28 fevereiro 2010

Relembrando 2008


Campeonato Paulista de 2008, quarta-feira, 26 de março. O Corinthians descia a Serra do Mar para jogar no amontoado de laje contra o time médio. Vínhamos da tragédia de 2007 e o elenco, totalmente remontado, estava longe de engrenar. Ainda assim, éramos competitivos e, por conta disso, resolveram garantir os 3 pontos da equipe da casa na marra, promovendo um assalto descarado.

Campeonato Paulista de 2010, domingo, 28 de fevereiro. O Corinthians desce a Serra do Mar para jogar no amontoado de laje contra o time médio. Há um auê por conta do Cirque du Soleil que está montado naquilo que insistem em chamar de estádio. A imprensa faz festa, tentando ofuscar o marco Centenário do Time do Povo. E por conta disso, resolveram garantir os 3 pontos da equipe da casa
na marra, promovendo um assalto descarado.

Alguém ainda duvidava que isso ia acontecer? É, talvez, o único caso no futebol mundial em que o time grande é prejudicado pelo apito em benefício de um menor. A anticorinthianada não vacila.

P.S.: em tempo, deixaram todo o nervosismo pra esse jogo que não valia nada. Só espero que as infantilidades demonstradas em campo hoje não se repitam mais. Quinta-feira, às 17h, no Pacaembu, É OBRIGAÇÃO ENTRAR COM O TIME TITULAR.


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Atualização:
Confiram o histórico do canalha José Henrique de Carvalho no blogue Retrospecto Corintiano. Sim, é aquele que conseguiu a proeza de mostrar dois amarelos para um adversário do Corinthians e não expulsá-lo.

26 fevereiro 2010

Hora da Patrulha


Em meio a tanta propaganda enganosa do governo tucano na TV - lembrando sempre, é campanha eleitoral e estratégia de abafa-enchente -, talvez a mais descarada seja aquela que mostra as maravilhosas escolas da rede pública paulista. Por lá, vemos prédios impecáveis, estrutura de primeiro mundo, valorização dos profissionais e gestão eficiente das verbas. Só que no primeiro dia de aula, alunos sentaram no chão porque não havia carteiras, deixando claro o quão fantasiosa é a lavagem cerebral publicitária de José Serra para conter sua queda vertiginosa nas pequisas da corrida presidencial. Os problemas na educação básica não podem ser tratados com esse descompromisso, pois a realidade de quem está nas escolas - tanto alunos quanto professores - é bem mais dura que as mentiras mostradas no reclame.

Instintivamente, o discurso médio transforma os profissionais do ensino em alvo fácil. Nos últimos anos, a opinião pública vem os classificando como meros funcionários encostados que não se reciclam e só querem saber da fortuna no contracheque. O professor é aquele que só falta, que dá uma aula de merda e que não ensina o seu filho a ler e escrever corretamente. Mas seria esse o diagnóstico correto?

Em primeiro lugar, é preciso analisar o período histórico. Faz 16 anos que um mesmo partido e, pior ainda, uma mesma turba desse partido bate cartão no Palácio dos Bandeirantes. São quase duas décadas de exaltação da visão mercadológica e estatística da Educação, ao invés de considerá-la como parte estratégica na construção de uma sociedade mais igualitária. Ao mesmo tempo, há o enfraquecimento ideológico e prático de um sindicato que se engessou pelo corporativismo puro e simples (não é o corporativismo de categoria, mas sim de manutenção do "aparelho"), muito por conta da repressão policial presente em todas as manifestações, mas também pela falta de diálogo com quem está no front da guerra.

Toda essa imutabilidade traz conseqüências duríssimas. Os professores sofrem assédio moral a partir do momento em que são aprovados no concurso público. Prova explícita do crime são as atribuições de sala, verdadeiro pesadelo para quem acumula cargos na capital paulista. Cientes do absurdo que é um profissional ter de trabalhar em mais de um turno para não passar fome, as administrações estadual e municipal encavalam cargas horárias, numa vilania de dar inveja. Concomitante e paradoxalmente, determinam em circular uma desvirtuação de funções, solicitando a organização em mutirão para pintar parede de escola, reformar quadras e limpar banheiros.

O professor da rede pública do Estado ou do Município de São Paulo que quiser tirar licença para fazer mestrado ou doutorado - uma clara preocupação com a formação para posterior aplicação em sala de aula - dificilmente será contemplado. O tal choque de gestão considera aquele que busca reciclagem de conhecimento um potencial vagabundo. Curiosamente, a própria secretaria de Educação orienta mulheres que não conseguem dispensa para estudar (geralmente de dois anos) a pedir uma tal licença para acompanhar marido (sim, o nome é esse). Afora o machismo, qual a lógica?

