"Se eu morasse aqui pertinho, nêga Todo dia eu vinha te ver E trazia um par de cheiro, nêga Pra derramar em você
Bota o teu vestido logo, nêga Venha antes de chover Bota teu vestido novo, nêga Se tirar, me dá prazer
E quando chego no riacho Vou metendo a mão por baixo E arrancando o girassol
Canto sempre um belo xote Dou um cheiro no cangote Por baixo do lençol
Já se foi a lua cheia Ja é meia-noite e meia Até logo, até mais ver!
Se eu morasse aqui pertinho, nêga Todo dia eu vinha te ver"
Busquei na memória para tentar lembrar quem eu era quando tinha 20 anos e encontrei um completo idiota que se achava um sabichão. Aquele babaca não fazia sequer noção de que a melhor coisa da vida dele ainda iria acontecer um pouco mais para frente. Essas duas décadas formaram um sujeitinho bem lamentável que fazia escolhas invariavelmente duvidosas e que sempre se lascava por causa disso.
Já há 20 anos atrás, me deparei com a única certeza em meio a um turbilhão de inseguranças, frustrações e algum pessimismo. Há 20 anos encontrei uma parceira perfeita. Mas não aquela coisa de filme mela-cueca, de romancezinho da sessão da tarde. Era a parceira da sacanagem, a parceira da marotice, dos aprendizados, do compartilhamento de frustrações, sonhos e inquietações. De cama, mesa e banho, daquela bossa da bateria que casa com o samba-enredo na medida, do chute no ângulo e da receita que dá certo.
Uma das nossas fotos que mais gosto é aquela com a gente andando na praia, depois de tomar uma cana brabíssima, brincando de companheirinho e provavelmente maledicendo alguém ou alguma coisa. Ou melhor ainda: tirando sarro um do outro. É o resumo perfeito disso que eu estou falando. Se a gente tocasse numa banda, não precisava de ensaio. Se jogássemos futebol, era tabelinha e dibrinho sem treinar. A cerveja da nossa geladeira sempre sai trincando.
Esse tipo de coisa não se constrói da noite para o dia e também não acontece sem esforço, dedicação e um amor que, em meio a tantos obstáculos que tentam se impor, irrompe as dificuldades e prevalece. É um orgulho para mim encher a boca e dizer que a gente construiu um troço tão bom e bonito de viver em duas décadas.
Que em cada dia das próximas décadas eu possa continuar fazendo com que você queira estar no dois para lá, dois para cá comigo.
"Ouro em pó, areia fina Rolou na beira do mar Iansã que ilumina Com seu raio de luar
Meu são Jorge coroado Abriu a Lua de marfim E o meu amor encantado Fez um samba só pra mim
Meu amor Meu amor é de mar É de mar é, é de mar é, é de maré
Meu amor com um olhar, instaura uma paixão E com outro olhar, a solidão Me ama conforme a Lua, faz um clarão Lua cheia me corteja, Lua nova diz que não"
Outra vez você me salvou de mim mesmo e nesse dia 19 de novembro - além de todos os outros - quero deixar claro e evidente que vou fazer de tudo pela devolutiva. Como maré, você me arrastou pelo braço, me fez emergir e não deixou que eu entrasse de cabeça na fossa mais profunda das águas obscuras que nos pega vez outra em momentos de desatenção.
Mais do que sempre, mais do que nunca, vou te celebrar por tudo que você é. Por tudo que você proporciona na vida de cada um que te cerca e te rodeia. Bobo de quem não percebe, bom pra mim, me sobra mais de você.
Minha onda é você. Minha oferenda é o amor maior. E vamos navegar boas águas desde já até as próximas aventuras, vencendo tempestades e curtindo a brisa.
