29 dezembro 2006

Hello, goodbye

Nada pior do que escrever o post derradeiro do ano depois de ter assistido ao Especial da Elis Regina. Mas este programa me pareceu propício para fazer o inevitável balanço do ano nesses últimos dias de 2006.

Comparativamente com anos anteriores, foi bastante positivo o resultado. Apesar de meu Corinthians ter vacilado, como diz o ditado, "infeliz no jogo, feliz no amor". E meu amor deu provas de solidez. Entramos numa de valorização total do trabalho. Mesmo assim, as escapadinhas do cotidiano foram muitas, e excelentes. Evinha é, realmente, um encaixe sem rebarbas. Acho que até nossa rotina de se ver pouco, no fim, acaba ajudando a me fazer vê-la daquele mesmo jeito daquela noite naquela foto com aquele beijo e todos aqueles cheiros e gostos e sensações...

Deixo aqui nada mais que um adeus bastante empolgado para o 2006. Se ano passado foi um tanto quanto devagar, este aqui eu nem dei conta de tanta demanda. Devo ter me queimado em alguns meios (acadêmicos hahahahhaa), mas com certeza me fiz notar em alguns outros quesitos.

Que venha 2007, pra eu conseguir, finalmente, capitalizar alguma coisa do esforço que foi esse último semestre, em particular. Esse depoimento pessoal é para deixar registrado um momento bom. Apesar de trabalhar em quase 3 turnos, ver tão pouco aquela que amo e dever 10 dos 12 meses do ano para a família Setúbal, o resultado final apresentou grandes perspectivas. E há tempos eu não vislumbrava isso num réveillon.

Muito sexo, dinheiro, perdição, alcool, drogas e rock'n'roll para todos no ano que se anuncia!

02 dezembro 2006

Sétima arte, dez petardos


Quem não gosta daquele filme que não fez sucesso, não tem reconhecimento da "crítica especializada", não tem nada de muito revolucionário e, pior, a gente não acha nem na 2001 pra alugar? Essas produções marcam nossas vidas de uma maneira única e, se pudéssemos, assistiríamos a elas todo dia. Algumas nos tornam motivo de chacota quando contamos que as consideramos impagáveis.

No meu caso, há não um, mas vários filmes. Farei um TOP 10, já adiantando que provavelmente deixarei vários de fora. Eles não estão em ordem de preferência, porque cada um é bom de um jeito.

1) Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused) - É o terceiro filme do diretor Richard Linklater, que depois soltou pérolas como "Escola do Rock". Ele mostra o fim das aulas e o começo das férias de verão num subúrbio norte-americano na década de 70. Entre trotes e mudanças na vida dos adolescentes, o diretor ilustra o que eu considero como a noite perfeita. Festa, bebida, drogas e, principalmente, falar e fazer merda com os amigos. O principal é que se tem um distanciamento da cultura consumista estadunidense. Poderia ter sido filmado tanto no Capão Redondo quanto nas alamedas de Moema.

2) Boleiros - O filme de Ugo Giorgetti é uma obra-prima do cinema nacional. Pra quem gosta de futebol, é tão imperdível quanto os filmes do Pelé. Histórias baseadas em fatos reais do mundo da bola são contadas de uma maneira muito eficiente. Geralmente, os filmes sobre o esporte carecem de verossimilança. "Boleiros" é quase um documentário, uma versão cinematográfica do "Grandes Momentos do Esporte", da TV Cultura. Pena que a continuação não foi um décimo do original.

3) O Poderoso Chefão (The Godfather) - Não precisa nem falar o porquê. Esse é o clássico dos clássicos. Particularmente, prefiro a segunda parte, em que é contada a origem da saga dos Corleonne. Fora a seleção de estrelas no elenco, que reúne gente como Al Pacino, Robert de Niro, Diane Keaton e Robert Duvall, tem também a direção de Francis Ford Coppola. Tudo isso numa trama perfeita, assinada por Mario Puzzo.

4) Quinteto Irreverente (Amici Miei atto II) - Poderia ter escolhido o primeiro da série, "Meus Caros Amigos". Mas a continuação da obra de Mario Monicelli é um daqueles raros exemplos em que a parte 2 é melhor que a primeira. Outra justificativa é que as sacadas mais geniais estão neste "atto II". Ele também me fez chorar no final. Vale a dica para conhecer um dos grandes trabalhos do ator Philippe Noiret, morto na semana passada.

5) Férias do Barulho (Private Resort) - Já adianto que é uma bosta. A história é fraca, só mostra mulher de peito de fora e conta as aventuras de dois adolescentes querendo trepar num hotel de luxo. Mas o fato é que esse filme marcou a infância e pré-adolescência de todos nos anos 80. Era praticamente certo que o SBT iria exibi-lo pelo menos uma vez por mês. Não veja relação com o filme de número 1 desta lista. As estripulias aqui beiram ao ridículo. E tem Johnny Depp no começo de carreira.

