05 agosto 2009

Vocês conseguiram


Em 1989, aquele fuzuê todo em torno da eleição presidencial pós-reabertura contaminou até mesmo a mim, que contava então com 8 anos de idade. Foi nessa época, aliás, que eu comecei a admirar o sapo barbudo, apesar de gostar também dos jingles lúdicos "tralalalalá Brizola" e "Bote fé no velhinho". Obviamente, todos eles bem menos emocionantes que o tradicional "Lula lá".

Porém, deixemos de digressões para lembrar que o resultado do referido pleito foi o caçador de marajás subindo a rampa do Planalto todo pomposo - quem sabe por conta de algum supositório. Seu trágico mandato, finalizado por um inédito processo de impeachment, teve Casa da Dinda, passeio de jatinho e jet-ski, aula de caratê, confisco de poupança e início do ímpeto privatista. Com o moral lá no pé, Collor pediu para sair depois de uma fortíssima campanha popular e, mesmo tendo aquilo roxo, acabou relegado inclusive pela própria famiglia.

O relógio corre e cá estamos em 2009. O sapo comunista está terminando seu segundo mandato na presidência da república com mais de 80% da aprovação popular, depois de promover diversos programas de inclusão social, eliminar a dependência ao FMI e reduzir os impactos de uma das maiores crises econômicas mundiais, entre outros feitos. Ainda assim, são constantes as tentativas de golpe bancadas pela mídia suja, sendo a mais atual a "crise Sarney". Depois de 60 anos de vida política, só agora os jornais descobriram que esse filhote da ditadura e do coronelismo não presta. Nem mesmo nas piores cagadas do poeta do Maranhão como mandatário brasileiro houve tamanha indignação. Mas o alvo, vale sempre destacar, não é o agora senador.

Mantendo em dia sua tradicional irresponsabilidade, a imprensa nativa conseguiu nesta semana uma proeza digna de registro em enciclopédias. Ao alimentar a campanha de desestabilização institucional do Senado, ressuscitaram o Fernandinho, que deu um show no plenário ao responder a seu colega senador, o gaúcho Pedro Simon (aquele que prega uma política íntegra, mas nada diz sobre sua aliada Yeda Crusius). Quem faz uma bela avaliação disso tudo é o Azenha, de quem só discordo quanto a dissolução da casa parlamentar. É divertidíssimo ver ratos brigando por um pedaço de queijo estragado. Confira a pérola, protagonizada pelos ícones da decência Renan Calheiros e os já citados Simon e Collor:



3 comentários:

Unknown disse...

É realmente impressionante Cláudio... fora o que fazem pra santificar o Dantas, endemonizar Protógenes e de Sanctis...

Só votava em presidente e senador, porque achava que eles ainda faziam a diferença, mas sinceramente? Minha convicção leva bordoadas diariamente.

Filipe disse...

Mas que é ridículo o ribamar ler um discurso recheado de contumazes mentiras, escrito pelo advogado do pardinho dirceu, ah, isso é.

No mais, como fazem com o nosso Corinthians, a abutraiada consegue fazer semelhantes coisinhas com o nosso çapo.

Esse povinho desse país precisa ver um pouco de derramamento de sangue, sob uma causa social justa...

Craudio disse...

O discurso do Sarney foi a cereja do bolo nesse circo inominável.