28 agosto 2011

Nota oficial


Este espaço não mais se manifestará sobre qualquer acontecimento do Sport Club Corinthians Paulista - essa instituição de belíssima e centenária história - com relação ao campeonato em disputa, ao menos enquanto tivermos no comando do bando de vagabundos o senhor adenor leonardo bacchi. Se a mediocridade do referido bunda-mole não havia sido comprovada aos mais desavisados desde o ano passado, e inclua aí Andrés Sanchez, tal condição chegou ao limite nesse jogo contra o arqui-rival de verde.

A falta de alma dos filhos da puta que vestem o sagrado manto é outro fator que faz este que vos escreve ficar descrente de qualquer possibilidade de ver o Corinthians jogar como Corinthians, ainda mais em clássicos. A putaria apresentada em Presidente Prudente/MS é digna de chacina. Violência é pouco contra esses canalhas, que sequer demonstraram interesse em honrar, senão nossa camisa, o polpudo e milionário salário que cai nas respectivas contas sem nenhum atraso.

Urge uma mudança para hoje. Não podemos mais aturar essa diretoria omissa e essa torcida idem. De minha parte, continuarei defendendo o amor pelo Corinthians e a prática diária do corinthianismo, mas me pouparei de tecer qualquer palavra sobre algo que continua tomando gol de escanteio postando os 11 jogadores dentro da área. É primário demais.

Tenho minha consciência limpa e sei que não se trata de abandono ao Todo Poderoso. Isso nada mais é que uma maneira de fazer valer essa alcunha.

PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!

E QUEM NÃO FOR CORINTHIANO...

* Atualização: muitos viram a forma sensacionalista, ignorante e irresponsável da imprensinha abutre para tratar a morte de Douglas Karin Silva, corinthiano encontrado morto no rio Tietê na tarde da última segunda-feira. Ele era do Imperaú, time da digníssima várzea do qual nosso amigo Matheus Antunes também faz parte. Recomendo a leitura do post no respectivo blogue, que trata o caso com serenidade e, acima de tudo, respeito. Que São Jorge receba o Douglas e que a imbecilidade um dia chegue ao fim.

25 agosto 2011

Legalidade: 50 anos


Em 25 de agosto de 1961, o ambíguo presidente Jânio Quadros anunciava à nação que estava deixando o cargo. Dizia ele em seu último bilhete que "forças terríveis" não o deixavam governar, numa quase paródia à carta-testamento deixada por Getúlio Vargas sete anos antes, quando o "pai dos pobres" meteu um balaço no próprio coração, freando o ímpeto militar pelo poder ao inviabilizar qualquer movimentação política que não tivesse amparo do povo. A semelhança das cartas, muitos dizem, não era mera coincidência. Jânio também apostava no populismo, mas obviamente sua renúncia não gerou muito engajamento. Aliás, quase zero. Os indícios apontavam para um só caminho: uma jogada (golpe é muito forte e veio 3 anos depois) para se fortalecer e centralizar de vez todo o poder em suas mãos. Mas chegando em São Paulo após a decisão, não tinha ninguém de pedindo sua volta.

Se a morte de Getúlio segurou os milicos em 1954, a jogada mal ensaiada de Jânio foi tudo que as fardas queriam para começar a mexer seus pauzinhos em direção ao recém-inaugurado Palácio do Planalto. Primeiro porque é preciso recordar o espírito anticomunista se disseminava na América Latina e dos inúmeros golpes de estado bancados pela pátria mãe do imperialismo. Nessa investida norte-americana, as escolas de oficiais todas estavam corrompidas e com a finalidade de produzir combatentes contra a onda vermelha que, por aqui, ganhava força com Fidel Castro e Che Guevara, além da sempre presente - e sempre jogada à clandestinidade - ação do Partido Comunista. Tendo isso em vista, era óbvia a intenção de tomada militar do poder ao dizermos aqui o nome do vice que deveria assumir: João Goulart.

