31 março 2009

Globo, respeite o Brizola!


Geralmente, quando quer abafar seus podres inventando uma crise no
governo Lula, a mídia golpista que assola o Brasil pega um zé-mané qualquer e faz com ele uma entrevista "bombástica". Ou então mente, como no caso do grampo a Gilmar Mendes. Porém, o jornal O Globo derrubou todas as barreiras éticas: estampou, no fim de semana, supostas denúncias de supostos recebimentos de propina no governo do impoluto Leonel Brizola. Tal informação é baseada, vejam vocês, num relatório do SNI, órgão do regime militar que inventou, entre outras asneiras, uma série de lendas ainda hoje vigentes, como o fato de comunista comer criancinha.

Eu tinha estranhado uma matéria na sexta-feira passada, em que o mesmo Globo trazia relatos sobre o
Grupo dos Onze. A fonte também era o SNI, porém o texto não apresentava conotação negativa. Os crápulas estavam apenas preparando o terreno para bater em morto, literalmente, desrespeitando a memória do grande líder.

Brizola foi um dos maiores políticos que esse país já teve. Por isso mesmo, sempre foi mostrado pela imprensa vendida como louco e desequilibrado, e sua história sempre é tratada com desdém quando se fala do processo de redemocratização do Brasil. Tal imbecilidade faz o povo ignorar, por exemplo, o Movimento da Legalidade, uma das mais articuladas campanhas (talvez a mais) contra a tentativa de tomada do poder pelo Exército que se anunciava ainda em 1961. Na contramão da democracia e depois de consolidado o golpe em 64, O Globo publicou oportunamente um editorial falando maravilhas desse atentado...

Ao pessoal da Globo: eu sei que vocês já foram humilhados em público pelo velho caudilho por diversas vezes - veja aqui, aqui e aqui (este último é obra preciosa do grande Edu Goldenberg!) -, mas apelar é feio. Tão feio que ninguém deu pelota para essa bobagem, a não ser os brizolistas que, justo, se sentiram ofendidos. O que vocês fariam caso alguém resolvesse publicar uma série de matérias no mesmo tom sobre o Roberto Marinho?

Que os amigos me perdoem pela comparação indevida desse crápula a Leonel Brizola, que só deveriam estar na mesma frase para comprovar antíteses. Respeitem o Brizola, seus merdas!


30 março 2009

Hora da Patrulha


Este post vem de uma sacada brilhante (e a lei da mordaça não permite que eu diga quem), tirada de mais uma propaganda enganosa do governo Serra para seu projeto na Educação. Antes, no entanto, preciso fazer alguns comentários sobre o tema.

Semana passada, a secretária Maria Louca deu lugar a Paulo Renato, ex-ministro do regime FHC e direto responsável por eu, você e todos os brasileiros pagarmos mais de R$100 em qualquer evento cultural. Não entendeu? Foi ele quem acabou com a fonte única da emissão de carteirinhas de estudante, a
UNE, permitindo que empresas privadas explorassem o filão. O resultado foi a proliferação de carteirinhas falsas, o que serviu de justificativa suja para reajustes astronômicos dos ingressos de shows e cinemas. O tucano também iniciou a privatização do ensino superior, tornando o MEC uma fábrica de certificados para faculdades de quinta categoria, processo felizmente freado no atual governo federal.

Tal currículo recheado de desastres não faz de Paulo Renato alguém com capacidade para resolver uma das crises mais agudas que atinge o ensino estadual. Escolas sucateadas, professores desvalorizados e a falta de política pública decente são marcas das sucessivas gestões tucanas. Vejam o caso do tal bônus, por exemplo, uma “premiação” totalmente desvirtuada. Imaginem que uma escola seja horrível e tenha média 2 na avaliação. Ao mesmo tempo, há outra escola maisomeno com média 4. Na próxima avaliação, a escola horrível fica ruim, passando a ter média 3. E a maisomeno consegue discreta subida, tirando um 4,2. Na lógica do bônus, um professor “horrível” receberá mais gratificação que um professor “maisomeno”. A grande questão é: esses parâmetros são ridículos. Não se avalia e se motiva um professor dessa maneira, tampouco se melhora a qualidade do ensino. Mas você acha que o novo secretário vai mexer nisso ou vai executar à risca o plano de seu futuro presidente da república, pensando na sua futura volta ao cargo de ministro?

Contextualizado o leitor, voltemos à propaganda enganosa. Entre as várias mentiras apresentadas pelo vídeo, há um detalhe que passa batido ao olhar desatento, mas que custaria (ou custará?) o contrato de alguma produtora. Falando dos maravilhosos computadores comprados pelo governo (cerca de meia dúzia por escola), lá no fundo da imagem há um MIMEÓGRAFO! E aí eu não preciso falar mais nada. Vou tentar achar esse vídeo em algum lugar e, quando conseguir, atualizo o post para que não me chamem de mentiroso.

Sorria, São Paulo!

28 março 2009

Acidez


Más notícias e um resfriado não permitem falar outras coisas, a não ser:

- Rico não fica preso neste país, realmente. A reincidente sonegadora de impostos e dona da loja de grife freqüentada pela alta roda paulista está na rua. Pobrezinha, tinha câncer. Diretores da Camargo Corrêa, empresa que até matou gente com o buraco no Metrô, aproveitaram a deixa e também estão na rua. Enquanto isso, uma senhora que tinha AIDS morreu na cadeia porque roubou comida para a família.

- O tucanato ressucitou Paulo Renato. Durante sua gestão no Ministério da Educação, foi o responsável pela proliferação de faculdades de fundo de quintal (e deve ter atendido a interesses de amigos). É ele também o culpado direto por você pagar mais de R$100 em qualquer showzinho ou R$40 num ingresso de cinema, já que tirou da UNE a confecção das carteirinhas de estudantes, à época emitida SOMENTE para estudantes. Paulo Renato assume a secretaria estadual paulista e, pasmem, há notícias de professores comemorando. Eu falo que essa terra não tem mais jeito...

