinthians um dia, será distorcida pelos babacas da mídia dominante e ele será o "alcoólatra comunista maloqueiro", mesmo não tendo sido nenhuma dessas coisas.
Sócrates foi, sim, corinthiano, brasileiro, craque, vencedor, iluminado, líder, escritor, boa-praça, verdadeiro. Escolha qualquer uma dessas - ou várias - facetas e faça a coisa certa: seja um devoto desse anjo torto, que agora foi ter com nossos antepassados brigadores e guerreiros.
OBRIGADO, DOUTOR SÓCRATES!
05 dezembro 2011
Corinthians 5x: festa, contemplação e democracia
O Templo Sagrado era o palco perfeito para tudo o que aconteceu neste 04 de dezembro, quando conquistamos nosso 5º título brasileiro. Conquistamos, na primeira do plural, porque não foram os vagabundos e o técnico de merda os grandes responsáveis pela glória corinthiana. Quem merece os parabéns e uma volta pela cidade com a taça na mão é a Fiel Torcida, que jogou como nunca neste modorrento campeonato de pontos corridos. Mas vamos por partes.
O domingo começou com uma das notícias mais tristes que poderíamos receber: faleceu Sócrates Brasileiro e Corinthiano. Um gênio a serviço de seu povo, um craque com a bola nos pés e com as idéias na cabeça. Provocador e sempre racional, foi um dos poucos jogadores na centenária história do Corinthians a entender sua torcida e criar junto dela um relacionamento de respeito e admiração, tendo como pano de fundo o amor ao Coringão. Creio eu que a passagem dele para o rol de corinthianos imortais foi também muito bem pensada - dizem alguns até prevista pelo próprio. O Doutor foi ter com o pessoal lá de cima porque queria curtir esse título tranqüilamente, tomando cerveja e fazendo a festa que sempre soube fazer.
Sua energia, porém, tomava conta do Pacaembu. A belíssima e emocionante homenagem antes da partida final, com todos os filhos de São Jorge com o punho em riste, fez a diferença em campo. Não poderiam os vagabundos deixar esse campeonato ir para a caralha; por nós e por Sócrates. E assim fizeram, jogando titescamente (o vocábulo titescamente pode ter como sinônimos escrotamente ou empatibilidade) e empurrando o coração de cada torcedor pela goela. Diante de toda a anticorinthianada atônita, porém, chega hoje no Memorial do Parque São Jorge outro troféu que coloca mais uma viga na concretização do sonho do povo iniciado em 1910. Uma viga com tendências democráticas, diga-se, pois o título socrático precisa servir de inspiração à Fiel para que retomemos os ideais participativos e includentes dentro do clube.
Depois da festa sem precedentes que tomou as ruas de todo o Brasil, com o povo sendo feliz e louvando o corinthianismo em estado puro, só resta dar os parabéns a toda a família corinthiana. Lutamos e vencemos, que é como deve ser. Agora, é encher a cabeça de cachaça e guardar na memória toda a emoção sentida.
VIVA O CORINTHIANS! PARABÉNS, FIEL TORCIDA! OBRIGADO, DOUTOR SÓCRATES!
É CAMPEÃO!
27 novembro 2011
Lições e a última batalha
Domingo que vem, o Corinthians só precisa jogar bola e esquecer os cotovelos moídos alheios. Hoje, aqueles desprivilegiados que não foram escolhidos pelo Corinthians para defender sua história e sua camisa estão alimentando frustrações para tentar nos prejudicar. Ignore, corinthiano. Você tem uma batalha sangrenta e só ela é o que nos interessa.
Aprenda, de uma vez por todas, que a gente nunca ganha nada de mão beijada. Pare com essa babaquice de ficar cantando "tá chegando a hora" quando essa hora ainda não chegou. Sabemos muito bem como é o futebol e já viramos muitos jogos justamente nos últimos segundos. Não dê espaço a políticos aproveitadores (viu, seu Antonio Goulart?) que querem aparecer às custas de nosso triunfo e exerça o LHP de maneira ortodoxa.
Domingo é dia, principalmente, de exaltar o amor ao Coringão. Não vá ao Pacaembu fazer festinha, vá defender nossas cores como se fosse o dia do Juízo Final.
Pois quem não for corinthiano...
VAI CORINTHIANS!
19 novembro 2011
Eu era um barco errante
"Bonequinha linda
Que Deus me mandou
Me faz um carinho
E diz que eu sou seu amor
Eu era um barco errante
Sem rumo a navegar
Você é a estrela brilhante
Que veio pra me guiar
Bonequinha meu xodó
Tem tem tem de mim tem dó
Me abraça e nunca me deixe só"
Sempre que chega o 19 de novembro, eu tenho cá comigo um agradecimento especial a sei lá qual força superior atua sobre nossas cabeças. É dia da minha Evinha, de encher ela de presente, alegria e tudo o que mais for necessário para aquele sorrisão se abrir e os olhos ficarem cada vez mais cinzas.
Agradeço, então, por estar ao lado dela e tentar contribuir para que tal nível de felicidade e amor esteja sempre estratosférico, seja com regalos, com nossa cerveja ou com as idiotices que eu falo e só ela suporta. Talvez os anos se passando até ajudem o desenvolvimento dessa paciência quase oriental que ela deve ter com minhas teimosias...
E confesso: a música aí em cima é mais uma das minhas provocações, apesar de toda verdadeira para mostrar fanfarronicamente o meu imenso amor por essa preta que festeja hoje mais um aniversário. Expor minha breguice, aliás, é das grandes provas de toda minha idolatria por você.
Amo-te, Evita!
07 novembro 2011
Contaminação de mediocridade
É impossível não ficar indignado com a falta de Corinthians no atual catado de vagabundos que agora veste nossa camisa. Não se entregam, não dão à vida como faz - hoje em menor número - a Fiel Torcida por essa imensa instituição. Mais ainda, a alienação promovida a toque de caixa pelos espelhinhos da modernidade contribui para que o outrora maior movimento social da humanidade caminhe em direção da completa mediocridade, habituando-se passivamente às regras de disputa correntes no futebol.
O que estamos presenciando nada mais é que uma repetição do mesmo disco riscado, apenas com mudanças dos fantoches. Desde que se instalou o modorrento campeonato de pontos corridos e sua conseqüente valorização do que há de pior no esporte, o Corinthians, para se adaptar à realidade, se propôs a adotar idéias que jamais seriam aceitas pelos guerreiros ancestrais que consolidaram o sonho do Time do Povo em 1910.
Para não nos basearmos em achismos, aos fatos. Fiz um levantamento que leva em conta as apresentações do Timão nas últimas 10 rodadas dos Brasileirões desde 2005. Segue:
- 2005
- 32ª rodada: empate em 1x1 contra o palmeiras
- 35ª rodada: empate em 1x1 contra o vasco (terminou em 12º lugar), no Pacaembu
- 36ª rodada: derrota por 2x1 para o cruzeiro (terminou em 8º lugar), em BH
- 39ª rodada: derrota por 1x0 para o são caetano (terminou em 17º lugar)
- 40ª rodada: empate em 1x1 contra o inter, no Pacaembu
- 42ª rodada: derrota para o goiás por 3x2, campeão por conta da derrota do inter
- 2006
- 29ª rodada: derrota por 3x0 para o flamengo (terminou em 11º lugar), no Maracanã
- 35ª rodada: empate em 0x0 com o figueirense (terminou em 7º lugar), em Floripa
- 36ª rodada: empate em 1x1 com o fluminense (terminou em 15º lugar), no Pacaembu
- 37ª rodada: empate em 0x0 com o botafogo (terminou em 12º lugar), no Maracanã
** Ficamos a sete pontos do quinto colocado, o inexpressivo Paraná Clube, que levou a vaga para a Libertadores.
- 2007
- 31ª rodada: empate em 1x1 com o inter (terminou em 11º lugar), no Pacaembu
- 32ª rodada: derrota por 1x0 para o náutico (terminou em 15º lugar), em Recife
- 35ª rodada: empate em 2x2 com o atlético/PR (terminou em 12º lugar), no Pacaembu
- 36ª rodada: empate em 1x1 com o goias (terminou em 16º lugar), em Goiânia
- 37ª rodada: derrota por 0x1 para o vasco (terminou em 10º lugar), no Pacaembu
- 2008 (série B)
- 29ª rodada: empate em 1x1 com o marília, em Londrina
- 30ª rodada: empate em 2x2 com o santo andré, no Pacaembu
** subiu na 32ª rodada. Empate na 7ª rodada com o bragantino em 1x1 em Bragança (depois venceu no returno por 2 a 0), derrota na 12ª rodada para o bahia por 0x1 no Pacaembu, empate na 15ª rodada com o criciúma por 0x0 no Pacaembu.