Portanto, você que fica indignado quando teu filho chega em casa mais cedo pela falta de um professor, já pensou que ele pode não ter ido ao trabalho porque está, por exemplo, com aquela síndrome de pânico adquirida depois de uma reunião de pais e mestres em que um participante mostrou seu revólver no debate? Que para agüentar os constantes pisoteamentos morais, ele recebe um salário ridículo que não chega nem perto do necessário para pagar as contas no fim do mês? E, pior ainda, ele vê todos esses equívocos cotidianamente e não pode nem apresentar uma reclamação formal ou mandar sequer uma carta para jornal porque corre o risco de ser exonerado - a censura aos docentes é lei.

É tudo isso e mais um monte de cagadas que a gente não vê na televisão, naquele filme bonito ou na imprensa do Serra. É esse sistema equivocado, com base na modernidade e nos preceitos neoliberalistas, que acaba colocando duas forças aliadas em confronto e que as induz à apatia e à desmotivação. Ao invés do apego ao que está na telinha, não seria interessante se TODOS os pais participassem da formação escolar de seus filhos, sem querer jogar toda a responsabilidade nas costas dos professores? E os professores, por sua vez, não deveriam se mobilizar em prol do fortalecimento de seu sindicato? O inimigo, que fique bem claro, é um só. Aliás, é uma sigla só, e de bico bem comprido.

Sorria, São Paulo.

25 fevereiro 2010

Espírito de luta


A estréia corinthiana na Libertadores foi do jeito que tinha de ser, com o espírito de luta predominando sobre qualquer tentativa de show circense. A vitória de 2x1 - um resultado bem espanta zica, graças a São Jorge - é a cara da competição e pode se repetir até o fim. Nada de goleada, nada de soberba.

Afora a falha geral da zaga no primeiro gol do adversário, os jogadores demonstraram comprometimento e construíram a vitória sem afobações, sem aquele desespero que tomava conta do Corinthians quando se trata desse torneio. Destaques para Elias, autor dos dois gols alvinegros, e Tcheco, um gigante no meio de campo. E até para Mano Menezes, que estava com um belo rabo e acertou no erro, ao colocar o inominável para dar o passe do segundo tento.

Das arquibancadas, a Fiel esteve como sempre e, em contraposição às presenças desnecessárias naquele setor do business, empurrou o time e mostrou aos uruguaios que eles estavam jogando na nossa casa. Prova disso é a postura dos Gaviões da Fiel, que barravam nó-cegos desavisados que queriam subir ao espaço da torcida com camisas brancas e roxas.

A continuar com essa pegada guerreira, somada ao entrosamento que o time irá adquirir no decorrer da Libertadores, o Corinthians tem tudo para fazer uma bela campanha. Se vai ganhar ou não, isso são outros quinhentos. O que o corinthiano quer, de verdade, é uma equipe que faça jus ao nosso Centenário e que represente os ideais de sua fundação. Um time do povo, para o povo, contra tudo e contra todos.

AQUI É CORINTHIANS!

24 fevereiro 2010

Ser corinthiano basta


Para hoje, basta ser corinthiano. Só é preciso exaltar o corinthianismo. Se vir um repórter na rua, uma câmera ou um fotógrafo, xingue. Xingue bastante - não bata, afinal de contas o cara está ali para ganhar seu pão. Mande a imprensinha de merda tomar no meio do cu. Mas se for o Juquinha, aí vale a agressão.

Lembre e reze pelos velhos guerreiros alvinegros que já se foram. Agradeça pelos que ainda estão vivos. E torça. Faça do Pacaembu um inferno para o adversário.

É nóis contra a rapa! É CORINTHIANS!


23 fevereiro 2010

Hora da Patrulha


A prudência adquirida pelas pancadas no futebol é muito boa para ser aplicada em tudo na vida, tanto em crises quanto nas bonanças. Lembro do arsenal apontado a todos que sempre estiveram ao lado do
governo Lula na ocasião do tal mensalão, na verdade uma prática nascida em ninho tucano. Era crime inafiançável declarar voto ao metalúrgico, assim como tentar esclarecer com dados e fatos que as denúncias não eram exatamente aquilo que a imprensa mostrava.

