30 maio 2010

Corinthians acaba com a palhaçada


A abutraiada pode baixar a lona, desmontar o picadeiro e limpar a cara dos palhaços. Jogando como homem, o Corinthians fechou o circo do time médio da baixada - que é cada dia menor - e fez neguinho rezar para que o Eterno 7 x 1 não se repetisse em Templo Sagrado. Ambiente propício, a Fiel cantando como nunca e um resultado significativo e importantíssimo para que conquistemos a obrigação do Ano do Centenário.

Não vou repetir aqui a crítica à falta de continuidade na postura ofensiva depois do primeiro gol de São Jorge Henrique (implacável em clássicos, apesar deste ser cada vez menos clássico a cada ano envelhecido de Pelé), tampouco vou valorizar a atitude óbvia do treinador em escalar o time com armadores. É para se exaltar o Corinthians, puramente o Corinthians, apesar de Mano Menezes e toda a pataquada que anda assombrando o Parque São Jorge nos últimos tempos. É a nossa mística que se sobrepôs a tudo isso e entrou em campo para colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Durante a partida, não se viu firulas, chapéus, lambeção de bola e outras artimanhas características do adversário. Por outro lado, Elias deu uma bela caneta, Jucilei, o Beckenbauer de Ébano, mandou um lençol em plena defesa, o corinthianíssimo Dentinho pescou sereia e mandou nego calar a boca e até mesmo o comedor de acarajé fez embaixadinhas dentro da pequena área. Foi a arte do povo superando o circo da modernidade.

Agora que o time da mídia levou a sapatada que era para ter acontecido no Paulistão - adivinha de quem foi a culpa de não termos chegado ao quadrangular? -, teremos algumas semanas de luto nas redações esportivas. Não há gracinha que supere história e tradição, alma e suor. Se existe a maldição de Prudente/MS contra nós, há também a força de nossa casa, o Estádio Municipal. E eu acho, para finalizar, que o canalha do apito, se ajudou, devia é ter roubado muito mais essa merda de time.

AQUI É CORINTHIANS!

29 maio 2010

São 5!


E não é que já são 5 anos que a Evinha agüenta carregar esta mala aqui? Nada como muito amor e paixão para suportar minhas manias de velho, minhas intolerâncias e teimosias. Confesso que ela merece um bom lugar lá no buteco do Jesus quando for, bem velhinha, trocar uma idéia com o Pedrão e mencionar a boa ação que já dura 1825 dias. Por tudo isso, como não ser cada vez mais apaixonado e agradecido por quem fingiu cair no meu xaveco furado e viu que, por trás das imbecilidades que eu sempre falo, havia um amor que eu nunca senti ou sentirei por ninguém.

Adoro, por exemplo, as fanfarronices de nossa trajetória. Ela me pedir em namoro, ambos fazendo o sacrifício de pisar em arquibancadas inimigas, a total falta de vontade em atender a necessidade pequeno-burguesa de meter uma aliança na mão esquerda, o asco e o pavor pela idéia de ter um filho, a ojeriza por telefones, a aventura de ficar num puteiro durante o Carnaval carioca e até mesmo a compreensão quanto ao incrível potencial de funcionamento do meu intestino.

Lembrando dessas passagens, entro num daqueles flashbacks hollywoodianos, em câmera lenta e com a luz esganiçada de tão clara. Vejo-a em filmes, ouço-a em músicas e sempre me pego imaginando a gargalhada que ela daria se se deparasse com qualquer cena minimamente esdrúxula na rua. No fim das contas, são esses pequenos detalhes que se juntam e fazem do troço algo importante (como diria o Robertão, que ela odeia e eu sempre acho um jeito de provocá-la com isso).

Amo-te, minha ídala!

26 maio 2010

Futebol é simples, mas tem gente que complica


Às 22h39, intervalo de jogo em Prudente/MS, eu twittei: "Substituição óbvia: tira o tal do @1nho e coloca logo o moleque que contrataram pra jogar. Substituição que o @manomenezes vai fazer: sai Defederico, entra JH pra atuar como lateral. Aos 25, aposto que entra o Tcheco." Foi quase isso, e foi pior. Não sabemos por que cargas d'água o técnico entrou com Paulinho no lugar de Jucilei, o Beckenbauer de Ébano, que depois foi sacrificado na lateral. Postado o Corinthians com 3 volantes e nenhuma armação, ainda assim o time mambembe do Pantanal - e vai saber onde estarão no próximo ano - entrava como queria em nossa área. Tanto que o capitão, a quem agradecemos pelo que fez nos anos de 2008 e 2009 e que não tem mais condições físicas neste 2010, falhou feio e só não merece mais críticas porque consertou a própria cagada com seu primeiro tento pelo Timão em jogos oficiais.

Eis que por volta dos 30 do segundo tempo entra Bruno César, e ele faz acontecer o óbvio: na sua primeira jogada, o moleque coloca a bola num bololô da zaga adversária e a gente empata. Posteriormente, mais três lances de perigo saídos dos pés do meia, fora um cruzamento de Jucilei, já abdicando de sua posição de lateral. Simples. Fácil. Lógico. "O Corinthians ganha fácil agora", pensei eu.

Curiosamente, quando mais pressionávamos, o repórter da emissora câncer dá a letra. "Mano Menezes passa para o Tcheco as instruções ao time por celular", diz o abutre. E Bruno César está lá como terceiro volante, Dentinho e São Jorge Henrique como segundo laterais (invenção mais recente de nosso treinador) e o inominável enfiado no meio de três zagueiros. O empate estava bom e Mano, por não conseguir nos enfiar seu predileto e protegido goela abaixo, fez o pernaço atrasar o ritmo do banco de reservas. A vantagem para o segundo colocado, que poderia ser de 4 pontos, caiu para 2, e agora é ainda mais obrigatória a vitória contra o circo do time médio no domingo.

Até quando iremos suportar esse tipo de postura covarde? Até quando vão fazer o Corinthians jogar tão pouco corinthianamente? E ainda faltam 34 jogos para o fim do modorrento Brasileirão.

Nosso ídolo nacional


Está aí a Copa da África e para entrar no clima dessa festa mundial do futebol estive me encantando com alguns vídeos no Youtube que foram produzidos especialmente para o torneio por... argentinos. Porque não tem jeito, a minha visão do esporte está totalmente ligada ao modo como os hermanos torcem pela sua seleção. Talvez pela significância histórica daquela vitória sobre a Inglaterra vingando as Malvinas, mas principalmente pelo comportamento na arquibancada. Seguindo as dicas de Bruno Ribeiro, quase chorei com esse filme da TyC Sports e gostei bastante desse outro, feito pela Quilmes, dando voz a Deus.