Considerado muito esquerdista para o gosto da média opinião - Jango estava à frente do Ministério do Trabalho no governo eleito de Getúlio que deu 100% de aumento no salário mínimo -, o cargo de presidente estava à espera do homem que, no mesmo dia 25, se encontrava na China socialista em viagem oficial para estreitamento de laços comerciais e diplomáticos. Um terror para a família e os bons costumes! Imediatamente, as tais forças terríveis de Jânio trabalharam, usando principalmente sua base parlamentar e aliados da mídia para impedir o cumprimento da lei. Nesse cenário, destaca-se o golpista-mor da classe média, o jornalista Carlos Lacerda.

No Rio Grande do Sul, governava Leonel de Moura Brizola. E para entender o que foi Brizola, é preciso estudar seu mandato nos pampas. Cito aqui as principais realizações para não me alongar: ele investiu pesado na Educação, promoveu a reforma agrária e obras estruturais para a integração do Rio Grande e estatizou empresas estrangeiras, entre outros feitos. Por isso, era outra ameaça aos olhos dos milicos, obviamente contrariados com essa política de autonomia e de valorização do social. Pois foi esse bravo cidadão de liderança única quem liderou toda a nação na maior mobilização popular brasileira do século XX: o Movimento da Legalidade.

Não é exagero a afirmativa, uma vez que o país entrou num clima de verdadeira guerra civil. Depois de silenciar inúmeras emissoras de rádio e corromper jornais que se prestavam a esse papelão, os milicos não conseguiram chegar ao transmissor da Rádio Guaíba, a única fonte de informação daqueles que defendiam a Constituição. E a guerra citada unia, numa mesma trincheira, pessoas de diversas orientações políticas, além de toda a população em geral. Porto Alegre, contam aqueles que participaram ativamente da resistência, virou a meca de quem lutava por um Brasil melhor.

A força do movimento tornou-se imensurável em poucos dias e rachou inclusive o Exército. Oficiais de baixa patente foram grandes heróis nessa história toda. Há o lendário episódio dos sargentos e soldados da base aérea de Canoas que, ao saberem da ordem de bombardeamento do Palácio do Piratini (sede do governo gaúcho), esvaziaram os pneus de todos os aviões e evitaram uma tragédia de grandes proporções. Pelos quartéis do interior, todos estavam com Brizola e isso forçou o general Machado Lopes, comandante do III Exército, declarar seu apoio ao governador. As adesões vinham, ainda, de todo o país. A UNE transferiu sua sede para o sul, diversas lideranças políticas se deslocaram ao encontro de Brizola e a declaração do mandatário de Goiás Mauro Borges à Legalidade, cercando a capital federal, ferveu os ânimos. O povo brasileiro estava unido e disposto a marchar do Rio Grande do Sul até Brasília para empossar Jango.

Infelizmente, as articulações políticas apaziguadoras (sempre elas) vieram com um parlamentarismo de meia pataca, imposto e aceito por João Goulart, numa decisão que foi o ponto de partida para sua deposição naquele terrível ano de 1964. Mas a figura a se exaltar aqui é a de Leonel Brizola, na minha opinião o maior político do Brasil República. Sua sagacidade, sua integridade e sua coragem motivam até hoje os gaúchos, os únicos neste país que ainda têm noção da representatividade do Movimento da Legalidade. Os desavisados, por outro lado, acusam Brizola de uma conspiração pela cadeira de Jango, o que considero uma visão muito simplista e até ingênua. Vou além: tivéssemos Brizola presidente naqueles tempos, seríamos um país muito diferente.

Claro que uma figura como Brizola não passaria ilesa da ignorância que é o principal fruto do regime militar. Além de exilado, ele teve sua imagem destroçada pública e insistentemente, principalmente pela Rede Globo. Já no Rio de Janeiro, onde também fez dois belíssimos mandatos, é de conhecimento geral e irrestrito a participação da emissora na eleição de 1982, com a fraude na apuração para prejudicá-lo. Histórico também é o direito de resposta obtido por Brizola em pleno Jornal Nacional, lido pela múmia Cid Moreira. A descontrução do mito perdurou até sua morte, em 2004.

