17 abril 2012
Os espelhinhos estão trincando
Quando trazemos à tona aqui a questão dos espelhinhos de convencimento, estratégia utilizada pela diretoria do Corinthians para iludir os torcedores nesse perigoso mundo de fantasia em que estão afundando nosso clube, sou chamado de retrógrado, radical e intolerante. Muitas vezes, ouço acusações de que sou, vejam só, contra o Coringão, quando na verdade estou fazendo a defesa de nossa história e nossas tradições. São esses tempos modernos, de pensamento mercadológico, conformista e descompromissado do falido modelo de funcionamento neoliberal.
Mas, aos fatos. A chegada das fases decisivas do Paulistão e da Libertadores fez com que as salas ar-condicionadas do Parque São Jorge se movimentassem na direção de mais um aumento abusivo no preço dos ingressos, como se não bastasse as constantes elevações que a Fiel vem pagando desde 2009, data inicial da implementação despudorada da lógica do biziness. Paralelamente ao intenso blablablá em torno da questão, houve uma grande manifestação de combate a esse direcionamento com as ações do coletivo Brigada Miguel Bataglia, ações essas que provavelmente chegaram aos ouvidos da corja do quinto andar. Por meio de panfletagens, a Brigada vem mostrando sua força na conscientização da família corinthiana sobre as diretrizes atuais, todas elas um prenúncio de muita obscuridade no futuro do Time do Povo.
Curiosamente, esse imbróglio todo contou com uma sucessão de acontecimentos que indicou, na verdade, um roteiro tragicômico. Vejamos:
Primeiro ato: o vice-presidente solta na imprensa a possibilidade da majoração de preços, criando o estopim para o debate público.
Segundo ato: avaliam, os dirigentes, a conseqüência da irresponsabilidade, da mesma maneira que fazem com aquelas baboseiras marqueteiras que nada agregam ao futebol.
Terceiro ato: há uma reunião na FPF, em que é decidido que o preço das arquibancadas nas eliminatórias do Paulistão será de R$40 (10 a mais que o preço normal).
Quarto ato: o presidente joga para a torcida, bradando aos microfones que neste ano de 2012 não teremos aumento (mas já sabendo do resultado da reunião).
Quinto ato: o site oficial do clube lança uma nota ridícula dizendo que o aumento é culpa da FPF, mas que o Corinthians votou contra. Não informa, porém, se irá manifestar essa contrariedade em descontos ao torcedor para absorver tal inflação.
Epílogo: a massa de manobra aplaude a bondade e generosidade do presidente, que tentou lutar por nós.
Apêndice: quem reclamar, é do contra.
A fórmula acima vale para qualquer assunto de grandes proporções relacionado ao Corinthians. Da contratação de jogadores aos assuntos políticos e das fofocas que rondam a sede social, sempre temos esse dois-mais-dois resultando sempre em cinco.
Só que agora, há uma pequena mudança nesse pastelão. Há gente vacinada contra esse tráfico de influência que acontece sem censura no Timão. Há fiéis seguidores do corinthianismo que lutam em defesa do nosso Corinthians. Aqui, canalhas, tem um bando de loucos muito bem informados, esclarecidos e aguerridos, que desconfiam de tudo e continuarão protestando não só contra o aumento, mas também pelo barateamento dos ingressos. O Corinthians é do povo, e não de meia dúzia de vendidos que mamam na teta gorda e partem deixando seus excrementos no Parque São Jorge.
A luta não pára!
ACORDA, FIEL!
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