Em contraposição, a gente lembra dos reclames feitos no Brasil e nos deparamos com troços largados, descompromissados e sem a mínima identificação com o torcedor de verdade, nada mais que reflexos do que anda acontecendo diariamente. Se por aqui não valorizam a paixão pela bola rolando, ao sul da fronteira vemos que o amor ao time, a seu país e a sua seleção são mais que sentimentos: também dá para capitalizar em cima disso sem desrespeitar valores e tradições. Notem, por exemplo, a quantidade de especialistas em futebol que aparecem de quatro em quatro anos - é o mesmo zé-povinho que entende de ginástica artística e atletismo nas Olimpíadas. Vejam que, a cada Copa, o brasileiro fica mais distante e menos representado pelos atletas que vestem a amarelinha. Sequer percebemos uma gota de lágrima após as derrotas, até porque tristeza mesmo não há.

A explicação para essa relação aproveitadora do brasileiro com sua seleção pode morar na carência de um ídolo nacional. Não me venham com Pelé, pois ele é incomparável no que fez em campo e intragável quando começa a usar seu alter-ego para se tornar o preto mais branco e racista do planeta. Garrincha talvez tivesse potencial porque bebia e gostava do que o povo gosta. Quem sabe Zico, tivesse ele sido campeão em 82 ou 86, ou então Sócrates, não fosse o Doutor muito frio em sua relação com a torcida. Resumidamente, nunca tivemos a competência e/ou sorte de eleger nosso redentor futebolístico.

Automaticamente, olhamos por cima do muro e vemos no quintal do nosso vizinho um cara chamado Diego Armando Maradona no comando do escrete argentino. Depois de Pelé, o maior que já se viu. Na minha galeria pessoal de ídolos imortais, só não figura antes de Neto, Ronaldo, Tupãnzinho e Biro-Biro porque não vestiu a camisa do Corinthians. Maradona é alma, é raça, é a síntese do povo que se sobrepôs a uma rainha assassina, ainda que com defeitos como seu vício em cocaína. É herói de uma nação porque errou, soube aceitar que errou, pediu perdão e hoje repara tudo isso com um "que la chupen e la sigan chupando!" Entendem a característica essencial de um ídolo?

Na toada toda daqueles vídeos, gastei uma hora e meia do meu tempo assistindo ao documentário "Maradona", do diretor Emir Kusturica, que pode ser visto pelo Youtube (as partes seguintes estão nos vídeos relacionados). Separo, ao fim do post, um trecho do filme que só não deixa comovido quem for muito canalha. É a música "La mano de D10s", feito por Rodrigo el Potro quando Dieguito estava na pior. Manifestações como essa, ironicamente, fazem com que eu mude meu comportamento de torcedor durante a Copa e acompanhe o Brasil mais por causa do patriotismo, só que com a Argentina também no coração. No dia que fizerem um longa como o de Kusturica dedicado a qualquer jogador brasileiro - o Neto merece -, aí voltamos a conversar...


23 maio 2010

Apesar do treinador


E vai ser assim até dezembro: futebolzinho burocrático que cabe muito bem num campeonato burocrático. Para tanto, nada melhor que um técnico que consegue punir um espasmo de bom futebol do
Corinthians, tirando Dentinho depois de um lindo chapéu na lateral do campo. Esse é Mano Menezes, e daqui não sossego enquanto esse lixo estiver comandando o time.

As bizarrices não pararam por aí, aliás. Depois de colocar equivocadamente Defederico no lugar do filho do
Terrão - era para sair Jorge Henrique -, o trovador voltou a investir no seu predileto Tcheco, substituindo Jucilei, o Beckenbauer de Ébano. Não contente, a terceira alteração foi a do inominável por mais um zagueiro. Muito estranho vindo de alguém que se gabava de ter colocado, na primeira rodada, cinco atacantes para arrancar um golzinho chorado contra um timeco com 2 jogadores a menos.

Para quarta-feira, diante da mentira do Pantanal, o
corinthiano deve preparar seu coração. Chuto aqui a provável escalação do escrete alvinegro: Felipe, Moacir, Chicão, William, Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Tcheco, Paulinho, Elias, Boquita; inominável. A adivinhação é baseada na postura de Mano com relação a tudo que o cerca - até nas entrevistas ele fica na retranca e há uma semana prepara desculpas caso ocorra uma derrota ou um empate que nos tiraria os 100% de aproveitamento. O ilustríssimo treinador fala coisas sem sentido ao microfone e não consegue explicar o mais simples: por que raios coloca os 11 em campo para não jogar.

Antes da partida em que os 3 pontos são obrigação, no entanto, é preciso calibrar o fígado e o estômago para o noticiário, já que o assalto promovido pelo chorolado Gaciba contra o
Timão foi transformado pela abutraiada em prejuízo ao florminense. Finalmente, se ainda tinha torcedor que acreditava em certo ex-jogador, depois dessa enfiada de dois pés nas chinelas que houve no último sábado, é mais do que claro que o sujeito não tem mais condições...

20 maio 2010

Emprego, você ainda vai ter que procurar um...


Apesar de ser tarefa árdua e, conseqüentemente, muito chata, procurar emprego também rende algumas gargalhadas. Não de alegria, são de angústia, até porque tem horas que a gente reza para aparecer qualquer trampo de merda por causa da conta corrente no vermelho. Mas se não nos divertirmos um pouco com a própria desgraça, de que vale a vida?

Já que é para contar piada, cadastrei-me na Catho há menos de dois meses e é incrível a quantidade de ofertas de trabalho indecentes por lá. Restringindo por área, fica ainda pior. Estava conferindo há pouco o número de vagas para jornalismo, exatas 363. Logo abaixo, marketing e publicidade somavam, juntas, quase 5 mil. Fiz ou não a faculdade errada? Indo adiante, aparecem troços que nem na época da escravidão seriam tolerados. Ontem, por exemplo, pintou uma agência de publicidade de tamanho até que considerável que topava pagar R$1 mil para um redator com jornada das 9h às 18h no esquema PJ, ou seja, emitindo nota fiscal com todos os encargos.