6) Kill Bill vols. 1 e 2 - Não dá pra separar os dois volumes. Só Hollywood fez isso. Apesar de ter no currículo "Pulp Fiction", "Jackie Brown" e "Sin City", entre outros, esta é a obra definitiva de Quentin Tarantino. Muitos o chamam de marqueteiro, fake, forçador de barra... Eu digo: é gênio! Nesta homenagem à própria infância, Tarantino revive antigos astros do cinema japonês e faz infinitas referências aos heróis das artes marciais. Além disso, consegue a proeza de deixar Uma Thurman bonita. Destaque para as atuações de David Carradine (da série "Kung Fu"), Sonny Chiba (o lendário Hattori Hanzo) e Gordon Liu (que estrelou milhares de seriados nipônicos), e também a parte em animação, que conta a história de O-Ren Ishii.

7) Bar Esperança, o último que fecha - É a voz da boemia. A obra de Hugo Carvana retrata um ponto de encontro dos bêbados cariocas. Nos primeiros minutos, já dá aquela vontade de abrir uma gelada e se sentir na mesa ao lado da cena. E tome filosofia de boteco, acompanhada de muita nostalgia e uma trilha sonora perfeita. Deve ser um dos grandes responsáveis pela minha paixão por bar e Rio de Janeiro.

8) Diários de Motocicleta - Co-produção de diversos países, dirigida pelo brasileiro Walter Salles e estrelada pelo mexicano Gael García Bernal. Conta a parte pré-revolucionária de Che Guevara. Dois pontos me tocam neste filme: a viagem pela América Latina e o idealismo quase romântico de Guevara, que, depois do contato com o marxismo, se tornou prático, efetivo e até hoje mostra sinais de vida. Dá vontade de vender tudo, comprar uma moto e cair na estrada sem destino.

9) Férias Frustradas (National Lampoons) - A saga da família Griswold também marcou a infância nos anos 80. O que mais atraía era o cinismo das piadas e as situações bizarras. Algumas cenas clássicas: a vovó morta no teto do carro, o seqüestro do parque de diversões, as luzes de natal e "crianças, o Big Ben"... Chevy Chase é o cara!

10) Máquina Mortífera (Lethal Weapon) - Os quatro filmes estrelados por Mel Gibson e Danny Glover podem ser taxados de violentos e machistas, além de tentarem pregar a supremacia norte-americana... Independente disso, não dá pra apagar a genialidade da série de Richard Donner. Nacionalismos à parte, o diferencial de "Máquina Mortífera" é justamente seu mea culpa, ora tratando do apartheid, ora denunciando a exploração de imigrantes pelo sistema escravista. No meio disso tudo, piadas e chavões inesquecíveis completam o pacote e fortalecem o mito.


19 novembro 2006

Seu dia


Hoje é seu dia. Você que é a melhor parte de minha vida. Amo cada segundo que passei e que ainda tenho a passar ao teu lado.

Muitos micromomentos, fanfarronices, safadezas e descobertas pra você. Se possível, sempre comigo por perto.

Amo.


18 novembro 2006

Breves...


Só pra não deixar passar batido alguns pensamentos.

- A imprensa tá caindo de pau em cima dos jogadores do Corinthians por causa da tal greve de silêncio. Tão dizendo que isso vai prejudicar os garotos numa possível renovação de contrato, além de os jogadores não estarem prestando contas à torcida. Bom, a primeira coisa é que jogador faz seu contrato valorizar jogando bola. E se isso está sendo feito, a torcida fica satisfeita. Depois, não é essa mesma imprensa que vive metendo o pau no pessoal das arquibancadas? É pra se pensar...

- A mesma imprensa "condenou" na última sexta um rapaz de ter matado os pais. Um dia depois, o delegado encarregado se pronunciou, dizendo que o acusado não é suspeito, mas sim vítima. Nessa mesma semana, a Folha foi condenada a pagar R$ 250 mil para cada um dos proprietários da Escola Base, num caso que foi um dos maiores erros coletivos da história do jornalismo brasileiro.

- Finalizando o assunto mídia, está cada vez melhor o blog de Xico Sá. Vale conferir o texto de um dos poucos jornalistas que não se vende ao discursinho imbecil dos principais jornais do país. Do outro lado, gente como Juca Kfouri e Torero começam a patinar nas palavras e se complicam a cada dia...

- Finalmente chegou o verão! Passar o dia suando não tem preço. Só poderia ser um pouco melhor. Ao invés de trabalhar, ficar à beira de uma piscina comendo churrasco e tomando cerveja.

- Roberto Carlos é mesmo um grande líder. Além de suas músicas certeiras, ele agora tá pegando a Luciana Vendramini. Furou o olho de um gringo babaca e, de quebra, vai parar de cantar aquelas baboseiras que ele compôs para sua falecida esposa.

- O Brasil teve seu primeiro presidente comunista. Mas fiquei triste. Aldo Rebelo poderia ter dado umas canetadas e estatizado a porra toda. Mas que venha um novo mandato de Lula, que parece estar se encaminhando bem e com boas perspectivas. Já em São Paulo, as tarifas de ônibus, trem e metrô subiram substancialmente. Presentes da corja tucana. A elite paulistana, de dentro de seus carros com ar-condicionado, parece não estar muito preocupada, no entanto...

