29 maio 2007
2(dois)
Há dois anos e um pouquinho, disse que queria roubar um teco do teu coração. Você relutou, eu dei uma insistida. E como vi que você curtia uma coisa à mineira, fui pelas beiradas. Acabei te convencendo.
Aí combinamos que viveríamos um dia de cada vez. Para não cair nas mesmas ciladas que ambos havíamos embarcado antes. Talvez era isso que eu queria. Mais até do que você. E é nisso que encontro minha segurança, hoje e sempre. Isso não é desleixo ou falta de atenção. É saber, em primeiro lugar, respeitar o seu espaço.
Depois desse tempo todo, tudo ainda é novo. Como naquele dia em que falei "ei, sou teu fã". Como nas vezes que te fotografei (principalmente com os olhos) sem você perceber. E vendo o que de mais belo havia nesse mundo. As novidades me excitam e motivam.
Antes não botava muita fé em astrologia. Você me fez entender e crer no retorno de Saturno. Antes achava que não havia esse negócio de ciúme. Me mordo os cotovelos cada vez que te vejo longe de mim e perto do perigo de te perder. Antes imaginava que não iria encontrar ninguém com a mesma sede que eu. Você me tira o fôlego e me fatiga.
Engraçado de tudo isso é saber que nossos tortuosos caminhos podiam ter se encontrado antes. Tangenciaram-se, é verdade. Bar do Deco, sambas bicho-grilo, amigos em comum, o diabo! E nada da gente se trombar. Mas teimosos que somos, demos nosso jeitinho. Passo de bêbados cambaleantes, apoiando-se um no outro, rezando pra não cair.
Cada mico, cada riso, cada choro, cada vitória e cada maldade que a gente disse dos outros... São todos momentos intensos, únicos e só possíveis porque fomos nós. Feijão (tu) com arroz (eu).
Certa vez você escreveu, na maior e única declaração de amor que já recebi: "como se a vida colocasse um anjo na Terra só pra salvá-la do inferno". É nisso que me pego. E se eu falar o contrário, é só o medo de não tê-la mais para me guiar me tomando de assalto.
Roubei teu coração. E dei o meu pra você. Troca justa. Amo infinitamente.
28 maio 2007
É cada uma...
A gente ganha pouco, mas a gente se diverte. Dias desses, chega lá no site a reclamação de um usuário. Ah, antes disso... Trabalho num site que trata de festas, casas noturnas e bares, 99% do tipo que o Edu Goldenberg (com negrito e link!) adora bater em seu buteco virtual. E com razão. São detratores da boemia. Essa que nos é uma das poucas alegrias da vida.
Pois bem. Diz o leitor, num email carregado de subjetividade e até bastante preconceituoso, que a festa de 8 anos da casa Manga Rosa - uma merda de lugar que só dá babaca - tinha sido ruim. Mais, apontou irregularidades e truculência da segurança (ah vá?).
Até aí, nada de novo. E bem-feito pro cara, já que é sabido da população paulistana que ir a esses lugares é sinônimo de maus-tratos. Só que o histórico da assessora de imprensa do tal Manga Rosa era bastante empolgante. Disseram meus companheiros de redação que a mulher era uma escrota e que, além de tudo, nos enrolou com credenciamento para essa e tantas outras festas. Aí eu resolvi dar uma alfinetada.
Mandei a reclamação para a dita cuja, dizendo que iria publicar aquela merda e que precisava da resposta da casa. Tive que agüentar dois dias de telefonemas da "assessora", que tentou até me dar aulas de jornalismo. Desculpe meus amigos Barneschi e Filipe (vocês têm discernimento suficiente para saber que isso realmente não se aplica a vocês), mas assessor de imprensa é uma das figuras mais insuportáveis do planeta, além da maioria ter cérebro de ostra. Não que as redações tenham só gênios (lá no trabalho, por exemplo, a coisa é feia...), longe disso. Agora, ficar escutando alguém que se acha a bala vermelha no pote de jujuba só porque trabalha com uma casa "badalada" é de dar no saco.
Fato é que hoje, segunda-feira, essa balbúrdia está no ar. É só clicar aqui. E já adianto: não dá para saber quem está mais errado na história toda. O pedantíssimo reclamante, a casa de merda e sua assessora escrota, ou eu, que tenho de dar ouvidos pra esse tipo de coisa...