Não nos esqueçamos também das perguntinhas cretinas que alguns empregadores enfiam num questionário prévio, cuja função deve ser limar os analfabetos. Provavelmente, isso teria serventia nos casos em que os responsáveis pelas vagas não são analfabetos e/ou burros, uma vez que a maioria coloca coisas como "comente sua experiência profissional". Ora, se é para eu comentar, me chame para a entrevista; se você quer saber o que já fiz, olhe o currículo e o portfólio que mandei.


No entanto, nada supera o frio na espinha decorrente daquelas vagas maravilhosas que pedem "pró-atividade" e prometem benefícios, CLT, salário alto e o diabo a quatro. Sim, trata-se de uma grande corporação, e isso significa muitos dias nas mãos dos torturadores do RH e suas terríveis dinâmicas de grupo que não avaliam merda nenhuma e mais parecem brincadeiras do Xou da Xuxa. Não faz muito tempo, fui convocado para uma "conversa" por uma empresa de Alphaville e, chegando lá, tinha tanto candidato que a sala vazava gente pelo ladrão. O alerta vermelho se acendeu e eu quase pulei da janela, porém resolvi ficar para fazer um estudo de campo sobre o limite da dignidade humana. Digo que me assustei.

Não sei se é simplismo extremado, mas selecionar funcionário se resume a bater um papo com o sujeito para sacar falhas de caráter e depois colocá-lo para fazer o trabalho que ele teria de fazer. Rápido, indolor, sem segredo. Isso reduziria a perda de tempo de todos os envolvidos e evitaria o constragimento que toma conta do ambiente naquelas perguntas de Namoro na TV do tipo "como você se define" ou "fale sobre seus pontos positivos e negativos", feitas exclusivamente para os canalhas se sobressaírem. Um detalhe, é bom sempre lembrar: não sou e nunca serei chefe ou patrão, e se alguém aí já estava torcendo pelo sucesso da minha carreira, cadastre-se em catho.com.br.

18 maio 2010

Motivo de vergonha


A atual diretoria do Corinthians parece estar fazendo de tudo para tirar dos holofotes a eliminação ridícula da Libertadores, só que o faz de maneira equivocadíssima. O que poderia parecer uma estratégia merecedora de aplausos na luta contra os abutres na verdade é uma série de vômitos verbais que só envergonham a Nação Corinthiana e nos faz ter certeza de que a revolução política dentro do Parque São Jorge é cada vez mais urgente.

Um dos cretinos que dão as cartas por lá é o tal Roxemberg, o homem do marquetim, o cara responsável pela exposição excessiva e irresponsável do nosso clube. É ele o principal agente transformador do Centenário num carnaval bizarro. Gaba-se por ter montado uma estrutura gigantesca e captado recursos inimagináveis por conta da contratação de um ex-centroavante, apesar da tarefa ser semelhante a de vender chocolate em spa. No entanto, sabe tão pouco da "marca" que diz representar que soltou a seguinte afirmação nessa terça-feira: "Vamos jogar contra o Real Madrid. Vai ser um evento grandioso. Será a primeira vez que o Corinthians vai enfrentar um grande clube na Europa."

Não, Roxemberg, não é a primeira vez que o Timão entra em campo contra um grande na Europa. Em 1959, já fizemos uma excursão pelo velho continente, jogando contra Barcelona, Bayern de Munique, Benfica e Porto, da qual saímos invictos (duas vitórias e dois empates). Além disso, jogamos em outra oportunidade com o time catalão, goleamos a Inter em plena Milão, vencemos a Lázio e a Roma na capital italiana, enfrentamos os franceses Olympique de Marselha e Paris Saint German e empatamos com o já citado Real Madrid em Cádiz. Uma simples consulta às páginas 60 e 61 do Almanaque do Corinthians, de Celso Unzelte, evitaria a grosseira gafe.

Passemos ao mandatário. Estampa no UOL que Andrés Sanchez é contrário à Bolsa Copa proposta pelo presidente Lula para beneficiar os jogadores que venceram os Mundiais de 58, 62 e 70. Segundo Sanchez, já existe uma verba destinada ao auxílio de ex-atletas recolhida pela Federação da categoria e, portanto, nada justificaria uma reparação financeira ao Nilton Santos, por exemplo, que hoje passa por grandes dificuldades no tratamento do Mal de Alzheimer. Além de se mostrar vil e mesquinho, distanciando-se cada vez mais do povo que deveria representar - ora, o Corinthians é o Time do Povo, não? -, Sanchez explica, tardia e indiretamente, o porquê de não ter ajudado nosso guerreiro Idário nos momentos finais, assim como o clube deixou ao relento tantos outros heróis, como Baltazar, Luizinho e Carbone.

Finalmente, a gente chega no fanfarrão, no bobo da corte que atende pelo nome de Mario Gobbi. Inspirado por frases totalmente sem sentido nem motivo, o bonachão dirigente adora um microfone quando o Corinthians ganha, mas desaparece até mesmo num empate mal explicado. Após a fatídica partida contra o framengo no Pacaembu, afirmou categoricamente que iria sair da direção do futebol, mas voltou atrás no dia seguinte. Recentemente, fez um besouro fumar maconha no seu globo ocular.

É esse tipo de gente descompromissada que está falando em nome do Corinthians no ano de celebração de nossa existência secular. Crápulas que podem ser tudo, menos corinthianos de alma e coração, já que cospem em nossa trajetória e alimentam carniceiros com suas bobagens. Reitero: minha última preocupação é se estão levando dinheiro em contratações ou contraindo cada vez mais dívidas, até porque clube de futebol não é empresa. Isso tudo são só indícios de que as eleições no Corinthians precisam ser reformuladas, a começar pela extinção do Conselho. Grave, de fato, é sair do nosso caminho, desviar da ideologia que os ancestrais iniciaram e que os grandes alvinegros deixaram de herança.

17 maio 2010

Curtas


- Depois de comemorar por duas semanas a eliminação do Corinthians da Libertadores (teve gente do nosso lado que, aparentemente, também comemorou batendo palma), a mídia abutre voltou com sua programação normal. Se antes não podia dar muito na cara porque sabia que a torcida estava ávida por notícias e isso, conseqüentemente, significava aumento nas vendas, agora a cena mudou. Por conta do modorrento Brasileirão, o anticorinthianismo está funcionando a todo vapor nas redações. No Lanche!, vemos a manchete "Como em 2007, Timão é 100% em dois jogos"; já no site da Globo aparece "Timão sente o gosto da liderança do Brasileiro depois de cinco anos". E estamos só na segunda rodada...