11 novembro 2006

"Obina é melhor que o Eto`o" e outras particularidades...


E o Rio de Janeiro continua lindo. Feriadão xou da xuxa na Cidade Maravilhosa. Apezinho bem localizado no posto 6, em Copacabana. Perto das buáti. Perto dos buteco. E a um tropeço da praia. O ruim de ir pro Rio é a vontade de voltar todo final de semana. Além disso, estávamos perto da casa do Nino, um amigo paulistano que mora por lá e nos recebeu muito bem, com litros de caipirinha de Sagatiba.


A programação foi eclética. Misturamos povão e Barra da Tijuca. Na parte povão, rolê (lá é rolé) pela praia, camarão frito na hora (Evinha, você me orguia!) numa assadeira, futebol de areia, assalto na Avenida Atlântica, travesti que andava nas curvas brancas do calçadão e o Maraca no jogo do Framengo.

Logo na entrada, o grito da torcida dizendo que o centroavante Obina é melhor que o jogador africano que joga no time catalão perdura. Até que Obina enfia uma trivela na bola na entrada da área. E ela sai na lateral.

Da parte Barra/Zona Sul, passeiozinho de bike na Lagoa e Imagem em Ação com o elenco da novela Bicho do Mato. O Índio e sua tribo perderam para nós! hahahahahahahahahhaha...

Coisas que se nota: a entrada da cidade é estratégica. É feia demais. E aí a gente chega na parte bonita e ela fica ainda mais bonita. E no Rio não é preciso ter carro. O táxi sai muito mais barato que em São Paulo por causa das curtas distâncias. Se você tem uma bike, também se vira bem.

E eu acabei, novamente, não indo à Lapa. Acho que é uma desculpa pra voltar.

26 outubro 2006

Foi guerra. E só


Depois do apito final do último Corinthians e palmeiras, fiquei pensando neste post. Queria fazer um texto que parecesse com aquelas crônicas de Nelson Rodrigues (pretensão...) depois de um jogo do Fluminense, por mais horrível que ele tenha sido.

Não consegui achar nenhum enfoque que me permita glamourizar esse que é o maior dos clássicos brasileiros e um dos maiores mundo afora. O que aconteceu foi uma guerra. E só. Disputadíssima, com raça e com disciplina tática. Sem brilhantismo. E vencemos.

Tínhamos no Morumbi 16 mil pessoas. A Globo colocou a culpa na "violência". Ah, essa violência... Mas a verdade mesmo é que a Vênus Platinada foi a grande responsável por esvaziar o significado de um Corinthians X palmeiras.

Um jogo de quarta-feira, às 22h, num lugar de difícil acesso? Isso não existe. Esse clássico é daqueles em que você se prepara durante todo o domingo. Acordando, ligando o rádio, batendo aquele almoço e indo pro jogo, às 16h. Assim é o correto.

Reclamações à parte, enalteço o grande esforço deste grupo de jogadores, que perceberam a importância de ganhar da porcada. O time é limitadíssimo, e as tais estrelas se comprovaram um bando de enganadores. Quem segura as pontas, novamente, é a molecada prata da casa, que tem o Corinthians no coração. Enalteço também que cada jogo nas arquibancadas é uma renovação de votos do amor eterno ao Todo-Poderoso. A Fiel é foda.

No mais, VAI CORINTHIANS! Na vitória ou na derrota, sempre Timão!

08 outubro 2006

E pra completar...


Há certas frases que a gente vai escutando pela vida e vai guardando pra segui-las de exemplo. As fontes nem sempre são nobres. Geralmente são coisas que saem pela boca de qualquer um e a gente entende do jeito que quer, mas seu valor como premissa já garante a genialidade. Eis algumas:

- Não espere dos outros a mesma atitude que você teria
- Confiança é igual a nota de 100: perca uma vez e você nunca mais terá
- No fim, quem estará sempre com você é só você mesmo
- Se você fez, é porque você quis
- Ninguém é obrigado a gostar de você
- Só o ingênuo acredita ser insubstituível

Hoje elas vieram de pacote, pra me dar uns tapas na cara.


01 outubro 2006

Ainda não estamos prontos...



Escrevo este texto próximo do fim do primeiro turno das eleições. Sem levar em consideração a capacidade extrema do Partido dos Trabalhadores em conseguir ser seu maior adversário, aponto aqui algumas curiosidades do pleito.

Que o governo Lula representa o início de um processo que visa o progresso do país, disso não se pode duvidar. Que ele está cercado de corvos como todo governante, também é fato latente. Mas tal característica não é particular do governo petista. A diferença crucial é de quem e como se faz a divulgação disso tudo. Quem conhece o mínimo de História do Brasil deve se lembrar de um tal Carlos Lacerda. Ele mesmo, que conseguiu a proeza de gerar um clima hostil tão grande no país a ponto de provocar o suicídio de Getúlio Vargas, então com sua popularidade altíssima, parece estar assombrando as redações dos principais veículos (em termos de circulação, não em qualidade) da imprensa.

