21 junho 2007

Do fundo do nosso quintal...


Amici, desculpem a falta de atualizações. Essas últimas semanas estão seriamente conturbadas. Ando meio que de feriadão do blog e só consigo entrar em outros para não me manter alienado do mundo internético.

Dito isso, vamos lá...

Há sonhos e sonhos. Eu, por exemplo, sonho em ter um trabalho que sustente todas as minhas idas aos bares e os poucos churrascos e feijoadas aqui em casa. Mas tem um que anda recorrente.

Sonho em ter um quintal. Aqueles que tem um gramadão e um pé de jaboticaba bem no meio pra fazer sombra. Toda vez que penso nisso, vejo domingos em que a cerveja é farta, a carne é assada e o samba come solto debaixo da jaboticabeira. Do lado, um puxado com uma churrasqueira de tijolo da altura da barriga, uma pia, uma geladeira daquelas brastemp marrom e uma mesa de madeira lascada.

O quintal, hoje em dia cada vez mais ausente nas mentes dos engenheiros, arquitetos e decoradores, é uma instituição. Minha criação se deu na rua e no quintal. Metade do meu joelho foi ralado no quintal. O quintal é como um CT, onde a gente treina tudo que vai fazer na rua.

Quem já veio na Heitor pode estranhar: "Caralho, esse japonês é louco. A casa desse porra tem um quintal". Sim, tem. Grande até. Mas é um quintal incompleto. Não tem a grama. Não tem a jaboticabeira. Ele já está meio urbanizado.

Por isso, sonho com aquele quintal. Da grama. Da jaboticabeira. E não sonho só para mim. Acho que é uma maneira de me enganar e pensar que, se eu sair daqui um dia, algum outro moleque terá a sorte de crescer com um quintal. Com grama, jaboticabeira, churrasco, samba...


11 comentários:

Rodrigo disse...

Veja bem. Quintal.

Minha casa nunca teve um quintal. Posteriormente, quando já tinha meus 16, 17 anos, surgiu a idéia de se fazer uma cobertura. Aí foi criada uma laje mais chique. Mas laje é uma instituição à parte do quintal.

Pra mim, o quintal sempre foi um corredor. Um lugar no qual eu chutava uma bola e, como era razoavelmente inclinado, a bola vinha e eu arrematava de peito de pé, com força, para desespero das plantas e vasos dos meus avós. Aprendi a chutar de três dedos lá.

O meu quintal tinha diversas escadas, as quais me garantiram alguns tombos. Mas não tem a mesma graça que um local gramado. Jaboticabeira também é uma opção interessante, mas se o senhor decidir implantar uma no seu quintal, recomendo que compre a árvore crescida.

Pq essa árvore é meio como esses sonhos. Demora pra crescer e, quando finalmente dá frutos, nossos filhos é que acabam aproveitando mais. No casos, seus futuros pimpolhos com a Srta Eva.

Belo texto!

Abs

Olívia Andreolli Gonçalves disse...

Mas seu quintal tem a selva Amazônica!!!

Craudio disse...

Rodrigo: sim, quando eu a vislumbro, a jaboticabeira já está enorme. E dá jaboticaba 3 vezes ao ano.

Olívia: Na verdade são moitas gigantes para o Derek poder fazer o seu cocô em paz. Ele é tímido...

Anônimo disse...

Na minha tem quintal. E com grama. Minúsculo, mas gramado.

Nos domingos de família, enchemos uma regã e meus oitocentos sobrinhos farreiam.

Lemos jornal - em geral eu e meu cunhado - tostanto e suando com o Sol.

Bebemos como o Cláudio, comemos como D. Pedro I.

Ouvimos João Nogueira.

Mas o Cláudio tem razão quando diz que tudo isso é hoje meio obsoleto. Infelizmente.

Pra minha sorte, moro no Jaçanã.

Fernando Borgonovi

evaodocaminhao disse...

no seu quintal tem até pet cemetery

Rodrigo Barneschi disse...

E depois eu é que sou emo...

Encerro com o mesmo comentáro feito por vossa senhoria acerca de um post recente no meu blog:

"EMO. Bonito, mas emo..."

Craudio disse...

O cara tem chafariz, piscina aquecida e quadra de tênis gramada no quintal dele e fica desmerecendo os pobres...

Ju disse...

Quintal é uma alegria! Vou ficar muito triste se um dia tiver que criar um filho sem quintal, ou então em um quintal de cimento!
Na minha casa, quando eu era criança, tinha um mini-quintal, mas do lado era a chácara da minha avó, com super plus quintal! Tão bacana... :)

Rodrigo Barneschi disse...

Chafariz e piscina aquecida, ok. Quadra de tênis jamais! No máximo uma quadra de futebol com adendos para a prática daquelas brincadeiras de Educação Física.

Anônimo disse...

Quintal... A maior parte da minha infância e juventude, e até há pouco tempo atrás, passei em um enorme, na antiga Pompéia. Sou obrigado a dizer antiga pois ela não é sombra do que foi um dia, com suas betoneiras e falta de sol causada pelos 4 suítes, além das quatro garagens, das quadras de tênis, etc.
A Raul Pompéia era uma rua de interior, de paralelepípedo, onde se jogava bola e taco.
Mas quintal é quintal. Com terra, árvores (Jacarandás com aquelas castanhas com seu cheiro característico. Goiabeira. Um murão tomado pela unha-de-gato. Diversos arbustos de maior ou menor importância) e uma bela akita, responsável pelo jardim (sim, foi ela quem plantou dois Jacarandás e uma Goiabeira, com a ajuda das Maritacas, Sabiás laranjeiras, Bem-te-vis...) que hoje é responsável pelo gigantesco quintal da minha mãe em Rondonópolis, Mato Grosso.

Mas hoje nem na Vila Sônia é possível ter terra no quintal. O japa (viva a colônia) que me aluga a casa não deixou nem que eu fizesse um quadrado no cimentado para plantar uma primavera.
O canteirão cimentado é assim porque a grande árvore que existiu ali criou raízes profundas e ameaçava a edícula. Não só ela se foi como a terra foi sufocada...
Quer imagem melhor do que aconteceu com os quintais dessa Piratininga das chácaras de outrora??

É o pogresso, isso?
Credo.

A fuligem cobre meu quintal nos dias secos. A velha estrada que passa atrás de casa é hoje fonte de insuficiência respiratória, e em grande parte culpada pela pneumonia da minha filhota (já sarou).

Triste.

Palestrino, chafariz é quadra de tênis e vice-versa...

Craudio disse...

Corinthiano, só discordo em uma coisa do teu comentário: viva a colônia o caralho! hahahahahahahhahahahahahahahahahaha

E chafariz é tão desonesto quanto quadra de tênis. Mas o Amaury Jr adora, então o Barneschi quis agradar...