11 abril 2010

Curtas


Algumas tarefas e uma bela infecção intestinal me deixaram meio afastado do blogue e a toada permanecerá assim
até a sexta-feira que vem. Dessa maneira, alguns curtos comentários sobre coisas relevantes:

- A tragédia que abateu o meu querido Rio de Janeiro desde a última segunda-feira teve, assim como em SP, algumas funções sociais. Desmascarou governos e políticos, principalmente aqueles paspalhos que sempre aproveitam essas calamidades para tentar aparecer. O panaca do governador, por exemplo, me solta um "a culpa é de toda sociedade", tentando desviar o foco de suas irresponsabilidades. O prefeito, um boçal que está querendo transformar a Cidade Maravilhosa num condomínio de bacanas, sumiu tal qual nosso Kassado. Teve até um vereador, chamado Eliomar Coelho, que aponta em seu blogue (vale prestar atenção à descrição de seu perfil) um dos motivos para tudo o que aconteceu: "a irracionalidade da população que teima ocupar áreas impróprias ao uso residencial e não cuidar adequadamente dos resíduos sólidos dos seus lixos." Destaquemos ainda a postura da imprensa que, por conta da proximidade dos governos municipal e estadual com o Planalto, desceu a lenha nas administrações locais para tentar desestabilizar o Lula, esquecendo da desculpa chuva forte que ela própria utilizou aqui em São Paulo. Enquanto isso, o governador paulista abandonou mais um cargo deixando o Jardim Romano, na Zona Leste, debaixo d'água.

- Textos essenciais e como muito mais informações sobre o Rio, aliás, estão em blogues de dois grandes cariocas. Edu Goldenberg demonstrou como esses acontecimentos desmascaram, de fato, algumas figuras densas. Já Luiz Antônio Simas conta o desumano processo de marginalização da população mais pobre da cidade e como ele ainda influencia em tragédias como essas.

- Voltando para o lado garoento da Dutra, que tristeza é um domingo sem Corinthians. Repito: obrigado a todos os envolvidos por isso.

- O Parque São Jorge, aliás, esteve em polvorosa nesses dias com relação à divulgação do balanço financeiro de 2009. Números astronômicos apareceram no documento, que para mim serve somente para limpar a bunda. Nada, repito, nada que essa diretoria fala é passível de crença. Ao mesmo tempo, um aproveitador que outrora tinha o comando e hoje se limita a jogar merda em ventilador via blogueiros laranjas e pseudo-jornalistas, tornou a aparecer na mídia para contestar tal balanço. Ora, se ele próprio é membro do Conselho, por que não fez isso na apresentação dos números. Isso só comprova minha convicção de que todos os conselheiros do Coringão deveriam ser destituídos do cargo, assim como seu presidente. Rasga-se o estatuto, elabora-se um plano de captação de associados com preços populares e promove-se nova eleição, de forma direta. Documento dessa diretoria e aprovado por esse Conselho, perdoem a redundância, não valem nada.

- Dilma e Serra lançaram suas candidaturas nesse final de semana. Acompanhem os discursos de ambos e tente achar nas palavras dos tucanos qualquer proposta para o país. O prêmio para o descobridor de tal relíquia será um perfume de produção exclusiva do PSDB: loção de povo cheiroso.

Acho que é isso. Até algum dia dessa semana, não sei quando.

5 comentários:

Álvaro disse...

O que mais me preocupa nessa história do Balanço é que a mídia criou a imagem de que o Corinthians é bem administrado, está nos eixos, blá blá blá.

O que é uma estrondosa mentira!

Do outro lado, a crítica é ou rancorosa (por não estar no poder) ou preconceituosa (quanto à origem do AS).

Penso - posso estar exagerando - que caminhamos para mais um "Dualib" no PSJ: hoje é só elogios, lá na frente, quando perceberem a verdade, será tarde. Mais uma vez.

E o pior é que não há nenhuma possibilidade de que isso mude enquanto não se fizer uma "Reforma Política" no PSJ, que resumidamente seria rasgar o Estatuto e fazer algo mais corajoso e decente.

Eu pergunto aos Corinthianos: você se sente representado no Conselho Deliberativo?

VAMOS RASGAR ESSE ESTATUTO!

Anônimo disse...

Você deve ler de novo o post do meu blog, pois parece que não entendeu bem o texto, que aliás não é meu, mas do do professor titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – IPPUR/UFRJ, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, que coordena o INCT Observatório das Metrópoles – CNPQ/FAPERJ.

Ele se refere às desculpas dadas pelos governantes ao dizer que ""a irracionalidade da população que teima ocupar áreas impróprias ao uso residencial e não cuidar adequadamente dos resíduos sólidos dos seus lixos."

Mas sua argumentação vai exatamente no sentido contrário, o de mostrar que é a falta de planejamento desses mesmos governantes o grande responsável pela catástrofe.

Espero ter esclarecido.

Craudio disse...

Caro vereador, acho que você é quem não entendeu o próprio texto que colocou em seu blogue. Lá adiante há "'Irracionalidade' que não está presente apenas nos territórios das classes populares."

"NÃO APENAS", ahn?

É muito comum usar essa tática retórica do "você não entendeu", quando na verdade a tal ironia fina nada mais é que um recado nas entrelinhas.

O que há nessas palavras todas é tão somente a intenção de colar a responsabilidade da tragédia à imagem do presidente Lula e da candidata Dilma, algo no mínimo injusto.

Devolvo, por fim, o recurso retórico com uma pergunta: e o senhor, o que fez com relação ao problema durante seu mandato? Valeria mais esse esclarecimento do que a publicação de um texto prolixo e com fins políticos claros, tão fúteis quanto a opção de "maré alta" numa enquete que perguntava a causa das enchentes.

Anônimo disse...

De fato, no artigo o professor argumenta que a ocupação de encostas não é um ato restrito apenas às camadas populares. É bastante comum a ocupação das encostas pelas camadas mais ricas da sociedade, o que também deve ser objeto de atenção do poder público.

Meu interesse aqui é o de esclarecer meu ponto de vista, e não o de polemizar. Por isso, já adianto que não irei fazer novos comentários

Toda a minha trajetória como parlamentar foi marcada por minha atuação na área de planejamento urbano. Fui relator da parte da Lei Orgânica do município do Rio de Janeiro relativa ao desenvolvimento urbano. Trabalhei diretamente na feitura do Plano Diretor de 1992.

Tenho há anos lutado para garantir que a cidade do Rio de Janeiro discuta e aprove uma revisão do Plano Diretor, de acordo com que estabelece o Estatuto da Cidade e a legislação federal.

Meu papel, como vereador, é legislar. E isso eu tenho feito nessa área, com muita dedicação e competência, durante todos esses anos.

Podemos ter divergências políticas, mas é preciso que saibamos dialogar respeitosamente. Senão, o diálogo deixa de ter sentido.

Um abraço,

Eliomar Coelho

Craudio disse...

Uai, mas eu faltei com respeito? Apareça e interaja sempre que quiser, apenas não espere que eu concorde com tudo.