Foi notado pelo jornalista Franklin Martins que há uma espécie de separatismo por parte dessa imprensa, concentrada em SP, RJ e Porto Alegre. Esses veículos "detectaram" que Lula tem grande aprovação no Nordeste por que lá o povo é analfabeto e não tem as mesmas informações que aqui no "avançado" sul do país. Pois bem: fosse o sul do país tão avançado, Pedro Simon já não faria mais valer seu discurso cheio de retórica infundada, a família Amin não seria quadro importante em SC e Álvaro Dias teria de ser banido no Paraná. Em São Paulo, não vou nem citar os cargos do executivo. Me focarei nos deputados federais mais votados: Maluf, Celso Russumano, Clodovil e Eneas. E o que o Rio tem de belo, tem de estranho, no que diz respeito à eleição.

Antes do veredito, cito também algumas distorções. A candidata a deputada federal do PCdoB, Manuela, é a mais votada no RS. A Bahia saiu das mãos de ACM depois de 20 anos. Mas temos Fernando Collor ocupando uma cadeira no senado, com o mesmo peso que tem um Suplicy por São Paulo.

Agora sim a avaliação. Tomando como base essa mistureba de partidos e tendências no poder daqui e de lá, vejo cada vez menos essa oposição entre norte sul. Ainda lembrando a História, é fato que grandes revoluções ocorreram nessa contraposição. Se tivéssemos de fato tal polarização, talvez ela seria a única perspectiva positiva para os sulistas "desenvolvidos".

16 setembro 2006

Pra não passar batido...

Alguns relatos dos últimos tempos:

- Há uma semana, completei o jubileu de prata. Como é de conhecimento geral e irrestrito, viverei até os 50. Então, chego à metade da minha vida.

- Pode parecer reclamação, mas não é. Até 3 meses atrás, ficava louco por não ter nada pra fazer. Hoje, tenho 3 trampos que tão tirando meu sono e minha qualidade de vida. Mas acho que daqui a pouco engrena.

- "Seu presente é grande e uma coisa que você sempre sonhou."
"É um Opalão?"
"Quase..."

E foi quase mesmo. Mas tá na categoria sonho sim. Agora já tenho um cooler (e da Brahma) pra ficar do lado da minha poltrona e deixar meu quarto cada vez mais fodástico.

- Vou dançar salsa (será que aprendo?)

- Preciso emagrecer 7 quilos pra ficar palitinho de novo...

É isso, como diria Pasquale.

01 setembro 2006

Glórias, tradição e paixão...

"És grande no esporte bretão,
O passado ilumina tua história.
Ciente de tua missão:
Vitória, vitória, vitória.

Corinthians do meu coração,
Tu és religião de janeiro a janeiro.
Ser corinthiano é ir além
De ser ou não ser o primeiro.
Ser corinthiano é ser também
Um pouco mais brasileiro.

Tens a tradição
De um clube tantas vezes campeão.
Pelos teus rivais, temido.
Pela tua FIEL, querido." Toquinho - "Corinthians do meu coração"

Hoje se completam 96 anos de glórias. De lutas. De raça. De tradição. E, principalmente, de amor incondicional ao Sport Club Corinthians Paulista. Bradam pelas arquibancadas inúmeras torcidas. Tentam, de qualquer maneira, superar o insuperável.

Sofrimento, vitórias, derrotas, decepções, alegrias incomparáveis. Isso tudo é Corinthians. E só Corinthians. Fazer parte dessa história não tem preço. Aqui é tudo aos extremos. Porque futebol é assim. Como diria Chico Buarque, "não dá pra teorizar sobre futebol".

Fosse esse um blog de um torcedor que não o corinthiano, já estaria o texto manchado de críticas aos rivais. Aqui não. Estamos acima de tudo isso. Quem explica uma torcida crescer exponencialmente mesmo com uma escassez de títulos? Quem explica um time ser vencedor desde sua fundação? Quem explica nos darmos ao luxo de ganhar a maioria dos títulos (e são muitos, incontáveis) com uma raça incomparável? Quem explica sermos os primeiros a conquistar o mundo? Quem explica, ainda, as lágrimas que insistem em cair ao ver aquela massa alvinegra gritando, com a mesma paixão desde 1910, o nome CORINTHIANS?

Obrigado, meu Timão, por tudo que você já me proporcionou. Por sua vida, a minha morte!


22 agosto 2006

Qual a sua graça?

Nomes, sorte de quem os têm belos. Nasci Claudio. Feio. Não só feio, esquisito. E mais feio e esquisito ainda se seguido de um Elisio logo na seqüência. E estava feita a tragédia. E olha que podia ter escapado dessa sina terrível. Mas por culpa de uma mãe que foi criada sob os moldes patriarcais, ficou a cargo de meu pai me registrar. E o desgraçado, publicitário como é, colocou somente o criativo Junior no fim.