Tanto Brizola quanto o Movimento da Legalidade são frações da história brasileira muito mal-tratadas, apesar de explicarem quase todas as cagadas de hoje. Brizola era o contraponto, o pensar e agir diferente. Um líder nato, de carisma incrível e que impunha respeito pela sua retidão e inteligência. Para saber mais, é recomendável ler "1961: Que as Armas não Falem", de Paulo Markun e Duda Hamilton. Deixo vocês com um link para o Hino da Legalidade, de autoria de Paulo Cesar Pereio e Lara de Lemos, além do documentário "Tempos de Luta", que conta um pouco da história do gigante Leonel Brizola.

VIVA BRIZOLA! VIVA A LEGALIDADE!



21 agosto 2011

Um DEDO de prosa


Há certos momentos em que sentimos a necessidade de quebrar um pouco a linha de conduta para que alguma coisa mude, ao menos para nós mesmos. Talvez prevendo outra vergonhosa apresentação do Corinthians em pleno Templo Sagrado, São Jorge mandou um sinal: tire esse nó da garganta e xingue a besta que habita o banco alvinegro até ficar afônico.

Estivemos nessa missão Filipe, Daniel, Thiago (irmão do Daniel) e eu à beira do alambrado da numerada na referida partida. De minha parte, com o único objetivo de infernizar a vida do senhor adenor leonardo bacchi. Escuto patrulheiros bradando "abandonaste o Corinthians!", e a esses digo que não consigo ficar inerte à ineficienciabilidade de tite. Vira e mexe, afirmo que o Corinthians em campo é o reflexo da torcida na arquibancada. O papelão no gramado foi nada mais que a extensão da bunda-molice e do silêncio irritante lá das organizadas, dos quais não fui colaborador. Entre o papelão e o "abandono", que para mim foi "fazer o que está ao meu alcance", fiquei com a segunda opção.

Logo aos dez minutos de partida - e já havia tempo suficiente para a múmia ter posicionado todo o time na área de defesa em um escanteio adversário -, mandamos meia dúzia de palavrões e ironias quanto à opção tática (tática?) de adenor, no que fomos prontamente respondidos com um dedo do meio. Mas não foi assim um dedo do meio com vontade, de gaudério macho (gaudério macho?). Cagalhão como é em tudo na vida, tite tratou de escamotear o insulto atrás do banco de reservas.

Esse dedinho, que durante os 80 minutos de partida subseqüentes foi motivo de sugestão ao próprio cu do treinador, recebi menos como insulto e mais como o cumprimento de nosso objetivo. Berrávamos, tão somente, que ele é burro e incompetente. Somente a verdade causaria tamanha intempestividade na réplica, feita, repito, de maneira covarde e na retranca. Oras, se aquilo dito no alambrado atingiu os nervos de tite, é porque ele mesmo se reconhece na burrice e incompetência.

Temos outras provas da insignificância de tite. Um abutre da rádio Tupi interpelou-me no início do jogo, querendo fazer graça e amizade. Enfiou o microfone na minha cara e pediu: "falae!" Prontamente, respondi: "tio, duas coisas: por que vocês se comportam como abutres e por que vocês não perguntam na coletiva como é que um time coloca onze jogadores na defesa na cobrança de escanteio e ainda toma gol". O carniceiro ignorou sua condição na cadeia animal, mas adorou a sugestão de pauta - registro que tive de repeti-la umas cinco vezes, pois o dito cujo devia ter déficit de atenção -, ainda que provavelmente não a tenha colocado em prática.

Mais ainda. No retorno do intervalo, o preparador de goleiros Mauri passou diante de nós e eu não perdi a chance: "Mauri, assume essa porra e manda o adenor passear!" A gargalhada que veio como resposta demonstrou claramente o nível de respeitabilidade que esse energúmeno dos pampas tem entre os próprios colegas de trabalho. Finalmente, o presidente Andrés Sanchez (FORA!), saindo de sua confortável cadeira coberta, escutou, calou e consentiu o pedido: "ainda dá tempo, Sanchez. Mande esse merda embora e contrate Márcio Bittencourt".

Eis então, caros irmãos corinthianos, a prosa que eu queria levar com vocês. A intenção é induzi-los a uma reflexão mais profunda de nossa realidade. Esqueça a liderança de campeonato tão efêmera quanto enganadora, esqueça os espelhinhos marqueteiros. É chegada a hora de escutarmos nosso coração e, por nós mesmos, aplicarmos o corinthianismo a marteladas (como diz sabiamente o mano Filipe). Se hoje o saldo é de apenas um dedo, amanhã podemos ter de volta o aceno respeitoso àqueles que pagam ingresso e amam o Corinthians.