"É engraçado A gente acontecer daquele jeito seria errado Tá combinado
O universo conspirando a favor desse amor
Que esperou pra acontecer, não teve pressa Não tinha espaço Os nossos corações ainda estavam ocupados
Foi necessário Ver um final em cada história, viver cada dor
Agora é hora de viver essa promessa
Nem um dia, nem um minuto antes Eu não mudaria aquele instante
O primeiro beijo que você me deu Foi magia, foi um sonho, aconteceu Um segundo vai durar pra sempre Demorou, mas valeu"
É bom lembrar de tudo que aconteceu desde aqueles primeiros olhares, beijos, cheiros, mãos e corpos. De como as coisas foram acontecendo com a gente se beirando e nunca se encontrando até chegar a hora certa.
Eu ando meio derrubado nesses últimos tempos e sei que não devo estar inteiro com você, mas aí me recordo de todos os perrengues que a gente já conseguiu atravessar e tenho a certeza que tudo isso vai passar. Preciso voltar rapidamente a estar completinho para te acompanhar como sempre quis - e como é o correto.
No final das contas, esse tempo todo, esses 19 anos de ombro a ombro conseguem nos dar perspectivas diferentes, nos faz ver as coisas com mais sensatez e com a dose corrigida de paixão e alvoroço.
Não há pressa. Pode até demorar, mas a gente sabe que vai valer.
Amo infinito cada microssegundo desse tempo nosso.
VIVA NÓIS!
19 novembro 2023
"Hoje eu sonhei que ela voltava E vinha muito mais que linda À meia luz me acordava Cheirando a flor de tangerina
Eu lhe amava e mergulhava No seu olhar de onça menina E docemente me afogava Em suas águas cristalinas
Depois sonhei que ela voltava E dessa vez bem mais que linda À meia luz me afagava E sua pele era tão fina
Quando acordei meu bem chegava Seria onça ou menina Chegar assim de madrugada Cheirando à flor de tangerina"
A trabalheira que deu para ganhar um espacinho na vida da minha preta me fez um sujeito obcecado em pensar nela 24 horas. Acordado ou dormindo, passo o dia imaginando o que ela estaria aprontando, nos pepinos que estaria resolvendo, nas encheções que estaria agüentando e no suor derramado para pouca recompensa.
Por isso, desde que a gente se amarrou, botei na cabeça que é quase um dever conseguir amenizar um pouco das angústias que gritam em sua caixola, ainda que ela não tenha pedido por nada disso. É, talvez, minha mania de planejar coisas.
Uma das atitudes extremas, por exemplo, é ficar caçando casas pelo interior para ela morar, ainda que eu não tenha o suficiente nem mesmo pra prestação do Minha Casa Minha Vida. O plano, basicamente, é tirar da frente todos os obstáculos para que ela possa ser esse acontecimento brilhoso, astronômico, astrológico, alegre e bonito desde o primeiro 19 de novembro em que pintou por aqui.
Mas seja em sonhos, delírios, ao vivo ou em pensamento, uma coisa é sempre certa: meus olhos brilham quando os seus falam. E aí tudo faz sentido.
"Quando a gente se encontra, cresce no peito Um gosto de vida Um sorriso, tanto querer
É quando a luz da saudade Acende de um jeito Se faz tanto tempo a gente não quer nem saber
Agora será como sempre Eterno, presente Certeza que mesmo distante, em nós resistiu
Seja luar, amanhecer Saudade vem e vai Amor é o que me levará a você "
Esse amor que me carrega, me sustenta e me enche de vida há tanto tempo já chegou à maioridade, mas a gente bebe, comete delitos e faz coisas impróprias para menores desde o início.
São essas coisas que me deixam sempre vidrado com a felicidade que veio me encontrar nesse tempo todo. É um caminho longo, delicioso e que me orgulho muito de ter construído ao teu lado.
Nega, é o nosso legado! É um troço esplêndido o que a gente fez. Que espetacular isso ter acontecido!
Amo-te como sempre! Que venham novos recordes de longevidade, porque a gente ainda tem muito a aprontar.
Em 1998, a Federação Paulista de Futebol promoveu um concurso chamado Disque Marcelinho em que a torcida que realizasse mais ligações teria em seu clube o atleta Marcelo Surcin, que fora adquirido pela entidade e posteriormente seria repassado à agremiação com maior poder de mobilização telefônica. Meu padrinho, palmeirense até o último fio de cabelo, jurou que não iria assistir mais aos jogos se o tal sujeito vestisse a camisa verde.