- Tá certo que a gente canta que é sofredor, mas o time do Corinthians talvez esteja levando isso ao pé-da-letra. Era só ganhar do último colocado do campeonato para garantir a classificação. Porém, parece que o técnico não pensa assim. Além de ter demonstrado sua usual postura cuzona, não teve a capacidade de dar tapa na cara de vagabundo que nitidamente faz corpo mole (André Santos, por exemplo). Eu não costumo ficar cornetando por aqui, mas hoje é necessário porque eu estou realmente de mau-humor com o resfriado, e o que vi nessa partida de horário esdrúxulo foi uma falta de respeito. Souza não dá. Saci não dá. Técnico cuzão e time desinteressado não dá. Não no Corinthians. Repito: ERA SÓ GANHAR DO ÚLTIMO COLOCADO. E só a gente para ser o único invicto do campeonato e estar atrás de um time que já perdeu 3 vezes...

26 março 2009

Independência ou morte


Retomo o tema dos novos rumos da comunicação com a popularidade cada vez maior das novas tecnologias. Em post anterior, afirmei que o grande barato é a mudança no esquema emissor-mensagem-receptor, eliminando-se a linearidade no processo de transmissão de informação com todos os agentes passando a ser ativos. Dito isso, devo falar que há no blogue do Pedro Alexandre Sanchez uma constante e rica discussão sobre esse tema. Downloads, papel da imprensa tradicional, conflito entre o novo e velho, tudo isso é tratado lá de maneira bastante respeitosa, coisa rara de se ver nos debates pela rede.

O Pedro levantou uma questão que tem tudo a ver com o investimento de empresas nas redes sociais. Diz ele: “eis aí outro ângulo do nosso jornalismo, e não pense que isso não me angustia pra caramba, viu? exceções não chegam a ser um consolo, e sei lá se a informalidade não será o destino de todos nós... mas... e se a gente trocasse/trocar o termo ‘informalidade’ por ‘independência’?, aonde chegaríamos/chegaremos? ... taí, flavio, o termo ‘independência’ também cabe no que você falou, não? ‘sócio’ é bem diferente de ‘empregado’, né? será que se aplicaria ao jornalismo, claudio?”

Só para contextualizar, essas palavras foram comentários a uma entrevista do Pedro com Pena Schmidt, tratando do fechamento da comunidade Discografias e da cruzada inquisitória das corporações contra quem faz downloads de músicas e quem as disponibiliza em blogues, torrents e afins – ou seja, eu, você, seu irmão e seus amigos. Pena diz, lá pelas tantas, que a indústria da música foi tomada por gente que só lê planilha, e eu adicionei que isso hoje é comum também no jornalismo. Ou seja, tudo foi tomado pelos leitores de planilha (trabalhei em certo lugar que tínhamos metas para publicação de notícias, vejam vocês) e os setores pararam na idade da pedra.

Não dá para não fazer a relação à minha situação atual. Mesmo atuando ainda na comunicação, me vejo num papel totalmente fora daquele que me foi “ensinado” nos quatro anos de salas empoeiradas de Cásper Líbero. Reafirmo que meu jornalismo aparece só aqui, no meu blogue e na minha “independência”, como sugeriu o Pedro. Sou “sócio” recente do Cruz de Savóia com a colaboração de minha Hora da Patrulha. E só vejo espaço para minhas práticas jornalísticas nesse ambiente de comunicação colaborativa e totalmente aberta. No mais, o meu ordenado vem de uma atividade mais publicitária, ou seja, estou do outro lado do front.

Não quero com isso desenhar um cenário catastrófico para quem vai se formar ou para quem pensa em cursar jornalismo. Continuo defendendo nossa categoria e vejo na obrigatoriedade do diploma o único instrumento capaz de tornar a classe novamente engajada. Gostaria de ver também a criação de um órgão regulador do exercício da profissão. Mas não sou ingênuo a ponto de acreditar que nossos empregos se resumem aos oferecidos pelos veículos que estão concentrados nas mãos de poucos. Eu, por princípios éticos, optei por passar fome a ter que servir interesses da família Frias ou dos Civita, caso houvesse proposta para isso. Assim como na indústria cultural, o jornalismo (ou o jornalista) precisa achar uma nova maneira de ganhar dinheiro. E rápido, porque o ocaso de inúmeros jornais e revistas é prova de que há algo errado no velho esquemão de publicações.

Curiosamente (e felizmente), já começam a pipocar casos aqui e acolá de empresas que investem na credibilidade de alguns blogueiros, twitteiros e geeks em geral para divulgar seus produtos. Apesar dos arautos da moralidade não enxergarem o troço com bons olhos, não acredito que o fato de uma empresa pagar alguém que dissemine o contraponto à mídia clássica seja algo antiético. Pelo contrário, os patrocinadores se deram conta que o leitor agora busca identificação com um discurso que o agrade e/ou seja dissonante de uma Falha, de uma Globo ou de uma Veja. A imoralidade depende da maneira como o anúncio é feito dentro das novas plataformas. No limite, prefiro que alguém pague um blogueiro que tem a coragem de falar mal do Gilmar Mendes a uma propaganda camuflada do lado da coluna do Diogo Mainardi, cujas palavras não deveriam nem enrolar peixe na feira.

E aí, respondendo ao Pedro, minha avaliação é que, a partir do momento em que os donos da grana perceberem que dá para fazer jornalismo por outras vias, poderemos sim ser independentes (independente não significa morto de fome, pô!) e garantir nossa subsistência fora dos meios tradicionais. Paradoxalmente, retomaremos tradicionais métodos de reportagem, como entrevistas cara-a-cara e pesquisa de campo, e os textos seriam mais ricos. A pulverização de fontes de informação garantiria leitores mais críticos e tal crítica teria espaço para reverberar por conta dos instrumentos de interatividade. E os jornalistas, talvez, não seriam mais identificados como carrancudos, já que teriam uma vida muito mais aprazível. Muito revolucionário?


O que há com esse comedor de acarajé?