- Até mesmo a Virada Cultural, talvez a única coisa positiva do desgoverno demo-tucano em SP, sofreu com o choque de gestão implantado pela dupla Serra/Kassab. Com uma programação pífia que chegou ao cúmulo de ignorar o rap em plena capital paulista, o evento só teve bom público porque ainda é uma das poucas opções culturais oferecidas pelo poder público local. Noves fora, estive em 3 palcos: na Vieira de Carvalho, pude ver a banda Frank Elvis e Los Sinatras, que fez covers bastante divertidos de músicas mela-cueca; na República, fui atrás do grande Paulo Vanzolini que, por conta da idade, ficou apenas sentado apresentando as músicas e tomando sua cerveja, além de um cada vez mais chato Nelson Sargento e um pedaço do sempre fantástico Jair Rodrigues; na Júlio Prestes, assisti ao Abba cover que, contrariando os chatos de plantão, se saiu muito bem e divertiu a multidão por lá.

- Voltando a Vanzolini, é inacreditável a qualidade das canções que esse grande mestre escreveu. Ele é tão, mas tão importante para a música, que pôde se dar ao direito de ficar bebendo numa mesa durante seu show e isso não parecer um desrespeito ao público.

- O nojento que atende pelo nome de J. Hawilla soltou a seguinte pérola na semana passada, em referência à reforma do estádio dos rivais:

"A turma que vai à geral ficará assistindo só na tevê. É gente que não consome nada, depreda e mata no metrô. Não interessa mais ao futebol. Dá orgulho ver o público pagar R$ 300 pelo ingresso. Não defendo a elitização. Mas o futebol precisa de dinheiro."

Além de prestar solidariedade por entender que isso será não só um golpe no outro lado da trincheira, mas sim um passo importante para o fim do futebol no Brasil, destaco a falta de coragem da imprensa esportiva em não contestar uma frase dessas. São cagões que se preocupam em manter relações por um emprego, ao contrário de se preocupar com o torcedor.

- Falando em jornalista cagão, como pode o José Serra ficar destratando publicamente alguns repórteres que lhe fazem perguntas decentes e não receber nenhuma réplica atravessada? Na hora de meter o pau pelas costas, a imprensa estufa o peito. No entanto, diante de qualquer entrevistado, nego vira um cordeiro.

- José Serra, aliás, que tem sérios problemas para resolver contas simples de aritmética. Justo ele, um "economista"...

14 maio 2010

No cu dos juquinhas Broadcast International


Vassalos e Vassalas desse mundão corrompido, as últimas semanas foram fartas em acontecimentos, tivemos a estréia do Pastor Meira e sua Igreja Juquiniana e por feliz coincidência no mesmo dia surgiu o mais famoso de seus discípulos: o Vigário Vigarista, aquele que largou bola nas costas do Querelado Escriba.
Graças ao Dr. Quiñaz, consagrado causídico e membro honorário da Corte de Haia, o mundo pode perceber que foi só o 1nho deixar de ter como fonte o Google pra se estrepar todo, clique aqui e veja todo estrago causado pelo Dr. Quiñaz nas hostes dos homens de bem da imprensa esportiva e crível tupiniquim, isto posto, vamos aos tocos, afinal... temos que justificar os donates recebidos:

Querelado Escriba, odeia o Presidente Lula, não perde a mínima oportunidade para tentar desqualificá-lo, esquece-se porém, que não possui qualificação alguma para tal. Toco no Besouro Verde e no Cráudio:


http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/?p=1699#comments

Besouro Verde disse: O seu comentário está aguardando moderação.

3 de maio de 2010 às 10:46

Escriba querelado (sem diploma),

Você, que abandonou a faculdade, também foi influenciado por ele?


Claudio disse: O seu comentário está aguardando moderação.

3 de maio de 2010 às 13:25

Gostei muito da correção gramatical da charge, principalmente porque quer ironizar a suposta falta de conhecimento do presidente Lula. É igual o dono deste blogue chamando alguém de ladrão, sendo que ainda deve R$13 na locadora.


Escriba do Blogue tem sua patota nos meios de comunicação e vive tecendo loas a seus integrantes, tudo que os escolhidos fazem é bom, melhor e não engorda, mesmo que outrora houvesse algo desabonador contra os tais. Toco no Cráudio:


http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/?p=1828#comments

Claudio disse: O seu comentário está aguardando moderação.

7 de maio de 2010 às 09:39

A independência do Benja vem do interior, já foi vice de futebol e atende pelo mesmo nome que a sua, não? E por que você não lembra que o nobre comentarista (e também merchandiser do Estádio, coisa que você abomina) foi um dos maiores apoiadores de Dualib e MSI?


Os tocos abaixo não precisam de maiores explicações, ocorreram por conta da Bomba do Dr. Quiñaz, dentre eles destacamos alguns comentários que passaram desapercebidos e foram publicados pelo “Enganado” Escriba. Como disse o Cráudio: são de “cagar” de rir!


http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/?p=1848#comments

Claudio disse: O seu comentário está aguardando moderação.

7 de maio de 2010 às 13:27

Quem garante que todas as denúncias por aqui não são fruto do seu jornalismo investigativo com o vigário?


Carlinhos-Botucatu-SP disse: O seu comentário está aguardando moderação.

7 de maio de 2010 às 13:58

Denuncista Escriba,

Atenha-se somente a sua principal fonte: o Google.
Em alusão ao post apagado pela barriga cometida deverás ter uma noite mal dormida daquelas que deve ter tido quando descoberto o CPF indevido.

Pobre Credibilidade
Pobre Vigário

Forte abraço

Caguei de rir! (via @craudio99)

http://migre.me/COOV


Mãe é mãe, e para homenagear as progenitoras dos leitores o Querelado Escriba - ao comparar a sua - soltou a memorável pérola: Sempre disse que ela era um “Juca Kfouri” de saias. Tal afirmação respingou lá pelos lados da "mãe de cuecas do querelado", Juquinha não deve ter entendido nada, por isso aprovou o comentário do Tupã:


http://blogdojuca.uol.com.br/2010/05/novo-blog-no-ar/

Tupã diz:

10/05/2010 at 8:57 PM

Cuidado Juca. Esse negócio de colocar mãe em blog, pega mal.
Vai que um fã chama vc. de mãe? ahahahahahaha


Querelado do Blogue quis dar uma força para suas estagiárias formiguinhas e lançou o blogue das moçoilas, rapidamente elas aprenderam o modus operandi de seu mentor. Toco para mim e para o Cráudio :


http://redacao.midiasemmedia.com.br/?p=37&cpage=1#comment-7

Carlinhos disse: O seu comentário está aguardando moderação.