Foi com meu padrinho que aprendi muitas coisas nessa vida, especialmente valores éticos e humanos, e também muito da conduta de torcedor. Embora rivais, tem coisas no futebol comuns a todos. E essa promessa me marcou muito porque eu percebi que ele falava bem sério sobre deixar seu amor futebolístico de lado por conta de uma pessoa de caráter duvidoso e que era, merecidamente, considerado um inimigo pela porcada. De todo jeito, o Demagoguinho Carioca voltou para o Corinthians, ele se viu livre da promessa e eu fiquei imaginando o que me faria firmar uma postura similar.
Retomo momentaneamente este blogue justamente com essa história para contextualizar e oficializar um posicionamento que, espero, seja a de muitos outros corinthianos diante de algo muito mais grave. O Corinthians acaba de sujar a sua história de 112 anos ao contratar um estuprador como técnico. A diretoria que diz "respeitar as mina" impôs mais uma humilhação ao torcedor ao chamar um vagabundo dessa magnitude para trabalhar no comando do futebol profissional. Não basta todo o revisionismo e toda a crise de identidade. A tal "renovação e transparência", descendentes diretos de outro lixo chamado wadih helu, jogou a pá de cal sobre um clube que agoniza há algum tempo e que agora inexiste sob os ideais que nortearam sua fundação.
Diante dessas condições e lembrando do ensinamento do meu padrinho, registro que não irei assistir a qualquer partida do Corinthians até que o estuprador seja demitido. Permanecerei completamente alienado das coisas que envolvem o futebol alvinegro enquanto o estuprador infectar as dependências do clube. Em 30 anos de arquibancada, nunca passei por um momento tão triste, vergonhoso e desolador na minha existência como torcedor. É uma decisão dura, dolorosa, mas necessária.
O Corinthians pode, porém, ressuscitar. Vai depender exclusivamente da vontade de sua torcida, que anda cada vez mais omissa e focada em interesses diversos que não o de fiscalizar e direcionar tudo o que acontece no Parque São Jorge. Enquanto houver quem banque esse bando de vacilão no comando do clube, coisas piores irão se repetir.
"Escorpión Donde pone el ojo pone su valor Sin querer A todo lo que tenía renuncié
Me dejé llevar Me dejaste ir Y no tuve miedo de seguir Contemplándote
Será por tu libre cuerpo Será por tu desencuentro Te miré, te miré Y no supiste qué hacer Será por tu pelo negro Será por tus ojos bellos Te miré, te miré Y no supiste qué hacer
Expresar Que tu evidente luz me iluminó Yo lo vi En tus ojos me querías perseguir
Pero te llevé Hasta el límite Y no tuve miedo de seguir Contemplándote
Me dejaste ir Y no te encontré Me dejaste así Sin sentir"
Ao consultar o dr. Google, vemos que:
"As picadas de escorpião podem ser dolorosas, mas a grande maioria é inofensiva. No entanto, algumas espécies podem ter picadas fatais (nota do editor: matam de amor). As picadas são mais graves em crianças pequenas e idosos. Os sintomas leves incluem dor e inchaço no local da picada (nota do editor: Hummm, inchaço no meu local). Os sintomas graves incluem espasmos musculares, sudorese e salivação.A maioria das picadas não necessita de tratamento. Os casos graves podem precisar de soro antipeçonhento (nota do editor: cerveja)."
Notou que eu tenho todos os sintomas? Desde a primeira vez que estive contemplándote, não soube o que fazer a não ser continuar olhando e olhando e olhando. E já nem sei mais de mim porque é só você.
Que tudo fique mais suave, que tudo fique mais calmo e que os dias a seguir tenham mais sossego. É isso que eu desejo e que vou tentar te dar, ainda que não consiga de uma vez. Enquanto isso, vou preenchendo os buracos com beijos, regalos, chamegos e rolês.
Você até hoje não faz idéia do quanto me é importante e me faz sorrir de bobo.