Não dá para falar mais nada sobre o jogo dessa quarta a não ser ressaltar, infelizmente, que perdemos mais 2 pontos (e uma classficação antecipada) por conta da incompetência de um goleiro que deveria ter sido mandado embora depois da fatídica final da Copa do Brasil.

Se o Ronaldinho - Ronaldo só tem um - mostrou sua genialidade e calou mais uma vez a abutraiada, o serviço foi estragado pelo frangueiro que está sob as metas corinthianas. Não dá mais para ficar contando com a sorte. Chuto, por baixo, uns 12 pontos jogados no lixo por causa dos erros desse mau-caráter.

No mais, credito mais 2 vale-puta na conta do Gordo.

24 março 2009

Hora da Patrulha


Que beleza a propaganda do governo estadual falando sobre as grandes novidades no sistema de ensino. As cartilhas de dois Paraguais viraram uma obra-prima e o bônus falsário é motivo de alegria para os professores. Tamanha cara-de-pau seria inconcebível em qualquer lugar do universo, mas nessa São Paulo de mídia subserviente o troço não só passa batido como é disseminado para e pela população como verdade incontestável.

De propaganda, aliás, Serra manja. Já está, desde muito tempo, fazendo a sua divulgação para a eleição de 2010, divulgando as maravilhas da Sabesp em outros Estados. Ao mesmo tempo, e por ser editor-chefe da Falha de S.Paulo, usa seu jornal para tentar derrubar a popularidade de Lula, modificando a estratégia de pesquisa do Datafalha com a supervalorização da opinião sulista, retrógrada e pelega por excelência.

Ainda pensando nas eleições presidenciais, Serra ignora os recursos do PAC, não adere ao Plano de Desenvolvimento da Educação e ao piso salarial de R$950 (eis por que* o bônus é uma falácia, já que não entra no cálculo de aposentadorias e outros benefícios), faz oposição ao recente plano habitacional do governo federal e se recusa a promover a inclusão digital. Sobre isso temos um caso real, em uma escola cujo nome não posso dar por conta da
lei da mordaça que censura todos os servidores: há uma sala de informática com número reduzido de computadores (cada um atende 10 alunos em média). Recentemente, apareceram computadores novos e os professores comemoraram. A festa, porém, foi feita antes da hora, porque só foi feita a troca, permanecendo o mesmo número reduzido de máquinas. Brilhante, não?

Ao contrário do paraíso na Terra da propaganda tucana – e isso se aplica também à gestão do generalzinho na capital, porque o Kassab é o Inho e o Serra é o Juquinha -, São Paulo vive sob uma hegemonia política de quase 20 anos que vem devastando as terras paulistas. No entanto, o discursinho “moço de família” dessa praga funciona, principalmente no interior do Estado.
A Assembléia Legislativa não sofre qualquer tipo de cobrança pela mídia e pela população (você se lembra do nome de seu deputado?) e sequer fiscaliza o Executivo, haja vista o número recorde de CPIs que não vingam, Mesmo com cratera no Metrô, licitações suspeitas da Alstom e pirâmides de enriquecimento na Polícia. Isso é só a ponta do iceberg, e minha camarada Renata Mielli trata da República dos Tucanos com muito mais propriedade e profundidade. É preciso iniciar a temporada de caça às aves bicudas.

Sorria, São Paulo.

* obrigado ao troll no Cruz de Savóia pelo alerta ao erro de digitação!

P.S.: todos os textos da Hora da Patrulha agora também serão publicados no Cruz de Savóia, em mais uma parceria contra a imbecilidade.



23 março 2009

Onde estão os discursos inflamados?


Ainda sobre a "confusão" do jogo contra o time médio, pipocaram algumas histórias de que o língua-plesa teria xingado e arremessado copos de água na torcida que ficava ali nas numeradas e no setor VIP (tsc) do Pacaembu. O colunista Benjamin Back foi testemunha ocular. Diz a lenda que há até um vídeo feito por uma emissora de TV, mas todos sabemos que dificilmente isso irá para o ar.

Há também uma acusação a um pseudo-jornalista com cara de cu (ele compõe aquela turminha de pseudo-jornalistas do Juquinha), atribuindo-lhe a autoria do copo jogado. Não acredito nisso pois sei que o talzinho não teria bagos para isso, e ele também justifica em seu blogue que não estava vendo o bafafá de sua cabine.

O que eu pergunto é: vão pedir o fim do setor VIP, esse lugar cheio de vândalos, marginais e bandidos? Por que quando acontece algo semelhante na nossa sagrada arquibancada, esse bando de abutre sai fazendo o caça às bruxas e condena as organizadas de imediato? Por que o malfadado reduto de endinheirados não sofre as mesmas penas de opinião pública? À merda todos vocês, seus imorais...

A diferença entre homens e meninos


Conversa na saída do Pacaembu:

- Ô Janeiro, na boa, vitória em clássico o caralho. Só vale falar que é clássico pra parar de escutar merda dessa imprensa.
- Só! Ganhar do santos hoje é igual ganhar da lusa há dez anos...

Sim, porque é preciso dizer aqui, aos cochichos, que o time da baixada não é grande. Talvez médio por causa de um corinthiano recalcado que jogou por lá na década de 60 e 70. Com certeza, como bem definiu o Filipe, é a filial leonor, a sucursal bambi da baixada, muito por conta da blindagem que a imprensa sempre fez à sardinha.

Ninguém falou que o tal raio que havia caído pela terceira vez (?????) no mesmo lugar se mostrou uma faísca de isqueiro. Em tarde de expectativas por um neguinho de 17 anos, foi um feinho de 20 quem deu baixa na fatura e meteu a bola na rede peixeira. Da mesma foram, não foram mencionadas todas as merdas que já aconteceram naquele amontoado de laje que nego insiste em chamar de estádio,
toda a dificuldade que é assistir a jogos no litoral. Por isso mesmo, se foram maltratados no Pacaembu, é bem feito porque sempre fizeram por merecer.


