08 agosto 2011

Sobre espelhinhos, democratismos e questões práticas do marketing no futebol


O bafafá corinthiano da última semana não diz respeito às apresentações cada vez mais pífias promovidas pelo péssimo técnico que o
Corinthians mantém a preço de ouro. Surgiu uma tal “eleição” para “presidente” de uma “república”, fruto de outra ação de marketing que visa anuviar ainda mais a já tão restrita vida política dentro do Parque São Jorge. Pior – e de uma vilania gigantesca – foi terem incluído no rol de “governadores” (nome dado a quem se inscrever nesse processo eleitoral da rainha da Inglaterra) gente que, de fato, defende o Timão e exerce o corinthianismo, numa tentativa de purificar a coisa toda.

Deste humilde espaço que, diariamente, mantém sua taxa de rejeição em torno dos 90% (segundo o Google Analytics), a análise é prática e fria. Os tais espelhinhos continuam sendo oferecidos ao deus-dará, ocultando o
distanciamento do Corinthians de seus propósitos políticos e sociais ditados pelas nossas raízes. Mais prática ainda é a minha sugestão: por que raios não investem toda essa energia na divulgação e no apoio a iniciativas realmente eficazes e positivas como a gloriosa Rádio Coringão – encontrar o link da rádio no site oficial do clube é caçar agulha no palheiro.

Daí, a gente pode detectar algumas distorções conceituais dessa “eleição”. O objetivo, segundo consta, é garantir voz a todos os torcedores que querem falar do Corinthians. Não sei se vocês sabem, mas inventaram um negócio chamado internet que já proporciona isso. E aí voltamos à Rádio Coringão, um meio de comunicação que se consolida dia após dia, ao mesmo tempo em que serve de disseminador livre a diversos blogueiros, twitteiros, facebookeiros e orkuteiros. A Rádio, hoje, é o veículo mais democrático de toda a mídia esportiva, haja vista os quebra-pau verbais que constantemente acontecem pelos microfones por conta da diversidade de opinião, bem como as informações sempre precisas que sempre são dadas por lá.

A partir dessas duas constatações, pode-se concluir que a campanha propõe uma coisa, mas acaba fazendo o contrário. Dá apenas a ilusão de que os inscritos nesse processo eleitoral fiquem com a noção de participação nas coisas do Corinthians e, simultaneamente, enfraquece todos os meios de expressão alternativos à mídia abutre quando vincula espaços de comunicação a um pleito estéril.

Mais conceitos desvirtuados estão nos termos empregados para os participantes. A torcida do Corinthians não precisa de “governadores” e tampouco um “presidente”. Isso é uma ode ao autoritarismo que caracteriza diretorias sucessivas no Timão. Pelo contrário,
precisamos incitar na Fiel o ímpeto de mobilização coletiva, a experiência de auto-sustentação, a união autônoma de nossos pares, sem que tudo isso surja das salas ar-condicionadas do Parque São Jorge.

O marketing no futebol – A partir de agora, serei ainda mais presunçoso e farei brevíssima análise dessas estratégias de marketing aplicadas ao futebol, até porque trabalho (nas épocas em que tenho emprego) com isso. Diferentemente de todos os outros segmentos, os grandes clubes não carecem correr atrás do seu cliente ou inventar demandas de consumo para que sua “marca” seja consolidada. O caminho é inverso, uma vez que ninguém me avisa quando tem jogo do Corinthians. Aí reside o grande dilema: marketeiros do futebol trazem com eles somente a experiência de mercado, baseados nas planilhas de venda.

O marketing futebolístico, portanto, serve (ou deveria servir) tão somente a reforçar as paixões, a história e a própria torcida a que se destina. Não é preciso inventar novos conceitos, basta buscar a essência e o restante será garantido por times bem montados e títulos. A tarefa é bem simples: valorize o torcedor, respeite as tradições da arquibancada, da numerada, do alambrado ou do sofá. Toda e qualquer iniciativa que fugir disso tende a problemas futuros, gerando descaracterização total não só das torcidas como do próprio esporte.

Reitero, ainda, que em nenhum momento estou questionando linhas editoriais de quem quer que esteja participando da última roxemberguiana. Só lamento que algo tão sem sentido e tão alienante – marcas da gestão – ainda seduza muitos irmãos da Fiel Torcida. De minha parte, não consigo dar voto de confiança a um dirigente que não respeita nem nossa camisa.

Mais sobre:

- O Bunker Corinthianista
- O 1º Golpe da República Popular do Corinthians ou We won´t get fooled again!


5 comentários:

Anônimo disse...

Roxemberg e suas ideias ainda vão arruinar com o clube...
No começo achava que seria interessante,mas passando os dias entendo a finalidade desta campanha de marketing,dominar os principais e unicos meios de informação verdadeira que a fiel tem hoje.
Não apoio essa campanha!

Craudio disse...

Mano, não diria nem dominar. Pra mim é mais induzir uma desmobilização coletiva e de iniciativa da própria torcida.

Filipe disse...

Vamos encampar o seguinte:

1) Fim da taxa de visitação ao Parque São Jorge.
2) Desde já, 20% de toda a arrecadação dos jogos deverão ser revertidas para a construção de Escolas, Biblioteca completa, Centros Profissionalizantes, clínicas e Hospital do Corinthians.
3) Consolidação de fornecedor de material esportivo PRÓPRIO - Marca Corinthians.
4) Consolidação dos veículos próprios dos torcedores, ou seja, a Rádio Coringão, através da aquisição de uma concessão de FM e de um canal de TV aberta. Corinthians transmite TUDO o que lhe diz respeito por si só. E abutre paga taxa pra poder divulgar. A imprensa acaba se não tiver como falar de Corinthians, e será quase que obrigada a só falar mal e cuspir odiozinho(mas isso ela já faz).
5) Reuniões no 5º Andar, apenas se forem sérias, principalmente se for com torcedor(es).

E vamos criar mais itens aí.

Mônikita disse...

Claudio

Muito bem debatido ... tb me entristece que alguns irmãos se deixem levar por essa balela.

Tb estou nos 90% de rejeição ufa quer dizer que estou lucida ainda hahahahaha

NA LUTA

VAI SCCP!

Mônikita disse...

Outra meu blog e o seu nunca iriam msm recrutar afinal têm um fora andrés logo de cara kkkkkkkkkkkk