Já se vão alguns anos e o país vai melhor do que nunca, sobrevivendo a crises mundiais, tirando muita gente da miséria e criando empregos em ritmo e número inéditos. Até mesmo o mensalão serviu para que Lula se livrasse de alguns vícios antigos para trazer à tona novas lideranças políticas, haja vista a futura presidenta do Brasil. É por isso mesmo, por acreditar que não devemos nos comportar tal qual os inquisidores de outros dias, que esta Hora da Patrulha não vai tripudiar sobre o generalzinho Kassado. Pelo contrário, abriremos espaço para discutir o motivo da cassação: o financiamento de campanhas.

Receber dinheiro de empresas e de pessoas físiscas para bancar a corrida eleitoral sempre foi uma algema em qualquer político, corrupto ou honesto. Ao mesmo tempo, muita gente torce o nariz para a proposta de verba pública porque se fixa na tacanha visão do "é meu dinheiro". Ora, meu caro, é seu dinheiro de qualquer maneira. Se o cara não usá-lo na campanha, vai fazer isso - e com muito menos prudência - depois de eleito. Atrelar candidaturas ao caixa do Estado só aumenta o comprometimento dos postulantes com o povo.

Notem que, no caso da cassação, o processo atingiu todo mundo. PSDB, DEM e PT figuraram na lista e, curiosamente, todas essas siglas já posaram de defensores da moral e dos bons costumes em algum período de suas trajetórias. Ao lado deles está a imprensa, que nunca dá pitacos quando há processos de investigação sobre patrocínio de políticos, talvez por receio de ser pega. Ainda assim, é sempre bom destacar que se tivéssemos uma Marta ou uma Erundina na prefeitura, elas estariam sendo esquartejadas na Praça da Sé.

De tudo isso, podemos concluir, seguindo a prudência supracitada, que o Kassado colocou em seu currículo (eu disse currículo!) algo que nem o Pitta conseguiu. Concluímos também que o DEM, paladino da correção política, se vê envolvido em denúncias de corrupção muito graves, todas elas muito características do antigo PFL. Concluímos, ainda, que as TVs e jornais não levantaram a voz contra o desgoverno Serra/Kassab porque nunca na história deste país se viu tanta propaganda da dupla - ontem mesmo, com o caso da cassação explodindo, Kassab aparecia na TV culpando a chuva e o paulistano pelas enchentes. E concluímos que há dois lados bem definidos nesse jogo político-midiático dominante da pauta em 2010: os que querem melhorias e propõem soluções e os que gostam das coisas como estão para continuar mamando - ou continuar sendo ignorantes.

*P.S.: ainda nesta semana, uma Patrulha especial sobre a volta às aulas da rede pública.

22 fevereiro 2010

Nós contra a rapa


O corinthiano que ainda não sabe o que é a zica sobre os ombros deve se lembrar da final da Copa do Brasil do ano passado, dos últimos brasileiros ou do Mundial. Porque não tem jeito, negada. A abutraiada e a maior torcida do mundo - a anticorinthiana - estarão com os olhos gordos sobre o Templo Sagrado na próxima quarta-feira,
quando estrearemos na Libertadores. Há quem esteja tenso, há os apenas ansiosos (como eu), há os concentrados, todos lutando contra a negatividade que nossa alma inspira naqueles que não têm o privilégio de estar deste lado da trincheira.

Notem que só no Coringão a definição dos 25 jogadores que serão inscritos no torneio gera polêmica. A abutraiada está, desde o ano passado, jogando faísca para tentar incendiar o Parque São Jorge e inventar uma crise, ignorando que o Corinthians de 2010 (salve nosso Centenário!) talvez seja o elenco mais forte já montado para disputar o campeonato. Só que todo alvinegro já sabe mais ou menos quem é que vai. Minha lista, por exemplo, está abaixo e deve diferir em um ou dois nomes da relação do técnico e dos 30 milhões de corinthianos.

Felipe
Julio Cesar
Rafael Santos
Alessandro
Balbuena
Chicão
William
Castan
Paulo André
Roberto Carlos
Escudero
Dodô
Elias
Ralf
Marcelo Mattos
Jucilei
Edu
Defederico
Danilo
Tcheco
Gordo
Dente
São Jorge Henrique
Iarley
Souza

É simples, é isso, não tem segredo, crise ou artimanha. Ainda assim, a partir dessa semana estaremos sob fogo cruzado. Os canalhas da imprensa farão de tudo para nos diminuir, os malditos do apito irão nos prejudicar mais que o normal (alguém viu o vôlei na partida de sábado?), a diretoria irá inventar alguma sacanagem com a Fiel.