- 2009
- 30ª rodada: derrota por 2x0 para o sport (último colocado), em Recife
- 31ª rodada: derrota por 0x1 para o cruzeiro, no Pacaembu
- 36ª rodada: derrota por 2x3 para o náutico (penúltimo colocado), no Pacaembu
** nessa edição, o então técnico Mano Menezes desistiu de disputar a competição na 18ª rodada, após derrota em 1x0 para o flamengo. O time carioca foi campeão da edição e, naquela rodada, ocupando a 8ª posição na tabela.
- 2010
- 29ª rodada: derrota por 3x4 para o atlético/GO (16º colocado), no Pacaembu
- 30ª rodada: empate em 0x0 com o guarani (18º colocado), em Campinas
- 36ª rodada: empate em 1x1 com o vitória (17º colocado e já rebaixado), em Salvador
- 38ª rodada: empate em 1x1 com o goiás (19º colocado, rebaixado e com time reserva), em Goiânia
Avaliando esses números, mais a postura de inomináveis charlatões que ocupam desde as salas ar-condicionadas do Parque São Jorge até aqueles que calçam suas chuteiras coloridas e vão para o gramado fazer a torcida passar vergonha, fico cada vez mais descrente com nosso futuro e cansado da apropriação imoral do Corinthians por bandidos e/ou incompetentes. O descompromisso é imensurável e, caso a taça venha para nosso Memorial, será por pura teimosia dessa camisa que ainda tem força suficiente para combater a vagabundagem.
ACORDA, FIEL!
15 outubro 2011
Brava gente
Neste 15 de outubro, novas e velhas crianças devem louvar aqueles que muito contribuíram em nossa trajetória. Gente que acorda cedo e vai dormir tarde, que enfrenta as piores condições de trabalho, recebe um salário indigno e, ainda assim, cumpre dignamente seu papel na consolidação da cidadania. Lembrem-se de todos os professores que passaram por sua vida e faça uma saudação calorosa.
Eu, que tenho aulas particulares com a melhor prô do mundo, nutro particular admiração pela determinação com que minha Evinha dá de ombros para os desmandos de quem quer que esteja no poder. Ali, na sala dela, quem manda é a inteligência e a capacidade. Números e estatísticas são para governantes apresentarem aos imbecis e nas eleições; à classe, ela passa humanidade e um conhecimento impossível de mensurar.
Quantos guerreiros não estão nos fins de mundo desse Brasil, comendo o pão que o diabo amassou por conta de uma digna teimosia: ensinar. A essa brava e incansável gente que tanto apanha e que não perde a força, minha reverência. E à minha Evinha, mais que reverência, eterna gratidão por tudo que me ensinou, principalmente pelo péssimo aluno que sou.
VIVA OS PROFESSORES!
11 outubro 2011
O custo de ser corinthiano
De novo esse japonês escrevendo contra a diretoria que fez CT, iniciou estádio, contratou grandes astros do futebol europeu e aumentou o faturamento do Corinthians a níveis estratosféricos? Sim, porque eu não consigo me contentar com pouco quando o assunto é o Coringão. Mais ainda: a que custo todas essas supostas "conquistas" - umas meras obrigações e outras espelhinhos de convencimento - vieram? A fatura é apresentada dia a dia, de maneira vil, disfarçada e lastreando um prejuízo que, em médio prazo, se tornará irreversível e tem como faceta a descaracterização do outrora agregador Time do Povo.
Ontem, por exemplo, a Fiel foi presenteada com o bloqueio da TV Corinthians na internet, agora só acessível mediante pagamento de 40 doletas anuais. Não irei discutir o valor, que ficaria entre os R$6 mensais, tampouco entrarei no mérito dele ser justo por conta da (falta) de qualidade da programação. A decisão, tomada pelo administrador da emissora e seguindo a tendência do marketing roxemberguiano que infesta o Parque São Jorge, só faz punir o torcedor.
Lembremos que a imprensa esportiva atual é a latrina de qualquer meio de comunicação e que o corinthiano tinha na TV Corinthians, ao lado da gloriosa Rádio Coringão, sua fonte mais confiável de informação. Lembremos, ainda, que esses mesmos abutres utilizam gratuitamente o material da TVC para papagaiar mentiras alienantes ou detratoras sobre o clube, chegando até a esconder a logomarca daquela que produziu o conteúdo. E lembremos, finalmente, da propaganda enganosa para que o perfil oficial do Timão no Facebook atingisse um milhão de fãs, dando como prêmio a disponibilização da transmissão gratuita do canal na internet.
Tais posturas de estonteante sujeira se juntam a milhares de outras iniciativas danosas ao meu e ao seu bolso, como a política constante de reajustes nos preços de ingressos, o infindável esquema interno de cessão de ingressos a cambistas, o valor astronômico para se associar ao clube e ter direito à participação política, a falta de transparência nas contas, o aumento em progressão geométrica da dívida e a contratação sombria de perebas que inflam o elenco. Também entram nessa lista o desrespeito a nossa camisa, com layouts e cores que nada têm a ver com a trajetória do Corinthians, e a constante aposta no marketing de chute, que consiste em lançar uma enxurrada de porcarias para ver se alguma cola.
Diante desse resumo de ações, o que esperar, por exemplo, da estratégia que será aplicada no estádio em Itaquera? Este espaço, vale pontuar, sempre se posicionou contra tal idéia por considerar que a casa do Corinthians é o Pacaembu (ao povo, a casa do povo). No entanto, Inês é morta e o troço vai sair, restando-nos a luta para que ele sirva aos interesses de quem sempre carregou o gigante Corinthians nas costas. Não duvide que, a continuar esse grupo de Andrés, o ingresso mais barato seja vendido a R$50 - sobre isso, confira um excelente levantamento feito pelo amigo Vardema no blog Voz da Fiel. Por outro lado, a se eleger a oposição, o futuro é ainda mais sombrio, pois os membros desse grupo são ratazanas ainda piores que a turminha do areia mijada.
Dessa maneira, Itaquera será o ponto crucial na vida do Corinthians para o próximo século. Aquilo que a Fiel permitir acontecer no estádio será o destino que teremos, incluindo o risco de não conseguirmos mais acompanhar a paixão que nos alimenta. Ouso dizer que cada uma dessas irresponsabilidades citadas anterioremente são testes para ver até onde eles podem abusar, com a cartada final sendo posta à mesa em 2014. O torcedor foi transformado e será tratado como consumidor, e somente aqueles que tiverem dinheiro para adquirir tais bobagens valerão a pena.
Se em 1914, conquistamos nosso primeiro título e com ele nos consolidamos como o maior movimento social de resistência do mundo, cem anos depois viveremos o momento em que haverá a definição sobre a manutenção ou não de um Corinthians do povo, pelo povo e para o povo. Sobre sugestões de intervenção, volto a escrever num outro dia.
Leia mais: sobre a questão da TV Corinthians, no blogue do Paulo Monteiro.
30 setembro 2011
Caminho da roça
Há coisa de duas semanas estive no Parque do Trote, uma quase-fazenda encravada na gloriosa Zona Norte paulistana, para prestigiar mais uma edição do evento Revelando São Paulo. Trata-se de uma iniciativa da secretaria de cultura estadual para promover e manter vivas as tradições do interior paulista que, apesar de seus equívocos eleitorais nos últimos anos, possui grandes tesouros hoje pouco explorados e valorizados. O troço se dispõe num amplo espaço e sua programação inclui milhares de barracas com delícias vindas de inúmeras cidades - por lá, me esbaldei e comi feito um ogro -, além de um palco para apresentações que iam de quadrilhas a festejos religiosos, passando até mesmo por danças indígenas e a inclusão dos bolivianos que são muitos ali pelos lados da Vila Maria.
Meus holofotes, no entanto, disparam ao encerramento do evento, que contou com grupos de jongo e o glorioso Samba de Pirapora do Bom Jesus, este um ritmo que já faz parte de mim. A noite fria do último domingo de inverno foi rapidamente revertida quando a negrada quilombola subiu no palco para levantar a poeira e fazer o povo balançar com os atabaques. A cada ponto cantado, mais gente se aglomerava em volta do batuque, as mulheres rodavam as saias e uma energia inexplicável nos purificava como um banho de cachoeira.