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Sobre sexta, vulgo dia do renascimento.
1.500 pessoas em uma data tão importante é foda para explicar. Foi legal, deu início ao movimento e tudo mais. Mas cadê você, torcida Corinthiana? Fosse ensaio de Carnaval, teríamos umas 10 mil, não é?
Fiel, teu mundo é o Corinthians. Nego hoje não tá levantando a bunda do sofá para nada. Banalizaram tudo, até o amor ao time. Na hora de cornetar e zicar, nego abre a boca e até esperneia. Fiquei realmente triste com o saldo. Frio não é desculpa. Provavelmente, era o mesmo frio em 1º de setembro de 1910. E chegamos onde chegamos.
Acorda, Fiel! Revolução já!
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Resumo do fim de semana: tem coisa melhor do que enfrentar essa friaca comendo feijoada (a "feijuca de lentilha" da Dona Clarice, como muitos denominam ignorantemente, merece cada vez mais elogios), bebendo cerveja e passando aproximadamente 48 horas nos braços de Eva Carolina? Se tiver, tente me convencer...
21 maio 2007
Romário é rei!
Não adianta. Quiseram derrubá-lo. Desde 1998. Mas o baixinho é gigante. Superou toda a mídia paulista que, com seu bairrismo insuportável, tentou decretar o fim da carreira do maior atacante do Brasil em várias oportunidades.
Mas Romário foi lá e guardou o milésimo. Para a alegria dos torcedores brasileiros. Esses mesmos que vibraram com a Copa que ele trouxe para nós em 1994, depois de um jejum de mais de duas décadas.
Usaram de tudo para desmerecer o feito. Até a incompreensível comparação a Pelé. Burra é a imprensa. Nada se compara a Pelé. Aí são outros quinhentos.
A bem da verdade, tivesse o baixinho evitado a migração de times, hoje ele seria o maior ídolo do futebol brasileiro. Assim como é Maradona para a Argentina. E não trato aqui (só) da qualidade futebolística - até porque dois de meus ídolos são Zé Maria e Wladimir. Ótimos jogadores, mas que jamais tiveram a pretensão de figurar na lista de insuperáveis. Ídolo é aquele que põe o pau na mesa. Não se esquiva e não fica em cima do muro como o negão de Bauru.
Quantos da minha geração não tentaram imitar aqueles dribles e aqueles chutinhos de bico? Romário foi uma referência. Lembrou que o Brasil é o país do futebol, em épocas que vôlei e outras recreações estavam tomando as ruas de assalto.
Guardo esse post há meses, desde a iminência do milésimo. Publico agora para fazer essa microscópica, mas verdeira, homenagem a um verdadeiro ídolo do futebol. Valeu, Romário. Parabéns!
18 maio 2007
Extra! Extra! Extra!
Não, não é comercial do supermercado. Acabei de receber a notícia aqui. E sem achismos, que é a premissa maior da imprensa esportiva. A fonte é segura e quente. Se vai sair do papel ou não, são outros quinhentos.
A diretoria do Corinthians irá se reunir nesta sexta, 18 de maio, com representantes do poder público da cidade de Guarulhos para definir a compra de um terreno onde será construído o estádio do time.
Pode ser mais um blefe. Pode ser mais uma enganação. Dessa "administração" espera-se tudo. Até marcar esse tipo de coisa para alguém ficar sabendo e divulgar - como eu. Mas o fato é que a reunião irá mesmo acontecer, e a fonte estará lá dentro.
Também não se trata do Cooperfiel. É a corja mesmo quem está por trás disso. Diz a fonte que será construído um estádio com capacidade para 77 mil pessoas - número interessante, diga-se de passagem - e um centro de convenções, num terreno entre as rodovias Dutra e Ayrton Senna. O interesse é de, ainda, ser o estádio principal da Copa de 2014.
As coisas estão bem obscuras (como tudo que sai das salas ar-condicionadas do Pq. São Jorge), e esse agravante de ser o estádio principal da Copa só me causa mais calafrios. Porém, é um indicador de possíveis "parceiros" interessados em mamar na teta do Coringão.
Esperemos.
