30 setembro 2009

Chuta que é macumba, um poço de revolta


Há uma certa incompreensão do que são os blogues. Por conta do ímpeto aproveitador da mídia consolidada, passou-se a usar a ferramenta por causa das (argh) "tendências" de mercado. Aí virou bagunça: nego acha que blogue é site noticioso e que blogueiro é jornalista - no último caso, o STF garantiu esse direito (tsc) depois de extinguir a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.

Naturalmente, os visitantes das páginas pessoais também embarcaram na onda e começaram a tratar a caixa de comentários como uma seção de cartas do leitor. Óbvio que o troço não está ali para isso, mas sim para servir à bateção de boca, e aí depende do dono do blogue estabelecer o tipo de conversa que será desenvolvida. Este blogue, em particular, aceita todo e qualquer tipo de opinião, mas não se furta em mandar à merda alguém que publique asneiras. É a minha regra, na minha página, sob o meu ponto de vista.

Quanto à linha editorial (opa, isso não é veículo), a base dos textos ou é a indignação ou é a beleza das coisas simples da vida, e se isso vai ser lido ou não, levado a sério ou não, é outro papo. O essencial é dar espaço para a divulgação dessas idéias; afinal, que veículo de comunicação teria os bagos de publicar metade do que é despejado no Chuta que é macumba diariamente? Não é pedância, é constatação, e eu sou só mais um no meio desse pessoal todo que figura na lista de blogues no menu à esquerda.

Toda essa combinação de fatores, porém, vira vitrine. Vez ou outra, chegam aqui alguns incautos que, despidos de argumento ou de ideologia que se sustentem, acreditam exercer o direito à liberdade de expressão. Quer bater boca comigo, oquei. Mas faça de maneira decente, e não como o exemplo a seguir - adiantando, peço desculpas pelo mau texto do sujeito:

"Não entendo poq vc eh tão revoltado com a sociedade de consumo. Uma vez q ela nada mais é do que a vontade do povo. Ou vc acha q o povo pensa no coletivo ? Desculpe se estou enganado, posso até estar, mas desde q comecei a te acompanhar diariamente, só o vejo criticando o mundo.

No mundo o q eh melhor eh mais caro. E como o nosso timão eh o melhor eh óbvio q cada vez mais vai ser mais caro. E qual o problema de algo melhor ser mais caro se as pessoas só entendem valor no dinheiro? Qual o problema delas, em sua maioria querer ganhar o seu dim dim e gastar naquilo que convir? Ainda mais nesse mundo atrasado q é o nosso, existe uma forma de dar valor em algo a naum ser o dinheiro ?

Eh apenas um desabafo, n encare como uma crítica de cunho pessoal. Mas acho q tudo q eh exagerado eh irritante."

Irritante, a meu ver, é ter que me deparar com frases nojentas como "No mundo o q eh melhor eh mais caro", "as pessoas só entendem valor no dinheiro" ou "existe uma forma de dar valor em algo a naum ser o dinheiro ?" e ainda ser chamado de exagerado.

Pois bem, representantes da mediocridade: este espaço é sim sem limites. Aqui o disco não vira e feridas serão sempre expostas, a fim de tentar causar impacto, mesmo que ínfimo, naqueles que por aqui se aventuram. Este blogue tem suas regras de funcionamento e, caso elas não agradem, não ficarei magoadinho com a perda de audiência. Não respondo a diretor de programação ou a ação de mídia promocional nenhum. Isto aqui é um poço de revolta.

P.S.: leiam a brilhante entrevista de Bruno Ribeiro com o Homem de Bem. Tudo a ver com os medíocres.

Olé!


O mundo está ficando muito chato com essa história de politicamente correto. Abaixo, o vídeo da festa de bacana dada no Corinthians, que fez a abutraiada se sentir ofendida e que já tinha sido divulgado em banners PAGOS nos sites carniceiros. Pau no cu desses merdas, pau no cu desse povinho moralista, pau no cu dos bambi freguês! Aqui é Corinthians!



Mais tarde eu volto com algumas palavras...

*Atualizando, com o vídeo completo, dica do Filipe:


29 setembro 2009

It's only business


Nada pessoal, trata-se apenas de negócios. Essa nojenta premissa se faz presente em quase todas as relações sociais de hoje em dia. É no futebol, no trabalho, onde sempre somos explorados, e até nos círculos familiares - o casamento é um mero contrato de tolerância. A música não fica de fora e a produção intelectual vive sob o intenso debate de como ser quantificada monetariamente. Direitos autorais e o escambal.

Analogicamente ao que ocorre quando a bola rola nos gramados, infestam o meio musical empresas e empresários que sugam o máximo de dinheiro usurpando da paixão de terceiros. É o nosso choro ao ouvir o Rei, a emoção de estar com os amigos numa bela roda de samba, a vibração num show do Ramones transformados em produto.

Aqui se faz necessário abrir parênteses para explicar o porquê de colocar no mesmo balaio rock e samba. Discordo do Nei Lopes e de tantos outros grandes brasileiros que atribuem ao ritmo norte-americano o papel de mero instrumento de alienação global e o contrapõem ao samba, nesse caso o libertador revolucionário. Até compreendo a ideologia, já que o samba sempre ficou à margem da indústria cultural e só é reverenciado quando os boçais se dão conta, esporadicamente, de seu poder de faturamento, ou seja, numa constatação desvirtuada. Porém, há um teor subversivo no rock 'n roll tão forte quanto no batuque - não é o caso de ficarmos provando -, e se temos bandas de merda fazendo sonzinho para vender disco e deixar os jovens ainda mais imbecis, isso também acontece no samba. Aproveitador, como se sabe, não escolhe gênero musical.

Seguindo adiante, impressionou-me na última semana o valor dos ingressos de dois shows. Paulinho da Viola se apresentou em São Paulo e a entrada mais barata sairia por nada menos que R$60. Não se discute aqui merecimento, mas sim a adequação do preço ao público que segue e que aprecia sua obra com o coração. Elevando a tarifa, elitiza-se o troço.

Esses R$60 do Paulinho só não chegam perto do despautério dos R$250 que serão cobrados pela apresentação do AC/DC.
A banda australiana veio ao Brasil pela última vez em 1996 e lembro que ingresso não passava dos R$40, havendo inclusive meia-entrada minutos antes do início do show. Tudo bem que o dólar valia menos que o real, mas os equipamentos, por exemplo, baratearam desde então e isso quebra o parâmetro. Ocorreu, no caso dos artistas internacionais, uma mega-inflação depois da quebra do câmbio no segundo mandato do monarca FHC, que não foi corrigida quando o dólar voltou a cair. Apesar de ser fã ardoroso dos irmãos Young, pergunto: vale essa grana toda?

Não, não vale pelo que eu posso pagar e por tudo que já adquiri de artigos relacionados ao grupo. Assim como não dá para aceitar que artista brasileiro cobre mais que R$40 de entrada em seu próprio país. Tenho, inclusive, uma lógica particular para isso: quanto mais caro é o ingresso, maior é a quantidade de gente descompromissada na platéia e, conseqüentemente, pior é a apresentação. Puro empirismo. Da mesma maneira que vai "à balada cara com a banda bacana", esse "cliente" descompromissado (e tão valorizado) troca de "ídolo" como quem troca de cueca.

Reitero que não se trata de ranço contra esse ou aquele artista. Só não sou obrigado a suportar choro quando alguém baixa um mp3 ou arranja esquema para pagar meia. Se o it's only business vale na ida, deve ser regra na volta também.

28 setembro 2009

Palhaçada previsível


Nada muito surpreendente toda a palhaçada deste domingo. Sim, palhaçada. A previsão é óbvia: bambi jogando para buscar a liderança é sinal de, pelo menos, um gol impedido, além de faltas não dadas para o Corinthians e um gol anulado. Ainda tivemos goleirinho mau-caráter amarelando e zaga adversária com medo da sombra do Gordo. Porém, ao que parece, nada disso importa.