Por muito tempo me incomodou esse nome, quase um cacófato. Tristeza mesmo foi quando, na adolescência, descobri que significava “coxo ou manco”. Para um jovem, isso é o fim, e o começo de muita chacota. Por isso, me dava por satisfeito ser chamado de “Japonês”.

A luta se tornou vã e, com o tempo, simplesmente desapeguei. Há mais de ano, porém, surgiu em minha vida Eva. Assim como no Paraíso, a minha me atordoou. E, graças ao Criador (se ele existe ou não é outra coisa, por favor não acabem com essa boa figura de linguagem), fui levado às delícias da perdição.

Gostaria de ter um nome como o de minha Eva. É um nome forte, poderoso. Desde sempre acompanhou grandes exemplos da espécie. Além da primogênita cristã, tivemos Evita Perón, primeira-ministra idolatrada ainda hoje na Argentina. Eva Braun, mulher de Hitler, um dos donos do mundo e, por isso, mais dona do mundo que ele. Nas artes, a cantora Evinha foi uma das primeiras expoentes da Jovem Guarda. A atriz Eva Vilma é reverenciada e até teatro tem. E até no mundo pop esse nome já foi exaltado, com a “Pequena Eva” do Rádio Táxi.

Pois bem, a origem deste Claudio que vos escreve também é, de certa maneira, nobre. Segundo a mãe de meu pai, mais conhecida como avó, ele ganhou a alcunha por causa do grande centroavante corinthiano homônimo, um dos maiores artilheiros da história do time de Parque São Jorge. Mesmo assim, outro dia pesquisei um pouco no google alguns ilustres com esse mesmo nome. Encontrei logo de cara o imperador romano Claudio, um verdadeiro boca-aberta que, além de tudo, era marido de Valéria Messalina. Para quem não sabe, a mulher vivia a chifrar seu marido – daí o apelido messalina para as mulheres que dão vazão às pulsões sexuais de forma acintosa. E o coxo do significado de Claudio também vem daí, já que o monarca de Roma era manquitola.

Conclusão? Cada um carrega a sina que merece. E a minha graça é bastante engraçada. Para os outros...

08 julho 2006

Que venha o Brasileiro



Na eliminação brasileira na Copa, semana passada, vi inúmeras pessoas bravas, possuídas por uma raiva que só se justifica em casos de traição rasgada. Confesso que também fiquei nervoso. Por uns 2 minutos. Calado como num jogo em que meu time sai derrotado. Depois desse tempo, já tomava mais uma cerveja, dava risadas e comia o quarto prato de feijoada.

Antes que me acusem, sim, amo o meu país. Apesar da ascendência nipônica (tem gente que fala que é calabresa, mas vai saber), tenho o Brasil como o melhor lugar do mundo e o defenderei até o fim da minha vida. Mas é o país. A seleção é aquela coisa. A gente torce, grita gol, mata o expediente, se junta com os amigos pra festejar. Paixão mesmo é pelo clube.

No entanto, isso não me parece tão correto assim. Além daqueles habituais sofás, que existem tanto em época de Copa quanto nas finais de campeonatos, me incomoda ver que a nossa seleção nunca vai despertar o mesmo amor de seus torcedores quanto as seleções da Alemanha, Argentina, México... Até os torcedores de Gana demonstraram mais presença nos estádios que os brasileiros.

Resta-nos, então, nos restingir ao nosso regionalismo e à nossa sina de provincianos. Somos sim, menores que o futebol europeu. Não na qualidade, mas na paixão à seleção que nos representa. Então fica o protesto. Viva o protecionismo do futebol brasileiro e que venha o Brasileirão com jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Juninho Pernambucano disputando bola com um beque de fazenda qualquer no Pacaembu num sábado à tarde!

09 junho 2006

Volta às origens...

Começou hoje a Copa do Mundo de 2006. E com o futebol monopolizando atenções, nada mais propício que falar desse nobre esporte. Nobre mesmo, em todos os sentidos. Dias desses, assistia ao documentário de Chico Buarque, em que o cantor fala dos geraldinos. Pra quem não sabe, essa é a denominação dos torcedores que viam os jogos das gerais do Maracanã. Eram uma verdadeira instituição do futebol brasileiro, extinta por puro capricho daqueles que acham que mandam.

Aí me recordei de um papo de que tive antes de um dos jogos do Corinthians, sentado ali na praça Charles Miller e tomando uma gelada. Falava com um amigo meu sobre os tempos que começamos ir ao estádio, com jogos que tinham 25 mil pessoas em média (eu mesmo cheguei a ir num Corinthians e Botafogo com 50 mil no Pacaembú). E passamos a tentar compreender o porquê da diminuição do público, que hoje beira uma média de 12 mil, menos da metade de há dez anos.

Fosse este um texto daquele promotorzinho ridículo, colocaríamos a culpa na violência e nas torcidas organizadas. Falar isso é um absurdo. A violência é um problema com outras raízes e ela chegar às arquibancadas é só uma de suas conseqüências. O fato é que o futebol virou novamente um esporte de elite.

