07 fevereiro 2012

No dia 11, é "Bataglia Corinthians"


Reproduzo aqui as propostas da Chapa Bataglia Corinthians, que no próximo dia 11 de fevereiro estará na frente do Parque São Jorge manifestando sua total discordância com os rumos cada vez mais elitistas e excludentes que os dirigentes estão impondo ao Sport Club Corinthians Paulista. A contextualização dos 10 mandamentos da chapa é feita com brilhantismo pelo meu irmão de arquibancada Filipe.

De minha parte, que a família corinthiana assuma seu papel vigilante e não se deixe levar pelos espelhinhos de convencimento que tanto alienizam nossa torcida. ACORDA, FIEL!


"Um Timão nota 10


As 10 propostas da chapa
“Bataglia Corinthians”

1. Inclusão Massiva – Com cerca de 30 milhões de torcedores e a marca mais valorizada do país, o SCCP deve rever urgentemente sua estratégia de gestão de ativos humanos. Hoje, desperdiçamos recursos e energia com uma política restritiva e elitista do produto futebol. Dessa forma, amplos segmentos da comunidade corinthiana estão sendo afastados da vida do clube. Essa conduta pode gerar, a curto prazo, um incremento de receitas. A longo prazo, no entanto, reduz o contingente de aficcionados e dificulta a implementação de projetos de massa. Para manter seu novo e caro estádio, por exemplo, o clube precisará de público numeroso em todos os seus compromissos.

2. Engajamento por responsabilidade compartilhada – Nos países desenvolvidos, ganham força hoje os projetos sociais e econômicos de gestão coletiva. Seja no compartilhamento de bens ou na troca de serviços, o mundo busca formas de engajamento na administração dos empreendimentos. Não se trata de reprise do coletivismo forçado, mas de uma conversão dos próprios atores do teatro capitalista. Num mundo com recursos escassos e consumo desenfreado, colocamos em xeque a manutenção da própria civilização. Você já percebe esses sinais no trânsito infernal, na enchentes de verão, na contaminação dos alimentos e no recrudescimento da violência urbana. Ou mudamos ou perecemos. Para que assumamos um novo caminho, precisamos horizontalizar o poder, delegar atribuições e mobilizar os membros das organizações, sejam elas públicas, privadas ou de cunho associativo comunitário. Cada corinthiano necessita, portanto, assumir sua quota de responsabilidade. Engajados, somos mais fortes. Compartilhando, fazemos crescer o objeto de nossa paixão.

3. Universalização do direito participativo – Todo corinthiano deve ter o direito de participar da vida do clube. Hoje, o que vemos é um quadro associativo restrito, uma comunidade fechada, em que falta a diversidade e a dissonância criativa. Muitos clubes pelo mundo vêm desenvolvendo sistemas alternativos de associação, procurando agregar também aqueles aficcionados dos estratos econômicos C, D e E. Não há como descrever o júbilo do corinthiano que se vê formalmente agregado à instituição, seja por conta de um título patrimonial ou pela adesão a um programa de torcedor. Nosso atual sistema, no entanto, despreza os corinthianos do interior paulista e de outros Estados. Como afirmar que este é o “clube mais brasileiro” se nos conformamos em abrigar uma pequena elite, preponderantemente paulistana, em nossas fileiras? Até mesmo como estratégia de marketing, o Corinthians precisa alargar seus horizontes e encontrar meios de associar o maior número possível de torcedores, recebendo mensalmente suas contribuições e, em contrapartida, oferecendo-lhes acessos, informação selecionada, descontos em produtos e outras facilidades.

4. Política de voz e voto – Todo associado deve ter respeitado seu legítimo direito de opinar sobre os destinos do clube, de modo que propugnamos a constituição de um fórum permanente de ideias e sugestões, com encontros pontuais e interface de comunicação virtual. Além disso, deve ter garantido seu direito a voto nas eleições para a formação do conselho e da diretoria. Isso quer dizer que consideramos fundamental que o torcedor, alma viva do Timão, tenha assegurado seu direito de co-gerir a instituição, dentro das normas estatutárias internas e das condições estabelecidas pelas leis em vigor.

5. Fusão de instrumentos associativos – Urge, desde já, a extensão de direitos de participação aos detentores de quotas do programa de sócio-torcedor hoje vigente. Já é norma, em muitos clubes, que esses agregados tenham direito a voto nas eleições do clube. Por respeito à isonomia, é necessário que a qualificação como sócio patrimonial garanta ao corinthiano acesso facilitado à aquisição de ingressos.