A “confusão” que ontem aconteceu depois do jogo em nada tem a ver conosco. Os caiçaras resolveram bater na meia dúzia de policial que havia no setor deles – e conseguiram. Vendo a cena, o língua-plesa (seria ele irmão do generalzinho Kassab?) instigou a treta das tribunas e quase apanhou dos corinthianos que por lá estavam. Só que a abutraiada, por ter perdido a manchete “Corinthians mantém tabu e não vence clássicos”, resolveu colocar os microfones na boca do referido e do goleiro mau-caráter (até nisso é filial, vejam...) para que o Corinthians fosse acusado do que não lhe é cabido.

Entendo, porém, a raiva dos sardinhas contra a gente (apesar de nós corinthianos cagarmos e andarmos para isso). Afinal, são 4 anos tentando devolver um 7x1 que ainda amarga os corações praienses. Já aviso que vai demorar...

21 março 2009

Links para o fim de semana


Duas leituras essenciais para o fim de semana.

A primeira é a entrevista de Pedro Alexandre Sanchez com o Pena Schmidt, que já foi de tudo na indústria musical. Uma luz nessa escuridão de fechamento de comunidade Discografias, criminalização de usuários da internet e projeto do Azeredo, entre outros.

A segunda, no PHA, é a explicação para a "queda" na popularidade do Lula. Vejam a que ponto chega o desespero dos abutres, ao mesmo tempo em que podemos ver o quanto é essencial a pluralidade das fontes de informação possibilitada pela rede.

20 março 2009

Mais um caso de censura


É notória e vergonhosa a atuação do presidente do STF Gilmar Mendes na defesa dos interesses de Daniel Dantas. Com a ajuda de Veja, Falha e Globo, Gilmar vem espinafrando a imagem do delegado Protógenes Queiroz e do juiz Fausto de Sanctis, responsáveis pela prisão do referido banqueiro.

Por conta dessa série de aberrações do poder judiciário e da imprensa, o jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital, foi a um programa na TV Câmara dizer o que acha e o que não acha sobre o caso, tentando provar que tudo isso não passa de ceninha para proteger criminosos do colarinho branco. Gilmar Mendes não gostou do que foi dito e solicitou ao presidente da Câmara, Michel Temer, que o programa fosse retirado da programação eda internet. A censura foi prontamente atendida pelo deputado cujo partido anda fazendo propaganda para falar que é a favor do Estado Democrático de Direito.

Saiba mais sobre o troço no PHA. Felizmente, a internet não permite que esses atos arbitrários passem batidos e, mais ainda, recupera e divulga material censurado. Tem gente que chama isso de pirataria.

19 março 2009

Por que a demora?


O irresponsável que dirige o nosso Corinthians alardeou, desde a contratação de Ronaldinho, que iria fechar um megasuperiperultra patrocínio. Colocou o nome de nosso amor à disposição dos abutres para que falassem enormes bobagens (a maior foi a de que junto com os R$25 milhões de uma rede de supermercado viria um jogador francês). Expôs como quis o time que deveria defender. Depois de quase quatro meses sem patrocínio e com a receita dando um alerta vermelho-sangue, ele me aparece com um contrato que poderia ter sido fechado em dezembro, nas mesmas condições.

Não é correta a conta de R$18 milhões para 8 meses que andam fazendo por aí. E as despesas desses outros cinco meses sem grana? Por isso, sem ilusões, família corinthiana. O acordo conseguido é pouco, ainda mais se levarmos em conta o potencial marqueteiro do Gordo. Vale lembrar que em 2008 e jogando aquela bosta de campeonato, tivemos R$16,5 milhões. A volta e a presença de R9 só nos rendeu R$1,5 milhão? Se for isso, trata-se do maior caso de incompetência da face da Terra.

Ressalto, no entanto, que não esperava nada diferente disso. Aliás, garanto que o patrocínio foi fechado às pressas, já que nem as mangas e o calção estão definidos. Só não precisava ter desgastado a imagem do Corinthians nisso tudo, dando de comer aos carniceiros. Tamanho despreparo e desleixo só demonstra que essa diretoria não está nem um pouco preocupada com o nosso centenário. Para barrar o xodó Neto na porta do clube, porém, eles agem rápido.

Acorda, Fiel!

E domingo a vitória é obrigação!


18 março 2009

Hora da Patrulha


Mesmo com 2 Paraguais no mapa da América do Sul e outros equívocos imperdoáveis, as cagadas promovidas pela Secretaria da Educação nos livros didáticos da rede estadual foram vistas com serenidade pelo governador José Serra. “Não é um erro grave”, disse ele à Falha. A mesma Falha que jamais cola à imagem do vampiro a palavra crise (ah, se fosse a dona Marta...) e ainda tenta mostrar serviço ao manchetear que “Serra critica secretaria”. Livro de escola com erro grotesco não é crise. Esquemas de corrupção na polícia e assaltos a estoques de armamentos não é crise. Buraco no metrô e aumento em passagem não é crise. Ou seja, o Serra nunca erra – até rimou.

No mesmo dia do pastelão educacional, a capital paulista viveu um dia de cão. Inundações inimagináveis e congestionamento recorde no ano fizeram com que muita gente demorasse até 9 horas para voltar para casa. O generalzinho, assim como seu chefe, é sempre esquecido nessas horas. O Datena da Band, por exemplo, resolveu “poupar os políticos e a prefeitura” porque, segundo ele, choveu demais. Ah vá! Mas a prefeitura está agindo. Gastou mais em propaganda do que em obras anti-enchente. Segundo a (má) administração municipal, verbas de propaganda foram utilizadas para combater o problema. Como assim? Foi campanha motivacional? Nesse ritmo, não demora muito e o Kassab vai privatizar as inundações para contingenciar os gastos, da mesma maneira que quer fazer na cessão dos bairros da Luz e do Bom Retiro às grandes empreiteiras.

Voltando aos Paraguais, a responsável pela edição do livro é uma tal Fundação Vanzolini, da Poli (por que não pegar uma da Pedagogia ou da FFLCH?), que por sua vez empurrou a bucha de canhão de volta ao governo estadual, dizendo que os elaboradores da publicação foram sugeridos pelo Estado. Fato é que a incorporação do Uruguai custou ao Paraguai mais de R$31 milhões, o que foi motivo de festa na capital Buenos Aires. Falando sério, é preciso rediscutir o papel dessas fundações, que enriquecem à base de dinheiro público, usam a estrutura e o “selo de qualidade” das universidades às quais estão ligadas e, por fim, não dão nenhuma contrapartida à população.