Para essa mídia esportiva nojenta, outras coisas são mais importantes. No Lanche! e no Globoesporte, nada demais na chamada. Podemos até ressaltar que os dois sites deram destaque à manutenção do tabu e ao tento irregular dos leonores. Ao chegar no fim das reportagens, no entanto, o leitor tem a falsa ilusão de que houve um massacre sobre o Coringão. Pelo contrário, as bichas lamberam a bola o jogo todo e nós tivemos as melhores oportunidades.

Isso é só um aperitivo para o show de horrores que começa agora. A capa do UOL mancheteia a viagem do Gordo à Europa para resolver um caso de paternidade. Também há a interessante matéria, com letras garrafais, em que o bambi "minimiza a perda da vice-liderança" - na Rádio Bandeirantes, comentaristas e um anão bicha se esforçavam para provar que não havia perda da 2ª colocação só "pelo critério de desempate". Na mesma toada, a Falha tucanou a presepada do zagueiro-pagodeiro e chamou o gol do Timão de "inusitado", além de utilizar o adjetivo "duvidoso" para o escandaloso impedimento do infartado no empate. Há ainda o zagueiro perna-de-pau justificando novamente sua lambança, jogando a culpa no "barulho da torcida". Só se foram os gritos da Fiel, o único barulho naquele antro.

Passemos ao iG, que descreveu o gol corinthiano da seguinte maneira: "André Dias estava soberano (nota minha: ?????) na cobertura para a saída de Bosco, mas se assustou com a chegada de Ronaldo e inexplicavelmente tocou totalmente errado na bola". Nojo? Calma que tem mais. O Terra alardeia que o Corinthians, segundo aquele francês meio fresco que fugiu da Copa de 1994, "achou o gol". O mesmo portal afirma, na reportagem principal sobre o clássico, que a bicharada "buscou o empate".

A luta contra a verdade a fim de defender as descontroladas fere um princípio básico da profissão. Diferentemente de tudo o que foi publicado, a manchete em qualquer veículo de comunicação decente deveria ser "Roubo!" ou "Bambi faz mais um gol impedido", por exemplo. Que tal valorizar nossa série invicta de 3 anos? Por que ninguém foi questionar o narigudo da sua ausência? E qual a razão de dar microfone pra um vereadorzinho de merda que apóia o general paulistano e ainda tem o despudor de se considerar prejudicado?

Devolvendo a bilís ao fígado, é sempre bom lembrar certas coisas. O confronto direto com essa racinha continua apontando 108 x 87 e, se não vamos ganhar essa porra de campeonato de merda, pelo menos a nossa parte a gente sempre faz. Não sendo nosso, das meninas também não será. E que o apito ajude a porcada a partir de agora, para esse bando de carcamano sentir na pele o que foi a inquisição de 2005.

P.S.: e os chorolados, hein? Vão arranjar que pênalti esse ano? Time ridículo e pequeno...

P.S.2: logicamente, não vou ficar linkando esses lixos de matérias. Quem quiser perder tempo, Google News.


25 setembro 2009

Para manter a escrita


Confesso: não sou um "jornalista de credibilidade" e menti sobre o silêncio preparatório para o jogo de domingo. Minha ascendência (calabresa, dizem) não permite manter o sangue de barata por muito tempo. Conforme prevíamos, a semana pré-clássico foi recheada de recadinhos, serviços de assessoria das redações de esporte e inúmeras demonstrações de que não há o menor pudor em se esquecer o jejum quando ele não está do lado de cá.

Portanto, senhores, é nossa obrigação colocar as coisas nos seus devidos lugares. Imaginem se estivéssemos, por exemplo, sem ganhar dos leonores este ano e, pior do que não ter ganho, se tivéssemos levado 3 traulitadas seguidas? Pensem como seria o alvoroço nas editorias de futebol se tivéssemos mandado embora um técnico, se nosso centroavante batesse boca sistematicamente com os companheiros de ataque durante as partidas ou se nosso presidente estivesse no controle do clube garantido por uma liminar?

Cada um dos guerreiros que for ao pardieiro deverá se armar levando em conta essas falcatruas. Pensemos também nas usuais vitórias sobre elas, algumas delas dispostas logo abaixo do post, a fim de inspiração. Indignar-se a cada duelo contra a bixarada é essencial. Grite, cante mais alto. Vamos, novamente, mostrar quem é que manda no estádio estadual e calar ainda mais aqueles que nem o próprio hino sabem cantar.

VAI CORINTHIANS! PRA CIMA DELAS TIMÃO!


24 setembro 2009

Breves


- As coisas do Corinthians acontecem de maneira bem curiosa nessa trajetória de quase 100 anos. Passou batido, mas em 17 de setembro, um dia antes da partida do guerreiro Idário, completou um ano da morte do gigante Lourenço Diaféria. Vendo o que se passava com nosso Sangue Azul, o maior historiador do Coringão convocou Idário para comemorar o Centenário lá de cima, porque aqui embaixo tá osso. Salve Diaféria!

- Ontem me deparei com uma bela demonstração de como as empresas não devem se portar diante de manifestações de clientes na web. O Resenha em 6, página fantástica que eu não conhecia, faz rápidas avaliações de bares, filmes, discos e outros troços que nos alegram a vida. Tudo em seis linhas, por isso o nome. O caso é que os caras meteram o sarrafo num bar de merda chamado Boteco São Bento, ali na Vila Madalena. Nos comentários - até o momento, mais de 400 -, um dos proprietários da espelunca se manifestou e ameaçou o dono do referido blogue de processo, convocou funcionários a trollzar o post e rejeitou a presença de pessoas cuja opinião seja semelhante a do autor da crítica (ou seja, eu e você) em seu maravilhoso empreendimento da noite paulistana. Como conseqüência dessa estratégia de marketing agressivo, muita gente descobriu um bom lugar para se informar e o bafafá desmascarou outro estabelecimento da pior qualidade. *atualizando: Comentou por lá Jorge Príncipe, assessor do bar, que disse não se tratar de opinião do dono ou dos funcionários aquilo tudo que foi colocado nos comentários.

- Na boa, depois dessa quarta-feira, os rivais estão sentindo na pele o que foi a palhaçada de 2005. Nada como um dia após o outro.

- Quanta crise e fofoquinha nessa semana pré-clássico, ahn? Filho bastardo, ex-jogador búlgaro, leonor tendo chiliques em coletiva, técnico fresco com a memória curta e entrevista com Douglas tentando tumultuar. E ainda estamos a três dias do jogo. Ah, cala-te boca, que eu prometi ficar em silêncio...

23 setembro 2009

Relbert, um prudentino


Eu acho que esse mini-caipira é de Presidente Prudente...




Prudente/MS não! Clássico é na capital!

Versões parte 1


Grande prova da insanidade que é a tal propriedade intelectual sobre qualquer música - embora reconheça que autores tenham direito de recompensa dentro do modelo cultural capitalista - é a formatação matemática sobre a qual ela se baseia. Compor é fazer combinações lógicas e, salvo raras exceções, o que se destaca mesmo é a letra.

Não se trata de desmerecimento ao brilhantismo de quem consegue nos emocionar por meio de melodias - Pixinguinha, por exemplo, falava bonito com as sete notas -, mas há de se reconhecer que a grande maioria das canções tem como base a mesma seqüência de acordes, com pequenas variações - confira aqui. A culpa é dos campos harmônicos que, ao contrário da escrita, nos forçam em direção aos clichês, o ponto alto de qualquer música.

Justifiquei, com esse intróito, minha estranha admiração por versões. No caso, é puro reflexo da educação musical que tive, recheada de pérolas da Jovem Guarda (90% dos sucessos do iê-iê-iê tupiniquim são "traduções" do rock norte-americano) e de canções infantis dos anos 80. Neste último caso, impossível não mencionar a dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas, especialistas em adaptações para nossa língua nativa. Não acredito se tratar de falta de criatividade ou cretinice; é mais prestação de homenagem.