No começo do século XX, os negros e pobres não jogavam bola profissionalmente. O futebol era restrito aos clubes e seus associados. Os primeiros jogadores negros apareceram no Vasco e no Fluminense, e neste último criou-se a lenda do pó-de-arroz por causa de um jogador negro que passava na cara tal disfarce para se passar de branco. Hoje, o acesso de jogadores com origens mais humildes é imenso, mas o público que sustenta e ama o futebol começa a ser selecionado pelo bolso.

Vejam: um ingresso custa 15 reais, o ônibus 2 (ida e volta são 4, se se pegar apenas uma condução), a cerveja mais 2 e o pernil chega a absurdos 5 reais. Só nessa conta rasa, gastamos quase 30 reais (10% do salário mínimo) para ir ao jogo. Em comparação, os ingressos dos meus primórdios nos estádios deveriam custar o equivalente a 5 reais.

O que temos no Brasil é uma tentativa de europeização do nosso futebol, que ao longo dos anos sempre teve como identidade o seu apelo popular. Só por isso já dá pra perceber o erro que é elitizar o futebol e implantar uma cultura totalmente diversa da nossa. Pior de tudo é ver a imprensa fazendo propaganda dessa idéia, ajudando a deteriorar o esporte.

É triste vermos os estádios cada vez mais vazios. Não é falta de estrutura, não é cadeirinha confortável que o torcedor quer. Os geraldinos ficavam de pé os noventa minutos e tinham a visão menos privilegiada do campo do "maior do mundo". O torcedor quer simplesmente poder pagar um ingresso. E que a europeização seja implantada sim. Mas dentro dos gabinetes de dirigentes que abrasileirizam cada vez mais o futebol europeu, vendendo nossos craques a preço de banana.

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Fecham-se as cortinas, torrrrrrcida brasileira. Morreu neste 8 de junho um dos maiores narradores de futebol da história. Homenagem ao saudoso Fiori Gigliotti.

22 maio 2006

O título que não veio


A Copa de 94 foi a 1ª que realmente vivi. Dada a minha tenra idade, tenho apenas lapsos de memória de 86 e uma vaga e traumática lembrança de 90, aprendendo o porquê da rivalidade Brasil-Argentina.

Para ser mais exato, minha vida de torcedor começou em 93, quando fiz minha estréia num Corinthians e Noroeste e meu Timão venceu por 2 a 0. A paixão, que era grande, passou a ser imensurável. Desde esse ano e até 95, um dos maiores ídolos da Fiel era Paulo Sérgio Rosa, mais conhecido como Viola. O artilheiro era unanimidade e sua convocação mais do que justa serviu também como um incentivo para minha atenção especial à Copa de 94.

A Seleção, no entanto, não desfrutava da mesma confiança que Viola tinha dos corinthianos. Mesmo assim, ela foi aos trancos e barrancos até o jogo final, sempre carregada pelo talento de Romário e a garra de Dunga.

Na decisão do dia 17 de julho, um jejum de 14 anos estava próximo do fim. O Brasil enfrentaria a Itália, mesmo adversário do Tri em 70. A retranca dos dois lados garantiu um jogo feio, que durou até a prorrogação. Até que Parreira coloca Viola em campo, e os torcedores do Timão lembraram do título Paulista de 88.

Dizem que foram ouvidos tantos rojões nessa hora quanto no Tetra. E se Viola, em sua única jogada, driblasse três italianos (como fez) e tivesse marcado o gol do título (como em 88), ao invés de ter inexplicavelmente tocado de lado, a Fiel teria duas taças para levantar. De minha parte, até hoje vejo aquela bola entrando.

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Este texto foi escrito para concorrer a 300 conto na Época. O assunto é: "Qual foi o jogo da Seleção que mais marcou sua vida?"

15 maio 2006

Reflexos...


São Paulo está em estado de guerra, isso é fato. E quando o poder público perde as rédeas do Estado, começam a aflorar os instintos reacionários, por diversos motivos. Familiares de policiais, familiares de presidiários, companheiros de ambos os lados são tomados por uma revolta e vêem na lei do "olho por olho, dente por dente" a solução para tudo isso.

A partir daí, a questão fica ainda mais preocupante. Porque culpar polícia ou bandido é a pior burrada. Temos que lembrar, no entanto, que o Estado de São Paulo está há 12 anos nas mesmas mãos. E doze anos é tempo suficiente para colher frutos de um planejamento carcerário e penal. Reeducação e melhor preparo e remuneração por parte da polícia de um lado e população com o mínimo de recursos garantidos de outro já ajudariam. O crime, porém, continua glamourizado, e os principais responsáveis por isso ou estão fazendo campanha para presidente ou enganam o povo dizendo que "está tudo sob controle".