6. Interiorização do clube – Faz-se fundamental a constituição de uma política de expansão do clube, com sedes em regiões marcadas pela aglutinação de adeptos. Londrina, Uberlândia, Campo Grande, Goiânia e Recife, entre outras cidades, merecem, em tempo breve, contar com extensões físicas do clube do povo.

7. Justa devolução à sociedade – As sedes atualmente existentes e outras que vierem a ser construídas, devem honrar o compromisso dos fundadores. O Corinthians é grande demais para se limitar ao esporte. Seus redutos devem, desde sempre, figurar como opções de lazer e entretenimento comunitário. Também é fundamental que sirva como polo educativo para as populações locais. Deve ser, como sonhado pelos brasileiros do Bom Retiro, um lugar de aprendizado permanente, oferecendo cursos e organizando palestras e debates sobre os mais diversos temas.

8. Valorização de nossos recursos humanos – Desde já, é preciso transformar em craques os milhares de pequenos corinthianos e corinthianas que se destacam nos mais diferentes esportes. Nossas divisões de base, no futebol e outras modalidades, devem receber atenção especial. Esse processo de recrutamento e seleção deve abranger as sedes regionais, citadas na proposta 6, de forma a se aproveitar de maneira integral a oferta de jovens talentos. Propomos a implantação do projeto “Corinthiano do Futuro”, destinado a oferecer assistência de saúde e educação integral aos jovens das divisões de base. Esses valores devem ser contratados pelo SCCP e, assim, protegidos da ação funesta de agenciadores e empresários.

9. Criação da Universidade Corinthians – Constituição de uma instituição com foco em ensino superior, pesquisa e serviços comunitários. Os cursos, inclusive os de pós-graduação, devem valer-se das peculiaridades do clube, oferecendo aos alunos experiências práticas na rica diversidade do universo corinthiano. Cursos de Medicina Esportiva, Fisioterapia, Psicologia, Nutrição, Ciências Sociais, Comunicação e Administração Esportiva devem receber especial ênfase na universidade. Atletas profissionais, atletas da base e associados devem ter acesso facilitado às atividades da instituição, de forma especial às jornadas de extensão. Haverá parcela mínima de portadores de deficiência e indivíduos economicamente desfavorecidos nos cursos de graduação, extensão e especialização.

10. Formação de um Corinthians forte e vencedor – Obviamente, essas ações devem compor um cenário de fortalecimento das finanças e da imagem da instituição, o que resultará num aprimoramento das equipes. Um Corinthians de gente engajada e responsável será mais forte, terá receitas que superarão largamente as despesas, contará com atletas de ponta e será vencedor nas principais competições esportivas, seja no futebol, no futsal, na natação, no basquete, no handebol e em outras modalidades. É preciso que os dirigentes do Corinthians saibam que o “business” é, sim, importante, mas nunca como finalidade. Bons negócios e empreendimentos, em nosso caso, são “meio”. O principal objetivo do gestor corinthiano será proporcionar satisfação ao torcedor. Antes de uma transferência lucrativa, preferimos o título. Antes do sucesso do agente de atletas, desejamos equipes competitivas, capazes de honrar nossa tradição vitoriosa. Antes do acordo entre negociantes, buscamos mais uma glória do campeão dos campeões.

Por que aderir a esta chapa

A chapa “Bataglia Corinthians” não concorre oficialmente nas eleições corinthianas de 2012. No entanto, não deixa de oferecer, de forma legítima, uma alternativa ao modelo tradicional de gestão do futebol.

Algumas dessas ideias foram colhidas de modo informal em conversas com o atleta Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (1954-2011), um dos líderes da Democracia Corinthiana. Ele é, portanto, nosso candidato à presidência do SCCP.

Incluímos também propostas colhidas entre outros artífices da DC, como o atleta Wladimir Rodrigues dos Santos. Outras reivindicações surgiram da manifestação dos torcedores, organizados ou desorganizados, que seguem o Corinthians, no Pacaembu e em outras praças esportivas do país.

Consideramos que o mundo mudou e com ele o conceito de gestão e sucesso. No futebol destes novos tempos, não haverá mais espaço para oportunismos, farisaísmos e esquemas predatórios, destinados a beneficiar cartolas e grupos corporativos que vampirizam a comunidade de torcedores.

O Corinthians deve ser palco do melhor da vida, nunca uma vitrine para especuladores e oportunistas.

Valorizamos nossa história, valorizamos nosso rico capital humano, valorizamos a construção compartilhada do conhecimento, valorizamos o engajamento individual, valorizamos a comunhão, valorizamos a democracia, valorizamos a sustentabilidade econômica, social e ambiental de todos os projetos associados ao esporte.

Vai, Corinthians! Seja o que você é! Não pare, você também, de lutar!"

Um comentário:

BLOG DO REY FDL disse...

assino em baixo .