É curioso, para não dizer hilário, ver essa emanação de forças extremamente rurais aflorando em plena capital, onde tais manifestações perdem cada vez mais o sentido por conta da impessoalidade e da alienação que infesta os grandes centros urbanos. Durante um apanhado de minutos, garanto que todos se contagiaram pelos ensinamentos dos pretos velhos, ali representados por uma juventude que não deixa a peteca cair e entende a responsabilidade de fortificar cada vez mais nossas raízes para combater o emburrecimento imposto em ritmo frenético pelas TVs, FMs e jornais.
Vale um longo parêntese: a partir dessa constatação, vislumbrei a trajetória do povo que me dá origem e que me causa cada vez mais asco. Todos ali tinham um elo com o seu passado, retransmitido de geração em geração para que não morresse o trabalho dos antepassados e também a razão de sua própria existência. Pensem, por um momento, o que há de valor na cultura nipônica, principalmente naqueles que vieram ao Brasil. Salva-se a culinária, que também foi revirada e desvirtuada depois que virou moda, e nada mais. Nunca vi, por exemplo, minha avó ensinar ritos a minha irmã ou as minhas primas. Ensinou, no entanto, que as mulheres devem ser submissas a seu marido. Nunca meu avô me fez aprender músicas que marcaram sua vida, mas ele vivia repetindo que eu precisava trabalhar para ganhar dinheiro.
A viagem não pára por aí. Automaticamente, associei toda a falta de valores dos imigrantes japoneses no Brasil aos colonos norte-americanos. São muito parecidos os motivos de suposto orgulho e admiração desses dois povos: a existência de uma tal honra bastante contestável por ser baseada em preconceitos absurdos, a ganância excessiva pela grana e uma postura de superioridade escamoteada. Ao fim de toda essa digressão, quando o último bumbo se calou e a realidade do caos urbano voltava a ser nítida, agradeci por ter sido criado bem longe dessas idiotices todas e, se não tenho negritude no sangue, sou crioulo de alma e coração.
Acho que a cidade de São Paulo não mais comporta uma onda constante de brasilidade a esse nível. Tais manifestações são pontuais e provavelmente ficarão relegadas a meia dúzia de espaços, geralmente bancados pelo poder público por pura obrigação e por iniciativa de outra meia dúzia de quixotescos. É isso ou a revolução.
P.S.: no momento em que escrevo essas palavras, Stevie Wonder faz um show histórico no Rock in Rio, tocando "Garota de Ipanema" e "Você Abusou". Brasil, senhores, um banho de Brasil.
01 setembro 2011
Um novo ciclo e a eterna renovação do amor
Virado o primeiro século de nossa gloriosa e gigantesca história, eis aí toda a família corinthiana - da qual São Jorge e os ancestrais me permitiram fazer parte - renovando novamente sua fé e sua devoção. Como diz o sagrado hino, o Corinthians vive eternamente em nossos corações, palpita no peito daqueles que foram, são e estão por vir. Carregar na alma a utopia do povo e dividí-la com milhões por todo o mundo me faz pequeno diante de tanta honra.
Obrigado, Corinthians, por dar sentido às nossas vidas, ser a força suprema que faz o trabalhador levantar da cama e lutar pelo pão, permitir que sua gente possa sonhar com a felicidade sublime de um gol ou de uma taça. Que eu tenha competência para exercer diariamente o corinthianismo e não deixar de defender as tuas cores e o teu manto nem por um segundo.
Corinthians, aceite esta humilde homenagem, uma sincera declaração de amor que vem lá do último átomo e percorre todas as células do meu já combalido corpo. Saiba sempre que por você eu entrego minha vida, sem vacilar. Peço apenas que guie todos nossos irmãos de causa nesse teu caminho torto, para lembrarmos sempre do porquê de sua existência.
SALVE O CORINTHIANS! PARABÉNS, CORINTHIANS! VIVA O CORINTHIANS!
28 agosto 2011
Nota oficial
Este espaço não mais se manifestará sobre qualquer acontecimento do Sport Club Corinthians Paulista - essa instituição de belíssima e centenária história - com relação ao campeonato em disputa, ao menos enquanto tivermos no comando do bando de vagabundos o senhor adenor leonardo bacchi. Se a mediocridade do referido bunda-mole não havia sido comprovada aos mais desavisados desde o ano passado, e inclua aí Andrés Sanchez, tal condição chegou ao limite nesse jogo contra o arqui-rival de verde.
A falta de alma dos filhos da puta que vestem o sagrado manto é outro fator que faz este que vos escreve ficar descrente de qualquer possibilidade de ver o Corinthians jogar como Corinthians, ainda mais em clássicos. A putaria apresentada em Presidente Prudente/MS é digna de chacina. Violência é pouco contra esses canalhas, que sequer demonstraram interesse em honrar, senão nossa camisa, o polpudo e milionário salário que cai nas respectivas contas sem nenhum atraso.
Urge uma mudança para hoje. Não podemos mais aturar essa diretoria omissa e essa torcida idem. De minha parte, continuarei defendendo o amor pelo Corinthians e a prática diária do corinthianismo, mas me pouparei de tecer qualquer palavra sobre algo que continua tomando gol de escanteio postando os 11 jogadores dentro da área. É primário demais.
Tenho minha consciência limpa e sei que não se trata de abandono ao Todo Poderoso. Isso nada mais é que uma maneira de fazer valer essa alcunha.
PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!
E QUEM NÃO FOR CORINTHIANO...
* Atualização: muitos viram a forma sensacionalista, ignorante e irresponsável da imprensinha abutre para tratar a morte de Douglas Karin Silva, corinthiano encontrado morto no rio Tietê na tarde da última segunda-feira. Ele era do Imperaú, time da digníssima várzea do qual nosso amigo Matheus Antunes também faz parte. Recomendo a leitura do post no respectivo blogue, que trata o caso com serenidade e, acima de tudo, respeito. Que São Jorge receba o Douglas e que a imbecilidade um dia chegue ao fim.
25 agosto 2011
Legalidade: 50 anos
Em 25 de agosto de 1961, o ambíguo presidente Jânio Quadros anunciava à nação que estava deixando o cargo. Dizia ele em seu último bilhete que "forças terríveis" não o deixavam governar, numa quase paródia à carta-testamento deixada por Getúlio Vargas sete anos antes, quando o "pai dos pobres" meteu um balaço no próprio coração, freando o ímpeto militar pelo poder ao inviabilizar qualquer movimentação política que não tivesse amparo do povo. A semelhança das cartas, muitos dizem, não era mera coincidência. Jânio também apostava no populismo, mas obviamente sua renúncia não gerou muito engajamento. Aliás, quase zero. Os indícios apontavam para um só caminho: uma jogada (golpe é muito forte e veio 3 anos depois) para se fortalecer e centralizar de vez todo o poder em suas mãos. Mas chegando em São Paulo após a decisão, não tinha ninguém de pedindo sua volta.
Se a morte de Getúlio segurou os milicos em 1954, a jogada mal ensaiada de Jânio foi tudo que as fardas queriam para começar a mexer seus pauzinhos em direção ao recém-inaugurado Palácio do Planalto. Primeiro porque é preciso recordar o espírito anticomunista se disseminava na América Latina e dos inúmeros golpes de estado bancados pela pátria mãe do imperialismo. Nessa investida norte-americana, as escolas de oficiais todas estavam corrompidas e com a finalidade de produzir combatentes contra a onda vermelha que, por aqui, ganhava força com Fidel Castro e Che Guevara, além da sempre presente - e sempre jogada à clandestinidade - ação do Partido Comunista. Tendo isso em vista, era óbvia a intenção de tomada militar do poder ao dizermos aqui o nome do vice que deveria assumir: João Goulart.
Considerado muito esquerdista para o gosto da média opinião - Jango estava à frente do Ministério do Trabalho no governo eleito de Getúlio que deu 100% de aumento no salário mínimo -, o cargo de presidente estava à espera do homem que, no mesmo dia 25, se encontrava na China socialista em viagem oficial para estreitamento de laços comerciais e diplomáticos. Um terror para a família e os bons costumes! Imediatamente, as tais forças terríveis de Jânio trabalharam, usando principalmente sua base parlamentar e aliados da mídia para impedir o cumprimento da lei. Nesse cenário, destaca-se o golpista-mor da classe média, o jornalista Carlos Lacerda.