A se fazer: impotentes, nós temos apenas que esperar. Dar uma de cientista político ou coisa parecida. Pegar em armas e sair metendo bala? Ahã... Contar com as forças policiais? Eles não estão dando conta deles próprios. Todos estamos colhendo frutos de nossas próprias ações. A polícia pelo ódio que gera na população marginalizada, os criminosos que correm o risco iminente de serem executados por essa ação pouco inteligente e o restante da população que insiste em se focar no próprio umbigo e não consegue perceber que somente sob uma visão coletivista é que esse país chegará a algum lugar.

Triste ver a cidade de São Paulo assim. Mais triste ainda é ver gente querendo impor seu ponto de vista, defendendo um lado ou outro. Maniqueísmos que só aumentam mais a bola de neve, que um dia engolirá tudo. Na guerra, todos os lados estão certos e todos eles estão errados...

12 maio 2006

Rollin` on the river


Creedence Clearwater Revisited é sempre garantia de, no mínimo, diversão. Nesta quinta, 10/05, os caras voltaram pela quarta vez ao país, se não me engano. Da formação original, só o batera Doug "Cosmo" Clifford e o baixista Stu Cook. Completam o time os competentes Steve Gunner (tocando um monte de coisa) e o guitarrista Tal Morris. Mas um capítulo à parte é o vocalista John Tristao, um sujeito bonachão, gigante - parece o pugilista Butterbean, detentor do recorde de nocaute mais rápido, com 3,8 segundos - e com um timbre de voz idêntico a de Johh Fogerty, primeiro vocalista e um dos fundadores do grupo, a essa época com a alcunha de Revival.

Esse é um daqueles shows em que você conhece praticamente todas as músicas. Quem nunca ouviu ao menos uma canção do Creedence é porque esteve em coma nos últimos 40 anos. Hit após hit, você vê um monte de marmanjo se emocionando com "Long as I can see the light". Ou lembrando de seus primeiros acordes na guitarra com a já manjada "Have you ever seen the rain".

Faço aqui algumas ressalvas. O Credicard Hall, onde aconteceu a apresentação, é realmente a pior casa de shows paulistana, disparado. Som péssimo em certos locais, acesso precário, estacionamento caríssimo... Tudo isso somado ao fato de sermos obrigados a consumir uma lata de Schincariol ao preço absurdo de R$ 5. Mesmo assim, o local não conseguiu dar fim à mágica sessentista que se espalhou por lá.

Críticas ao saudosismo à parte, não tem como negar que o Creedence é presença garantida naquele CD da trilha sonora de nossas vidas. Extremismos como o caso do jogador que apareceu no Guarani de Campinas com o nome da banda são exemplos disso. Sim, o baianão se chamava Creedence Clearwater! De todo modo, o CCR é um patrimônio musical da humanidade, que eu alinho com certeza aos Beatles, Hendrix, Ramones e Mutantes, entre outros.

Aí hoje eu leio mais uma matéria sobre Nirvana. Ainda tentando me convencer de que o trio de Seattle fora algo revolucionário. Será? Pra mim não dá nem comparar com os supracitados...

05 maio 2006

Pelo Corinthians, com muito amor, até o fim!




A tragédia acontecida nessa última quinta-feira no estádio do Pacaembú é uma daquelas coisas inexplicáveis. Jogo na mão e o Corinthians não conseguiu garantir sua classificação na Libertadores, frustrando mais uma vez a Fiel torcida que compareceu em massa e fez uma das mais belas festas já vistas.

O que é totalmente explicável, no entanto, é a revolta da torcida. Após aquele terceiro gol, todas as desconfianças sobre um time, que mesmo contando com investimentos milionários e não sendo uma maravilha em campo, se canalizaram num ato irracional e explosivo. Mas a Fiel é isso. É explosão, é irracional quando se mexe com uma coisa chamada amor incondicional. Para um corinthiano, mexer com o Corinthians é pior do que mexer com o próprio corinthiano. E, convenhamos, aqueles safados que estavam em campo ontem parecem não saber o que isso significa.

Aí vemos esses programas esportivos do horário do almoço na TV, com um bando de jornalistas dando opinião sobre uma coisa que não sabem. Chamam os torcedores de bandidos, mas nunca pisaram num estádio, apesar de se julgarem "especializados" em futebol. Vêm com um papo de que "é só um jogo de futebol". Para as negas deles! É bandido alguém que dá um duro pra conseguir ingresso, vai pro jogo e se depara com o fim das barracas de pernil (obrigado, José Serra e Kassab), enfrenta a truculência da PM já na entrada e ainda não vê seu time respeitado por aqueles que recebem salários obscenos para jogar?

A minha primeira vontade quando vi aquela massa indo para cima do alambrado foi a de me juntar a ela. Mas logo pensei nas coisas que tinha a perder e me segurei, torcendo para aqueles guerreiros que foram defender não só a própria paixão, mas a de milhões de corinthianos revoltados com o que viram. Lá do meu lugar, quieto e tentando acalmar as crianças, mulheres e até idosos, via também uma polícia despreparada jogando bombas de gás e efeito moral sem o menor critério, talvez tentando descontar na Fiel o ódio causado pela sua má remuneração. Só que aí, é válida a violência da PM, que já vai aos estádios premeditando descer a borracha ao invés de proteger o cidadão.