7 de maio de 2010 às 19:45

Prezados e Prezadas do MSM,

Gostaria de saber o que acham de “ditos” jornalistas que recebem denuncias e sem checá-las as publicam?

Tal como poderá ser visto aqui: http://nocudosjuquinhas.wordpress.com/2010/05/07/parem-as-maquinas-bomba-bomba/

Forte abraço


http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/?p=1855#comments

Claudio disse: O seu comentário está aguardando moderação.

7 de maio de 2010 às 19:47

E diz uma coisa: o pessoal nesse blogue aí também apura as informações com o vigário?


Para encerrar, um toco fresquinho que acabou de sair do forno ético de Juquinha, vejam vocês: aquele que é considerado pelo Querelado do blogue uma “mãe de cuecas”, resolveu desenterrar aquela camisa - feia pra cassete - usada por Dunga num amistoso da Seleção em 2007 para criticá-lo. O 1nho tem a quem puxar mesmo, tal qual seu apadrinhado, Juquinha fez as vezes de personal stylist, uma Glorinha Kalil piorada dos meios esportivos. Mais um toco:


http://blogdojuca.uol.com.br/2010/05/quem-escolhe-uma-camisa-dessas-sabe-escolher/comment-page-10/#comment-144647

Carlinhos diz:

Seu comentário aguarda moderação.

13/05/2010 at 2:16 PM

Gosto duvidoso, realmente.
E quem indica como baluarte do novo jornalismo investigativo alguém que se utilizou de CPF indevido e busca difamar pessoas com provas falsas (http://twurl.nl/p71ukk), sabe ser ético?

ATENÇÃO: NÃO É BRINCADEIRA

Forte abraço.

13 maio 2010

Luta, sempre


Se você atravessa a rua ao ver um negro na calçada, se você fica desconfiado de um negro que está ao seu lado na fila do banco, se você acha estranho um negro dirigindo um carro melhor que o teu, se você não deixa seu filho ou sua filha namorar alguém que é negro, se você diz que "não sou preconceituoso, minha empregada é até negra", se você admira o Pelé (o maior anti-negro desse país), se você sempre procura um negro no banco de trás de uma viatura, se você não suporta a idéia de ter um negro como chefe, se você espera outro elevador caso tenha um negro lá dentro, se você nunca beijou ou deu um abraço em um negro... Saiba, você é um merda.

13 de Maio - Luiz Carlos da Vila

12 maio 2010

Você acredita na mídia?


Jornalistas, principalmente os dos grandes veículos de comunicação, são megalomaníacos e se consideram acima do bem e do mal. Não aceitam nenhum tipo de controle sobre sua produção textual e se indignam a cada vez que o papo sobre regulação da profissão aparece, pois para eles isso seria um tipo de intimidação governamental que se assemelharia à censura prévia da ditadura militar. Curiosamente, muitos trabalharam para a ditadura, direta ou indiretamente; outros gostariam de ter trabalhado ou ainda vivido sob o regime autoritário. Quase todos, porém, se esquecem do outro tipo de censura vigente, aquela disfarçada, vinda do departamento comercial, e do quanto isso influencia para calar redações.

Domingo mesmo, no jogo do
Corinthians no Pacaembu, vimos uma cena deplorável que não mereceu uma linha na imprensa esportiva. Os Gaviões da Fiel fizeram um protesto legítimo das arquibancadas, levando faixas e cantando músicas durante o intervalo. Policiais militares, atendendo prontamente o ditadorzinho que preside o clube de Parque São Jorge, se dirigiram à torcida requisitando o fim da manifestação e o recolhimento das faixas. Graças aos céus, aos dignos torcedores que ali estavam e ao entorno que puxou um "quem não for corinthiano, vá para a puta que pariu", a meia dúzia de gambé se sentiu intimidada pelo povo e recuou. Repito: não houve uma palavra sobre o ocorrido nos jornais.

No decorrer da semana, outro fato inconcebível. Felipe Milanez, editor da revista National Geographic Brasil, foi demitido sumariamente pela editora Abril - aquela que mantém contratos milionários sem licitação com o governo do Estado paulista - por conta de algumas opiniões sobre uma reportagem da semanal Veja, considerada racista. Fez seu papel correto de jornalista, contrapondo-se a mentiras e evitando que o leitor não caísse em armadilhas retóricas que a revista costuma utilizar. Como prêmio por cumprir com sua obrigação moral e seu juramento, levou o cartão vermelho (e provavelmente nem rescisão trabalhista vai ter, porque deveria ser contratado como PJ). Somente alguns sites destinados à análise do trabalho da imprensa e alguns blogues deram repercussão ao absurdo, e a mídia consolidada deu de ombros.

Diante de todas essas omissões, experimente o
presidente Lula ou qualquer outra pessoa propor um órgão regulatório da atividade jornalística para ver o tamanho da grita. Serão tachados de reacionários, extremistas e imorais por requisitarem, sempre por meio de consulta pública, que os profissionais da imprensa tenham um aparo classista que garanta o cumprimento de seus direitos e, na contrapartida, sejam punidos por irresponsabilidades, como todo cidadão brasileiro. Não, os jornalistas e demais profissionais da comunicação estão acima disso.

Para vocês perceberem o nível do empinamento do nariz, confiram um texto de Bob Wollheim, um auto-intitulado "empreendedor da internet", que justamente coloca a culpa em Milanez por ele ter feito, nas palavras do gênio da web, difamação de seu patrão. Não, meu caro de nome estrageiro impronunciável, ele não difamou ninguém. Pelo contrário, difamatória é a matéria da Veja. Continua Wollheim dizendo, na maior inversão de valores da história, que
"ninguém é obrigado a trabalhar em lugar nenhum e, portanto, se a pessoa está infeliz, discorda da empresa e resolve se manifestar em público, é justo que a empresa não queira um colaborador assim, não é?" Infelizmente, o próprio demitido, talvez por ainda estar embebido dos preceitos e do modus operandi da Abril, afirmou que fez comentários duros como "pessoa, não como jornalista", numa tentativa inconsciente de tirar da reta o dele e o da empresa.