No entanto,
nada disso terá efeito se concentrarmos nossas forças nas arquibancadas. A prova maior de que abutre não canta de galo no nosso terreiro está na tabela do Paulistão: somos o único TIME GRANDE a figurar na zona de classificação para as semifinais. Mesmo que nem tão comprometidos com o estadual, bastou desmascarar as mentiras dos carniceiros que a zica passou longe.

É HORA DA GUERRA! É HORA DE ESPÍRITO ARMADO!

VAI CORINTHIANS!

18 fevereiro 2010

Cuidado ao cuspir


Dias desses, um amigo mencionou um editorial da Jovem Pan AM que tratava dos palavreados e das obcenidades no BBB, da Rede Globo. Tanto o texto quanto o áudio pode ser encontrado aqui e adianto que é preciso deixar um Sonrisal ao lado do computador, pois ao final da lauda ou dos 2:21 de som pode ser que apareça um mal-estar.

As palavras me causaram estranheza por conta da extrema cara-de-pau da rádio, que se transveste de defensora da moral e dos bons costumes e se auto-intitula, imodestamente, a representante do povo. Justamente ela, cuja história sempre esteve alinhada à pior faceta da sociedade paulista e paulistana, aquela conservadora e preconceituosa. Vale lembrar, por exemplo, que o patrono da rádio é Paulo Machado de Carvalho, bambi sujo que imunda a fachada do nosso Estádio Municipal e uma espécie de Ricardo Teixeira de outros tempos.

Contextualização histórica à parte, chama muita atenção o esquecimento dos editorialistas da Jovem Pan AM a um pequeno detalhe: na crítica às bundas e às palavras chulas exibidas pelo BBB, eles ignoram seu próprio diretor, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, vulgo Tutinha, herdeiro da emissora e criador do Pânico, atração televisiva que todo domingo mostra escatologias e os mesmos traseiros femininos em rede nacional.

Antes que alguém se assuste, não estou fazendo aqui a defesa de Globo nem de BBB, para mim duas excrescências desse país. Tampouco sou um carola. A verdade é que achei curioso o sujo falando do mal-lavado, o fato de duas emissoras de massa, ao invés de prestar serviço por meio de sua CONCESSÃO PÚBLICA de transmissão, encherem os bolsos de grana, ajudarem no emburrecimento coletivo e defenderem interesses político-sociais próprios ou de amigos.

O caso acima é exemplo cristalino do que acontece quando duas empresas de comunicação entram em conflito - geralmente comerciais. Graças aos céus, muita gente já não acredita em nada que esse pessoal anda dizendo, até porque é bastante incômodo ficar escutando lavação de roupa de madames. É preferível, talvez, o caos da internet, onde a responsabilidade com aquilo que se escreve ou se diz é muito maior. Há como provar, metrificar e arquivar tudo, e o catarro cai muito mais rápido na testa quando se cospe para cima.

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Falando em responsabilidade e ética, não podemos deixar passar batido um caso doentio de plágio. Saiba mais sobre Roberto Chalita, um plagiador barato, no Buteco do Edu, no Felipinho Cereal e no Bruno Ribeiro, aproveitando para divulgar essa insanidade.

17 fevereiro 2010

Continua lindo...


Após mais um Carnaval e mais uma visita ao Rio de Janeiro, é dispensável afirmar o que diz o título deste post. No entanto, serei repetitivo porque somente ali a festa de Momo é plena e seus adeptos se sentem à vontade para encarnar o espírito da coisa. O calor senegalês que tomou conta da Cidade Maravilhosa durante os quatro dias em que Evinha e eu passamos por lá ajudou a tornar as coisas ainda mais fantásticas, ainda que minha carcacinha já baleada pelos anos pedia alguns arregos.

Tudo é bom porque tudo é na rua. Há espontaneidade, há a heterogeneidade social, há alegria incontrolável por toda a cidade. Mas, principalmente, há cerveja aos milhares, sendo vendida a preços honestíssimos, haja vista o negociante de 3 latas de Antarctica por R$5. O folião é o protagonista de tudo e os espíritos vagam pelos blocos desarmados. São multidões se acotovelando e sem nenhuma briga - obviamente que nos blocos do centro (há tempos não atravesso o Rebouças para nada). Existe alegria maior que chegar ao Rio às 8h da manhã e já abrir uma gelada, ou então ser recepcionado pelo Cordão do Bola Preta? Ainda que a prefeitura carioca tenha tentado estragar a festa com seu choque de ordem (onde estavam os banheiros?), tudo correu muito bem graças à habilidade do povo de se organizar.