*P.S.: Um grande parabéns à Estopim da Fiel, que levou sua faixa em homenagem ao Doutor Sócrates. Ao que parece, ele já está se recuperando e em breve estará pronto para mais uma porranca. FORÇA, DOUTOR!

14 agosto 2011

Só para ser didático


Às burras almas que acreditam no mundo de fantasia dessa maldita escola de técnicos gaúchos, temos de ser didáticos para explicar melhor como funcionam algumas coisas no futebol. Trabalharemos apenas com fatos e dados, para ver se todo mundo entende que Tite no Corinthians é sinal de fracasso.

- um time grande que quer ser campeão nesse modorrento campeonato de pontos corridos não pode levar apenas 6 pontos dos últimos 18 disputados;

- um time grande não pode perder pontos, em casa ou fora, para atlético/pr, avaí e ceará, além das marias no Pacaembu e pequena sereia desmantelada no amontoado de laje;

- o Corinthians, liderando o campeonato e jogando no Pacaembu, não pode ficar um tempo inteiro de partida tomando sufoco de um time como o ceará;

- o Corinthians não pode contar com um treinador que não possui nenhuma inteligência para modificar taticamente o time durante o jogo;

- o Corinthians não pode admitir que seu presidente, por pior ou melhor que ele seja, mantenha um treinador como o Tite, o que significará mais um fiasco nessa temporada já tão recheada de derrotas vexatórias;

- só o Corinthians, jogando em casa ou fora, coloca seus 11 jogadores na área durante uma cobrança de escanteio. E ainda toma gol.

Se os orelhudos e esse filho da puta do Andrés Sanchez ainda não entenderam, então é melhor pedirem pra cagar e sair, assim como deve fazer o Tite.

À merda toda essa corja!

AQUI É CORINTHIANS!

12 agosto 2011

Corinthianismo acima de tudo


Em janeiro deste ano, eu disse o seguinte:

"O Corinthians é a utopia concretizada do povo. Fruto de uma conjunção de fatores racionalmente improvável, nosso Todo-Poderoso se tornou gigante e Centenário enfrentando provações diárias. Sua gente não podia ser diferente e agrega esses valores ao cotidiano como nenhum outro torcedor. Puxa daqui, arranca de lá, e o corinthiano resiste, contra tudo e contra todos, alimentando sua alma com o mesmo sonho que tiveram os ancestrais reunidos na famosa esquina do Bom Retiro, formada pelas ruas José Paulino e Cônego Martins.

Sonharam também Filipe Gonçalves, Fernando Wanner e Luiz Wanner, devaneio que acompanhei de perto, mais precisamente da arquibancada. Um sonho de comprometimento, de crença numa força inexplicável que brota da lendária biquinha, de legítimos filhos de São Jorge. Belíssimo como uma jogada de Luizinho, um lance magistral de Cláudio, um passe de calcanhar do Doutor, uma falta de Neto, uma redenção de Basílio, uma defesa de Ronaldo, um carrinho de Idário. E, acima de tudo, corinthianíssimo como cada batida do coração de Neco."

Tudo isso vale novamente para o lançamento do segundo livro da série Corinthiarte, que acontece amanhã, sabadão, no Memorial do Parque São Jorge, a partir das 17h. Com o título "O Campeão dos Campeões", a mais recente obra do trio parada dura irá abranger a década de 1920, gloriosíssima para o Coringão.

Lançamento "Campeão dos Campeões"
Local: Memorial do Parque São Jorge
Data: 13/08/2011 - 17h
Preço da obra: R$10



08 agosto 2011

Sobre espelhinhos, democratismos e questões práticas do marketing no futebol


O bafafá corinthiano da última semana não diz respeito às apresentações cada vez mais pífias promovidas pelo péssimo técnico que o
Corinthians mantém a preço de ouro. Surgiu uma tal “eleição” para “presidente” de uma “república”, fruto de outra ação de marketing que visa anuviar ainda mais a já tão restrita vida política dentro do Parque São Jorge. Pior – e de uma vilania gigantesca – foi terem incluído no rol de “governadores” (nome dado a quem se inscrever nesse processo eleitoral da rainha da Inglaterra) gente que, de fato, defende o Timão e exerce o corinthianismo, numa tentativa de purificar a coisa toda.