"E a rotina começa de novo na segunda-feira Esperar tanto tempo sozinho não é brincadeira Terça-feira é muito pior, é difícil ficar sem você Já é quarta e o sol outra vez vai aparecer
E o desejo de novo em meu peito acende a vontade De pegar o telefone e dizer, amor que saudade Quinta-feira eu começo a viver Vem chegando o fim de semana Sexta-feira a gente se ama, se ama, se ama
E aí tá tudo bem, você é o que eu preciso Tudo certo eu e você, no paraíso Um cinema pra curtir e no sábado sonhar No domingo a gente volta a chorar"
Ultimamente você tá assustando que já fazemos um tempo danado, se surpreendendo com a sua capacidade de me aturar. A resposta é simples: a gente atingiu o grande objetivo da vida, minha nega! A gente ficou velho juntinhos!
A surpresa é culpa da propaganda exacerbada e mentirosa que diz que a vida tem que ser uma grande aventura. Mas as coisas de verdade acontecem no seu tempo e na sua toada, sem pressa, sem pressão. Um raio pode até ser espetaculoso e gerar faísca, mas é efêmero. O bom é ter a consistência de um rio perene, correndo manso e bonito.
O que a gente teve até aqui, portanto, foi um ótimo e constante aperfeiçoamento daquele primeiro dia, mudando cenários, mas que contou com os mesmos elementos essenciais que nos acompanham nesse rolê delicioso: música, rua, palhaçada, quantidades excessivas de álcool, bobagera, a gente procurando lugar pra mijar e terminando o passeio com aquele que está melhor escorando quem está cambaleante e com o cachorro lambendo a boca (às vezes literalmente).
Depois de dois anos dessa desgraça de micróbio proibindo a gente de chamegar e maxixar na comemoração do dia mais feliz de todos que foi aquele que você me butou no seu caminhão, a gente volta a um dos marcos iniciais para mais uma vez aprimorar aquilo que a gente faz melhor juntos. Rotina não tem como ser ruim desse jeito.
"Sou aquele que um dia, não sabendo bem onde chegar, já em meio do caminho parou parou pra pensar.
Foi quando uma sombra amiga a meu lado projetou-se então. Mesmo ainda indefinida amenizou a minha solidão.
De repente, uma voz me dizendo: - vim pra ver o que é que você quer. Foi daí que, como por encanto, aquela sombra se fez mulher.
Eis meu coração em festa, como alguém que acorda, chora e ri. Olha as pessoas de frente Já sabe dizer: estou aqui!
Quis até fazer um verso, como reprimir tanta emoção? Libertei meu pensamento, abrindo espaço à imaginação.
Olha eu voltando atrás no tempo, numa rua antiga fui parar. Na calçada um pião jogado sonhando um dia poder rodar.
E pra nova companheira hoje eu digo com carinho, então, que ela puxou a fieira e rodou o meu pião."
Ao povo do santo, o encantamento é a volta que se dá nas idas e vindas entre o palpável e o imaginário, o concreto e o metafísico, a razão e a emoção. É também para onde se vai depois de cumprir o tempo por aqui, onde residem as forças que nos guiam e de onde parte o arrepio que dá no braço quando bate um bumbo.
Ter você na caminhada foi a iluminação, o desprendimento para além do umbigo e a descoberta de um, dois, mil mundos. Não há, portanto, um 19 de novembro sequer que não mereça uma festa aqui no meu peito que fica do tamanho do universo.
Como a fieira ao pião, você é minha força motriz. Por isso tenho certeza absoluta que esse pessoal todo que sempre nos acompanha - apesar dos olhos não os enxergarem - fizeram de tudo pra trançar os fios dos nossos caminhos.
Há um ano, a gente tentava fazer planos. Hoje, já dá para executar alguns deles. O medo vai passando, o desencanto vai se desfazendo e a gente vai em festa para a rua, que é o nosso lugar. Nós dois. Eu encantado por você.