Atualmente, quem domina a indústria de versões são as bandas de forró. Reconheço: são armas de destruição em massa, mas aqui e ali dá para pinçar algumas produções bastante divertidas. É o caso da música "Tô ligando", do grupo Rasta Chinela. Tente lembrar do original:



O rock é outro gênero que se dá ao luxo de copiar descaradamente o trabalho alheio. Compreensível, pois 10 entre 10 bandas que começam a fazer barulho nas garagens tocam covers no início da "carreira". Abaixo alguns exemplos divertidos daqui e do exterior, pegando inclusive a versão de "It´s a Sin", do Pet Shop Boys, feita pelo grupo de heavy metal Gamma Ray:

- Bidê ou Balde: "Buddy Holly"



- Gamma Ray: "It´s a Sin"



- Skadaddyz: "Hotel California"



Talvez o único gênero que passe batido seja o samba. No entanto, com um Lá menor ou um Mi maior dá para mandar 3 horas ininterruptas de bons clássicos. Para finalizar esse primeiro post (hei de dedicar mais alguns textos sobre o tema), deixo um pout-pourri gravado pelo grupo Toyshop, com canções que embalaram muitas festas infantis de quem nasceu a partir da segunda metade da década de 70. Sinta o cheiro da coxinha e do sanduíche de carne-louca vindo na memória...


22 setembro 2009

Prudente, lamentavelmente


Se não mudarem de idéia mais uma vez, a diretoria rival confirmou mais um derby no Mato Grosso do Sul. Decisão lamentável, pois inviabiliza e muito minha presença. Vou pensar seriamente, mas estou ligado que vou acabar indo, principalmente porque é feriado.

Para você que, como eu, acha que a dignidade é algo importante e que o maior clássico do mundo deve ser disputado somente na capital paulista, faça sua adesão à campanha Prudente Não!


Relembrando - ou cadê o jejum?


Tão ou menos inspirado que o ataque corinthiano por conta de 1) dor nas costas; 2) encheção de saco extrema por conta de monologueiro que acha que sabe de tudo; 3) esse frio atípico na Primavera - e o frio me deixa de saco muito cheio; aproveito a falta de temas para lembrar: é semana de guerra!

Iremos novamente ao panetone rejeitado pela FIFA para chutar umas cadeiras e colocar as descontroladas no devido lugar. Refrescando a memória, já faz 2 anos que elas não ganham da gente - e a mídia, interessante, não faz o mesmo barulho que fez em tempos recentes por conta de um jejum invertido -, numa hegemonia do Corinthians comprovada, ainda, pelos números (elas, que adoram combinaçõezinhas numéricas) 108 x 87 no confronto direto.

Basta saber quanto será a fortuna que teremos que desembolsar para entrar naquele desembocadouro de esgoto a céu aberto. A vitória é o único resultado que nos interessa e, vale reiterar, a gente joga também contra o canalha do apito. Pela mídia, a campanha pró-bambi já começou e até domingo seremos bombardeados com muita bosta em jornal, TV, revista e blogue de credibilidade.

Ao contrário de outras ocasiões, a concentração por aqui será feita à base de silêncio - salvo situação de extrema urgência. Por conta da presepada de domingo, meu estômago não está tão bacana assim para ficarmos tratando de assuntos tão amargos.

VAI PRA CIMA DELAS TIMÃO!

P.S.: pode escrever essas coisas aqui? Será que não vão me processar por uso indevido de propriedade intelectual?

21 setembro 2009

O reflexo


Não se ouviu no Pacaembu nenhuma saudação ao guerreiro Idário que fosse compatível ao tamanho dessa estrela que se foi na última semana. Ao mesmo tempo, gritos histéricos tomaram conta de todos os setores quando o Gordo apareceu no telão. É a famosa gordura que o Filipe muito bem batizou e que faz um mal danado. A tabela tinha sido a mais favorável possível e a vitória sobre a mentira verde do Planalto seria o primeiro passo na busca definitiva pela taça. Porém...

A partida deste domingo serviu para mostrar que cliente não faz o time ganhar. E, da mesma forma, a partir do momento em que você quer que futebol seja business e que o torcedor é um mero consumidor, abre-se espaço para aproveitadores processarem o Corinthians para receber uma graninha. A pergunta que cabe aqui, corinthianos, é uma só: sob qualquer circunstância, VOCÊ PROCESSARIA O CORINTHIANS?

Sobre a bisonha apresentação, nada a declarar, a não ser a insistência no erro por parte do técnico. A opção por 4 laterais em campo já tinha se mostrado equivocada no jogo da quarta-feira, mas ela novamente apareceu. Culpar Diego pelas 3 cagadas consecutivas seria muita irresponsabilidade. Culpem quem o colocou numa posição indevida e que o deixou perdidinho em campo, sabedor que é o planeta Terra da limitação técnica do zagueiro. O moleque serve para uma coisa apenas, e por isso se destacou: dar bicuda para frente.

Conforme dito antes, era preciso tomar cuidado para que a torcida não acompanhasse a diretoria com relação à morte de mais um ídolo corinthiano. O que se viu foi o oposto, e é tenebroso vislumbrar um futuro melhor com tanta gente ignorando a tradição e valorizando o futebol-negócio.

Domingo é obrigação! E dia 31 de outubro também!

18 setembro 2009

Adeus ao guerreiro


Foi-se desse mundo o grande guerreiro Idário. Vítima de complicações há tempos, o Sangue Azul nos deixou nesta sexta-feira, depois de uma longa batalha contra seus problemas respiratórios. Irônica morte para alguém que comia a grama e dava o sangue dentro de campo pelo Corinthians, sua grande paixão.

Jogando ao lado de Carbone, Claudio, Luizinho e Baltazar, figurou na linha de heróis que conquistaram o título do IV Centenário em Templo Sagrado. Nunca quis saber de contratos e jogava por amor ao Corinthians - no dia da citada final, entrou em campo com a perna repleta de feridas. Era o famoso carregador de pianos da defesa alvinegra e por ele pouca gente passava, pelo menos com freqüência ou impunemente.

Para mim, Idário era a representação máxima do Corinthians, ao lado de Neco e Luizinho. Nunca houve e nunca vai haver tamanha devoção por parte de um jogador ao clube que se equipare a esses três nomes, que carregavam o pesado e glorioso fardo do corinthianismo encarnado dentro de campo.

Domingo, Pacaembu lotado, é dia de um grito só durante os 90 minutos. Porque gritar Idário é como gritar Corinthians. Encerro este texto com os olhos marejados, sabendo que mais um ídolo que morreu sem o devido reconhecimento do clube e sem a evocação necessária da torcida. É assim que dirigente de futebol retribui tanto amor, e a Fiel não pode acompanhar tamanha insensatez.

SALVE IDÁRIO! OBRIGADO GUERREIRO!




Em tempo: corre a versão de que Idário, ao contrário do que divulga a diretoria, não recebia nenhum auxílio do clube. Além disso, há a notícia de que sua esposa queria fazer o velório no Parque São Jorge e a diretoria não permitiu. Lamentável tudo isso...


Em tempo 2: Do Loucos por Ti

O Corpo do Seu Idário chegará por volta das 22h30 do 18/09/09 no Cemitério da IV Parada, onde será velado. O enterro está marcado para 19/09/09 às 17 horas no mesmo cemitério.
Rua David Zeiger 450, Quarta Parada - São Paulo


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Atualização: da comunidade dedicada a Idário no Orkut

ENTREVISTA COM IDÁRIO
Em que ano você começou no CORINTHIANS?
Jogava no clube do bairro, a associação atlética da vila Deodoro, no Largo Cambuci.
Aí, recebi um convite para ir treinar no sams, que era a sociedade anônima moinho santista. E daí teve um jogo entre o CORINTHIANS e o sams, no Belém, pelos amadores. E nos amadores do CORINTHIANS jogavam Luizinho, Cabeção, Roberto Belangero. Aí o técnico dos amadores do CORINTHIANS, o Pietrobom, irmão do Anacleto Pietrobom, me convidou, pediu para eu fazer um teste no CORINTHIANS. Eu fui.

