12 julho 2010
Balanço da Copa
A cada edição da Copa, o futebol fica cada vez menos futebol. A vitória da Espanha no último domingo foi relevante porque demonstra qual o tipo de modelo que está sendo valorizado hoje em dia. Aliás, se não fosse a Espanha, lamentaria do mesmo jeito um título de Inglaterra, Itália, Holanda e Alemanha, todos eles pólos do que se adotou como modelo de futebol moderno. É muito mais prejudicial a consolidação dessa bobagem de modernidade que uma vitória da seleção de Dunga, se vocês querem saber...
Como balanço do torneio de 2010, podemos tirar algumas conclusões:
- As vaias ao uruguaio Suárez - responsável por uma das poucas jogadas decentes nesse Mundial fraquíssimo - durante a disputa pelo terceiro lugar foram constrangedoras. Suárez, para quem não lembra, salvou a Celeste de uma derrota no minuto derradeiro da prorrogação contra Gana, tirando a bola de cima da linha com uma cortada à la Gilsão Mão de Pilão. Mandou a olímpica babaquice do fair play às picas e foi premiado com a classificação de seu time para a fase seguinte. E aí a imprensa quis compará-lo a Henry e Maradona, numa inversão de valores terrível. O francês foi, de fato, um canalha e teve sua canalhice punida com um chá de banco e a eliminação vergonhosa da França na primeira fase. A mano de D10s, por outro lado, é totalmente justificável e heróica porque tratou de vingar uma covardia bélica. Quanto a Suárez, nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Sua intervenção faz parte do jogo e foi devidamente repreendida pelo árbitro com a marcação do pênalti e com a expulsão. O resto é choro e desconhecimento.
- Durante o silêncio oriundo da Copa, os canalhas aprovaram no Senado a reformulação do Estatuto do Torcedor (???).
- Chegou em casa uma IstoÉ (e faz mais de dois meses que os desgraçados mandam esse lixo para mim, de graça, num artifício desonesto para aumentar a tiragem) que traz entrevista com o Galvão Bueno. Falam de amenidades e tentam recolocar o péssimo narrador de volta a seu pedestal, inclusive tratando o "Cala Boca Galvão" como mera brincadeira. Esqueceram de tocar no ponto crucial, que foi a ridícula cobertura global da Copa e sua campanha contra Dunga, motivada pela quebra do monopólio e pelo fim às regalias da emissora dos Marinho. Isso não pode ser chamado de jornalismo, mas de assessoria de imprensa. Noves fora, em 2010 diminuiu a influência da contraditória vênus platinada, que exalta a liberdade de expressão para derrubar um treinador e, ao mesmo tempo, processa o UOL pela exibição dos gols da Copa.
- É impressão minha ou a internet aumentou o número de aproveitadores que se dizem torcedores durante a Copa?
- Você se lembra de alguma vez que a escolha do chefe de delegação tenha sido tratada com destaque pela mídia suja? Pois só o Corinthians consegue isso. Os abutres não engoliram até agora que um presidente do Corinthians, por mais filho da puta que seja, tenha representado o futebol brasileiro diante do mundo. Só porque o cara bebe, fala palavrão e não se veste de terno, como faz a maioria do povo?
- Parabéns à África do Sul!
- 2014 está cada vez mais perto.
- A Copa foi tão sonolenta que eu comemoro a volta do modorrento Brasileirão por pontos corridos...
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5 comentários:
Eu gostei da Copa. Descontando ridiculices da Globo, foi um torneio disputado, em que todas as seleções apresentaram-se conscientes de suas limitações, tentando o fazer o melhor possível.
Não dá pra desejar uma Copa com 8 gols por jogo...
Jeferson, vou até aproveitar a deixa do teu comentário para esclarecer. Quando eu digo que um jogo de futebol é chato, não quero um placar elástico. Do que eu vi nessa Copa, foi tudo muito burocrático. Pra mim, só dois jogos se destacaram: Alemanha x Argentina e Alemanha x Uruguai.
A diferença da España foi ter tido uma categoria de base decente, ao contrário do resto do mundo todo. E ainda assim...
No mais, CORINTHIANS.
E basta.
a copa só ficaria em boas mãos caso o uruguay vencesse, é o que eu digo...
É HOJE, SAMURAI!
Concentração total!
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