"Quando a gente se encontra, cresce no peito Um gosto de vida Um sorriso, tanto querer
É quando a luz da saudade Acende de um jeito Se faz tanto tempo a gente não quer nem saber
Agora será como sempre Eterno, presente Certeza que mesmo distante, em nós resistiu
Seja luar, amanhecer Saudade vem e vai Amor é o que me levará a você"
Andam dizendo por aí que esse ano de pandemia, para certas coisas, não vai contar. Estava pensando nessa possibilidade, mas como cada segundo com você é melhor que o anterior, prefiro tomar esse período em que pouco ficamos perto como mais uma prova de que a gente é do caralho juntos.
Talvez a saudade esteja sendo boa porque ela só reforça todo o amor, o orgulho e a admiração por essa nossa caminhada. Ainda que continuemos sem festa, sem beijo e sem beijar os cachorros na rua de bêbados, quando é pensando em você eu consigo ser otimista e só faço imaginar tudo o que teremos de providenciar quando isso acabar e a gente continuar.
Vai chegar o dia de tirar os atrasos e a vida será melhor. Acho que a gente até deve isso a quem não conseguiu sobreviver nessas trevas em que nos enfiaram. É a nossa missão astral.
Amo-te demais da conta. Em tempos incertos, é essa minha única perspectiva imutável e inegociável.
"Quién dijo que el amor Era solo cuestión de decir te quiero Quién dijo que olvidar Era solo cuestión de dejar Que el tiempo cure todas las heridas
Y quién dijo que los dos Íbamos a cruzar este mar de miedos Y que en tus ojos hoy, encontraría el refugio para ser La palabra justa en tu poesía Mi mejor versión de cada día
Quiero Quiero darlo todo a cada instante Puede que mañana sea tarde Para recordarte lo que siento por ti
Cuento Cada hora que perdí en silencio Cada atardecer estando lejos El camino es largo pero es nuestro Como la ilusión que guardo dentro
Cómo decir que no Que no voy a pelear un amor sincero Cómo decir adiós
Si muero por quedarme junto a ti Todo lo que soy yo te daría Y solo un beso tuyo bastaría"
Amor meu, minha ídala de sempre: chegamos até aqui neste que deve ser o ano mais difícil de todas as nossas vidas. Sem estar perto, sem dividir experiências, cotidiano, conquistas e derrotas. Fica mais difícil e às vezes não sei se estou usando as palavras certas para te ajudar. De todo modo, ninguém nunca disse que seria fácil.
Apesar dos pedregulhos, o caminho é nosso e a gente vai desbravando. Descobrimos modos diferentes de estarmos lado a lado e assim seguimos adiante, construindo o amor e sendo os melhores parceiros de crime. Eu não queria estar em nenhum outro lugar senão com você nesse rolê doido e cheio de emoções.
Quando essa nuvem traiçoeira sair de cima de nossas cabeças, quero te dar toda a alegria do mundo. Anote aí: iremos tirar todos os atrasos. Acho que já cumprimos toda a cota de restrições e daqui para frente é viver plenitudes.
Amo-te um infinito! Viva a minha nega! Você faz uma falta na minha vida que nem tem idéia.
"Pior que um facão de ponta São as pontas do seu olhar Quando um amor desponta, encanta Qual o brilho do luar Chegou feito ondas brancas Trazendo o cheiro do mar Meu coração balança, menina Você me faz sonhar Seu corpo já traçou seu destino Vem pode navegar O navio apitou Tem festa pode aportar Batuque samba de roda O meu dengo vai estar Quero te ver de saia rendada pra saracutiar Ficar a noite inteira sambando Até o sol raiar Dodo cantou pra naná na Ribeira ô ô Vovó foi lá perfumar a ladeira ô ô Eu quero ver mô jogar capoeira ô ô Na festa do beira-mar"
Era para ser uma festa daquelas. Eu, pelo menos, já estava planejando desde o ano passado todo furdunço de 15 anos. Carne, pagode, futebol, cerveja, o diabo. Tudo isso que é tão importante para mim ainda seria pouco para representar o tamanho da sua importância, do seu impacto e da sua influência na minha vida.