Com tudo isso, a secretária estadual da Educação, dona Maria Helena Guimarães de Castro, deveria ter seu salário indexado ao seu desempenho, assim como fez com os docentes. Com que moral ela vai cobrar desempenho de professor depois de colocar dois Paraguais no livro, isso sem contar as precárias condições de trabalho e o salário indigno?

Sorria, São Paulo.

17 março 2009

O papo é outro


Dizem que quando você passa a trabalhar com seu passatempo, o troço perde a graça. Comigo aconteceu algumas vezes. Cobri alguns shows, e hoje os vejo de forma diferente (com exceção às bandas das quais sou muito fã). Saía direto para buteco e balada, mas, depois de fazer um site e assessorar uma festa, fiquei de saco cheio dessa gente da noite.

Estou pela internet desde muito tempo – este blogue data de 2006, vindo de outro endereço de 2003; meu fotolog eu criei em 2004; entrei no Orkut em 2003; meu e-mail de login pro MSN é Yahoo.com, porque não tinha Yahoo Brasil; eu tive um zipmail; eu dormia ao som do modem ligando e conectando, adorava perder tempo no bate-papo Uol brigando com os outros – e, nessa de ter sempre trabalhado em setores online, me caiu no colo um trabalho para analisar e elaborar planos de comunicação para inserção nas redes sociais.

Eis, então, a passagem para o lado de lá do balcão. Antes usuário, agora eu tenho que decifrar o que você aí está querendo, criar algo que te faça feliz e motivá-lo a entrar no site da empresa para a qual eu trabalho, dando a ela algum retorno financeiro. Ou então fazer com que aquilo que eu te disse no blogue, no twitter, no myspace ou no facebook corporativos seja marcante de tal maneira que, quando você for comprar um artigo esportivo no shopping, essa idéia te faça entrar na loja que eu “recomendei”. Se andava meio entediado de só entrar em orkut e atualizar isso aqui, um mundo novo se abriu. Vou além e afirmo que quanto mais ficamos convencidos de nosso conhecimento do mundo virtual, mais caminhamos em direção à ignorância.

Aí vem a pergunta: japonês, você virou publicitário? Pode ser, mas o interessante nessas ações em redes sociais é que o lance é outro. O internauta recusa automaticamente qualquer tipo de propaganda tradicional. Ou alguém aí é viciado em banner? O convencimento pela web, portanto, se dá por meio de uma idéia bem bolada, tão boa que vai chegar até mesmo em quem, teoricamente, não seria seu público-alvo. E aí você atingiu o máximo resultado, ao potencializar a valorização de uma marca gastando bem menos.

Nesse instante, é preciso abrir parênteses e dizer que o mercado forçou os jornalistas a fugir dos empregos tradicionais e buscar abrigo em assessorias ou na publicidade. Bem ou mal, aquele cara cinza e pouco saudável das redações é cada vez mais raro, assim como as boas reportagens (nesse caso, muito mal). Não porque os profissionais de qualidade estão em falta; os veículos que dão espaço a trabalhos decentes e pagamentos dignos é que são artigos de luxo. Por isso, o meu jornalismo, o jornalismo do Barneschi, do Cesarotti (que está no Estadão, mas cujo talento provavelmente é podado pelo formato quadrado do jornal que, não muito tempo atrás, desdenhava dos blogues e da internet) e de tantos outros amigos que se aventuram no mundo da produção de notícias estão restritos aos nossos blogues pessoais. Sem nenhuma modéstia...

O grande barato é que há infinitas possibilidades de se contar uma história, de se mostrar um produto e de falar ao mundo que você existe. E o grande problema é convencer os businessmen que os resultados, às vezes, não são numéricos e, mais ainda, não são contabilizados imediatamente após a ação. Toda e qualquer iniciativa nas redes sociais provavelmente vai atingir um consumidor que daria de ombros para você, em geral porque se trata de um cara que não consome mídia de massa. Ele vai embarcar na tua idéia e lembrar da tua marca CASO queira comprar um produto do segmento no qual você atua.

Fato é que o modelo de comunicação mudou. Não há mais a concentração dos meios de produção de informação nas mãos de poucos (apesar do esforço de autoridades como o senador Eduardo Azeredo) e emissores e receptores das mensagens são ativos em igual condição. As provas são as várias pesquisas comprovando o ocaso dos veículos tradicionais (viu o porquê do medo do Estadão?). Ao mesmo tempo, cresce o número de usuários da web e, mais ainda, o número de internautas ativos nas redes sociais. Boa justificativa para dar ao tal do CEO, mais conhecido como patrão, ainda tão receoso quando a prosa toma esse rumo.

Eu disse lá em cima que é sinal de ignorância considerar-se um conhecedor inconteste da internet. Depois de mais de dez anos achando ser mó prafrentex e entendedor do riscado, esses 30 dias de trabalho passeando pela rede me fizeram ter a certeza de que qualquer um é mero novato, pois haverá sempre algum louco tendo uma puta idéia por aí. O melhor nessa história é que ele terá como publicar e disseminar a loucura.

14 março 2009

Isso não é jornalismo


O Barneschi me liga há poucos minutos, indignado. "Porra, Japonês, você tá vendo o SPTV? Aquele mongolóide do filho do Mano Menezes tá fazendo as chamadas do Globo Esporte. Vão mostrar uma matéria sobre a falta de busão e metrô na saída dos jogos de quarta à noite. Vai lá ver".