No Rio Grande do Sul, governava Leonel de Moura Brizola. E para entender o que foi Brizola, é preciso estudar seu mandato nos pampas. Cito aqui as principais realizações para não me alongar: ele investiu pesado na Educação, promoveu a reforma agrária e obras estruturais para a integração do Rio Grande e estatizou empresas estrangeiras, entre outros feitos. Por isso, era outra ameaça aos olhos dos milicos, obviamente contrariados com essa política de autonomia e de valorização do social. Pois foi esse bravo cidadão de liderança única quem liderou toda a nação na maior mobilização popular brasileira do século XX: o Movimento da Legalidade.
Não é exagero a afirmativa, uma vez que o país entrou num clima de verdadeira guerra civil. Depois de silenciar inúmeras emissoras de rádio e corromper jornais que se prestavam a esse papelão, os milicos não conseguiram chegar ao transmissor da Rádio Guaíba, a única fonte de informação daqueles que defendiam a Constituição. E a guerra citada unia, numa mesma trincheira, pessoas de diversas orientações políticas, além de toda a população em geral. Porto Alegre, contam aqueles que participaram ativamente da resistência, virou a meca de quem lutava por um Brasil melhor.
A força do movimento tornou-se imensurável em poucos dias e rachou inclusive o Exército. Oficiais de baixa patente foram grandes heróis nessa história toda. Há o lendário episódio dos sargentos e soldados da base aérea de Canoas que, ao saberem da ordem de bombardeamento do Palácio do Piratini (sede do governo gaúcho), esvaziaram os pneus de todos os aviões e evitaram uma tragédia de grandes proporções. Pelos quartéis do interior, todos estavam com Brizola e isso forçou o general Machado Lopes, comandante do III Exército, declarar seu apoio ao governador. As adesões vinham, ainda, de todo o país. A UNE transferiu sua sede para o sul, diversas lideranças políticas se deslocaram ao encontro de Brizola e a declaração do mandatário de Goiás Mauro Borges à Legalidade, cercando a capital federal, ferveu os ânimos. O povo brasileiro estava unido e disposto a marchar do Rio Grande do Sul até Brasília para empossar Jango.
Infelizmente, as articulações políticas apaziguadoras (sempre elas) vieram com um parlamentarismo de meia pataca, imposto e aceito por João Goulart, numa decisão que foi o ponto de partida para sua deposição naquele terrível ano de 1964. Mas a figura a se exaltar aqui é a de Leonel Brizola, na minha opinião o maior político do Brasil República. Sua sagacidade, sua integridade e sua coragem motivam até hoje os gaúchos, os únicos neste país que ainda têm noção da representatividade do Movimento da Legalidade. Os desavisados, por outro lado, acusam Brizola de uma conspiração pela cadeira de Jango, o que considero uma visão muito simplista e até ingênua. Vou além: tivéssemos Brizola presidente naqueles tempos, seríamos um país muito diferente.
Claro que uma figura como Brizola não passaria ilesa da ignorância que é o principal fruto do regime militar. Além de exilado, ele teve sua imagem destroçada pública e insistentemente, principalmente pela Rede Globo. Já no Rio de Janeiro, onde também fez dois belíssimos mandatos, é de conhecimento geral e irrestrito a participação da emissora na eleição de 1982, com a fraude na apuração para prejudicá-lo. Histórico também é o direito de resposta obtido por Brizola em pleno Jornal Nacional, lido pela múmia Cid Moreira. A descontrução do mito perdurou até sua morte, em 2004.
Tanto Brizola quanto o Movimento da Legalidade são frações da história brasileira muito mal-tratadas, apesar de explicarem quase todas as cagadas de hoje. Brizola era o contraponto, o pensar e agir diferente. Um líder nato, de carisma incrível e que impunha respeito pela sua retidão e inteligência. Para saber mais, é recomendável ler "1961: Que as Armas não Falem", de Paulo Markun e Duda Hamilton. Deixo vocês com um link para o Hino da Legalidade, de autoria de Paulo Cesar Pereio e Lara de Lemos, além do documentário "Tempos de Luta", que conta um pouco da história do gigante Leonel Brizola.
VIVA BRIZOLA! VIVA A LEGALIDADE!
21 agosto 2011
Um DEDO de prosa
Há certos momentos em que sentimos a necessidade de quebrar um pouco a linha de conduta para que alguma coisa mude, ao menos para nós mesmos. Talvez prevendo outra vergonhosa apresentação do Corinthians em pleno Templo Sagrado, São Jorge mandou um sinal: tire esse nó da garganta e xingue a besta que habita o banco alvinegro até ficar afônico.
Estivemos nessa missão Filipe, Daniel, Thiago (irmão do Daniel) e eu à beira do alambrado da numerada na referida partida. De minha parte, com o único objetivo de infernizar a vida do senhor adenor leonardo bacchi. Escuto patrulheiros bradando "abandonaste o Corinthians!", e a esses digo que não consigo ficar inerte à ineficienciabilidade de tite. Vira e mexe, afirmo que o Corinthians em campo é o reflexo da torcida na arquibancada. O papelão no gramado foi nada mais que a extensão da bunda-molice e do silêncio irritante lá das organizadas, dos quais não fui colaborador. Entre o papelão e o "abandono", que para mim foi "fazer o que está ao meu alcance", fiquei com a segunda opção.
Logo aos dez minutos de partida - e já havia tempo suficiente para a múmia ter posicionado todo o time na área de defesa em um escanteio adversário -, mandamos meia dúzia de palavrões e ironias quanto à opção tática (tática?) de adenor, no que fomos prontamente respondidos com um dedo do meio. Mas não foi assim um dedo do meio com vontade, de gaudério macho (gaudério macho?). Cagalhão como é em tudo na vida, tite tratou de escamotear o insulto atrás do banco de reservas.
Esse dedinho, que durante os 80 minutos de partida subseqüentes foi motivo de sugestão ao próprio cu do treinador, recebi menos como insulto e mais como o cumprimento de nosso objetivo. Berrávamos, tão somente, que ele é burro e incompetente. Somente a verdade causaria tamanha intempestividade na réplica, feita, repito, de maneira covarde e na retranca. Oras, se aquilo dito no alambrado atingiu os nervos de tite, é porque ele mesmo se reconhece na burrice e incompetência.
Temos outras provas da insignificância de tite. Um abutre da rádio Tupi interpelou-me no início do jogo, querendo fazer graça e amizade. Enfiou o microfone na minha cara e pediu: "falae!" Prontamente, respondi: "tio, duas coisas: por que vocês se comportam como abutres e por que vocês não perguntam na coletiva como é que um time coloca onze jogadores na defesa na cobrança de escanteio e ainda toma gol". O carniceiro ignorou sua condição na cadeia animal, mas adorou a sugestão de pauta - registro que tive de repeti-la umas cinco vezes, pois o dito cujo devia ter déficit de atenção -, ainda que provavelmente não a tenha colocado em prática.
Mais ainda. No retorno do intervalo, o preparador de goleiros Mauri passou diante de nós e eu não perdi a chance: "Mauri, assume essa porra e manda o adenor passear!" A gargalhada que veio como resposta demonstrou claramente o nível de respeitabilidade que esse energúmeno dos pampas tem entre os próprios colegas de trabalho. Finalmente, o presidente Andrés Sanchez (FORA!), saindo de sua confortável cadeira coberta, escutou, calou e consentiu o pedido: "ainda dá tempo, Sanchez. Mande esse merda embora e contrate Márcio Bittencourt".
Eis então, caros irmãos corinthianos, a prosa que eu queria levar com vocês. A intenção é induzi-los a uma reflexão mais profunda de nossa realidade. Esqueça a liderança de campeonato tão efêmera quanto enganadora, esqueça os espelhinhos marqueteiros. É chegada a hora de escutarmos nosso coração e, por nós mesmos, aplicarmos o corinthianismo a marteladas (como diz sabiamente o mano Filipe). Se hoje o saldo é de apenas um dedo, amanhã podemos ter de volta o aceno respeitoso àqueles que pagam ingresso e amam o Corinthians.
*P.S.: Um grande parabéns à Estopim da Fiel, que levou sua faixa em homenagem ao Doutor Sócrates. Ao que parece, ele já está se recuperando e em breve estará pronto para mais uma porranca. FORÇA, DOUTOR!
14 agosto 2011
Só para ser didático
Às burras almas que acreditam no mundo de fantasia dessa maldita escola de técnicos gaúchos, temos de ser didáticos para explicar melhor como funcionam algumas coisas no futebol. Trabalharemos apenas com fatos e dados, para ver se todo mundo entende que Tite no Corinthians é sinal de fracasso.