É assim que se comportam os operários e os comandantes da mídia nativa. Esquecem da função social primordial da comunicação e se resumem a usar cargos e portfólios para se mostrar superiores. Isso explica os salários baixíssimos pagos para a categoria, as condições de trabalho quase escravistas impostas pelo mercado e a decadência moral do setor, com cada vez menos credibilidade. Tudo em nome de uma liberdade de expressão ilusória que só atende aos interesses dos patrões, que hoje em dia nem brasileiros são.

11 maio 2010

Curtas


- Ficou bravinho o técnico Mano Menezes com relação aos protestos - que estrelas globais e jornalistas com credibilidade preferem chamar de vaia - feitos da arquibancada contra seu trabalho. Particularmente, eu cago e ando para o papinho de que ele recebe comissão e só escala jogador do seu empresário. Isso acontece em tudo quanto é clube e a culpa é do esquema imoral que foi imposto ao futebol mundial, fruto da modernidade bonita e bela. Sobre a tal cartinha, dois pitacos: além de denunciar um exemplo clássico do sujeito que só é corajoso pela internet, demonstra a incompreensão de Mano, mesmo depois de dois anos, do que é
Corinthians. Eu, que mui humildemente defendo a saída desse incapaz desde 2008, retomei minha campanha "Eu sou mano do Wilson Mano" e criei até um logo. A imagem fez sucesso depois de ser espalhada pelos colegas no Twitter e já recebeu quase 400 cliques. Se você ainda não viu e quer aderir à campanha, clique djá!

- Hoje é dia de convocação da seleção brasileira e nunca na história deste país o escrete canarinho despertou tanto sono e indiferença, pelo menos neste que vos escreve. Lembro que as Copas tinham uma função social interessantíssima, pois era quando torcedores rivais se uniam em festa para exercer seu nacionalismo ufanista. Transformado numa feira de negócios, o mundial de 2010 será um tédio e a seleção não tem identidade alguma com seu povo. Isento o
Dunga, de quem sou fã, pois considero que ele não deveria nem ter aceito o convite de técnico da seleção nesse momento, o que sujou sua trajetória. De qualquer maneira, ele vai chamar jogadores péssimos e que pouco contribuíram para o nosso futebol.

- Se algum incauto ainda tinha dúvidas quanto à assertiva de que
Lula é, sem sombra de dúvidas, o maior presidente que o Brasil já teve, basta assistir a esse vídeo. É um discurso definitivo do presidente, que serve também para esclarecer aqueles não sabem qual projeto escolher na eleição deste ano.

- Na noite da última segunda-feira, a "vaçalagi" corrompida discutia via Twitter seus gostos por bateristas lendários. Houve alguns hereges que ousaram falar mal de
João Barone, e já que estamos em ritmo de convocação, fiz minha escalação dos 10 melhores: meu padrinho, Wilson das Neves, Buddy Rich, Keith Moon, John Bonham, William Calhoun, João Barone, Nicko McBrain, Mike Portnoy e Ian Paice. Conteste.

- Falando em heresia, veja o que fez um tal de DJ Cremoso com o clássico "Blitzkrieg Bop", dos
Ramones.

10 maio 2010

Perspectivas


Começou no frio e nublado Dia das Mães mais uma edição do modorrento Campeonato Brasileiro por pontos corridos. O Corinthians fez o que tinha que fazer ao arrancar a vitória na primeira rodada, apesar do sofrível futebol ressacado pela eliminação da última quarta. A coisa foi tão desanimadora que eu me vi, a certa hora do jogo, torcendo por um bom desempenho do inominável, curiosamente o destaque da partida. Vejam a que ponto chegamos: é preciso torcer por Souza para ver se o treinador bunda-mole perceba que o jogador bunda-gorda é sempre um a menos. O mundo dá voltas...

Infelizmente, é isso que veremos até dezembro, no encerramento do torneio que foi elaborado para testar o saco e a resistência do verdadeiro torcedor. Não tenho a menor dúvida de que os cartolas apostam suas fichas nessa fórmula como uma maneira de afastar de uma vez por todas os teimosos, intolerantes e radicais freqüentadores de arquibancada. Partidas soníferas, classificação determinada mais por erros de arbitragem do que pela postura das equipes em campo e aberrações como um time que muda de nome e de cidade-sede figurando na tabela. Some a isso a interrupção do calendário para a Copa do Mundo, que tem grandes chances de ser uma das piores da história.

De nosso lado, as perspectivas também não são as melhores. Se no ano passado, o clima de ressaca durante o nacional era por conta de duas conquistas incríveis, uma delas de maneira invicta, em 2010 parece que a desculpa dos vagabundos será a saída da Libertadores. Não dá mais para acreditar que esse grupo de atletas irá se sensibilizar com o Centenário alvinegro, passando a jogar com a raça e a vontade que a data obrigatoriamente determina. A celebração de nosso século de história e glórias ficará, como previsto, por conta da Fiel Torcida.

Gastaremos tempo e dinheiro que muitas vezes não temos, ficaremos no concreto sob sol ou chuva, exaltaremos os guerreiros do passado e protestaremos contra a diretoria cada vez mais vil. Nada comoverá os aproveitadores, tampouco jogadores e a corja das salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. E na reta final, caso tenhamos condições de ganhar o título, ainda teremos de agüentar novamente o pessoal das palminhas que, curiosamente, não apareceu no Pacaembu no último domingo.

É o que nos espera. É esse o futebol da modernidade. Até quando?

07 maio 2010

Por um Corinthians novamente do Povo


Na noite de quarta, enquanto aquelas palmas cínicas soavam como brocas de furadeira entrando nos meus ouvidos, o baque foi grande. Percebi mais claramente como se enfraqueceu um dos elementos essenciais construído pelo Corinthians ao longo desses quase 100 anos de existência. As palmas, na verdade, foram o retrato de quem estava lá. E quem estava lá, no final das contas, bateu palmas porque é tão descompromissado com nossa história quanto os que estavam em campo vestindo nosso manto. O Corinthians de hoje - e também de algum tempo - já não quer mais ser o time do povo.