Deste humilde espaço que, diariamente, mantém sua taxa de rejeição em torno dos 90% (segundo o Google Analytics), a análise é prática e fria. Os tais espelhinhos continuam sendo oferecidos ao deus-dará, ocultando o
distanciamento do Corinthians de seus propósitos políticos e sociais ditados pelas nossas raízes. Mais prática ainda é a minha sugestão: por que raios não investem toda essa energia na divulgação e no apoio a iniciativas realmente eficazes e positivas como a gloriosa Rádio Coringão – encontrar o link da rádio no site oficial do clube é caçar agulha no palheiro.

Daí, a gente pode detectar algumas distorções conceituais dessa “eleição”. O objetivo, segundo consta, é garantir voz a todos os torcedores que querem falar do Corinthians. Não sei se vocês sabem, mas inventaram um negócio chamado internet que já proporciona isso. E aí voltamos à Rádio Coringão, um meio de comunicação que se consolida dia após dia, ao mesmo tempo em que serve de disseminador livre a diversos blogueiros, twitteiros, facebookeiros e orkuteiros. A Rádio, hoje, é o veículo mais democrático de toda a mídia esportiva, haja vista os quebra-pau verbais que constantemente acontecem pelos microfones por conta da diversidade de opinião, bem como as informações sempre precisas que sempre são dadas por lá.

A partir dessas duas constatações, pode-se concluir que a campanha propõe uma coisa, mas acaba fazendo o contrário. Dá apenas a ilusão de que os inscritos nesse processo eleitoral fiquem com a noção de participação nas coisas do Corinthians e, simultaneamente, enfraquece todos os meios de expressão alternativos à mídia abutre quando vincula espaços de comunicação a um pleito estéril.

Mais conceitos desvirtuados estão nos termos empregados para os participantes. A torcida do Corinthians não precisa de “governadores” e tampouco um “presidente”. Isso é uma ode ao autoritarismo que caracteriza diretorias sucessivas no Timão. Pelo contrário,
precisamos incitar na Fiel o ímpeto de mobilização coletiva, a experiência de auto-sustentação, a união autônoma de nossos pares, sem que tudo isso surja das salas ar-condicionadas do Parque São Jorge.

O marketing no futebol – A partir de agora, serei ainda mais presunçoso e farei brevíssima análise dessas estratégias de marketing aplicadas ao futebol, até porque trabalho (nas épocas em que tenho emprego) com isso. Diferentemente de todos os outros segmentos, os grandes clubes não carecem correr atrás do seu cliente ou inventar demandas de consumo para que sua “marca” seja consolidada. O caminho é inverso, uma vez que ninguém me avisa quando tem jogo do Corinthians. Aí reside o grande dilema: marketeiros do futebol trazem com eles somente a experiência de mercado, baseados nas planilhas de venda.

O marketing futebolístico, portanto, serve (ou deveria servir) tão somente a reforçar as paixões, a história e a própria torcida a que se destina. Não é preciso inventar novos conceitos, basta buscar a essência e o restante será garantido por times bem montados e títulos. A tarefa é bem simples: valorize o torcedor, respeite as tradições da arquibancada, da numerada, do alambrado ou do sofá. Toda e qualquer iniciativa que fugir disso tende a problemas futuros, gerando descaracterização total não só das torcidas como do próprio esporte.

Reitero, ainda, que em nenhum momento estou questionando linhas editoriais de quem quer que esteja participando da última roxemberguiana. Só lamento que algo tão sem sentido e tão alienante – marcas da gestão – ainda seduza muitos irmãos da Fiel Torcida. De minha parte, não consigo dar voto de confiança a um dirigente que não respeita nem nossa camisa.

Mais sobre:

- O Bunker Corinthianista
- O 1º Golpe da República Popular do Corinthians ou We won´t get fooled again!