E aí veio essa merda de pandemia e acabou com a nossa alegria. Lá se vão dois meses e meio sem eu ter com a minha nega. Sem chamego nem enrosco, sem a mesa do buteco onde armamos conspirações e crimes perfeitos, sem o toque e o cheiro. Ah, como me faz falta.
Nesses tempos de perdas e ausências, o que tem me salvado é escutar sua voz, te ver na telinha, ouvir sua mensagem espocando no celular e recebendo teus mimos pelo correio. Até nessas situações de extrema agonia, vejam só, minha preta me faz ganhar.
Não pense, no entanto, que a bagunça não vai acontecer. Não pense que eu vou deixar de confabular coisas absurdas e fanfarronas para a gente rir de nós mesmos. Cada dia longe é um dia a mais que eu passo pensando no que ainda temos para fazer. Vou logo avisando que temos um monte de coisa pela frente.
Amo um tanto que não cabe no peito! E tenho um orgulho danado de estar ao seu lado.
I'll still find something there with my love It's understood It's everywhere with my love And my love does it good
(...)
Don't ever ask me why I never say goodbye to my love It's understood It's everywhere with my love And my love does it good"
Porque você anda meio cabisbaixa, e não dá pra culpar, achei que é preciso apenas lembrar. Lembrar de que você é aquela que faz um bem danado, que tira "do nada um império pra me dar". Você acha ali, no cantinho, uma faísca pra gente fazer fogueira e transformar numa bobagem que só nós iremos achar graça. Juntinhos. Porque você faz tudo bem.
Assim, quando bater aquela sensação de que nada está dando certo, que as coisas só desanimam, lembre que talvez seja isso o que a canalha quer. E se lembre de que você faz tudo bem; aliás, tudo ótimo. Inclusive pra mim, um sujeito chato com tudo.
Não baixe a guarda, nunca esqueça daquilo que você é. Gigante, linda, emocionante e instigante. Você faz tudo bem.
"Contigo no escuro sem saber ao certo Acertei meu futuro que passava por perto Na madrugada a brisa mais forte A cidade calada só eu e você trombando com a sorte Num hotel sem conceito, rolando na cama Sem nenhum preconceito a gente se ama Bebendo um scotch falso e sem gelo Mostrando pro mundo que amor vagabundo também tem seu apelo E foi assim Aconteceu Numa balada você e eu Fiquei feliz com esse presente Que a vida me deu Um tempo depois sem se encontrar Eu vejo nós dois no mesmo lugar Será coincidência ou o nosso desejo Deixando a imprudência na sua indecência Sonhar com outro beijo Em vez do hotel, te levo pra casa Do inferno pro céu voando sem asa Tomando um bom vinho em frente à lareira A gente se entrega e tão de repente é pra vida inteira" Tirando o scotch e o bom vinho essa música é perfeita, né? E assim, com 14 anos desse amor vagabundo, a gente continua descobrindo e redescobrindo as frestinhas de alegrias, fanfarronices e paixão. É sempre igual aquele estalo que deu desde a primeira roçadinha de mão. Continuamos cambaleando nessa vida que está cada vez mais torta, mas sempre escorando um no outro, no nosso malabarismo que parece uma dança de rua, um desfile de escola de samba (sem coreografia). Há quem veja dificuldade, a gente vê oportunidade pra tirar um sarro, tomar um trago e te dar um beijo. Amo teu sorriso, amo teu olhar, amo te fitar. Vou te carregar sempre, até arrastada pela blusa, se for preciso. Te cuidar é a melhor parte do meu dia. Viva nóis! Amo um tanto!
