19 junho 2012

Corinthians, modéstia à parte - O grito de um povo


Eis o sétimo capítulo da série "Corinthians, modéstia à parte" que vamos trazendo aqui para toda a família corinthiana. No texto de hoje, uma convocação à Fiel, um chamado para que cada corinthiano no Pacaembu e no mundo cante junto, empurrando o Coringão para mais uma vitória.

VAI CORINTHIANS! SARAVÁ, SÃO JORGE!

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O grito de um povo

Não é preciso ter voz de soprano, ser tenor ou simples vocalista para fazer o Corinthians ouvir o coro que mais o sacode. Basta ser corinthiano e transformar cada nota desse coro em grito-de-guerra. O adversário treme, balança e cai. A história corinthiana conta isso desde 1910, quando os primeiros corinthianos (salve, eles que levantaram a poeira!) começaram a afastar - com seu grito - os rivais perfumados e bonitinhos dos campos de futebol. Que grito é este? Estranhavam os que somente batiam palmas de luvas e desconheciam uma legião que fazia multidão - gente de voz desafinada, mas sempre pronta para soltar seu grito e empurrar o Corinthians. Não interessa se muitas vezes esse grito fez o time tropeçar e cair. Interessa é que o empurrou, e se o fez cair foi para a frente. Esse grito vem-se arrastando pelas gerais e arquibancadas e criando um mito. Adversários são testemunhas e não negam quando o soar desse brado é forte. E os que dele precisam não escondem que é fundamental numa disputa esportiva (ainda não foi testado numa guerra civil ou militar). É um grito solicitado nos momentos difíceis. Por isso, o time procurou - com o zagueiro Juninho no comando - no jogo contra o Flamengo, no Morumbi, pela Copa Brasil de 1984. O coro explodia a um simples sinal dos que buscavam força para conter o adversário - então todo-poderoso -, que passou a correr em campo com o peso daqueles gritos e acabou goleado por 4 a 1 e desclassificado do torneio. O grito-de-guerra corinthiano, apesar de sua tradição, ficou patenteado ali. Místico, inflamante e revolucionário. Foi solicitado no jogo seguinte, contra o Fluminense, também no Morumbi, mas, dessa vez, o time perdeu de 2 a 0. Problema técnico, tático, extracampo, de incompetência alheia e divergências políticas internas que mudam resultado mas não calam esse grito nunca! Mais um jogo, agora no Rio, contra o mesmo adversário, o Fluminense. Quando a equipe entrou em campo, cerca de dez mil corinthianos estavam lá, extraindo sua fé da realidade - difícil realidade - de vencer por diferença de três gols. E o time pediu: "Empurra a gente" - braços erguidos, mãos chamando a força indispensável. Foi atentido. Mas houve empate de 0 a 0 e o Corinthians acabou desclassificado. Problema de regulamento discutível, que possibilita - explicitamente - a outro time, que não o do Corinthians, ser campeão. Não há queixas, dissabores e lamentações, porém, porque tanto nas vitórias quanto nas derrotas, esse grito carrega e arrasta como sinônimo de força. É o grito de um povo: "Corinthians!" "Corinthians!" "Corinthians!"...

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