Nosso diferencial sempre foi o prazer que o Timão dava ao banguelo, ao bixiguento, ao flagelado. Criou-se a aproximação espiritual com o mais humilde e, capitalizando a força dessa gente que luta dia após dia para juntar um trocado do arroz com feijão, forjamos uma identidade que nos fortaleceu para vencermos as maiores dificuldades, às vezes com feridas, mas sobrevivendo sempre de cabeça erguida. Sei que não sou o povo que a acepção do termo sugere, tampouco a maioria esmagadora daqueles que por aqui passam ou até uma suposta diretoria decente que venha ocupar as salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Porém, não é preciso ser parte de algo para adotá-lo e defendê-lo. Também era nosso feitio, assim como do povo, nos pautar pela paixão. Isso pressupõe irracionalidade e impetuosidade, qualidades que aquelas palmas ensurdecedoras não sintetizam. Dane-se se tal comportamento nos fez algum mal algum dia, precisam entender que o Corinthians é assim. Tão instintivos na hora de eleger mercenários e canalhas ao posto de ídolo, por que raios os donos dessas palmas não aceitam sua própria condição de existência? Chega a ser incoerente para quem, por muito menos, expulsou grandes nomes do esporte por conta de uma derrota mais doída.

Aliás, as derrotas. As palmas querem acabar com o direito do irracional corinthiano de ficar emputecido por conta de uma eliminação, querem sugerir que o Corinthians não precisa de títulos. Ora, o Corinthians pode ter construído sua história pela luta, mas essas lutas foram consagradas por taças e elas também nos fizeram gigantes. A Libertadores pode ser um pé no saco, caça-níquel ou coisa que o valha, mas se o Coringão disputar biriba, eu quero vê-lo com raça e quero vê-lo vencedor. Nas derrotas, o apoio se dá no simples ato de não deixá-las sobrepostas ao nosso corinthianismo, e somente as digerimos melhor quando percebemos que o troço não foi fruto de falta de vontade. Isso não significa que precisamos achar normal perder, muito menos aplaudir um fracasso vergonhoso. Os momentos de tragédia são propícios, na verdade, para a revisão de princípios e reformulação de procedimentos.

Voltando ao enfraquecimento de caráter, tudo o que foi feito dos últimos 4 anos para cá se mostrou eficaz para afastar o Corinthians cada vez mais de suas origens. O povo que se dane, essa massa ignóbil e pouco civilizada; o esquema agora é business, como diria um futuro ex-dirigente. Só que o business, meus caros, é sinônimo de impessoalidade, de relações promíscuas e, principalmente, de ausência de sangue nas veias. As palmas nada mais são que sinais de aprovação de tal política devastadora.

A diretoria, portanto, tem o dever cívico com o corinthiano de oferecer uma festa sem precedentes no dia 1º de setembro deste ano, garantindo o acesso irrestrito. Chega de produtos risíveis e com significância nula, chega da fornecedora não fornecer (com o perdão da repetição) material esportivo, chega de estripulias megalomaníacas. O povo quer comemorar o Corinthians. Aí sim é hora de bater palmas, honrando e homenageando todos os guerreiros do campo e da arquibancada que ajudaram a alicerçar nosso Centenário. Façam funcionar e dêem espaço à comissão montada para as festividades, que provavelmente jamais deixaria acontecer o lamentável cancelamento do jogo com o Corinthian-Casuals e, no mesmo dia, anunciaria um amistoso com o lixo do Real Madrid - eu, pelo menos, quero acreditar nisso.

A Fiel Torcida também carece retomar sua postura combativa e contestadora, ao invés de "só ficar batendo bumbo". Encarnem o povo, lutem como povo, porque isso é Corinthians. Aos jogadores vagabundos, eles deveriam assumir o compromisso moral de, no final do ano, apresentar como ingresso para nossa festa a taça do quinto título Brasileiro. Não há mais tempo para discursos demagógicos, é preciso retomar nossa essência urgentemente. Aproveitemos a marca secular para renascer e restaurar a dignidade. Somos povo, o Corinthians é do POVO!


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Atualização: Protesto - via Bodeguita

"Sabado as 14:00, no Parque São Jorge, estamos convocando os corintianos que estão se sentido lesados pela eliminação a colar com suas camisas somente do Corinthians e com os ingressos e passagens de viagens pra gente cobrar a diretoria do corinthians sobre os ingressos abusivos até 650 reais pra ter um time competitivo e nem passarmos das oitavas. Queremos brasileiro a 15 reais e fim do marketing roxo e de piriquito verde, fora a cabeça do cuzão do mano. Se vc esta indignado e quiser ser juntar nessa causa do corintiano ficaremos agradecidos! pode chamar qlq um corintiano que esteja se sentindo da mesma forma!!"

Em tempo: acho válido o protesto, mas não concordo com a premissa. O que está gasto, está gasto, e a gente faz isso pelo Corinthians. De qualquer maneira, apoio qualquer tipo de mobilização no sentido de acabar com a farra do marketing e com os ingressos a preços abusivos. Aliás, vale citar: ainda hoje, paguei a primeira parcela da minha anuidade do Fiel Torcedor e percebi que eles diminuíram o valor. Seria um cala-boca?

06 maio 2010

Eu quero ver sangue


Tínhamos o melhor elenco já montado para a disputa dessa porra de torneio, ficamos dez meses vendo os jogadores de férias, detectamos sinais de equívocos durante o Paulistão e eu aqui, quieto e na minha. Depois de mais uma eliminação grotesca na Libertadores, com um time que, se no primeiro tempo fez o que tinha que fazer, na etapa final se mostrou novamente sem alma, não há mais espaço para desculpa. A desculpa da prioridade já era. Prioridade mesmo é o Corinthians, e vagabundo que não estiver a fim precisa ir embora.

Eu quero que se foda quem achar ruim quando eu digo que não há mais lugar para Mano Menezes e sua comissão técnica, assim como Ronaldinho. A falta de identidade que se abateu sobre a torcida no final do jogo, com aqueles aplausos cínicos, foi o golpe mais duro que eu já senti em anos. A vaia dessa gordura estéril para a raspa da dignidade que foi xingar o basal é ridícula. Chega de brincar de europeu. Aqui é Corinthians e temos uma data importantíssima a ser comemorada daqui 4 meses.