Viajando Em grandes alturas Uma nuvem Traz você a mim Chegando Em lugar distante No primeiro instante Fica logo assim Assim, assim Com saudades Me lembrando Vou sempre amando você Me lembrando, me lembrando Vou sempre amando você Você, você Lhe beijo Onde amor eu faço Lhe vejo No primeiro olhar Lhe abraço Em qualquer abraço Lhe sinto Em tudo que há Que há, que há Eu vou Me lembrando, me lembrando Vou sempre amando você Me lembrando, me lembrando Vou sempre amando você Minha nega, você chegou nos 4.1, motor bom do Opalão seis caneco, aquele nosso preferido. Você me é tudo de preferido, cada vez mais me levando a lugares incríveis que eu jamais imaginei. E, mais que nunca, às vezes sem precisar sair da nossa preguicinha do domingo porque a gente já está cansado. Me esbaldo e esbanjo passear você toda, me viro para sempre te alcançar. Vou fazer isso até quando você deixar. Já são várias jornadas e eu quero sempre mais. Apesar do mundo parecer estar ficando cada vez mais difícil e pior, apesar dos sinais desfavoráveis, vem junto que a gente muda o rumo dessa prosa. A conquista ao teu lado é uma delícia. Sempre falo e sempre vou falar: estou aqui, bem do teu ladinho, pra tudo que você precisar. Amo um tanto e esse tanto só aumenta. Viva o dia da neguinha!!! Viva a minha EVINHA!!!! AMO-TE!
Compreender o riso e a dor, caminhando lado a lado, ser amigo, irmanado, ser fuzil e ser a flor. Seja lá aonde for, não perde tua razão, derrama teu coração, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução.
(...)
Abraça a pessoa amada, faz da luta companheira, o amor não tem fronteiras, é bandeira desfraldada. Preconceito está com nada, o amor é construção, respeita toda a opção, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução.
Preta minha, chegamos aos 13 nesse ano tão de luta e tão cheio de incertezas sobre o que vai ser do que nos rodeia. Mas apesar do reveses da porta para fora, o nosso 13 foi gigantesco quando se trata de nós dois. Se não há fartura na conta, se não há tudo aquilo que aquela gente babaca quer nos impor como "sucesso", há essa admiração e amor cada vez mais forte. Uma parceria revigorante tal qual a sua gargalhada.
Tomamos bomba juntos. Rimos e choramos juntos. Socializamos vitórias e derrotas. E, para suportarmos tudo isso, bebemos e comemos - é o que nos resta, minha nega. Foi neste 13 que você virou 13. Viva a luta, viva a luta! Acho que nos últimos tempos, ela nos juntou ainda mais.
Aqui, aproveito para falar sempre e para sempre: AMO VOCÊ! E QUERO VOCÊ! Se fosse por mim, apenas, estaria dando de ombros. Eu boto a cara mesmo é por você, já que é inadmissível ver você sofrer qualquer dor que seja.
"Well this is just a simple song To say what you done I told you about all those fears And away they did run When you sure must be strong You feel like an ocean Being warmed by the sun" A quem me deu motivos para sorrir, acreditar e lutar. A quem me mostra a esperança e me encoraja. A quem me desafia e aceita todas as minhas implicâncias. Você não sabe o que é, você não tem idéia do que faz no mundo e de como você preenche de vida o seu redor. É muito além do que passa pela cabeça. Quantas vezes eu só paro e olho: caralho, que mina foda! - você nem percebe. Eis que mais um ciclo se completa, mais um marco se expressa. E você, nessa imensidão, vai ficar mais foda ainda. Poderia passar o dia falando o quanto te amo, mas eu prefiro ser simples. Então, hoje eu vou só te admirar. Ver esse acontecimento de Eva passando diante dos meus olhos, e eu todo orgulhoso. Orgulhoso por estar contigo, debaixo do teu franzido de sobrancelha e sua enxurrada de carinho. Me leve onde quiser, eu sou simplesmente teu. Amo um monte, Evinha! P.S.: o vídeo não tem nada a ver, especialmente com a música, mas tem tudo a ver, especialmente pela data, pela fanfarronice e talvez para tirar todas as coisas que passam pela nossa cabeça.
"Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude."
Eu tentei não pensar no relógio só para te surpreender. Aí lembrei que os sonetos, alexandrinos os danadinhos, têm 12 sílabas e muitos falam de amor. E para falar de amor, o velho poeta é melhor que eu.
Mas eu, ao contrário dele, não vaguei. Ao menos divaguei. Foquei, parei e fitei. Um amor para tanto tempo e por mais tempo que ainda espero.