16 maio 2007
O poder da criação
O berço
A criação do sujeito é o seu molde de caráter. Então vou falar do meu caráter contando meus primórdios. Nasci com uma camisa Corinthiana na porta da maternidade. Talvez essa tenha sido uma das poucas coisas boas que meu pai deixou como herança. Não nego que fui amado por ele, mas a vida desviou nossos caminhos e, hoje, parece que ele morreu (e, quem sabe, seria melhor ter morrido de verdade).
Outra coisa que ele me ensinou, talvez sem perceber, foi o amor pelas palavras. E eu, sem perceber, acabei jornalista como ele. Sem pressão. Meio que por osmose. Também agradeço a ele por isso. E só.
Mas minha figura paterna é meu padrinho. Assim como a maioria dos meus amigos, palmeirense - é sina. E isso é seu único desvio. Por ele e pela minha madrinha, coloco a mão no fogo. Foram eles que colocaram na minha cabeça os valores da igualdade entre as pessoas. Tiravam dos próprios filhos para dar, em partes iguais, para mim e para minha irmã. Éramos cinco. Tinha uma de sangue e mais três de criação. E dindo e dinda, um pouco menos favorecidos na parte financeira que meus pais, passaram tudo o que o ser humano tem de melhor. E por eles tenho eterna gratidão, mesmo que hoje nossos caminhos também estão um pouco separados. Mas ainda correndo em paralelo - e duas linhas paralelas se encontram no infinito.
Falar de mãe não vale. Se pensarmos bem, a gente mais briga com elas do que vive em harmonia. Acho que essa é a essência do relacionamento mãe-filho. E a maior demonstração de amor mútuo. Então, pulemos essa parte.
Aí vem os avós maternos, dois guerreiros (o avô recebeu o pseudônimo de Jorge, precisa dizer o motivo?). O velho anda meio cambaleante e a velha nem parece ter a idade que tem. As férias na casa dos dois serviram como nossa primeira comunhão e a sabedoria empírica de ambos era nosso evangelho.
As instituições
A escola era uma merda. Sempre foi. Tudo que sei aprendi por conta e interesse próprios, já no cursinho pré-vestibular. Até o colegial, o essencial foi saber conviver em sociedade e respeitar suas regras. Claro que extrapolei alguns limites. Mas isso é natural. Foi lá que tive contato com o que há de bom e ruim. Mas não levo muito mais que gratidão por ter me dado uns poucos e ótimos amigos, comigo até hoje.
A rua é onde a gente compensa o mimo de casa. E eu fui muito mimado e chato. Aliás, um gordinho chato, daqueles que ninguém suportava. Aos poucos, e a custo de muito tapa na orelha, fui aprendendo a ser alguém um pouco mais agradável. Outra lição veio via contraste social. Na esquina tinha uma favela. Gente boa e trabalhadora. O convívio era constante e natural, mas sempre rolava um pequeno incômodo. Por que aquele moleque que joga bola comigo tá comendo o sanduíche descontroladamente? Por que a roupa daquele outro tá sempre rasgada e suja? Inconscientemente, isso ficou gravado em mim e hoje garante a indignação permanente com as diferenças e as injustiças.
Ainda falando da rua, tínhamos uma festa junina. Vinham o pessoal da favela, todos os vizinhos e alguns agregados. Fechávamos os acessos da Heitor e servíamos o banquete nas garagens. Tinha bingo e tudo. A criançada soltava bombinhas e balões. Comíamos feitos ogros até de madrugada, numa verdadeira festa asterixtica. Os portões ficavam sempre - eu disse sempre - abertos. E jogávamos bola. Até estourar a última bolha.
A macumba era nossa válvula de escape. Mas o jeito natural com que tudo era tratado me fez ver aquilo mais como uma manifestação cultural que uma religião. Deve ser por isso que ainda gosto tanto do negócio, apesar de também a vida ter desviado meu caminho da umbanda. É nela onde repouso minhas explicações para o inexplicável. Acreditem, isso acontece - ainda discorro sobre a vez que um criolo de 1,90m de altura conversou, em japonês, com minha avó.
O lema
Conheci o samba tardiamente. Lá pelo meio da adolescência. Mas ao escutar João Nogueira dizendo "aos que vivem a chorar, eu vivo pra cantar e canto pra viver", tudo voltou. Posso parecer frio, calculista e racional, mas é porque penso sempre naquilo tudo - pouco - pelo que já passei. E vejo que, depois de tantas alegrias e tristezas, nada irá abalar o que aprendi. Mesmo com tantos desvios no caminho...