Para eles e para a opinião média, somos todos bandidos. Escuto também o papinho das "famílias que não podem mais ir no jogo". Podem sim. Mas que vão de numerada. Arquibancada é lugar para esses guerreiros que estarão domingo em Rio Preto no próximo jogo. Digo por mim: vou ao estádio desde os 12 anos. Nunca me meti em briga (pelo contrário, separei várias) e o maior perigo desde essa época era a truculência da polícia.

Quanto ao time, não adianta começar o caça às bruxas agora. É lógico que gente como Ricardinho, Roger e Gustavo Nery deve sair ainda ontem. Mas temos um Brasileiro pela frente. Tudo isso foi resultado de uma série de erros. A desorganização interna se refletiu em campo. Um iraniano que vem lavar dinheiro no Brasil e é tratado por esses mesmos torcedores-família como ídolo, um presidente omisso que se enriquece ano após ano às custas do Corinthians, um conselho vendido e conivente, tudo isso mais uma vez vem à tona na forma de mais uma derrota inaceitável. A imprensa, no entanto, se põe a culpar a torcida. Só que a torcida é quem estará lá para sempre. É ela que realmente se preocupa com o Corinthians.

Somos todos sofredores, isso sim. Mas nunca deixaremos de apoiar o Sport Club Corinthians Paulista, na vitória ou na derrota. A alcunha de Fiel não é por acaso. E ser corinthiano é tão inexplicável quanto a derrota dessa última quinta-feira.



28 abril 2006

Modernidades...



Pra quem nasceu até metade dos anos 80, rolava no imaginário coletivo (pra criançada, então, era forte) idéias de como seria o ano 2000. O apocalipse, enfim, chegaria. Ficava particularmente irritado pois, ao fazer as contas, tomava conhecimento de que iria dirigir pouco tempo, já que completaria 18 anos apenas a três meses do juízo final. Porém, e paradoxalmente ao fim, vislumbrávamos quais seriam as fantásticas inovações tecnológicas que iriam marcar o século XXI.

Naves, computadores fantásticos, robôs. Tudo isso, impossível naqueles tempos de sucessivos planos econômicos que sucateavam ainda mais o país, parecia estar distante do nosso alcance, e o mais otimista pensava que só poderia dar algo do gênero para o seu neto. Mas o mundo se dinamizou em menos de dez anos e cá estamos na era do capital-informação e da conectividade plena com a internet. Naves? O Brasil acaba de lançar seu primeiro astronauta ao espaço, mesmo não sendo num veículo feito por aqui. Computadores fantásticos? Sim, com qualquer mil reais à prestação, compra-se um PC capaz de realizar coisas impensáveis há 15 anos, como bater um papo com um amigo que está no Japão. Robôs? Toda a indústria está cheia deles.

Tudo muito maravilhoso até aqui. Porém a era da alta tecnologia nos trouxe também algumas futilidades inúteis. Assistindo a um programa que reunia as melhores propagandas do mundo, a apresentadora se revolta contra as descargas automáticas. De fato, é uma invasão de privacidade e bem anti-higiênico. Quando se mija, quem sofre são as mulheres, já que não há tempo suficiente para que elas levantem antes de tomar uns respingos da enxurrada. O problema se estende aos homens na hora de cagar. Além disso, um ponto bastante delicado é posto em discussão: quem não curte dar uma olhadinha na obra recém-executada?

O seu cocô é uma das poucas coisas que o ser humano pode chamar de realmente seu. É inalienável. E todo mundo, sem exceção, dá aquela conferida depois de uma bela cagada. A descarga automática, então, acaba com qualquer possibilidade de se contemplar o exemplar, que muitas vezes são surpresas agradáveis. Certa feita, fiz um J. Mas arrasador foi meu H, maiúsculo. E devidamente registrado. Mas e se algum dia lá estou num desses vasos cibernéticos e consigo fazer um E em letra de mão? A descarga automática é, no limite, uma tentativa de expropriação do cocô.

Adicionemos a esta lista de futilidades o maldito secador elétrico de mão - sempre discuto isso com o Barneschi, que já publicou algo a respeito em seu blog (link aí do lado). Além de ser politicamente incorreto do ponto de vista ecológico, gastando milhares de kWatts, não oferece eficácia nenhuma. Fora que toda vez que lavamos o rosto, não temos como nos secar e somos forçados a entrar numa daquelas cabines que estão sempre sujas e fedorentas pra caçar um teco de papel.

Reforço que sou totalmente favorável aos avanços tecnológicos. O problema é que junto a um monte de benefícios vêm essas pequenas bobagens que nos incomodam sobremaneira. Assim como nos anos 80, ao lado de tanta genialidade, havia um monte de bosta. Curioso que, nesse caso, a descarga automática seria de grande utilidade.

24 abril 2006

Mudança do CEP

Amigos, mudamos a casa. O Blig tava insuportável... Nova postagens em breve.

Vou primeiro passar o arquivo pra cá.


Hasta!