Você já era lateral-direito?
Já. Fui lá e marquei Colombo. Isso em 1949. Em 1950, passei a ser titular.

Em 50 você já foi campeão?
Em 50, fui campeão do Rio-São Paulo. Em 51 e 52 fui Campeão Paulista.

Aí chegamos em 54. Como era o presidente Trindade?
Era um grande presidente. Ele falava que tinha que honrar essa camisa, porque tinha muitos coitados que deixavam de pagar hospitais para vir ao jogo. Ele entrava no vestiário e dava uma senhora preleção. O Brandão dava preleção antes do jogo e, depois, era o presidente quem falava.

Por que você era chamado de “Sangue Azul”?
Porque eu tinha muita raça quando jogava. Dava o sangue.

É verdade que na final de 54 você estava com a perna machucada e escondeu o fato para poder jogar?
É. Não estava muito legal. Fiquei quieto, não falei nada para ninguém. Queria ser campeão.

Para esse jogo específico, quais foram as instruções do Brandão?
Ficamos na concentração do Tremembé quase uma semana, sem fumar, sem rádio, sem ouvir falar de jogo de futebol. Na preleção, ele falou que era tudo ou nada. Era para jogar com disposição, marcar em cima. Antigamente a marcação era homem-a-homem. Eu marcava o rodrigues e o Homero ficava na cobertura. O Alan fazia a cobertura do Goiano.

E qual foi o ponta-esquerda que lhe deu mais trabalho?
Cheguei a pegar o zagallo, mas o mais terrível foi o canhoteiro. Era um espetáculo de jogador. Driblava bem. Os dois maiores pontas-esquerdas que vi jogar foram o canhoteiro e o Mário.

Onde você morava nessa época?
Morava na Vila Zelina. Pegava o bonde, descia na Mooca, me encontrava com o Carbone e de lá íamos para o Parque São Jorge.

Como foi aquele jogo contra o palmeiras, muito nervoso?
Foi. Nós entramos em campo com tremedeira. Depois que começou o jogo, aí passou tudo. Do vestiário para o gramado, tinha o túnel e ali era o centro nervoso. O estádio lotado, tinha gente até em cima das marquises do Pacaembu.

E dentro do gramado quem era o grande Líder do CORINTHIANS?
Era o Cláudio. Ele falava com a gente com educação, impunha respeito. Tanto dentro como fora do gramado. Foi uma grande figura humana.

Com o CORINTHIANS campeão, como foi a grande festa?
Foi um carnaval. Fomos para o Anhangabaú com a cobertura da rádio panamericana.
O povo todo comemorou.

O que representa o CORINTHIANS na sua vida?
Foi tudo e ainda é. Nasci CORINTHIANO e morro CORINTHIANO. Desejo felicidades para o CORINTHIANS e que ele seja Campeão....(Idário se emociona e não consegue mais falar)

17 setembro 2009

Morno


A volta do Corinthians, depois de 2 semanas, foi marcada por um jogo morno. Houve uma apatia incompatível com o posicionamento das duas equipes na tabela, já que o adversário está com a água do rebaixamento batendo na bunda e o Coringão precisava (e poderia) ganhar para encostar de vez nos líderes. Em campo, porém, as duas equipes jogaram no limite do pouco esforço.

De nossa parte, tivemos muitos retornos e a repentina ausência de Jorge Henrique. Isso deixou o time mais lento e sem poder ofensivo, principalmente no primeiro tempo. Os Marcelos e o Alessandro demonstraram nítida falta de ritmo, errando passes ridículos e entregando bolas de maneira imperdoável. Ainda assim, Mattos fez uma boa reestréia e mostrou que pode estar no ponto já no dia 27.

Infelizmente, ainda é nossa realidade conviver com párias como Bill e o inominável. Prova disso é a jogada do gol, em que Elias preferiu esperar Dentinho se colocar na área. A bola chegava constantemente aos atacantes, e o Corinthians até que dominou boa parte da partida, mas tudo morria em alguma presepada da dupla. Como conseqüência, Dentinho sempre fica sobrecarregado, começa a fazer fanfarronices e acaba contaminado pela falta de objetividade.

Aguardamos um time totalmente diferente para o próximo domingo, quem sabe até com Gordo, no jogo determinante para o início da arrancada em busca do título. São 2 pelejas em casa, contra a mentira verde do Planalto e a brisa paranaense, além do clássico diante da freguesa e um embate contra o florminense; ou seja, 4 vitórias bem possíveis. É essencial aproveitar essa seqüência de Pacaembu, uma vez que a diretoria suja, descrente como todo anticorinthiano, não acredita na taça e movimenta seus pauzinhos para vender os mandos das últimas rodadas a cidades do interior.

Que voltem todos, que jogue bola quem chegou. Vale lembrar, são quase dois meses para deixar o time voando até o dia 31 de outubro, no jogo que vai decidir o Brasileirão. E é obrigação, se não vencer, pelo menos entrar em campo com o espírito adequado para o derby, tão ausente nos últimos confrontos com o rival.

VAI CORINTHIANS!

16 setembro 2009

Estilo ou falta de competência?


Esse meu post não é original.

Há muita gente que, como eu, não gosta desse estilo e já tirou um sarrinho.

Mesmo assim, vamos lá.

Porque uma coisa é você ser genial e criar algo totalmente inovador no tratamento das palavras.

Como fizeram Pessoa. Machado. Guimarães. Mário. Alcântara.

Outra é não ter o menor talento e, ainda assim, escrever (e apurar informação) de maneira preguiçosa. Pior ainda, escrever e dizer mentiras.

Há de se ter o mínimo de auto-crítica e saber que, quando se é mais um na multidão, deve-se seguir as regras gramaticais e as de decência, ao menos.

Não matar, a língua portuguesa nem prestar desserviços.

Houve uma época em que um arquivista chegou ao posto de chefe da maior revista esportiva do país, sem mérito algum.

Desde então, passou a ser, inexplicavelmente, referência para tudo e para todos.

Mesmo tendo a fama de não ser capaz de colocar uma folha na máquina de escrever.

Mesmo tendo apoiado Maluf.

Há anos, despeja seu veneno sobre qualquer governo que não o chame para ser Ministro dos Esportes.

Até mesmo os mais novos adoram o cappo.

Percebendo isso, ele começou a escalar novos "jornalistas" e usá-los como boca de latrina para divulgar asneiras infundadas.

Um deles, cuja capivara incluem dois CPFs e dívidas maiores que a de qualquer país da África Subsaariana, ficou bem famoso.

Como seu mentor, também escreve errado.

É bancado, além de tudo, por um "amigo" que mora na Cincinato Braga.

E virou referência para muita gente.

O problema, repito, são as mentiras e a má-intenção de tudo que sai dessa máfia informativa.

Travestidos de arautos da moralidade, eles jogam ao vento um monte de ideologias prejudiciais.

Em textos xeios de erroz de portuguéiz.

Dentro dessa gangue, tem uns que se dizem corinthianos.

Curiosamente, são os mesmos que dão espaço, por exemplo, para imbecis contestarem a Invasão Corinthiana.

Invasão essa que fez até Nelson Rodrigues, um tricolor fluminense, se render diante da Fiel.

Óbvio que eles nunca leram o Anjo Pornográfico.

Dizem que fazem isso para promover a pluralidade de opinião, mas censuram comentários contrários às merdas que publicam.

Erram e não são punidos pelas notícias falsas, tampouco pedem desculpa por isso.

Já eu peço desculpas por ter feito este post. É dureza maltratar a escrita dessa maneira, assim como é um sacrifício ler textos com tal formatação. O que mais dói, no entanto, é ver tanta gente ainda caindo nesse conto do vigário. Isso, meus amigos, é golpe do bilhete premiado.