Não consegui encontrar todos os amigos que por lá estavam ou que por lá moram devido aos fatores etílicos já tratados acima, e também não pude passar por todos os blocos que queria. Valem, porém, algumas palavras sobre a emoção indescritível que é pisar na Marquês de Sapucaí. Mesmo com grande parte da platéia não tendo o mínimo de noção do que seja o Carnaval e mesmo que eu tenha saído numa escola de merda, toda a história que o lugar carrega parece vir à tona quando se cruza a avenida.

Diante de tanta beleza e de tanta alegria, releva-se o fato a volta à realidade paulistana, releva-se o frango (mais um) que eu tive de ver na televisão no último sábado e todas as amarguras que possam aparecer daqui para frente. O Carnaval carioca é a renovação de energias perfeita para agüentar esses percalços, e em 2010 isso será mais do que necessário.

Salve o Rio!

11 fevereiro 2010

Tá chegando a hora


Semana pré-carnaval é sempre um sofrimento, principalmente para quem vive nesta cidade. Ao contrário do Brasil inteiro, o paulistano, como é de praxe, insiste em combater o espírito do troço e prefere se enfurnar num escritório. Esperar a folia de Momo em São Paulo, portanto, é uma agonia que fica maior ainda se você está de malas prontas para a doutora Cidade Maravilhosa.

Ainda que o prefeito de lá esteja fazendo uma campanha de higienização social como o daqui, é preciso muito, mas muito esforço, para acabar com a beleza do Rio de Janeiro e seus blocos durante os 4 dias (oficializados, ao menos) de farra. Aproveitando o ensejo, prometo a todos que mijarei com prazer nos sapatos Prada do alcaide carioca, caso o encontre por lá. Serei preso com prazer por conta disso...

Ao lado da minha Evinha, que ainda vai para lá com certo receio - muito menor atualmente, vale dizer, graças à minha insistência doentia -, estaremos junto de inúmeros amigos celebrando exatamente isso: as pessoas, a festa popular.

Que a alma do Carnaval tome conta de todos vocês, porque temos o direito de esquecer todas as injustiças e as dores de cabeça que tomam conta do nosso cotidiano durante o resto do ano. Até quarta-feira, recesso no blogue. Fiquem com a marchinha que eu considero a mais bela de todas. "Máscara Negra", de Zé Kéti:


09 fevereiro 2010

Assassinos do futebol


O futebol está sendo invadido e assassinado com requintes de crueldade por um bando de aproveitadores do poder constituído e da sociedade civil. Com discursos moralistas e de pouco - ou nenhum - conhecimento do esporte, surgiu nos últimos anos uma horda que encontrou nas quatro linhas um ambiente propício para inflar o próprio ego. Tomando a frente em ações de nenhum interesse público e muita politicagem, essas nobres personalidades penetraram num filão pouco explorado e com ótimo potencial no quesito mamãe-quero-aparecer.

Há um modus operandi conhecidíssimo na execução do delito, cujas bases de sustentação são duas. A primeira engloba promotorezinhos que resolvem achar pêlos em ovo e, desesperadamente, começam a soltar denúncias a fim de sair da escuridão. Uma nota no Painel FC aqui e um comentário da voz da verdade ali são suficientes para dar o pontapé inicial na repetição papagaiesca de um factóide. Em seguida, entra em cena o outro elemento essencial no esquema: o jornalista despreparado - geralmente um jovem foca que se vende por qualquer informação e cai em qualquer cilada de fonte de informação, com o único objetivo de dar o furo (com o perdão do trocadilho) e, assim, aspirar a uma vaga no olimpo das redações.

Para embasar minha premissa com dados reais, lembremos de dois casos recentes:

- Fernando Capez, o safado que acabou com a festa da arquibancada ao extinguir as torcidas organizadas, hoje é deputado estadual. Adivinha qual foi a bandeira de campanha e quem foram os divulgadores de sua candidatura?

- Paulo Castilho, aprendiz de Capez e membro da alta cúpula do STJD, o órgão que
trabalha cotidianamente em prol da transformação do futebol em merda, está com os olhos voltados para outubro de 2010. Escrevi sobre ele aqui, já prevendo suas idéias eleitoreiras.