- um time grande que quer ser campeão nesse modorrento campeonato de pontos corridos não pode levar apenas 6 pontos dos últimos 18 disputados;
- um time grande não pode perder pontos, em casa ou fora, para atlético/pr, avaí e ceará, além das marias no Pacaembu e pequena sereia desmantelada no amontoado de laje;
- o Corinthians, liderando o campeonato e jogando no Pacaembu, não pode ficar um tempo inteiro de partida tomando sufoco de um time como o ceará;
- o Corinthians não pode contar com um treinador que não possui nenhuma inteligência para modificar taticamente o time durante o jogo;
- o Corinthians não pode admitir que seu presidente, por pior ou melhor que ele seja, mantenha um treinador como o Tite, o que significará mais um fiasco nessa temporada já tão recheada de derrotas vexatórias;
- só o Corinthians, jogando em casa ou fora, coloca seus 11 jogadores na área durante uma cobrança de escanteio. E ainda toma gol.
Se os orelhudos e esse filho da puta do Andrés Sanchez ainda não entenderam, então é melhor pedirem pra cagar e sair, assim como deve fazer o Tite.
À merda toda essa corja!
AQUI É CORINTHIANS!
12 agosto 2011
Corinthianismo acima de tudo
Em janeiro deste ano, eu disse o seguinte:
"O Corinthians é a utopia concretizada do povo. Fruto de uma conjunção de fatores racionalmente improvável, nosso Todo-Poderoso se tornou gigante e Centenário enfrentando provações diárias. Sua gente não podia ser diferente e agrega esses valores ao cotidiano como nenhum outro torcedor. Puxa daqui, arranca de lá, e o corinthiano resiste, contra tudo e contra todos, alimentando sua alma com o mesmo sonho que tiveram os ancestrais reunidos na famosa esquina do Bom Retiro, formada pelas ruas José Paulino e Cônego Martins.
Sonharam também Filipe Gonçalves, Fernando Wanner e Luiz Wanner, devaneio que acompanhei de perto, mais precisamente da arquibancada. Um sonho de comprometimento, de crença numa força inexplicável que brota da lendária biquinha, de legítimos filhos de São Jorge. Belíssimo como uma jogada de Luizinho, um lance magistral de Cláudio, um passe de calcanhar do Doutor, uma falta de Neto, uma redenção de Basílio, uma defesa de Ronaldo, um carrinho de Idário. E, acima de tudo, corinthianíssimo como cada batida do coração de Neco."
Tudo isso vale novamente para o lançamento do segundo livro da série Corinthiarte, que acontece amanhã, sabadão, no Memorial do Parque São Jorge, a partir das 17h. Com o título "O Campeão dos Campeões", a mais recente obra do trio parada dura irá abranger a década de 1920, gloriosíssima para o Coringão.
Lançamento "Campeão dos Campeões"
Local: Memorial do Parque São Jorge
Data: 13/08/2011 - 17h
Preço da obra: R$10
08 agosto 2011
Sobre espelhinhos, democratismos e questões práticas do marketing no futebol
O bafafá corinthiano da última semana não diz respeito às apresentações cada vez mais pífias promovidas pelo péssimo técnico que o Corinthians mantém a preço de ouro. Surgiu uma tal “eleição” para “presidente” de uma “república”, fruto de outra ação de marketing que visa anuviar ainda mais a já tão restrita vida política dentro do Parque São Jorge. Pior – e de uma vilania gigantesca – foi terem incluído no rol de “governadores” (nome dado a quem se inscrever nesse processo eleitoral da rainha da Inglaterra) gente que, de fato, defende o Timão e exerce o corinthianismo, numa tentativa de purificar a coisa toda.
Deste humilde espaço que, diariamente, mantém sua taxa de rejeição em torno dos 90% (segundo o Google Analytics), a análise é prática e fria. Os tais espelhinhos continuam sendo oferecidos ao deus-dará, ocultando o distanciamento do Corinthians de seus propósitos políticos e sociais ditados pelas nossas raízes. Mais prática ainda é a minha sugestão: por que raios não investem toda essa energia na divulgação e no apoio a iniciativas realmente eficazes e positivas como a gloriosa Rádio Coringão – encontrar o link da rádio no site oficial do clube é caçar agulha no palheiro.
Daí, a gente pode detectar algumas distorções conceituais dessa “eleição”. O objetivo, segundo consta, é garantir voz a todos os torcedores que querem falar do Corinthians. Não sei se vocês sabem, mas inventaram um negócio chamado internet que já proporciona isso. E aí voltamos à Rádio Coringão, um meio de comunicação que se consolida dia após dia, ao mesmo tempo em que serve de disseminador livre a diversos blogueiros, twitteiros, facebookeiros e orkuteiros. A Rádio, hoje, é o veículo mais democrático de toda a mídia esportiva, haja vista os quebra-pau verbais que constantemente acontecem pelos microfones por conta da diversidade de opinião, bem como as informações sempre precisas que sempre são dadas por lá.
A partir dessas duas constatações, pode-se concluir que a campanha propõe uma coisa, mas acaba fazendo o contrário. Dá apenas a ilusão de que os inscritos nesse processo eleitoral fiquem com a noção de participação nas coisas do Corinthians e, simultaneamente, enfraquece todos os meios de expressão alternativos à mídia abutre quando vincula espaços de comunicação a um pleito estéril.
Mais conceitos desvirtuados estão nos termos empregados para os participantes. A torcida do Corinthians não precisa de “governadores” e tampouco um “presidente”. Isso é uma ode ao autoritarismo que caracteriza diretorias sucessivas no Timão. Pelo contrário, precisamos incitar na Fiel o ímpeto de mobilização coletiva, a experiência de auto-sustentação, a união autônoma de nossos pares, sem que tudo isso surja das salas ar-condicionadas do Parque São Jorge.
O marketing no futebol – A partir de agora, serei ainda mais presunçoso e farei brevíssima análise dessas estratégias de marketing aplicadas ao futebol, até porque trabalho (nas épocas em que tenho emprego) com isso. Diferentemente de todos os outros segmentos, os grandes clubes não carecem correr atrás do seu cliente ou inventar demandas de consumo para que sua “marca” seja consolidada. O caminho é inverso, uma vez que ninguém me avisa quando tem jogo do Corinthians. Aí reside o grande dilema: marketeiros do futebol trazem com eles somente a experiência de mercado, baseados nas planilhas de venda.
O marketing futebolístico, portanto, serve (ou deveria servir) tão somente a reforçar as paixões, a história e a própria torcida a que se destina. Não é preciso inventar novos conceitos, basta buscar a essência e o restante será garantido por times bem montados e títulos. A tarefa é bem simples: valorize o torcedor, respeite as tradições da arquibancada, da numerada, do alambrado ou do sofá. Toda e qualquer iniciativa que fugir disso tende a problemas futuros, gerando descaracterização total não só das torcidas como do próprio esporte.
Reitero, ainda, que em nenhum momento estou questionando linhas editoriais de quem quer que esteja participando da última roxemberguiana. Só lamento que algo tão sem sentido e tão alienante – marcas da gestão – ainda seduza muitos irmãos da Fiel Torcida. De minha parte, não consigo dar voto de confiança a um dirigente que não respeita nem nossa camisa.
Mais sobre:
- O Bunker Corinthianista
- O 1º Golpe da República Popular do Corinthians ou We won´t get fooled again!
25 julho 2011
No meu tempo
Eu sou de um tempo - e nem faz tanto tempo assim - em que o Corinthians perdia porque jogava para ganhar. Nessa época, se éramos líderes de uma competição, aproveitávamos o Pacaembu lotado para sufocar o adversário, pois assim é que é. Se perdíamos, era por conta da sobra de vontade de ganhar e falta de atenção para conter contra-ataques de oponentes assustados.
Eu sou de um tempo - e nem faz tanto tempo assim - em que derrota do Corinthians não era motivo de palmas. Por mais que os jogadores tivessem jogado com raça e amor ao Manto (o que não é o caso dos dias atuais), o pau quebrava. Qualquer derrota era motivo para que uma meia dúzia de sopapos voassem arquibancada abaixo e sempre tínhamos visitas na porta do vestiário. No último domingo, só se via maria-chuteiras esperando seus "amore$" no estacionamento do estádio.
Eu sou de um tempo - e nem faz tanto tempo assim - em que 37 mil pessoas no Pacaembu eram um público normal. E nessa época, faziam um barulho de 100 mil. Por conta da elitização cada dia mais forte que essa diretoria de merda promove, vemos um bando de descompromissados e hipócritas, que nada fazem senão colaborar para que o Time do Povo fuja cada vez mais do seu propósito.
