"Negro falava de umbanda
Branco ficava cabreiro
Fica longe desse negro
Esse negro é feiticeiro
Hoje o preto vai à missa
E chega sempre primeiro
O branco vai pra macumba
Já é Babá de terreiro
Vá cuidar da sua vida
Diz o dito popular
Quem cuida da vida alheia
Da sua não pode cuidar" (Geraldo Filme)
O mestre Geraldo Filme, há quase 30 anos, registrou essa música que, já naquela época, denunciava o rumo perigoso que o mundo estava tomando. Não muito mais tarde, apareceu a tresloucagem de nego achar um termo em inglês para definir algo que poderia muito bem ser dito em português - ou brasileiro ("eu não falo gringo, eu só falo brasileiro").
Tratávamos Barneschi e eu, via msn, sobre uma pós que ele faz e é relacionada a marketing (por que não técnicas de venda?). Lá pelas tantas, alguém mencionou a sigla CEO. E a revolta se instalou nas janelas do software (programa, gente!) da Microsoft (aqui, ok). Pois o negócio é uma abreviação de Chief Executive Oficcer. Entendeu? É, nem eu. Mas é o cara que manda, o chefe. E se você acha que isso é tudo, saiba clicando aqui que há dezenas de designações aos altos funcionários das grandes empresas. Aquela patota mais conhecida como diretoria.
O melhor de tudo é o tal do chairman. E fica até cômico, porque só pela palavra a gente imagina um sujeito que não faz nada, fica no seu troninho - e troninho só é lugar de fazer merda - e tenta achar alguma maneira de surrupiar dinheiro alheio. O dono da porra toda. Ou simplesmente, patrão.
Não acaba aí. Outro dia, recebo um anúncio de emprego que pedia alguém para fazer comunicação below the line. Below the line? Que cazzo é isso??? Ao pé da letra, é abaixo da linha. E eu prometi, quando me formei, que jamais trabalharia na Falha ou na Veja. Porém, a linha em questão é um limite imaginário (novamente inventado pelo povo do marketing), que separa ações feitas para a mídia das ações de contato direto entre emissor e receptor - como eventos e outras palhaçadas. Necessário isso?
Fato é que as pessoas malemá sabem o português. Tem erro pra tudo quanto é lado - e principalmente nos emails (mensagem eletrônica?) dos marqueteiros (vendedores!). Isso deve explicar, além da subserviência aos costumes do Tio Sam, o porquê da adoção de termos da gringa americana. A quantas será que anda aquele projeto do Aldo Rebelo, hein?
Gimme a break!
2 comentários:
me fez lembrar amigos bem próximos que não escrevem uma única linha em seus 'blogs' ou 'emeios' sem termos em inglês...
ah, se fosse em español eu perdoaria facilmente!
jajajajajajajaj
Muito bom, japonês. O ponto crucial é este: nego mal sabe escrever o Português e desanda a inventar expressões cretinas em Inglês.
No meio desses CEOs de merda, eu duvido que a maioria consiga elaborar um texto com início, meio e fim. Duvido. E aí resolve encher tudo com estrangeirismos idiotas.
Vão pro inferno!
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