Intróito feito, vamos ao que interessa. A mais nova raposa do Judiciário, aquele que coloca a cabeça fora da toca em busca holofotes, tapinhas nas costas dos barões e sorrisos tímidos das moças casadoiras, atende pelo nome de Roberto Senise. Seu divulgador é o não menos canalha Rafael Corrêa, repórter (??) da emissora Sportv. Para entender melhor a minha indignação, é necessário assistir a essa excrescência - a cor da camisa de Rafael Corrêa, o canalha, seria mera coincidência?

Assistiu? Pois bem. Notem como foi construída a base argumentativa da dita "matéria". O jornalista (??) pré-determina que os babacas que nunca vão a um jogo do
Corinthians são injustiçados na venda de ingressos da Libertadores por conta do Fiel Torcedor. Tal fio condutor tem o propósito principal de propagandear o inquérito do promotorzinho safado às custas do Coringão, além de não perder a oportunidade de destruir a imagem do clube perante a opinião média, dando a entender que nosso programa é mal-feito e ilegal.

Vale fazer a ressalva, e eu tenho certa autoridade no assunto por minha adesão datar de maio de 2008. Apesar dos muitos problemas, a grande sacada e o grande mérito do FT é, justamente, valorizar quem está sempre ao lado do time, na vitória ou na derrota. Curiosamente, nota-se que a intenção da investigação e de sua posterior divulgação em massa é
contrária à função primordial da Justiça e do jornalismo, pois insufla uma luta de classes em que o verdadeiro torcedor é apontado em inimigo, enquanto os aproveitadores já citados e os zicas de merda se únem na mesquinharia para prejudicar quem merece a preferência na compra. Afirmo categoricamente que associado do Fiel Torcedor, além de ajudar as finanças do Corinthians, tem como contrapartida a anuidade diluída nos descontos dos ingressos, sendo paga por completo em meados de maio do ano vigente. Obviamente, a conta só vale para quem comparece aos jogos com a devida (e obrigatória) freqüência, mas o benefício real elimina a tal injustiça proposta pelo "jornalista".

Dessa maneira, ficam alguns questionamentos ao nobre promotor: por que esse inquérito não inclui a Ticketmaster, empresa que exerce monopólio na comercialização de ingressos de shows e que cobra taxas abusivas por nenhum serviço adicional? Ela se enquadraria perfeitamente na violação do artigo citado na dita "reportagem" ao, por exemplo, antecipar a venda a clientes de certas marcas de cartão. Mais ainda, por que não estender essa investigação aos clubes que fazem muito pior que o Corinthians e, contraditoriamente, são exaltados pela mídia como modelos administrativos da modernidade?

À
Fiel, fica novamente a máxima que não deve calar em nosso Centenário: JÁ SE ARMOU, CORINTHIANO?

08 fevereiro 2010

Curtas


- Que jogo esquisito do Coringão no sábado - não assisti, já que estava num casório. Edno faz gol, Marcelo Mattos faz gol... Bom sinal? E o que é São Jorge Henrique, hein?

- Voltando da Evinha para casa nesta segunda, levei 1h50 de Guarulhos ao Butantã, isso por conta de alguns caminhos alternativos que peguei. Essa cidade está sem a menor condição, e a bicha do prefeito ainda quer fazer corrida de carrinho dos gringo americano. Vai tomar no cu, Kassab! Vai se foder, Serra!

- Falando em Serra, é engraçadíssima a propaganda sobre a volta às aulas. O material, como sabemos, é de péssima qualidade (tão ruim que os professores precisam tirar do próprio bolso para conseguir dar aula) e as tais reformas são meras demãos de tinta. Mas tem gente que ainda acredita no governador que não governa.

- Para quem está desempregado como eu, já começou o Carnaval. Alô, Bola Preta! Alô, Cordão do Boitatá! Alô, Berro da Viúva!

*atualizações às 18h47:

- Jogar em Barueri? Essa diretoria só pode estar de brincadeira. Depois da horrível coisa, agora nos tiram o Pacaembu? FORA SANCHEZ!!!

- Na palhaçada do Tribunal Desportivo, meu chute para o lance que nem foi falta do Roberto Carlos é de pena de 2 jogos. Como é Carnaval, não poderiam deixar o Gordo sem companhia.

- Esqueci de falar da excrescência que são os pedágios no início da Castello Branco. O governador chegou a mudar a entrada do Rouboanel para forçar os motoristas a pagarem dois pedágios. Sorria, São Paulo!


