02 outubro 2012

Corinthians, modéstia à parte - Desfilando na avenida


Confesso que esse capítulo eu reproduzo meio contrariado. Fala dos Gaviões da Fiel como escola de samba, à época do livro ainda como bloco. Nailson Gondim conta em seu "Corinthians, modéstia à parte" como eram os dias da organizada no Carnaval da alegria. E é só isso que eu tenho a dizer sobre o assunto.

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Desfilando na avenida

Quando chega o Carnaval, o Corinthians entra na avenida com os pés dos "gaviões". E o sempre campeão Grêmio Gaviões da Fiel Torcida levanta as arquibancadas, faz o povo cantar e é sensação na passarela. Apresenta um desfile de garra, tipicamente corinthiano. O suor que escorre é sangue, o cansaço não intimida e a rouquidão é problema só para o dia seguinte. Pouco importam os milhares de metros da pista. O asfalto é um desafio que não assusta. As alas se unem, todos parecem desfilar de mãos dadas e a emoção empurra os componentes do bloco até a chegada, como se o grupo tivesse como meta o gol adversário. E tem. Por isso, o esforço coletivo é mostrado com disciplina aos jurados. E, como num jogo, os minutos são contados. Ninguém facilita. A marcação é rígida e todo passe é medido. A cobertura é perfeita e não falta entusiasmo. Os diretores de cada ala gritam sem parar, como se fosse capitães do time ou técnicos. É o grito que nunca deve faltar dentro de campo ou no banco de reservas. Nada de toques de lado, dribles desnecessários e displicência. Luta!!! E o chão sente o peso corinthiano. A avenida - seja qual for - brilha com o branco e preto, as arquibancadas se alvoroçam e os "gaviões" passa, arrastando a vitória indiscutível. A fantasia já não está fora da medida; o calo só vai incomodar depois (calo corinthiano é assim); e o fôlego castigado não impede um passo a mais. É o Corinthians lutando sem esmorecer, o coração batendo forte e todo o povo junto, na mesma caminhada. O ritmo é igual do começo ao fim; o esquema é a raça. Nenhum segredo. O que faz a diferença para os adversários é que, quando soa o sinal para a partida, o bloco acompanha o grito-de-guerra da multidão: "Corinthians!" "Corinthians!" ... Isto arrepia.

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