15 setembro 2009

A modernidade, de novo


Este blogue, que gasta sua saliva e cansa o ouvido dos outros ao bater constantemente na tal modernidade que tentam implantar no futebol, se sente na obrigação de expandir o campo de batalha para a cidade que também lhe serve de pano de fundo. Há uma São Paulo abandonada no tempo e que sofre com o processo higienista e parasita das grandes construtoras, naquilo que eu considero uma especulação imobiliária vertical.

Construções antiqüíssimas vão ao chão a torto e a direito, sem o menor pudor. São prédios, casarões e estabelecimentos comerciais que carregam histórias de muita gente e, em tempos que jamais se pensava no tal GPS, serviam de referência a transeuntes e motoristas. Os locais mais atingidos são bairros outrora compostos por casas e pequenos edifícios e hoje invadidos por torres e mais torres de apartamentos. É o caso da Lapa, Vila Romana, Mooca, Bela Vista, Cambuci, Barra Funda e tantos outros que convivem com a mesma degradação urbana pela qual passaram as Vilas Olímpia e Madalena.

Grita feita, é essencial ver com os olhos. Por acaso, cliquei num link no Twitter e me deparei com esses dois sites: São Paulo Abandonada e São Paulo Restaurada. Conduzidas pelo jornalista Douglas Nascimento e pela historiadora Glaucia Garcia de Carvalho, ambas as páginas mostram diversos locais assassinados pelo desprezo dos proprietários, por problemas de partilha e/ou pela omissão do poder público, tornando-se prato cheio para essa máfia legalizada que são as construtoras.

Por lá, você verá que o Teatro Záccaro está ao léu. Não que eu vá ao teatro, mas esse, em específico, ficou na minha memória por conta dos reclames no SBT da peça "Trair e Coçar é só Começar", em cartaz no velho palco do Bixiga por anos. O mesmo triste fim tiveram a primeira padaria da Penha, o Monumento ao Povo Armênio, o Cine Piratininga, os diversos casarões da Brigadeiro Luís Antônio e as fábricas da Antarctica e da União, entre outros. De doer o coração.

A relação disso com o futebol? Oras, toda. É simbólico até. Vejam os clubes de várzea (e o parceiro Favela pode falar com propriedade), que ficaram literalmente à margem do esporte e cuja denominação tão digna foi desvirtuada para significar uma pelada de péssima qualidade. Ou então o apartheid promovido entre os torcedores e "torcedores", agora considerados clientes. Se não tomarmos qualquer providência para barrar esse ímpeto civilizador que a modernidade gosta de vender como benefício, tudo que levar a etiqueta de ultrapassado será demolido e reduzido a pó. Inclusive a gente.


14 setembro 2009

Hora da Patrulha


Nesta segunda chuvosa, o generalzinho Gilberto Kassab esteve no programa Jornal Gente da Rádio Bandeirantes para falar sobre os problemas de São Paulo. Quem conhece a atração comandada por José Paulo de Andrade sabe que, invariavelmente, os políticos são tratados com pouca ou nenhuma cordialidade pelo seu anfitrião - salvo raras e óbvias exceções, como será visto adiante. Ao lado de Joelmir Beting e Salomão Ésper, o fascistóide Zé Paulo representa o que há de pior na imprensa e retrata muito bem a sociedade paulistana: é extremamente preconceituoso, reacionário e tem
o ranço tradicional a qualquer nordestino metalúrgico que chega ao cargo de presidente da República. Recebendo o alcaide, no entanto, o programa deixou de lado toda sua característica e descambou para um papo de comadre temperado com pitadas de assessoria de imprensa informal e militante.

Os apresentadores, vorazes críticos de tudo no mundo, portaram-se tal qual cordeiros em pele de lobo. Tiveram grandes chances de colocar o prefeito contra a parede (coisa que ele deve a-do-rar!), principalmente por causa das últimas enchentes. Pelo contrário, o assunto ficou em segundo plano e ninguém questionou o sumiço da máxima autoridade executiva durante o caos instalado no município na terça-feira passada. Houve, ainda assim, a pergunta sobre a péssima execução dos serviços de limpeza, na verdade um cruzamento de três dedos para o oportunista Kassab mandar a resposta sem esforço ao barbante, afirmando que o investimento no setor é recorde. Se é recorde, então está sendo muito mal empregado - já que é latente o acúmulo de entulho pelas ruas - ou indo irregularmente para o bolso de alguém (e essa possibilidade também não foi levantada pelos jornalistas da Band). Ainda nesse quesito, sempre é bom lembrar que hoje apenas 1% do lixo recolhido diariamente passa pela reciclagem, uma iniciativa que deveria ser prioridade da atual secretaria municipal do meio ambiente, curiosamente sob a batuta de
Eduardo Jorge, do Partido Verde (!?!?!?!?).

Outras temáticas importantes passaram ao largo das perguntas ácidas e foram apresentadas, sem nenhuma contestação, como modelos de eficiência administrativa, em destaque a saúde e a educação. Novamente, a realidade contradiz as palavras do prefeito. As AMAs, por exemplo, estão em déficit se ainda tiverem validade as promessas de campanha e tal estelionato eleitoral não deverá ser reparado tão cedo dado o corte de orçamento no setor. Quanto às escolas, podemos citar o novo esquema de entrega do leite (notem que, nesse caso, não é assistencialismo barato como no Bolsa-Família). Além de tirar os professores da sala e prejudicar projetos pedagógicos por conta de preenchimento de relatórios burocráticos que determinam quem recebe o benefício, o leite agora vai pelos Correios e o envio significou um custo extra de R$29 milhões à Prefeitura.

Falando sobre contas públicas, Kassab demonstrou sintomas de amnésia ou memória seletiva. Disse o prefeito que São Paulo paga R$200 milhões por mês em dívidas, todas elas contraídas em gestões passadas. Opa, não era ele o secretário de planejamento de Pitta, na administração que mais deixou rombos nos cofres da cidade? A cara-de-pau só foi maior na menção despreocupada e inverossímel aos buracos inexistentes nas ruas, outra ferida aberta pelo choque de gestão demo-tucano que não deve ser percebida a partir das caronas de helicópteros que esse pessoal anda pegando.

Ao fim da entrevista, e antes de anunciar sua visita beija-mão ao cappo do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Kassab antecipou o presente que dará a todos os paulistanos:
aumentará o preço da tarifa dos ônibus, mas só em 2010 porque ele é muito bonzinho e, sensibilizado com a crise mundial, postergou a decisão. Nossos ônibus sempre vazios, pontuais, com ar-condicionado e de confortáveis poltronas reclináveis circulando pelos milhares de corredores exclusivos realmente custam caro.

Sorria São Paulo.

11 setembro 2009

Mais censura na web


Amigos, eis o link para um texto meu publicado no site da gloriosa União da Juventude Socialista, falando do mais recente caso de censura das Organizações Globo sobre seus funcionários:

A Globo (novamente) foge da realidade

Bom fim de semana.

E assim ficamos


Há cerca de um mês e meio, quando saíram do Corinthians André Santos, Cristian e Douglas, o senso comum embarcou na onda da imprensa abutre e decretou o "desmanche" no Parque São Jorge. Como sou bastante neurótico com relação a tudo que sai nessas merdas de jornais e sites - e lembrando que, fossem no jd. leonor, as vendas seriam fruto do modelo de administração -, disse neste blogue que aguardaria o fim da janela de negociações para dar minha opinião sobre o elenco que provavelmente disputará a Libertadores no Ano do Centenário.