05 fevereiro 2010

Bambas da Paulicéia


"Segunda-feira estava sem inspiração
Sem perceber me vi na Ponte do Limão
Aquela gente do Peruche festejava
O bom da vida na maior animação"


Ano passado, comecei essa série para falar sobre algumas curiosidades do samba paulista que consegui achar aqui e ali. O troço ficou meio esquecido desde então e decidi retomá-lo hoje, a uma semana do Carnaval, depois da aula impactante que tive com Seu Carlão do Peruche e Décio Ferreira. Baluartes da minha querida Unidos do Peruche e, por que não, do próprio samba de São Paulo, as falas de ambos estão reproduzidas logo abaixo, no fim do texto.


No entanto, antes de tratar da folia de Momo em Piratininga, é dever reiterar sempre o lamentável cenário em que ela está inserida atualmente. Ao longo dos anos, as autoridades foram podando toda e qualquer manifestação cultural, popular e espontânea, principalmente os blocos. Tente, por exemplo, juntar um pessoal para fazer um batuque na calçada. A quantidade de autorizações necessárias desanima. Restrito a um Sambódromo cada vez mais sem alma, não é exagero dizer que o Carnaval morre com a cidade nos cinco dias de festa, e isso nada mais é que o retrato da esterilidade, do conservadorismo e do moralismo barato que toma conta da terra da garoa.

Voltando ao Peruche, lembremos que Seu Carlão foi um dos pilares da organização do samba na capital paulista - entenda organização não com o sentido burocrático da modernidade, mas como uma forma de se reunir e fortalecer comunidades geralmente carentes que, à época, tinham só o samba como alternativa. Ao lado do Seu Nenê, tia Eunice e Xangô da Vila Maria, Seu Carlão puxou do Rio de Janeiro o modelo estrutural das escolas de samba. Ironicamente, seu Carlão, sempre apegadíssimo ao samba de bumbo de Pirapora, teve de ver sua luta se transformar nessa batedeira sonora e nessa correria que são os desfiles de hoje em dia.

Seu Carlão trata, primordialmente, da fundação da Unidos do Peruche e da sua vivência na Lavapés. Conta também o período glorioso da escola, só possível num tempo de desfiles que saíam do coração. Décio Ferreira complementa as histórias de Carlão, com destaque para o esquema colaborativo que imperava entre as agremiações.

Chega de papo, fiquem com os mestres:


04 fevereiro 2010

A zica e o goleiro 7 pontos


Venho tentando me acalmar desde o apito final para escrever sobre a ridícula apresentação do Corinthians em Campinas. A prudência é óbvia, já que não podemos colocar a carroça na frente dos bois: se domingo o troço funcionou bem, não dá para jogar tudo no lixo depois de uma derrota. Ainda assim, algumas bobagens se repetem desde a estréia no Paulista e precisam acabar.

Em primeiro lugar, alguém poderia me explicar por que raios Defederico nunca é relacionado? Disseram que o argentino estava machucado, mas machucado como, se ele não joga? Falando em gringo, não dá para crucificar Escudero, que se mostrou um cabeça-de-bagre desde o primeiro momento em que chegou no Coringão - e sua insubordinação na substituição poderia ser a justificativa perfeita para mandá-lo embora. Temos é que ir para cima de quem dispensou o Diego, zagueiro que fez um belo papel improvisado na lateral no ano passado. Morais, Edno e Edu são outros da lista "cheguei, ganho para caralho e ainda não mostrei serviço".

Todos eles, no entanto, não chegam aos pés do goleirinho safado que já nos custou 7 pontos neste Paulistão. Foda-se a boa apresentação no derby, até porque arqueiro do Corinthians tem como primeira obrigação fechar a meta contra os porcos. São três frangos em 6 jogos, média lamentável para quem quer "reconhecimento" da torcida, isso sem contar o fato de ter ressuscitado um centroavante que adora encher o prato dos carniceiros.

Que o time não jogou bem, é indiscutível. Porém, há mais do que organização tática por trás disso. Falta tapa na orelha de alguns vagabundos, que estão de férias desde o segundo semestre do ano passado. Alia-se a isso a zica que foi aquela coisa vestindo a equipe no Moisés Lucarelli, fruto de outra desastrosa ação do marketeiro anticorinthiano. Mas, principalmente, falta a cobrança que eu pedi aqui na semana passada. Apoiar é uma coisa, fechar os olhos para desvios graves, ainda mais no ano de nosso Centenário, é omissão e desrespeito com o Corinthians. Correções são bem-vindas e devem vir urgentemente. Depois, não adianta reclamar...