Conforme prometido, o jornaleco esportivo da vênus platinada solta a matéria logo no início. Entrevista um bando de alienado que se presta a ser manipulado só para aparecer na TV. A premissa da "reportagem" é mostrar que o sistema de transporte é precário para quem vai e volta do estádio, principalmente nas quartas. Só que isso é má-intenção, isso não é jornalismo. Fere qualquer dogma ético da profissão por usar um fato de maneira mentirosa e distorcida. O que o Globo Esporte e o senhor Tiago Leiffert fizeram foi manipular a realidade para tirar a culpa total e exclusiva da Globo nessa questão. A precariedade do transporte público de São Paulo nada tem a ver com os problemas que o torcedor encontra para voltar para casa. A origem de tudo está nas necessidades mercadológicas dos Marinho.

Para comprovar, basta consultar a tabela no site da Federação e ver que os horários esdrúxulos são exigência da Globo. Na planilha, há um campo exclusivo para designar o tipo de transmissão da partida (se em TV aberta, Sportv ou PPV), tamanha é a subserviência. Maior absurdo que esse só o veto do general, ops, prefeito paulistano ao projeto que proibia o ínicio das partidas após as 20h30. Era ano de eleição e ele não iria se indispor com seu maior cabo eleitoral...

Essas constatações só reforçam o papel de câncer no futebol (e também no país) exercido pela emissora carioca. E isso só acontece porque há os "torcedores comuns", que legitimam tais iniciativas criando demandas de mercado. Demandas estas que, por sua vez, nos fazem conviver com um Estatuto do Torcedor ridículo que não leva em conta aqueles que o documento procura defender. O ministro Orlando Silva, grande figura e companheiro de partido, de várias cervejas e de samba em tempos atrás, pisou no tomate dessa vez.

Termino dizendo que me dá cada vez mais desgosto os colegas de profissão se esquecendo do papel primordial do jornalismo. Vendem-se à ideologia de uma empresa vil e defendem interesses que não irão ajudá-los nem sob o ponto de vista financeiro, muito menos trará auxílio à população. Enquanto não for criado um órgão fiscalizador da categoria, imbecilidades como essa continuarão acontecendo.

13 março 2009

Testando um troço


Essa minha participação em redes sociais está me tornando um nerd e eu fico o dia inteiro procurando novidades na net. Enfim, deixo abaixo um teste de aplicativo de quiz que eu achei.


12 março 2009

Outro vale


Ih, o cara marcou mais um. Ih, quanto zica naquela porra. Ih, a organizada cantou o jogo inteiro. Ih, a cambistaiada morreu com um monte de ingresso na mão. Ih, aquele monte de invejoso vai ter que arranjar outra desculpa pra justificar que um gordo decadente ainda seja mais perigoso dentro da área que qualquer moleque.

E, neste post meio embaralhado, fica aqui o recado: abutres e secadores, todo mundo minimamente responsável sabe que o Corinthians É MUITO MAIOR que qualquer jogador, isso está na nossa essência. O que não nos impede de tirar um barato dos outros por causa do R9. É uma das poucas graças que nós marginais temos nesse futebol já tão infestado de fair play.

Quem deveria levar sermão são aqueles que compraram camisetinha de Argentina e Boca Juniors, que pediam autógrafo pra pleibói iraniano e que ficam gritando "Felipe" (curioso, faz dois jogos que eu não escuto isso). Se bem que esses aproveitadores
que abandonam o time à primeira dificuldade tão cagando e andando. Eles só vão para fazer festinha...

Falando em festinha, aqui entre nós, Ronaldinho: a cada gol, tu ganha um vale-puta. Já te devo dois.

P.S.: sobre Gaviões, programinha babaca da Record do Casares e fatos associados, isso é antigo. E é coisa que será resolvida nas internas. O que não exclui o vacilo e o desrespeito pela agora inexistente placa que dizia "É proibido entrar de verde".

11 março 2009

Hora da Patrulha


Demorou um pouco, mas chegou. O período de hibernação fez com que se juntasse muito material para esta Hora da Patrulha e, por isso, irei separar as coisas em tópicos. Aproveitando o tom de denúncia do post, lembro todos da nova tentativa de golpe da vez. Depois da ditabranda da Falha, a Veja não deixou quieto e apresentou mais uma de suas, atingindo novamente o delegado Protógenes Queiroz, da PF. O grampo, porém, ninguém sabe, ninguém viu, e mais mentiras começam a pipocar. Vamos aderir à campanha de cancelamento de assinatura dessas merdas!

Às notas:

- pipocou há uma semana a história da pirâmide de enriquecimento ilícito na polícia civil. O esquema envolve gente graúda, tem criminosos como intermediários e circula valores altos. O silêncio da mídia foi proporcional à grandiosidade do escândalo. Até mesmo o governador José Serra, questionado sobre o assunto, retirou-se de entrevista coletiva e usou o (banana) secretário de segurança pública como escudo. É essa a postura de um gestor?

- ainda no quesito “coisas antigas”, a merenda azeda e o ralo de dinheiro público não foram suficientes para garantir uma CPI, e as investigações ficam para depois. No lugar, entra uma importante comissão para discutir o que pode ser feito na bacia do Jurubatuba. Brilhante!

- eu tinha falado aqui em algum lugar de 2007 sobre a falcatrua da prefeitura em dar aos professores uma assinatura da revista Nova Escola, da Abril. Tratava-se, na verdade, da compra do silêncio da editora, que já fechava os olhos para os problemas de São Paulo por ordem do Serra. O presente em 2008 ficou maior: a Nova Escola também será distribuída na rede estadual, ao preço de quase R$4 milhões. A revista faz sua parte, defendendo idéias absurdas como o pagamento de bônus por desempenho, e não menciona problemas como o sucateamento de escolas, o arrocho salarial dos professores e as artimanhas do convênio prefeitura-governo do estado para evitar o acúmulo de cargos do corpo docente. Dizem que isso prejudica o ensino, já que o professor não se dedicará integralmente nos turnos. Concordo. Mas aumentar o piso e pagar um salário decente não entra em questão, no entanto.

- e já que o assunto é Educação, onde estão as creches e os CEUs do generalzinho? Estão no mundo das idéias. Usadas como um dos carros-chefe na campanha, as creches têm hoje um déficit registrado pela Justiça de 5 mil vagas. Outro recurso que ficava bonito na TV era o leite, mas o solteiro sem filhos resolveu diminuir o benefício depois de eleito. Há notícias de muita confusão na distribuição dos leites atrasados do ano passado, inclusive.