Cada sílaba de sentimentos profundos para cada suspiro que eu lhe devo ao te admirar. Como mulher, como amante, como amiga, como parceira e como guardiã de sabedoria. A mim, não resta nada a não ser testemunha de algo tão gigantesco e que é meu.
Te espero sempre. Te busco sempre. Te quero sempre como o ponteiro volta ao primeiro momento. Pronto: falei do relógio. Você me faz perder os sentidos.
Quero falar de poema Para falar de você Meu tema Ponto X da minha inspiração É você terceira pessoa em nossos pronomes
Eu falo já não é à toa Você direção do meu indicador
Linda pele, linda cor É aquele algo mais Quanta alegria me traz
Você 4 letras igual ao amor Inspirou-me a compor Este doce poema Ao me inspirar senti o firmamento Fitando o seu olhar Vejo o grande momento
Coisa boa é você como tema Ouço cantar e num solfejar Assim componho meu poema
E você vai assim, me inspirando, mesmo eu querendo cada vez mais me enfiar dentro de mim. Eu só vou além para manter essa fogueira acesa, tudo por você, minha pessoa do passado, presente e futuro. Se eu for parar pra pensar, não faria nada se não tivesse sua motivação, sua provocação e seu riso e amor ao final.
De certo o sol só brilha depois que você acorda. A chuva só cai quando você chora. E o meu mundo é assim, em torno do teu olhar. Vem sendo assim desde o primeiro oi e se repete todo dia.
Repostando! Sete anos depois e a saudade é ainda maior. (original em 27/09/09) --------------- "Lá no céu tem três estrelas Todas três em carreirinha Uma é Cosme, Damião A outra é Mariazinha"
O ponto das crianças era sempre cantado com mais força. Lá no terreirinho, era o que mais passava energia positiva e a festa delas era sempre a mais esperada. Sinto cada vez mais saudade daquela nossa macumba, principalmente no dia de São Cosme e Damião.
Foram milhares de histórias fantásticas nessas ocasiões. Além da comilança, havia muita farra. Até mesmo os pretos-velhos, caboclos e até ciganos, quandopassavam para saudá-las, quebravam protocolos contagiados pela alegria. A molecada dava de ombro e apenas aguardavam impacientemente sua hora, brincando com as bexigas penduradas em enorme quantidade no teto do terreiro. Como giravam aquelas bexigas!
Depois da espera, eis que surgiam a Martinha, o Pedrinho, a Terezinha e, claro, Mariazinha. Mariazinha era a dona do pedaço. Jogava comida e "talaná" em todo mundo, agarrava os "tio comprido" que a pajeavam e incitava os amiguinhos a pegarem mais doces do que o Vô havia permitido. Certa feita, ao comer um pé-de-moleque, perdeu um dente. Chorou, inconsolável, por longos 20 segundos, até encontrar uma bala que cabia certinho no buraco do canino esquerdo.
Causos como esse eram regra e registro mais dois inusitados que marcaram. O primeiro aconteceu no ano em que o Senna morreu. Nessas festas, os vizinhos ajudavam com as oferendas e, por conta disso, vinham menos ressabiados para participar. Inevitável haver incautos sem a exata noção da simbologia e significância da cerimônia, e um deles perguntou sobre o falecido. A réplica veio na lata:
- Ele tá triste e não sabe que morreu. Aliás, esse papo também é triste, e eu não quero falar disso porque hoje é minha festa! - Nada como a sinceridade infantil... O segundo caso, porém, foi o mais surpreendente. Minha avó era presença certa quando rolavam essas bagunças. Estava ela lá no fundo do salão, quietinha como sempre, quando desce um menino de uns 9 anos no Beto - um negrão de 2 metros de altura. Meio de canto, ele chama minha vó e os dois começam a conversar. Em japonês.
Essas histórias e a paz em nossa alma depois daquelas festas me fazem cada vez mais saudoso. Era um tempo de alegria e união. Com os anos, as vidas foram se separando e hoje nada mais resta do terreiro a não ser as boas lembranças. Essas, juro, têm um espaço cativo no meu peito.