Eu sou de um tempo - e sempre foi assim - que Joel Santana era uma piada no mundo da bola. Já houve até jogador que o mandou enfiar a prancheta no cu, mas o Corinthians hoje tem uma anta no banco que conseguiu perder para esse patético e folclórico nome do futebol. Essa mesma anta, inclusive, promoveu três substituições na mesma lateral (e quem muda lateral sem ser por contusão é gente que não sabe o que está fazendo).
Provavelmente, o tempo de hoje já não me comporta mais.
ACORDA, FIEL!
SEJA CORINTHIANS, CORINTHIANS!
22 julho 2011
Assumpção de culpa
Fui, despretensiosamente, assistir ao documentário "Daquele instante em diante", uma biografia sobre Itamar Assumpção. Esperava mais do mesmo, algo muito próximo daquele formato batido de entrevistas com amigos falando da genialidade de um gênio e que só servem a fãs ardorosos do retratado. De certeza, somente a descoberta de alguém que nunca teve seu devido valor - eu, por exemplo, só conheço uma música do cara.
A certeza se confirmou, mas de uma maneira muito mais profunda que uma simples viagem ao desconhecido. A produção, apesar de sua linguagem fluida e simples, bate como uma rocha no peito. O mais intrigante de tudo é perceber a quantidade de interpretações que se pode tirar do filme, que vão desde o mero relato da vida de um artista marginalizado até as mais complexas teorias filosóficas que alguém possa criar a partir das provocações estampadas no longa.
Particularmente, sucitaram algumas inquietações. Muito do tal radicalismo - para mim, nada mais é que coerência - de que me acusam eu vi na conduta de Itamar com relação a sua produção. Ele não abria mão de certos valores e, por conta disso, ficou excluído da possibilidade de reconhecimento do público. Ao mesmo tempo, não pude deixar de absorver uma lição desse exílio artístico que lhe impuseram. Inteligente que era, Itamar não poderia ignorar o fato de que suas músicas atonais, sua poesia vanguardista e sua própria figura contestadora eram combustível para a incompreensão da opinião média, bem como tornariam cada vez mais inviável sua sobrevivência mercadológica.
O que nos leva, portanto, ao ponto crucial desse papo todo. O sistema vigente é vil de tal forma a te afastar dele no caso de contestação dos modelos, e paralelamente te força à submissão das regras caso queira pagar as contas. É o tal "me vendi" que, injustamente, corrói de culpa muitas boas pessoas por aí. Minha atual realidade, de grandes fracassos profissionais motivados, em grande parte, pela minha teimosia em fazer as coisas do jeito que acho certo, se encaixaria perfeitamente nisso. No entanto, prefiro cambalear um pouco a fim de usar a regra do jogo para tentar dar uma bicuda no tabuleiro mais para frente. Itamar Assumpção, foi o que me pareceu, havia chegado a essa conclusão e estava rumando nessa nova direção ao final da vida. Talvez tenha feito as coisas da maneira que fez para nos mostrar esse caminho. Quem sabe?
P.S.: como eu disse que há milhares de interpretações, é imprescindível ler o que minha Evinha, muito mais coração que eu, escreveu brilhantemente sobre o filme que vimos juntos.
12 julho 2011
Os espelhinhos continuam encantando
O tempo passa e as vilanias parecem ser esquecidas. Sim, porque a "notícia da semana" na imprensa abutre é a de que voltaria o tal do Tevez ao Corinthians. O absurdo dessa informação, pra mim, é tão grande que me faz ter convulsões ao me deparar com os mamilos ouriçados dessa gente descompromissada, cuja festa ignora todas as lições que esse jogador deixou.
Eis aí o ícone de um dos piores atos administrativos da história do Coringão. O MSI foi o responsável direto pelo dia mais triste na vida de todo corinthiano e seu jogador-símbolo saiu do Parque São Jorge de maneira semelhante a de tantos outros maus-caráteres. A dita parceria esburacou o orçamento do clube e nos levou até mesmo a uma crise de identidade.
Tristemente, os espelhinhos que essa diretoria de merda oferece à torcida continua encantando e a Fiel permanece anestesiada, sem a essência que sempre a caracterizou. Resultado da submissão colonizada conquistada por Sanchez e sua corja por meio de quinquilharias, nossa história vai cada vez mais para o buraco e as palminhas medíocres e hipócritas continuam e continuarão aplaudindo. Pois bem: quero ver se irão aplaudir a majoração de ingressos, na famosa desculpinha de que o referido jogador custa caro...
O que o Corinthians precisa, de fato, é lembrar de onde surgiu um dos maiores esquadrões de sua história. Esse local fica ali perto do Belenzinho, Zona Leste, numa belíssima vila hoje sucateada pela especulação imobiliária. É a Vila Maria Zélia. E o dinheiro que está sendo jogado pelo esgoto com contratações desse tipo poderia ser utilizado na compra e restauração da Vila, transformando-a num centro de formação de craques corinthianos.
Que os tempos obscuros não retornem.
PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!
26 junho 2011
Grande vitória contra a anticorinthiania
A histórica goleada sobre a freguesa habitual, num sonoro 5x0 que vai ecoar por muitos anos, significa também a consagração do Time do Povo sobre a anticorinthiania imbecil. Há duas semanas, o Corinthians vem sendo atacado das formas mais covardes, como se a incompetência e a canalhice de Sanchez representasse a essência do nosso Coringão.
O preconceito contra o povo também aflorou, e tivemos duas marionetes de puta querendo aparecer às nossas custas, embaçando uma votação simbólica de concessão de isenções fiscais ao estádio em Itaquera. Vejam: sempre disse aqui ser contra essa obra, o que não me exclui da defesa do Corinthians quando canalhas utilizam esse tema para tentar se crescer usando nossa grandeza.
Cada tento foi uma resposta na bunda da anticorinthianada de merda, essa gente que se utiliza da indignação seletiva e do ódio ao nosso amor para justificar suas frustrações. São cinco nabas no cu desses cotovelos moídos, que não conseguem ser felizes pelos próprios êxitos.
Apesar de tilte e praticando a desobediência tática, o Corinthians jogou o clássico pelo seu povo. Parabenizo esses vagabundos que, ao menos, tiveram vergonha na cara e representaram a ânsia da Fiel Torcida. E para os babaquinhas da mídia abutre que ficaram incomodados com nossas palavras no alambrado, fica o recado: está só começando. Iremos fazer das suas vidas um inferno!
VAI CORINTHIANS!
P.S.: aos arautos da moralidade com o dinheiro público, deixo aqui sugestões de leitura para as moças e para os esquizofrênicos.
23 junho 2011
Para corinthianos de verdade
Se você está acovardado, é melhor não ir ao Pacaembu domingo. Domingo é dia de sair de casa com o espírito armado para defendermos o Sport Club Corinthians Paulista. Se, em tempos de guerra, você está preocupado com a Suíça, vá à merda. Não assista ao jogo nem do seu confortável pay-per-view. Limite-se a sua postura de cuzão e não atrapalhe.
Domingo é dia de ir para a luta, ameaçar jornalista e fazer de tudo para que a vida dos anticorinthianos seja um inferno daqui para frente. Está em nossas mãos - e de ninguém mais - zelar pelo patrimônio construído durante esses 100 anos de glórias por nossos ancestrais. O Povo vai mostrar novamente seu poder por meio do Coringão.
A prova incontestável de que estão contra nós está aqui. Se nem isso te motivar à peleja, sinto muito, mas você é um fraco.
PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!
19 junho 2011
Guerra aberta. Defenda o Corinthians
O noticiário dos últimos dias demonstrou com mais clareza o que neste blogue é dito desde que o mundo é mundo e que, há pouco tempo, rendia alcunhas como "louco", "intolerante" ou "raivoso". Em decorrência da construção do estádio em Itaquera, os ataques ao Sport Club Corinthians Paulista tornaram-se cada vez mais intensos, inclusive na mesma medida do desespero da anticorinthianada de merda por conta da falta de mote para piadinhas medíocres, todas elas fruto da intolerância ao Centenário Time do Povo. Até 2014, data da Copa assassina, as porcarias que um evento desse traz na bagagem serão ocultadas pela sanha anticorinthiana e o alvo será um só. Resta, portanto, a resistência brava e firme da Fiel torcida, que agora se vê diante do grande desafio de continuar existindo ou sucumbir à nova realidade do futebol - e eu digo: VAMOS RESISTIR!