- o que os jornalões trouxeram e destacaram foi o belo desconto de 20 centavos na tal taxa da madrugada no metrô. Ao mesmo tempo em que promovia um reajuste na tarifa dos ônibus municipais, o governo do estado divulgava a maravilha de se economizar R$1 por semana, ou R$4 por mês, ou R$48 por ano. Seria cômico se não fosse trágico, isso sem mencionar o aumento anterior na passagem, que chegou a R$0,15. Aí, no mesmo período de um ano, o cara que poderia economizar seus R$48 acordando de madrugada, vai pagar R$72 a mais. Prejuízo dos grandes, potencializado pela piora constante do serviço...

Com tudo isso, São Paulo, sorria!

09 março 2009

Nível


Passada toda a euforia do clássico do domingo, se faz necessária a descrição de um fato ocorrido enquanto o jogo comia solto, lá no buteco onde vi a partida. Relato da minha Evinha, que logicamente preferiu prestar atenção nas pessoas ao meu redor - e ainda mais na reações dessas pessoas aos impropérios que eu costumo verbalizar quando vejo o Corinthians longe dos estádios.

Disse ela que rachou de rir com o comportamento de uma moçoila incomodada e ruborizada a cada palavrão que saía das bocas corinthianas. Era uma moça daquelas que a gente encontra em shoppings ou pela Oscar Freire, que vota 45 e que acredita piamente nas palavras de Paulo Coelho e Diogo Mainardi. Após o gol fenomenal, a nojenta estourou de indignação e cochichou ao ouvido do namorado, um manso que já havia sido chamado de "sócio" por um gaiato:

"Ai, amor. Eu não entendo isso. Pra que tanta agressividade, tanta loucura. É um baixo nível, né? Ainda bem que nós somos palmeirenses e temos um nível mais alto"...

E aí eu faço referência e presto solidariedade ao amigo Cruz de Savóia. Porque ontem, depois de reconhecer o poder de recuperação de Ronaldinho e lamentar o empate com sabor de derrota para os verdes, teve que agüentar fogo-amigo, com indignações como as da moça aí de cima.

Traçando um paralelo, tenho pelo goleiro Marcos uma grande admiração. Mesmo sendo o responsável por uma das maiores tristezas da história alvinegra (assim como muitos de nossos craques fizeram os rivais amargarem grandes derrotas), não podemos negar que Marcão ama a camisa que defende - infelizmente ele trocou de lado e, ao deixar Oriente, esqueceu seu manto alvinegro. Fora isso, o arqueiro fez SÓ aquela Copa impecável em 2002, tem caráter e, provoquemos, levou aquele gol do Manchester. Por tudo isso, Marcos, assim como Ronaldinho, é alvo de fãs mundiais, independentemente de onde esteja jogando.

Já levei chapuletadas do nosso lado por dizer isso e o Cruz apanha desde ontem por sua opinião sobre R9. Quem faz tais críticas, geralmente, são pessoas que pensam igualzinho à moça e infestam todas as torcidas. Gente que não consegue canalizar o radicalismo - essencial no futebol, diga-se - para onde ele deve fluir. Eu não sou menos corinthiano e Cruz não é menos porco por reconhecer certas coisas que até uma pedra reconheceria.

Mas nós não temos nível...

O imponderável Corinthians


Mesmo com um posicionamento pra lá de retranqueiro, mesmo com um ataque que abdica de atacar (Jorge Henrique e Souza é brincadeira), mesmo com uma zaga ainda batendo cabeça, mesmo com um frangueiro que deveria ter ido embora desde a final da Copa do Brasil no ano passado e só não foi porque há uma bela estratégia de valorização de passe dessa enganação, mesmo com tudo isso, o Corinthians foi Corinthians no derby.

E além de ter sido Corinthians, contava com um Fenômeno em campo. Davam como certa mais uma ótima participação do verde artilheiro badalado, só que o veterano foi quem mostrou o que é não sumir em clássico, lembrando a todos porque foi eleito 3 vezes o melhor do mundo. No último minuto, o corinthianíssimo gol de Ronaldinho trouxe à tona a mística alvinegra e calou o bando de secadores. Não só com o tento, mas também na bela jogada individual que culminou com um tirambaço na trave e outra intervenção na qual ele passou por três defensores e colocou André Santos em perfeitas condições de marcar.

Comemoremos, aliás, o fato de termos sido um pouco melhores a partir do segundo tempo e criado muito mais oportunidades que os rivais. Ouso dizer que poderíamos, inclusive, ter saído com a vitória, não fosse a já mencionada (e grotesca) falha. Abdico do direito a reclamações contra o árbitro Abade, já que prometi não usar isso como justificativa para nossos tropeços, muito por acreditar que exista uma bela rede de destruição do Corinthians via apito, uma perseguição injustificável por conta de 2005. Porém, aproveito para cornetar quem merece. André Santos e Douglas precisam receber os bichos atrasados. Deu para perceber que jogam à base de grana e por isso se dão ao direito de fazerem gracinhas e se omitem quando não é permitido. Já o goleirinho mau-caráter e safado deve ir embora. Hoje mesmo, para pagar tudo o que fez de merda. Por fim, Mano Menezes. Ô tecnicozinho cagalhão, como dizem seus conterrâneos.

A abutraiada, lá pelos quarenta minutos, já devia estar preparando suas manchetes. “Ronaldo (sic) passa em branco no clássico”, “Corinthians perde com Ronaldo (sic)” e “Ronaldo (sic) não salva o Corinthians” seriam as possíveis capas de hoje. Eles não aprendem que o imponderável e o inesperado reina no Coringão. Tiveram que recolher suas barrigadas e agüentar a barriga artilheira.