Falemos, em primeiro lugar, dos que saíram. Dentre os supracitados, o que mais faria falta, aparentemente, seria Cristian. Volante brigador e de gols decisivos, o guerreiro também ficou marcado pela rápida identificação com a torcida e pela ojeriza aos bambis, homenageados na semifinal do Paulistão. Porém, do ponto de vista tático, e aqui corro o risco de escrever asneira segundo o entendimento de alguns, a peça de mais difícil reposição foi Douglas. Apesar de sonolento algumas vezes, nosso antigo 10 mostrou grande utilidade nas partidas cruciais (jogo contra o Ceará em 2008, jogo contra os porco na 1ª fase do Paulista, abrindo o placar no 2º jogo contra os bambis na semifinal e destacando-se na 1ª final da Copa do Brasil). Já André Santos, mesmo sendo o responsável pelos tentos dos dois títulos nesta temporada, me causava certa antipatia pessoal, além de ser muito omisso e prepotente na marcação, características fatais para um lateral. Por tudo isso, caguei e andei para sua saída.

Agora, com a vinda do tal Edno, parece-me que o Coringão fechou definitivamente o plantel e bastará a chegada de um meia armador em janeiro (dizem Danilo) para termos um time deveras competitivo no torneio sul-americano e em busca do bi no estadual. A charada que Mano Menezes deve resolver no momento é o encaixe das peças. Marcelo Mattos, naturalmente, será o mesmo cão de guarda em frente à área que Cristian, deixando Elias mais solto. No lugar de Douglas, não vislumbro nem o reforço lusitano muito menos o argentino, mas sim Edu. A briga acontecerá na frente. Gordo em campo, teremos Dentinho, Jorge Henrique, Defederico, Edno e os lixos Morais, Bill, Henrique e o inominável disputando duas vagas.

Independentemente dessa briga, o balanço é positivo a meu ver. Temos um elenco mais equilibrado e com peças de reposição de maior qualidade, até mesmo na zaga. Aliás, desde a tragédia de 2007, a reformulação do time veio nessa toada de melhoria constante. Peguem todos os principais clubes do Brasil e comparem jogador por jogador. Ouso dizer que, finalmente, conseguimos montar um grupo que, se resolver jogar bola, pode apresentar o mesmo futebol daqueles timaços de 98 a 2000.

Para infelicidade geral da bancada anticorinthiana, chegamos no Centenário mais fortes do que nunca. O aviso a gente deu logo após o 25 de outubro do ano passado: tentaram nos derrubar, tentaram humilhar toda uma nação, foram incompetentes para isso e a gente voltou. Voltamos para mostrar que o Corinthians não é qualquer um. Pode abutre morder cotovelo, pseudo-jornalista e sua máfia torcer contra e espernear, o roxo manchar nossas tradições. Nada disso destrói o corinthianismo restaurado e fortificado, peça essencial deste ciclo que em 1º de setembro de 2010 atingirá uma marca histórica.

VAI CORINTHIANS!

10 setembro 2009

As imagens são dramáticas


Quem vive online o dia inteiro sempre encontra algumas manchetes inusitadas nos principais portais de informação. Tirando aquelas coisas absurdas - e geniais - que aparecem no Jornal Meia Hora, as chamadas utilizadas pelos colegas jornalistas demonstram o tamanho do despreparo desse pessoal. Ingenuidade, incompetência ou manipulação de lado, as capas dos sites são um feio retrato de quem hoje não precisa nem de diploma para sair noticiando a torto e a direito. Confira quatro pérolas deste 10 de setembro de 2009:

- Do Terra: "Termina namoro secreto de Luiza Possi e Marco Luque".
Façamos de conta que ninguém sabia disso. Sim, porque o próprio Terra havia publicado, no dia 27 de julho de 2009, que os pombinhos haviam sido assaltados em SP. Sendo secreto - e reforço que devemos ignorar o desmascaramento do Terra -, como o fim do namoro foi noticiado? Mistério...

-
Do G1: "Monografias são vendidas no Rio".
Agora eu serei corporativista. Com o já mencionado fim da obrigatoriedade do diploma, mais os veículos de comunicação utilizando a escrita de má qualidade como critério na seleção de profissionais, os jornalistas estão com uma mão na frente e a outra atrás. Nada melhor que oferecer seus serviços aos universitários, que tanto ajudaram o país no Show do Milhão.

-
Do UOL: "Rubens: 'Se Piquet fez isso, não deve estar na F-1".
Sem levar em conta o fato de que a Fórmula 1 não muda o preço do pãozinho de ninguém - isso não é esporte, pô -, muito me estranha alguém publicar tal opinião vindo de quem vem. Todos nós lembramos o que fez (mais de uma vez) o Rubinho quando, vencendo uma corrida, recebeu a ordem de sua equipe para dar uma encostada e abrir caminho pro alemão.

-
Estadão: "Serra culpa natureza: estragos eram 'inevitáveis'"
São Paulo viveu um dia de caos na última terça-feira. A cidade inteira ficou debaixo d'água, muita gente perdeu o pouco que tinha e houve até mortes. Prefeito e governador sumiram por 48 horas e só voltaram à cena para falar asneiras como essa. Eu não consigo saber o que é pior: a cara-de-pau do Serra (o Kassab foi pior e jogou a culpa, pasmem, na Marta) ou a subserviência e a falta de compromisso de quem o entrevistou e destacou tal imbecilidade. Para quem vier defender, não, a manchete não tenta ser irônica. É pura assessoria de imprensa.

A entrevista


Do Blog do Silvinho. Fantástico. Sem mais:





P.S.: agradeço a todos as mensagens de parabéns de ontem. Valeu, moçada!

09 setembro 2009

28


Há um ano, escrevi:

"Dizem que a vida tem ciclos e, aos 29, ocorre o famoso retorno de Saturno. Segundo a astrologia, é quando o planeta anelídeo se encontra na mesma posição do instante do nosso nascimento com relação ao Sol. Antigamente, costumava dar de ombros para esse tipo de coisa. Porém, os últimos anos com Evinha – que sofreu na pele as transformações vindas dos céus – e uma simples frase do mestre José Arbex Jr. – 'isso é cultuado a milhares de anos, portanto alguma razão deve haver' – começaram a me tornar mais crente.

Fato é que para o tal retorno me faltam dois anos, e ele começa, na verdade, aos 28. Por definição, é a hora em que saímos da fase de planos e entramos no mundo “adulto” das realizações. E aí é que está todo o problema."

Pois então, meus caros. Nesse início do tal retorno, me sinto cada vez mais velho. Já não bebo com tanta desenvoltura, já não sinto tanta vontade de ficar me metendo em confusão, já não tenho tanta disposição para agüentar gente que não me acrescenta nada.

Ainda peco pelo culto à irresponsabilidade sadia, no entanto. Não penso em casar, ter filhos, constituir família e me aposentar - apesar de ter ficado muito feliz com a notícia da "gravidez" do meu irmão Migué, o que me faz um "tio". Gosto mesmo é de estar cada vez mais próximo de quem me é de apreço. Gosto mesmo é de curtir um chamego com a
Evinha - ganhei presentes fantásticos hoje! Não me satisfaz o mundo moderno, tampouco sua competitividade e exclusão.

Bebamos a vida, que é o mais importante! Melhor do que dar o dinheiro a um pastor safado, ou gastá-lo comprando a Falha de S.Paulo. Isso faz, inclusive, com que Saturno reencontre seu lugar de origem com mais serenidade.

08 setembro 2009

Independência ou morte


Para quem não viu, o grito da independência brasileira no século XXI:



A melhor frase do troço foi "não vamos nos deslumbrar e sair por aí, como novos ricos, torrando dinheiro em bobagens".

Esse é Lula, o cara.

Febre Alvinegra


Corinthians 4 x 3 Vasco da Gama - 11/07/1993

Pacaembu - São Paulo

Fim de semana sem Corinthians
(e teremos outro, por culpa da Globo) deixa qualquer alvinegro impaciente. Como a gente SÓ pensa em Corinthians quando ele fica sem entrar em campo, lembrei do primeiro grande embate que presenciei in loco. Não pela importância na tabela ou pela dramaticidade, ainda que ela também tenha aparecido (cuspe), mas sim porque foi um puta jogaço.