Não se trata de mera contextualização por conta de uma reportagem, feita no tradicional e usual modus operandi da abutraiada vagabunda. Trata-se de aproveitar o momento propício para reafirmar a necessidade da torcida fazer valer sua vontade nas diretrizes do clube, ainda que não ocupe as confortáveis cadeiras das salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Se a matéria tinha tudo para confrontar Sanchez, o fez da pior maneira possível, servindo a interesses de certos imbecis e sujando a instituição via exposição do seu presidente. Foram trocas de farpas entre dois lados que, no fim, estão cagando e andando para o Corinthians. Mas isso é outra história.
Da mesma maneira, o silêncio do mandatário não causa a mínima surpresa. Desde quando assumiu o cargo, ele jamais prestou contas de seus erros - e foram muitos. Mais ainda, a estratégia vai ao encontro da ideologia alienante dessa diretoria, que quer afastar o corinthiano de sua razão de viver e tornar os torcedores meros consumidores. Obviamente que quem alimenta os próprios inimigos, ao mesmo tempo em que monta uma extensa rede de influência dentro e fora do clube na base da troca de favor, não quer dar esclarecimentos.
Resta à família corinthiana, essa Nação gigantesca, o papel de legítimos defensores de nossa instituição, porque os dirigentes nunca vão tomar ciência do seu dever. A guerra contra o Corinthians está declarada. Serão infinitas as tentativas de nos destruir, e é preciso alertar que esse é um cenário perfeito para a atuação de dois tipos de parasitas que sempre buscaram sua sobreposição a partir da contestação da grandeza do Timão. O primeiro tipo já está nos equiparando à mais suja cria que o futebol pariu, faliu e a ditadura supriu. O segundo, a própria suja cria, vai expor novamente seus penduricalhos de puta, sempre com a ajuda dos carniceiros, para esconder a história indecente e a falta de alma que lhes é peculiar.
A luta, nesse momento, não tem censura. Qualquer ataque é válido, desde que tenha o coração corinthiano guiando as ações. Quer boicotar a imprensa, boicote, mas faça isso se valendo de blogues corinthianistas e dando o merecido valor à Rádio Coringão e à TV Corinthians. Quer confrontar jornalista? Vá para cima, questione seus métodos, ameace com palavras duras e faça o canalha ter medo da Fiel. Exponha as contradições que a anticorinthianada sempre deixa no lastro, porque o ódio dessa corja os cega. Exercite sempre o senso crítico, duvidando de tudo que você vê, lê ou escuta nos órgãos abutres. Cobre a diretoria. Vá ao estádio. Grite Corinthians na cara dos outros. Defenda essa paixão em preto e branco.
PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!
A GUERRA ESTÁ ABERTA! ACORDA, FIEL!
*Leia mais: Apologia da Cimitarra, no Anarcorinthians.
13 junho 2011
Breves
- Os amigos notaram que eu pouco comento sobre os jogos desse modorrento campeonato brasileiro, não? É isso até dezembro, não esperem nada além, exceto nos clássicos. Aliás, o que vou falar se temos tilte no banco?
- Falo sim de coisas importantes, como a triste morte do herói de 77 Adãozinho, que também mostrou muito corinthianismo naquela histórica vitória contra os porco por 4x3 em 1971. São Jorge te receberá do jeito merecido.
- E ainda nas coisas importantes, venho tentando ajudar, na medida do possível, o Gabriel Uchida. Para quem não sabe, ele é o responsável pelo blogue Foto Torcida, que publica fotos incríveis da vida na arquibancada pelo país. A questão é que o Gabriel está com seu trabalho inviabilizado porque ele simplesmente não consegue credenciamento via ACEESP. Segundo os nobres profissionais que comandam a entidade, o trabalho dele não é jornalístico. Ao mesmo tempo, todo jogo vemos Pânico e CQC fazendo suas palhaçadas nos estádios.
Segundo o Gabriel, a possibilidade do Foto Torcida encerrar suas atividades é gigante, ainda que ele esteja contando com uma última alternativa. De minha parte, e já que exauri tudo que tinha ao meu alcance, fica o pedido a todos que gostam do futebol para que achemos uma solução. Minha sugestão inicial é que as torcidas se juntem, comprem o ingresso e garantam a condição de trabalho.
Longa vida ao Foto Torcida!
- Morreu um dos cânceres do Parque São Jorge e pouco se comemorou. Teve um bafafá por conta de cagüetagem. É preciso mudar muita, mas muita coisa se quisermos um Corinthians novamente do povo...
- Deixo duas referências de textos, para finalizar. A primeira, no blogue Voz da Fiel, vai muito próximo do que eu penso sobre o Estádio em Itaquera, falando exatamente da única conta que todo corinthiano deve fazer. E a segunda, no Blog do Timão, é outra importante prova do descaso com as categorias de base do Corinthians.
08 junho 2011
O primeiro-ministro
Estou há tempos querendo falar da experiência sensacional que foi ler a autobiografia de Erasmo Carlos, o nosso Tremendão e brasileiro máximo. Dei o livro de presente para minha Evinha, na tentativa de amolecê-la um pouco mais com relação às músicas da dupla Roberto-Erasmo, bem como dar continuidade à suja - mas justificada - campanha em prol do Rio de Janeiro. Sim, porque Erasmo é um fidedigno carioca da Tijuca, bairro onde mora a verdadeira essência da Cidade Maravilhosa da qual sou fã.
É na Tijuca, aliás, que se passa grande parte das narrativas, todas elas soltas e sem, necessariamente, seguir a lógica natural do tempo. Erasmo vai ali, volta acolá, e nos diverte muito, do mesmo jeito que faz em sua vasta e rica produção musical. Lembra de seus amigos de infância - entre eles, ninguém menos que Tim Maia (um grande parceiro de roubadas, putarias e canções) e Jorge Ben - e menciona sempre sua eterna adoração à mãe, Dona Maria Diva.
Todos esses causos passados na zona norte do Rio talvez expliquem o porquê de Erasmo, ao contrário de seu ilustre parceiro, atiçar nas pessoas um ar de proximidade, de cumplicidade. Se Roberto tem aquela aura de quase intocável, o Tremendão é gente da gente, daqueles que tomam várias no butiquim e vão ao Maracanã. Ele viveu as ruas, brincou nas calçadas, conheceu pessoas de todos os tipos e origens, e da sua própria nunca esqueceu. Corcoviador, sarrista e farrista, Erasmo foi levando o tempo na malandragem, na manha, e não deve haver um ser vivo que ouse profaná-lo.
Não que as más-línguas não tenham tentado. Ele conta, por exemplo, que sua única briga com o amigo de fé, irmão camarada, foi motivada justamente por um diz-que-me-diz venenoso. Porém, as outras tantas emoções, vividas ao lado do Rei e de figuras essenciais em sua trajetória (destaques óbvios para a mulher Narinha e o mentor Carlos Imperial) e despejadas nas 360 páginas do livro, foram suficientes para marcar a memória com o sorriso aberto que sempre estampa o rosto de Erasmo.
No último domingo, o cara completou 70 anos e quase nada se escutou sobre a importante data. Repito: Erasmo é um brasileiro máximo. Ainda que a mídia tente ofuscar sua existência mantendo os holofotes exclusivamente sobre o Rei, a gente lembra por aqui que essa monarquia tem um primeiro-ministro. E é o primeiro-ministro quem comanda. Salve, Erasmo Carlos!
30 maio 2011
A casa do povo tem que acolher o povo
O início da construção do estádio em Itaquera me força pitacos que provavelmente irão desagradar a grande maioria. Digo, primeiramente, o de sempre: estádios devem ser públicos, todos eles. A função social do futebol deveria constar na Constituição e políticas públicas de inclusão por meio dele é mais que obrigação do Estado. Dito isso, eis as considerações:
- não me vejo longe do Pacaembu, por razões históricas e emocionais. Toda a minha formação de torcedor se deu ali e aquele espaço é a casa do povo paulistano e, por analogia óbvia, do Corinthians;
- nas condições atuais, cair na onda de estádio próprio é se submeter às pressões da imprensa esportiva, que sempre alimentou esses ideários babacas para fazer valer as verdades daquele clube a quem ela presta serviço;
- é óbvio, é claro, é evidente que o povo já tão excluído das arquibancadas não terá acesso ao novo estádio. Não são bem-vindos hoje em dia no Estádio Municipal por causa dos preços exorbitantes, que dirá num lugar construído a partir de recomendações da assassina Copa 2014;
- a alienação em torno desse vai-não vai das obras me dá sono e certa irritação. Trata-se de um sinal fortíssimo do marketing e do futebol moderno ganhando cada vez mais espaço nas trincheiras corinthianas, sendo que o processo deveria ser o inverso. O Corinthians sempre foi resistência, mas a torcida se distancia de sua sina a passos largos;
- todas os últimos fracassos e imbecilidades promovidas pela diretoria incompetente - a mais recente é a descaracterização do time via camisa grená - serão anistiadas. Irão elevar Andrés Sanchez ao posto de maior presidente da história. O loteamento de espaços no estádio privilegiará castas que outrora deveriam protestar e a paz reinará aos homens de bem;
- mais profundidade sobre o tema eu já havia dado no post "Corinthians nas mãos erradas";
- o Filipe também deixa palavras interessantes e necessárias sobre o caso, citando a precisão do Corinthians Varzeano e lembrando que temos sim uma casa além do próprio Municipal: o monumental e glorioso Estádio Alfredo Schürig.