Ali num buteco na região da Augusta, alguns incautos viram esse imponderável tomar forma quando eu e mais um monte de corinthianos quase derrubamos a porra toda depois do implacável gol, assim como fizeram os irmãos no alambrado daquele lixo de estádio. Ao apito final, e por estar na rua que outrora foi palco para as primas, lembrei novamente do Fenômeno. Deixo aqui o meu vale-puta e o vale-uísque para ele. As casas de tolerância, ao que parece, são os lugares ideais para deixar Ronaldinho em ponto de meter ferro nos adversários. As igrejas, com certeza, é que não são...

07 março 2009

Ronaldo só tem um!


Só para deixar as coisas bem claras:




VAI CORINTHIANS!

Quase-infarto


Faltam poucas horas para o clássico. Por conta dessa realização absurda em Prudente, muitos de nós ficaremos pela capital assistindo à peleja pela TV. Heresia das grandes, mas totalmente justificável por conta dos inúmeros obstáculos para se chegar ao Mato Grosso. O talzinho do prefeito, aliás, é lambari e quer levar o jogo nosso contra o time do interior pra lá também. Vá à merda, antes que eu me esqueça.

O que acontece, porém, é que nessas horas pré-derby o coração dispara. São mais de 90 anos de história, meus caros. E é mais de ano sem o maior acontecimento do futebol. Prometi, levianamente, que teríamos um Hora da Patrulha ainda nesta semana. É óbvio que não pude cumprir, mesmo com todas as palhaçadas acontecendo (esquema de enriquecimento ilícito na Polícia Civil, aumento das tarifas no ônibus intermunicipal, merenda estragada, escolas caindo aos pedaços, distribuição de leite cheia de distorções, Abril e Globo sendo presenteadas com belas licitações, Serra fugindo das perguntas sobre os problemas do seu governo, ditabranda, ditamole, ditadura... ufa!). Semana que vem eu falo sobre isso, porque até domingo o mundo gira em preto e branco e já nem tenho mais uma linha de raciocínio coerente.

Neste texto derradeiro antes do clássico, peço aos jogadores: raça, queridos, raça! É o jogo da vida. Nada mais valioso que ver o sorriso corinthiano após uma vitória sobre os rivais. Concentrem-se, corram mais que o limite, busquem a vitória a todo momento. Mano Menezes, por favor, largue mão de ser cuzão e faça o Corinthians jogar um clássico como Corinthians, finalmente. Esqueça os pragmatismos e racionalidades. Apele pra tudo que puder e chame por São Jorge.

Há o tal do logo, e o Filipe tratou disso muito bem. Exageraram as diretorias, vale dizer. Escrever o nome da coisa verde em nosso manto é tão desrespeitoso quanto pintá-lo de roxo, colocar listras na camisa branca ou extinguir as faixas brancas da camisa preta. Coisas da modernidade e da multinacional que nos explora há anos.


À nação corinthiana, sintonia de pensamento. Sem cornetagem, sem pessimismo, sem desconfiança.

Aqui é Corinthians!

Pra cima deles, Timão!

05 março 2009

O fator R9


Rapidinho, no pique. A estréia do Ronaldinho foi algo tão interessante que fez até o time jogar a bola que não vinha jogando e que não jogou no primeiro tempo. Passes de primeira, zaga sólida, meio campo rápido e criativo e o Fenômeno fazendo uma bela jogada, em que o juiz deu perigo de gol.

Os abutres recolhem as asas, os adversários começam a temer, e o Corinthiano só pensa nesse domingo que demora a chegar.

É domingão. É Coringão!

03 março 2009

E não se fala em mais nada


Um ano de espera, senhores, e finalmente chega a semana do maior clássico do planeta. Este que vos escreve faltou a apenas dois derbys nos últimos 6 anos. E corre o risco de ficar de fora deste que se aproxima, no próximo domingo. Por conta da briguinha de barões, os dois tradicionais rivais paulistas e paulistanos irão jogar na longíqua Presidente Prudente. Uma vergonha.

Mesmo assim, não se fala em outra coisa na cidade que é muito bem delimitada pelas estações de Metrô Corinthians-Itaquera e parmera-Barra Funda. Os botiquins se adornam, os bêbados se exaltam, as provocações pululam em papos de copo e em blogues. Domingo, no Dia da Mulher, a madame ficará resignada ao ver a Favela tomando o interior de assalto para enfrentar a porcada. Aos trancos e barrancos, contra tudo e contra todos, e valendo até troféu, para desespero de quem almeja ter, um dia, tal posição de destaque.

Como já disse algumas vezes por aqui, conto com o imenso desprazer da maioria dos meus amigos vestindo a cor verde. Por conta disso, é preciso paciência para agüentar a soberba palestrina, que neste ano anda muito ouriçadinha. Nada que uma boa sapatada de Ronaldinho não resolva. Se tudo conspirar a favor, a chilenada tempera o porco pra gente almoçar no domingo...

É esse o clima, é essa a graça. Quantas e quantas vezes eu não acordei meu padrinho ao esmurrar a parede aqui da sala em gols do Coringão? E quantas não foram as "retribuições carinhosas" do velho quando seu parmera metia a bola no barbante. Para quem fica de fora, é difícil compreender. Para quem está dentro, é difícil não se contagiar. Misturam-se sentimentos de amor e de inimizade, de respeito e de desprezo, como muito bem retratou Mazzaropi em seu "O Corinthiano".

Domingo é dia de ir para cima da porcada e dar o sangue pelo alvinegro. Em nome de todos que já honraram o manto sagrado. Em memória a todos que já calaram os gaetaninho, como contou Alcântara Machado. Domingo é dia de provar, mais uma vez, que o osso ainda é duro de roer.

Vai Corinthians!

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Breves:

- o racista foi embora. Foi tarde, e não devia nem ter vindo. Não vai fazer falta e nem abre perspectiva nenhuma para a oposição. Pessoalmente, é um milimétrico passo para um Corinthians para corinthianos.

- Procon processa o Coringão por conta da trapalhada do árbitro no jogo contra a Burra. É brincadeira?

- há tanto para se falar sobre o que anda acontecendo em São Paulo, mas o tempo não dá. Talvez amanhã vem uma enxurrada de coisa com a Hora da Patrulha.