A fim de contextualização, estava em férias escolares e os jogadores voltavam de férias do Paulistão. À época, o Rio-São Paulo era disputado na intertemporada e o campeonato seria perfeito para testar o trio do carrossel caipira, que chegava ao Coringão depois de ter se destacado pelo Mogi Mirim. Os reforços animaram a Fiel Torcida, pois Rivaldo, Válber e Leto se juntaram a Viola no ataque corinthiano e fizeram muitos e belos gols durante a temporada. Junto aos atletas do Mogi, contratamos ainda algumas tranqueiras como Luis Carlos Winck, Admílson e o polivalente Leandro Silva.

Vislumbrávamos no Vasco o principal concorrente pela vaga na final. Os cariocas vinham com um Valdir Bigode inspirado, além de Bismarck, Geovani e o goleiro Carlos Germano. O grupo da primeira fase também trazia Portuguesa e Botafogo, dois de nossos maiores fregueses e que, portanto, não geravam preocupação. Felizmente, a fase de grupos foi tranqüila depois desse partidaço que o Corinthians fez contra o Time da Colina.

Aquela tarde estava perfeita para ir ao Pacaembu. Apesar do inverno, havia um sol escaldante e isso garantiu domingo de casa cheia.
Nesse 11 de julho, vale dizer, teve início a minha mania de chegar sempre atrasado. Na maioria das vezes dá certo e quem sou eu para abandoná-la agora, depois de tantos anos. Enfim, assim que saí das bilheterias, escutei a explosão da massa: 1x0 Coringão. Pensei com meus botões que seria barbada, mas logo aprendi mais uma lição. Nunca é barbada, a gente sempre dá um jeito de complicar...

Depois do 1x0, o Corinthians voltou a abrir vantagem, mas os cariocas empataram em 2x2. Deslanchamos com um 4x2 tranqülizador, abalado novamente pelo 4x3 desesperador que durou até o apito final. Válber jogou muito, o Vasco respondia na mesma moeda e eu, lá do canto onde hoje fica o tal "Torcedor Família" (seja lá o que raios isso signifique), não piscava os olhos.

Foram 90 minutos incendiários. Ao contrário da equipe que havia disputado o Paulista, composta por trabalhadores guerreiros e apenas um craque, foi naquela tarde que começava a despontar um gênio da bola, independentemente do caráter desse gênio. Ali, tive a noção do que deve ter representado Neco, Luizinho, Cláudio e Sócrates - esses sim, de caráter ilibado -, artistas que agraciavam não só os corinthianos, mas todos os amantes da bola. Aquilo ali era um pedaço iluminado da história do futebol e não poderia haver ocasião melhor para que isso acontecesse senão num puta jogaço disputado por duas grandes equipes.


04 setembro 2009

Foda-se o fair play!


Seguindo a linha de ódio ao futebol moderno, eis outra pérola para o combate ao fair play, essa frescura que a modernidade trouxe para dentro do campo.




Bom feriado a todos!

Hora da Patrulha


De todos os malefícios que os governos tucanos trouxeram para São Paulo e para o país, talvez o pior deles tenha sido a privatização irrestrita dos serviços básicos à população. A coisa funcionava de vento em popa no reinado do monarca FHC e muita gente enriqueceu às custas do dinheiro do povo - basta ler o livro "Brasil Privatizado", do saudoso Aloysio Biondi, para entender. Depois de um tempo, no entanto, a venda depravada do patrimônio público passou a ser vista por muita gente como algo pouco positivo, principalmente por conta da piora no atendimento (mesmo privado) e na qualidade do produto oferecido. A desaprovação maciça ao golpe contra a Petrobrás e o pré-sal, por exemplo, comprova que o brasileiro não aceita mais fazer o papel do nativo que entrega aos colonizadores suas riquezas naturais.

Assim, os bicudos tiveram de realinhar seu modus operandi, promovendo as terceirizações por debaixo do pano e sempre com a ajuda da mídia vendida e golpista (leia-se Falha de S.Paulo, Globo e que tais). A educação foi o primeiro setor onde tal modelo se disseminou silenciosamente, com empresas de limpeza e merenda enchendo a burra de grana nas escolas de primeiro e segundo grau e as fundações na USP restringindo ainda mais o acesso ao ensino superior. Agora, em outro ato deprimente, o governo estadual e a maioria tucana e omissa na Assembléia Legislativa aprovaram o
atendimento pago nos hospitais públicos, uma aberração sequer questionada e tampouco debatida de maneira ampla pela sociedade.

Segundo a nova regra, os hospitais poderão receber pacientes particulares e de convênio. É óbvio ululante que, pressionados pelo Palácio dos Bandeirantes e pela lógica mercadológica, funcionários irão dar maior atenção aos pagantes, deixando de lado a população mais carente. Ao mesmo tempo, as empresas particulares responsáveis pela administração dessa estrutura terão caminho livre para criar seu oligopólio dentro do sistema público de saúde e, além da clientela garantida, não precisarão desembolsar um centavo na construção de hospitais. Já o governador poderá apresentar na propaganda eleitoral de 2010, com todo o garbo e elegância, que o Estado deixou de gastar com essa "bobagem" e o choque de gestão teve suas metas alcançadas, com a graça do Santo Expedito.

O alerta que aqui fazemos é necessário, pois a medida é a oficialização de um procedimento que ocorria veladamente no Hospital das Clínicas e em outros postos de saúde mantidos pelo Estado: a segunda porta. Grosso modo, fura a fila do atendimento quem tem dinheiro para pagar. Isso, obviamente, é ilegal e não registrado, e pessoas enriquecem às custas da estrutura estadual. O que o Serra fez - olha que bonzinho - foi legalizar essa imoralidade.

Quem deve estar preocupado é o pessoal das favelas de Paraisópolis e Heliópolis. Afinal de contas, onde eles irão buscar auxílio médico quando a PM do Serra invadir os barracos e promover outra de suas chacinas, com transmissão ao vivo da Globo e tudo mais?

Sorria, São Paulo.

03 setembro 2009

Cumpra seu dever cívico!


Vá até o blogue do Seo Cruz.

Veja esse post.

Veja de novo o mesmo post.

Veja mais uma vez o post.

ÓDIO AO FUTEBOL MODERNO!

Noite de lua cheia


Quarta-feira de muito calor, Corinthians comemorando seu aniversário, torcida no ponto e a lua de São Jorge iluminando o Templo Sagrado. Você acha que com tudo isso um time médio iria colocar água no nosso chopp? Francamente...

Mesmo com a percepção de que o troço ia ser sofrido por conta do elenco ainda remendado, é fato que quando essas vitórias aos 45 do segundo tempo acontecem, a festa toma proporções arrepiantes. O que foi o show da Fiel nas arquibancadas? Confesso que do jogo, pouco vi. Estava mais preocupado em gritar.

Daquilo que pude acompanhar, percebi que ainda estamos jogando com muitos improvisos e a passagem do Jucilei para o meio campo provou onde o Beckenbauer de Ébano deve jogar. De positivo, citemos a franca recuperação do Elias, a volta do ímpeto goleador do Chicão (ganhou aumento, nêgo?) e o fim definitivo do inominável no Timão, já que até Bill faz gol e ele não.

O clube médio do interior reforça sua freguesia e sua característica de sempre levar um ferro nos minutos finais. Talvez o caminho seja, realmente, se render ao posto de filial leonor no José Menino. Quem sabe eles não conseguem coisa melhor?

Festa bonita, Fiel! Graças ao nosso santo padroeiro. Saravá, São Jorge!

VAI CORINTHIANS!

*Atualização: aqui no trampo, fizemos uma promoção que dava um ingresso para o jogo de ontem aos 20 primeiros que comprassem a camisa roxa. Sobrou metade... É esse tipo de torcedor que compra essa merda de cor e que a diretoria tanto valoriza.