07 maio 2007
Fim de semana no parque...
Mais um post de breves. Tá corrida essa semana e muitas idéias fluindo...
- Na parte cultural, dois grandes eventos. Informações prévias dão conta de um Skol Beats micado. Em parte pelo preço absurdo. Mas muito pela falta de artistas mais consagrados e/ou relevantes no line-up. Já a Virada Cultural chegou a sua terceira edição e foi marcada pelo despreparo da PM. Show dos Racionais, vida loka no centrão e a PM sedenta por briga. Uma garrafa voa na direção dos coxinhas e vira desculpa para tiros com bala de borracha, bombas de gás e muita correria. Sem motivos, assim como aconteceu nas manifestações do Dia da Mulher. É a nossa puliça limpando o centro de SP, mostrando pra periferia que ela tem que ficar mesmo é na periferia. Como diz o Brown, "não confio na polícia, raça do caralho".
- Sinto um misto de susto e admiração com algumas pessoas. Elas casam e têm filhos. É preciso muita coragem para isso. Em alguns casos. E em outro casos, é preciso muita abnegação. De minha parte, reforço os votos de sorte a todos que mergulham na empreitada. (Em tempo, perdão Corinthiano e Teresa pela ausência na festança! Vida de proletariado é complicado...)
- Outras sensações novas. Tô planejando férias, já que farei um ano de "firma". Coisa inédita. Tive reconhecimento, mais moral que financeiro. Estaria eu virando gente?
- No Corinthians, sai o chinelinho e alguns dos pernas-de-pau. Chegam uns "nota 6" pra compor. O técnico (que é gênio, substitui 3 laterais direitos num mesmo jogo) diz uma coisa e se desmente logo em seguida, mostrando uma semelhança incrível com seu antecessor. A Fiel parece dormir. E o velho gagá e sua netinha ainda deitam e rolam nas salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Dia 13 começa o Brasileirão e a certeza é uma só: tempos sombrios podem se anunciar, mais sombrios que os deste começo de 2007. Revolução já!
- Disseram que teve final hoje em SP. Não ouvi nada. Só tenho o recado de uma pessoa no celular (que eu fiz questão de não escutar). Essa pessoa torce para um time do interior que tenta subir a serra de qualquer jeito. Nem na hora de comemorar nego esquece da gente... Final eu vi no Rio, MG, RS e PA. Deve ser porque tinha time grande envolvido.
- A volta ao começo de uma jornada. Clark's. 2 anos. Centi Anni!
- Adianto aqui o tema de uma das próximas postagens, que também remete ao primeiro tópico deste post. Falando em cultura, outro dia me vi procurando qual a faceta de identificação de São Paulo. Ainda não encontrei e acho que vou decretar: não temos! O Rio tem o samba. Salvador seus ritos remanescentes da África. O sul (entenda-se Rio Grande do Sul) tem o churrasco, o galdério e seu separatismo. Cada capital nordestina possui musicalidade própria, além de fortes manifestações populares em torno de um santo ou religião. Até o centro-oeste tem o sertanejo pantaneiro. Minas é a terra do queijo, da cachaça, do bom papo e do comedor das beiras. E a gente, paulistada???
Fui, adeus!
01 maio 2007
Que Fria
Neste primeiro de maio, escrevo me remetendo à morte de uma figura importante do jornalismo brasileiro. Importante no quesito empresarial, lógico. Dono do maior jornal do país - de novo, outro relativismo: maior no quesito circulação -, Octávio Frias faleceu na última semana. Morreu muito tarde. Conseguiu deixar seu legado entreguista e liberalista, personificado na figura do filho, Octavinho.
Comprado a preço de banana, o periódico dirigido pela família Frias cresceu na década de 80. Sagaz, o publisher se aproveitou da onda das diretas já e se vendeu como o "porta-voz da redemocratização do país". Só que esqueceu de apagar as páginas manchadas das décadas anteriores.
Como explicar, por exemplo, a postura extremamente complacente ao regime militar? Até o Estadão, diário da oligárquica e fascista família Mesquita, foi mais combatente (por motivos pessoais, claro) que a Folha. Citemos, como exemplo, a demissão sumária do então diretor de redação, Cláudio Abramo, substituído por Boris Casoy para calar uma equipe recheada de esquerdistas e progressistas.