Para quem defende que não deve haver pressão, vá à merda! Para quem se sentir incomodado com minha campanha pela saída do treinador e da baleia morfética, pau no seu cu! Eu quero saber quando é que vão começar a honrar a camisa que vestem... Fiquei muito tempo quieto, vi por aqui muita gente comentando que o tal camisa 9 iria resolver, que ele é, apesar de obeso e descompromissado, um craque pelo que fez em mil novecentos e guaraná com rolha. Nessa toada, o furacão 2006/2007 pode retornar e eu me perguntarei: onde estarão esses babacas? Como só posso responder por mim, estarei onde sempre estive. Domingo, aliás, ocuparei o mesmo sagrado lugar na arquibancada. Os batedores de palma, os apoiadores do business, os adoradores da modernidade e os fãs do maldito ex-jogador provavelmente ficarão em casa.

Deste blogue, a promessa que fica é que não sossegarei enquanto cabeças não rolarem no Parque São Jorge.


05 maio 2010

Eu sou Corinthians!


Dia tenso, coração na goela, horas que não passam. Portanto, saio daqui a pouco para a rua. Vou beber um pouco, ficar com o povo e tentar me concentrar para a guerra de daqui a pouco. Bandeira na mão, grito na garganta e o Corinthians em campo. Ontem mesmo, nasceu o Miguelito, um sobrinho postiço que já vem ao mundo com a alma alvinegra. Nem ele agüentou de ansiedade e resolveu nascer para assistir ao Coringão nessa quarta.

Para armar a Fiel Torcida, deixo mais um capítulo do livro "Corinthians, modéstia à parte", de Nailson Gondim. Pelo Corinthians, com muito amor e até o fim!

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"Nas cores, na raça e na vida

Ninguém sabe como ele nasce. Sabe-se apenas que ele vem, como tantos, gastar a sola dos sapatos (que nem todos têm) na caminhada que se costuma fazer num quase-e-sempre sem fim em direção à luta. Ele não deixa - e é questão predominante - de defender com força sua opção sobrenatural. É um estado de graça, oxém! bá! pô! uai!... Encontra argumentos com facilidade para derrubar o rival invejoso. Ele se esquece até da timidez, se for tímido, pois se nada fala na escola, em casa, na esquina e no trabalho, no estádio ele grita. Berra mesmo! Brado forte que pode ser sonoro ou silencioso (há vozes que se perdem no peito). Ele aparece em todos os momentos, jamais se esconde. Sente orgulho da fé que arrasta até nas mais longas adversidades. Faz de seu peito estofado uma arma. Ele, sozinho, vale por dois. É visto em qualquer lugar e, por isso, causa admirações. Já se multiplicou em milhares e foi êxtase, em meio a uma agonia - no maior estádio do mundo, o Maracanã. Simboliza interrogações e exclamações. Bastam poucos exemplos para mostrar quem ele é, como e, que faz... É mosqueteiro. É fiel. É gavião. Também é craque: defende, ataca, arma jogadas, toca a bola, 'cava' pênaltis... E sem sair de seu lugar na chuva ou no sol! Pensa e cria todo o tipo de esquema de jogo, articulando tudo em campo, como experiente estrategista. É ele quem comanda as jogadas, sim, senhores. Nunca ouviram falar em força do pensamento, não? Então...! Ele erra, às vezes, pois é paixão, é emoção. Mas está sempre procurando acertar. Briga por um título o ano inteiro. Chega à conquista desejada, atinge a meta que pretendia, realiza seu sonho... depois chateia. Ele diz assim: 'Esse negócio de ser campeão todo ano já está perdendo a graça'. Os outros do lado de lá (amém) ficam loucos da vida. Ele é chamado de 'roxo', 'fanático' e 'doente', mas não é nada disso. Ele é apenas branco e preto: nas cores, na raça e na vida."

03 maio 2010

Eu quero a Copa Roca


Esses meses de ócio estão me servindo para mostrar uma incompatibilidade cada vez maior com os tais tempos modernos. Soa até incoerente falar as asneiras que eu vou falar por meio de um blogue, mas lembremos que o mundo não funciona no tudo ou nada e nem sempre os opostos se excluem. Se por um lado eu me fascino com esse negócio de ficar escrevendo, tuitando e dando meus pitacos sobre tudo no meio digital, por outro me sinto cada vez mais despreparado para lidar com demandas criadas por não sei quem e adotadas por muita gente.

Pegue minhas entrevistas de emprego. Aprendo muito com elas, mas geralmente por exclusão. Em 90% dos lugares que me chamam, detecto algum elemento que me faria ficar com o saco na lua em pouco tempo, seja pelas pessoas chatíssimas e fúteis que seriam colegas de trabalho, seja pelo parco salário (ainda que não tenha um hoje, sei que a merreca oferecida pelas ruas é vergonhosa), seja pelas bobagens do mundo corporativo. Saio dessas avaliações sentindo-me totalmente deslocado do mercado de trabalho, não tenho nunca a resposta certa - e babaca e mentirosa - que os empregadores querem ouvir e ainda tenho que receber desculpas esfarrapadas para minha não-contratação. Na minha humilde opinião, há uma só maneira de saber se alguém serve ou não para o trabalho: coloque o sujeito para fazer esse trabalho.

Outra praga que me aborrece é o maldito celular. Ninguém vive sem essa porcaria, nem eu, mas o aparelhinho é de uma postura invasiva sem limites. Ele não quer nem saber se você está dormindo (muitos tocam mesmo desligados), dando aquela bela cagada matinal, trepando com sua mulher ou apenas querendo não falar com ninguém. Como tudo que é ruim sempre pode ficar pior, disseminaram agora o tal Nextel, que praticamente extinguiu a desculpa do "estava sem sinal", já que entre Nextéis, a conexão é garantida. Não só isso, as pessoas que possuem do radinho amaldiçoado decidiram que é bonito e joiado conversar no viva voz.

Querem mais exemplos? Os papos de reacionários me incomodam, nem tanto por eles serem reacionários, mas por demonstrarem uma profunda falta de vontade de se informar. Os comentários politicamente incorretos me enervam, pois no fundo querem justificar um ato ilícito de quem os profere. A seriedade exacerbada é um câncer, porque é o primeiro passo para as pessoas não se olharem com fraternidade, mas sim enxergarem no outro um concorrente.

Fascina-me, no outro corner, aventuras com a minha preta, estar com os meus numa mesa de calçada, ir aos jogos do meu Corinthians, encher o pé de cana, comer churrasco e feijoada, lembrar daqueles que já foram, torcer para aqueles que estão aqui não irem antes de mim, encher meu peito como prova incontestável de que ali dentro existe uma alma. Coisas que, quem não viu, não pode entender o que é paz e amor.