ACORDA FIEL!
29 maio 2011
Seeeeis!
"Quando a gente ama qualquer coisa serve para relembrar".
Mas não são qualquer coisa, são sempre constantes descobertas nesses seis anos que minha Evinha carrega o pacote oriental em sua boléia. Há tanto que se dizer numa hora dessas que, no fim, as palavras não aparecem.
Aprendizagem, emoções divididas, a eterna briga futebolística e a cumplicidade em diversas facetas são as tais coisas, nem um pouco qualquer.
Pois se me faltam palavras, digo o que bate no peito, que aliás é aquilo que desde sempre aconteceu: AMO TE, MINHA ÍDALA!
Mas não são qualquer coisa, são sempre constantes descobertas nesses seis anos que minha Evinha carrega o pacote oriental em sua boléia. Há tanto que se dizer numa hora dessas que, no fim, as palavras não aparecem.
Aprendizagem, emoções divididas, a eterna briga futebolística e a cumplicidade em diversas facetas são as tais coisas, nem um pouco qualquer.
Pois se me faltam palavras, digo o que bate no peito, que aliás é aquilo que desde sempre aconteceu: AMO TE, MINHA ÍDALA!
23 maio 2011
Tantã e a Revolução Corinthiana
O texto a seguir é complemento meu ao post do Anarcorinthians, que foi mote do último "100 Anos de História", programa ancorado pelo irmão Filipe lá na Rádio Coringão, todas as sextas, às 21h. Fala do grande Tantã, referência máxima a todo corinthiano:
"Entender a importância e levar adiante todo o legado que Tantã deixou é saber de nosso papel daqui para frente. O Corinthians, nesse primeiro ano de seu segundo Centenário, passa por uma crise que vai além das pífias apresentações do time principal em campo. Aliás, esses fracassos recentes são nada mais que o reflexo do abandono à causa corinthiana iniciada em 1910. O mais materialista dos homens se rende à Mística Corinthiana por conta da complexidade de forças que atuam em torno de nosso querido clube e, dessa forma, quando esse mesmo homem esquece de onde veio, o calo começa a apertar.
Falei em nosso e o Corinthians é nosso mesmo. Nosso e impessoal, como queria Tantã. Não ter essa concepção é atitude passível de severa punição - lembremos o caso de um garoto que quis processar o Corinthians para levar uma graninha sobre a música "Bando de Loucos", cuja pena foi o auto-exílio das arquibancadas, porque nunca mais foi visto por lá. O "nosso" em questão, portanto, tem o sentido mais puro da coletividade, tão próximo às origens alvinegras.
Voltemos, então, ao que é nitidamente visível e necessário ao Corinthians de hoje. De tempos em tempos, como aconteceu com Tantã e conforme foi renovado pelos Gaviões da Fiel em sua criação, carecemos de uma transformação guiada pelo desprendimento total do individualismo. Lideranças, sempre escolhidas por todos como o representante de um pensamento coletivo, são apenas para que se dialogue com o mundo exterior. Precisamos nos mobilizar, seja nas ruas, na escola, na faculdade, no trabalho, dentro do clube e nos estádios, e nos guiar pelo pensamento único de um Corinthians para todos.
Como pingo d'água em pedra, é preciso repetir a faceta transgressora do Corinthians e aplicá-la num ponto de vista que abrange as relações político-sociais de forma ampla. Nota-se tal função desde a fundação até quando derrubamos o inominável ditador que há pouco fazia das suas no Parque São Jorge, naquilo que pode ser considerado o último levante da Fiel Torcida. O Corinthians nasceu para subverter a ordem e mostrar a força da união do povo. Somos, por exemplo, a única torcida reconhecidamente atuante na luta contra a ditadura militar. Somos, desde que o mundo é mundo, o maior movimento social do mundo.
De maneira que levar adiante esse legado servirá não só ao nosso renascimento, mas também no combate à doença altamente infecciosa conhecida como futebol moderno. Por causa dos preceitos da modernidade, derrubam impunemente monumentos eternos como o Maracanã, o Maior do Mundo. É para atender a demandas mercadológicas que se enjaula torcedores organizados e se valoriza o descompromissado 'torcedor bunda no sofá'. A modernidade torna comum e aceitável o fato dos meios de comunicação oficial do Corinthians, como esta gloriosa Rádio Coringão e também a TV Corinthians, serem preteridos pela própria diretoria em benefício a uma emissora que ganha rios de dinheiro às nossas custas. Esse novo processo de civilização europeizado foi quem retirou as barracas de pernil da frente do Pacaembu e a cerveja vendida nos bares da parte interna, elementos essenciais para a socialização do torcedor antes e depois dos jogos.
Diante desse cenário desolador, Tantã, La Selva e todos os ancestrais e guerreiros, conhecidos ou anônimos, ficariam orgulhosos se, no peito de cada um de nós, reacendesse a chama contestadora típica de todo corinthiano. Querem nos isolar, querem nos calar, querem que a gente fique batendo palminhas hipócritas a cada decepção, quando na verdade deveríamos aprender com os erros por novas conquistas. Retiram nossos direitos pouco a pouco, forçando os limites e dando risada dos que ainda tentam resistir, como se fôssemos utópicos. Ora, o Corinthians é a própria utopia e desdenhar de utopias é desdenhar do Corinthians.
Devemos assumir a demanda que nos foi destinada em troca do privilégio de ser Corinthians. Urge a Revolução Corinthiana."
15 maio 2011
Revolução Corinthiana já!
Não há o que se fazer a não ser olhar para as salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Se temos pernas de pau sem a menor vontade de vestir a nossa sagrada Camisa no elenco, a culpa é nossa. De gente que veste cores que não o preto e branco corinthiano, de quem se empolga com contratações descabidas e que não enxerga que nossa prioridade nunca foi ter um estádio. Ao bater palmas para a mediocridade e permitir que descompromissados com a causa alvinegra controle nossas ações, nos permitimos, numa final de campeonato, ser representados por um juntado de cabeças de bagre que se apresentam como se estivessem num coletivo de terça-feira à tarde.
Se esse papelão que o bando de vagabundos (inclua aí elenco, comissão técnica e diretoria) nos fez passar no domingo não é o bastante para pedir urgentemente a cabeça do presidente Andrés Sanchez, então acho que teremos um futuro muito sombrio para os próximos anos. Há de se fazer a Revolução Corinthiana já, se possível com outro terror no caminho de volta de toda a delegação. Bombas, porrada e agressões a esses imbecis que transformaram o Corinthians em teta.
O vilão não é o goleiro que toma frango, não é o meia improdutivo ou o lateral que não sabe cruzar. O vilão maior é a anticorinthiania instalada dentro de nossas trincheiras. Enquanto não eliminarmos essa craca, teremos os vexames protagonizados nos últimos dois anos se repetindo com freqüência.
A Fiel precisa acordar e relembrar que seu papel, como disse sabiamente Roberto Daga, não é só ficar batendo bumbo, com aquela lavagem cerebral desmobilizadora e alienante de "apoiar os 90 minutos", até porque isso só vem sendo feito pelos mesmos 5 mil de sempre. O Corinthians é nosso. Devemos ter orgulho de ser uma "Torcida que tem um time" e fazer a teoria na prática.
Neste exato momento, é preciso que cada um de nós façamos nossa obrigação pelo corinthianismo, vestindo o Manto e encarando a anticorinthianada imbecil que hoje goza com o pau alheio para tentar, a todo custo, nos diminuir. É hora de ir para a guerra, sem limites. Eu sou Corinthians, e você? Pois quem não for corinthiano...
PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!
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