JÁ SE ARMOU PARA O CENTENÁRIO?

TIMÃO É TRADIÇÃO, NÃO PODE TER CUZÃO!

02 fevereiro 2010

É preto e branco!


Família corinthiana!

É nosso dever durante o glorioso Centenário exaltarmos diariamente o Sport Club Corinthians Paulista e sua razão de existir: o Corinthianismo. E é dever da diretoria fazer de tudo para nos atrapalhar.

Para tanto, lançaram aquela coisa que não pode ser chamada de Camisa do Coringão, e junto dela promoveram uma enquete no site oficial do clube. Este humilde blogue convoca seus leitores para que votem contra tal aberração, clicando aqui. Quem não tem cadastro, faça - a coisa é rápida.

Não deixem de ler também o fantástico post no Eneaotil, da Leonor Macedo, aproveitando o embalo para mandar um e-mail ao roxemberg. Espalhem tudo isso!

É PRETO E BRANCO O CENTENÁRIO!!!

E quem não for corinthiano, vá para a puta que pariu.

01 fevereiro 2010

Uma bela ressaca


Agora já mais calmo, volto a escrever sobre o clássico de domingo para dar meus pitacos. Alguns amigos cornetearam nos comentários do último post e pediram para que eu me manifestasse sobre o Felipe. Sendo assim, começo com a sapatada: depois de entregar 3 jogos, ele não fez mais que a obrigação. Aliás, dizíamos aqui na sexta-feira passada que a Fiel queria mais do que raça e sangue. Queríamos a vitória, e isso incluía não cometer erros grosseiros.

Dito isso, vamos ao que achei importante. A publicação da imagem do novo bandeirão no post-bebedeira de ontem não foi por acaso. A abertura do pano resumiu o que foi o jogo: alguns problemas durante o processo e, no final, a redenção. Ouso dizer que o Corinthians ganhou a partida ali, exibindo o imponente pendão aos rivais para deixar claro que estávamos na nossa casa, e é importante lembrar minhas palavras de novembro de 2009, quando afirmei que o Coringão não ganharia o clássico
enquanto houvesse Prudente/MS.

Dentro de campo, além de São Jorge Henrique, destaco as atuações de Danilo, William e Ralf. Fora de campo, a Fiel jogou com o time e mostrou aos atletas que o derby não é uma mera partida. Das negatividades, vi o promotorzinho safado que atende pelo nome de Paulo Castilho fazendo campanha eleitoral com PMs, equipe médica e alguns "torcedores" incautos, além de rezar por um quebra-pau que não aconteceu. Para finalizar, e ainda falando em torcida e negatividades, reproduzo o e-mail que acabo de enviar ao Fiel Torcedor, que enfiou um monte de gente lá no Setor Família e deixou as arquibancadas vazias.

"Olá, bom dia!

Gostaria de manifestar meu desapontamento - para não dizer indignação - com o tratamento dado aos associados do Fiel Torcedor no jogo do último domingo, 31 de janeiro de 2010. Apesar de alguns problemas pontuais, nunca tinha me sentido prejudicado pelo programa, e olha que fiz minha adesão em maio de 2008.

No entanto, estou desde ontem tentando entender o motivo pelo qual a administração do clube e do FT jogou os membros do plano Minha Vida no Setor Família, uma zona morta do estádio, sendo que a Arquibancada Verde estava vazia. Seria uma tentativa de estimular o confronto com a torcida adversária? Seria um "prêmio" para aqueles que, desde a fatídica segunda divisão, vêm acompanhando o Corinthians jogo a jogo?

Como diz o próprio presidente do clube e seu diretor de futebol, se o esquema é o business, cumpram sua parte e façam valer o fio condutor do Fiel Torcedor, que é a valorização do corinthiano assíduo em detrimento aos aproveitadores de ocasião. Vibrei com o esquema adotado para a venda de ingressos para a Libertadores, assim como apóio totalmente a reserva de ingressos para jogos decisivos que são realizados fora de casa. Mas quando há equívocos, também é necessário relatar. Tudo em prol do Corinthians.

Esse e-mail será republicado em meu blog, http://chutaquiehmacumba.blogspot.com , e me comprometo a inserir a resposta por lá assim que recebê-la de vocês, na íntegra e sem edições.

Obrigado e abraços."

Como está dito, assim que me enviarem a resposta eu publico aqui.

No mais, APROVEITE A RESSACA, FIEL!