02 setembro 2009

Viva nossos salvadores


O lançamento do Blog do Planalto nesta semana mostra a quantas anda o alinhamento do governo federal com as novas ferramentas de comunicação. Lula, que há muito tempo é defendido de maneira quixotesca na web por alguns malucos - entre os quais eu me incluo -, deve ter percebido nos blogues e que tais a possibilidade de eliminação da subjetiva objetividade dos jornais, revistas e emissoras de TV e rádio golpistas, além da garantia real para a pluralidade de idéias.

Lógico que a investida governamental sofreu paulada a torto e a direito assim que entrou no ar, tal qual o Blog da Petrobrás. A primeira grande crítica foi sobre a inexistência dos comentários. Ora, todos sabemos como essas coisas funcionam e o governo federal também, pois contratou gente que entende do riscado para o projeto. É óbvio ululante que a caixa de palpites seria tomada por uma horda de trolls - aqueles bobos que, propositadamente, adoram usar argumentos rasos para acabar com qualquer debate -, uns doutrinados pelos próprios veículos de comunicação consolidados e outros prestando serviço a adversários políticos (procurem no Google o caso Nassif/Merengue).

Cornetagem inconseqüente à parte, o troço foi um sucesso. Travou de maneira espetacular no primeiro dia por conta da banda de acesso insuficiente. Na minha opinião, essa modesta projeção de audiência foi o grande erro na criação do Blog do Planalto, já que não levaram em conta os mais de 80% de aprovação popular de Lula. Afora essas particularidades nerds, é preciso tratar de outras questões envolvidas, e talvez elas consigam justificar por que mídia e forças conservadoras rejeitem tanto a iniciativa de inserção online do governo.

Diz a imprensa que o blogue é personalista e não governamental, que o presidente apenas segue modismos e que, contraditoriamente à primeira acusação, o blogue é escrito por terceiros, entre outras azedices. Francamente, tal reducionismo só demonstra a inveja e, principalmente, o medo dos jornalões com a concorrência, haja vista a perda de leitores e credibilidade a cada dia. Volto ao ponto da inexistência de comentários para lembrar o modus operandi de inúmeros funcionários desses mesmos jornalões que, quando não fazem do ato de comentar um tremendo processo burocrático, censuram vergonhosamente qualquer opinião contrária. E eu só jogo no ar que muito colunista consagrado por aí manda estagiário fazer o seu trabalho sujo...

Nesse troca de tiros virtual, tive a infelicidade de ler um sujeito que se autodenomina expert em mídias sociais (isso é comum na internet) dizer que, enquanto Lula se enrolava para fazer mais do mesmo, o governador José Serra mostra como se comportar na rede - ele se referia às bobagens postadas pelo tucano no Twitter. Bom, se o Serra é tudo-de-bom-nesse-mundo, por que ele não começa a explicar a guerra de polícias em seu mandato, o buraco na linha 4 do metrô, as propinas da Alstom, o superfaturamento no Rodoanel, os aumentos constantes e abusivos dos pedágios, o arrocho salarial dos professores e, claro, a postura pouco investigativa de sua bancada na Assembléia e sua gestão altamente proibitiva e excludente?

Colado a essa discussão está o desmantelamento do projeto do senador comunista Flávio Dino, que sugeria mais liberdade na propaganda eleitoral dentro da internet para tentar igualar as condições de disputa. Adivinha quem foi o responsável pela restrição de grande parte das melhorias propostas por Dino? Ele, o totem dos assuntos cibernéticos do Congresso, o senador Azeredo, aquele que quer criminalizar quem faz download. Azeredo, Serra e todo o PSDB são os nossos salvadores (privatizam até os próprios blogues, os tucanos). E o Lula? Bem, o Lula é um inútil analfabeto que não entende nada do que está fazendo - e isso eu escuto desde 1989.

01 setembro 2009

De geração em geração


Texto roubado do cabra da peste Vandré Fernandes, uma linda homenagem a todos os corinthianos que comemoram nossos 99 anos e que marca com brilhantismo o post de número 500 deste blogue (coincidência? Aguardem 2010...).

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De pai pra filho, de filho pra neto

Em seu leito de morte, vovô Lucas lembrava vagamente do passado, quando seu netinho chegou com um dvd pirata "23 anos e 7 segundos", de Di Moreti, sobre o Corinthians, seu time de coração.

O menino puxou uma cadeira e colocou o dvd. Seu avô esboçou um sorriso.

O filme foi trazendo imagens que seu Lucas conhecia bem, e fazendo-o sentir uma felicidade sem tamanho. Lembrou da final de 54, no “Quarto Centenário” contra o Palmeiras.

- Eu tinha 8 anos, mas estava lá... E o velho tosse, mas continua falando. Ganhamos o título.

Depois vieram os 23 anos de jejum.

- Talvez, 74 tenha sido um dos anos mais tristes da minha vida, disse ao lembrar da derrota na final contra o arquiinimigo.

E quando o filme começa a falar da final contra a Ponte, em 77, as lágrimas escorreram.

- Levei seu pai e seu tio nesta final, eles eram pequenos. Era uma quinta a noite, sua avó ficou tiririca. Seu Luca sorriu e continuou tossindo.

Seu neto, de 9 anos, afaga as mãos do velho marcadas de rugas e sofrimentos.

As lembranças de seu Lucas se afloram. Lembrou do casamento, do nascimento do primeiro filho, depois do segundo. Da viagem que fizeram para a Argentina. Lembrou do mundial de 2000 e do nascimento de Marcelo, mas para o velho era apenas "Neto".

- Olha Neto, vou te contar uma coisa, eles dizem que nós não sabemos o que é ser campeão da “Libertadores”, isso não tem problema, porque eles não sabem o que é ser corintiano...

Ele tosse.

- Ser corintiano é mais do que qualquer coisa, é até poder morrer feliz!

- Sabe Vô, minha mãe vive me falando pra eu torcer pro São Paulo. Pra não chatear ela eu não digo nada, mas quando o Corinthians entra no campo, eu fico tão feliz. Eu gosto do Corinthians!

Seu Lucas beija a mão de Neto.

Depois disso, ele viveu mais uma semana. A quem diga que o filme deu uma sobrevida para o moribundo, maloqueiro e sofredor...

Neto, no enterro do vô, vestiu pela primeira vez a camisa do Timão.


É assim o nosso amor


corinthiansQuando você nasceu, uma luz de lampião esquentava o peito daqueles bravos guerreiros que colocaram um sonho em prática. Ela indicou o caminho aos operários e pequenos comerciantes, na verdade um bando de loucos incumbidos de tornar real o Time do Povo. Se hoje há um irmão alvinegro em todo canto do mundo, foi o sangue fervendo naquela noite de 1º de setembro de 1910 o responsável por esse sentimento que varreu o planeta e fez o Corinthians esse gigante.

Apesar dos grandes triunfos desde os primeiros dias, não foram eles que arrebanharam a massa. Para o corinthiano, a vitória é conseqüência da devoção cega, apaixonada, doentia e irracional. O que mais importa e sempre importou é perceber a luta e a superação em cada peleja, dentro e fora de campo.

A cada apito inicial de um canalha, o Corinthians renova a alegria e esperança seu povo sofrido. A boca banguela, o cabelo assanhado, a pança disforme e o bafo da cachaça barata ganham uma beleza explicável somente pela explosão de felicidade depois de um gol. Lá do nosso cimento, do nosso alambrado e na nossa corrente de fé - e o corinthiano SEMPRE tem fé -, todo mundo é igual e democraticamente preto e branco.

Por você, Corinthians, a gente briga até com a mãe. Deixamos de comer e de viver nas horas tristes, tornamo-nos gigantes naquela vitória suada que vem aos 48 do segundo tempo, somos insuportáveis nos títulos. És a afirmação de nossa cidadania, a pátria de uma Nação.

Te amo, meu Corinthians! É assim, nessas palavras tortas como tua trajetória, que eu e qualquer corinthiano iremos demonstrar nosso amor. Porque não dá para falar, a gente é Corinthians, pronto e ponto.

Eternamente em nossos corações!

SALVE, CORINTHIANS!