Aí a gente vê gente como Mauro Beting - para mim, um dos poucos jornalistas esportivos que merecem ser escutados - exaltando a figura do "seo Frias". Francamente. Depois de Roberto Marinho, o Frias pai era uma das figuras mais nefastas da mídia brasileira. Talvez por tentar, a todo custo, ter o mesmo poder de influência de Carlos Lacerda.
Calou investigações. Silenciou em benefício de sua empresa. Defendeu forças conservadoras paulistas. E na última corrida presidencial, polarizou sul e norte brasileiros, num autêntico separatismo preconceituso. Camuflou como colunistas os porta-vozes de seu partido, o PSDB, e os forjou "jornalistas respeitados". Era, enfim, um empresário, e trabalhou a favor de seu planozinho pessoal de grande empreendedor.
Do baixo do túmulo, Frias deve estar fechando sua derradeira primeira página para este dia do Trabalhador. Pegará as manifestações e chamará de baderna. Dirá invasão às ocupações dos movimentos sociais Sem-Terra e Sem-Teto. E, no ano que vem, provavelmente teremos uma festa (10 para 1 que será da Força Sindical) na "Avenida Octávio Frias". Cúmulo.
27 abril 2007
Cadê o Corinthianismo?
Mais uma derrota vexatória. Mais um dia de vergonha para a Fiel Torcida. E, mais uma vez, perdemos a chance de ganhar um campeonato que tinha tudo para ser fácil. Mas não dá nem para colocar a culpa neste ou naquele jogador. A culpa é na essência. Falta Corinthianismo. Falta jogar pela camisa alvinegra. E essa ausência de amor ao Corinthians começa lá no topo, com o senhor que atende pelo nome de Alberto Dualib.
Ladrão de marca maior, ele vem usurpando o patrimônio histórico do Timão há duas décadas. Diz que foi o maior vencedor na história do clube, mas é também o maior perdedor. E a única solução para que essas vergonhas parem de acontecer é a saída desse velho gagá da presidência.
A questão é: ele só sai se for tirado à força. O Conselho, nomeado em sua maioria por ele, tira ele e coloca um pior. Então, a Fiel tem sua chance histórica de mostrar sua força e é a grande responsável por trazer o Corinthianismo de volta.
A continuar nesse ritmo, daqui alguns anos poderemos chegar num destino tenebroso. O que era grande, pode sumir. É chegada a hora da Torcida se unir e fazer valer aquela máxima: "No Corinthians, a torcida é que tem um time".
Fora Dualib ladrão! Fora Conselho vendido! Fora não-Corinthianos do Pq. São Jorge!
Breves da partida:
- Uma coisa que me incomoda há algum tempo é essa postura morna da família Gaviões. Ontem, acabou o jogo e nada. As lideranças têm que se mostrar como tal e convocar, ali mesmo na arquibancada, uma reunião para decidir a tomada de postura. Adianta ir uns poucos no vestiário, sendo que a massa já estava dispersa? Sei não.
- Na saída do jogo, surgiu uma bela idéia: pegar todas as taças no Pq. São Jorge e levar para a quadra. E só devolver quando dissolverem toda a diretoria e convocarem eleições diretas para presidente e conselho.
- Acabo de saber que a repórter Marilia Ruiz, que se diz Corinthiana, apanhou ontem no Pacaembu. Bem-feito. Jornalistinha que paga de fiscalizadora e tem "contatos" com a diretoria vendida não merece respeito.
- O bonde Rebouças-Fco. Morato aumenta!
24 abril 2007
1 ano!
Há exatamente um ano, me desprendia das garras do Blig e migrava para este blogspot.com. Outras histórias, outros tempos, outras memórias... E tempos melhores, com certeza.
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Morreu Boris Yeltsin. Um dos nossos! Bebia em quantidades exponenciais...
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Conhece a origem do zorro? Não? Então veja aqui.
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Ganhei um primo novo: Mathias Minoru Kenji Morel de Oliveira. O coitado do moleque vai demorar muito mais tempo pra aprender o próprio nome que os colegas. Foto do pirralho em breve no /saizica.
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Tá bom né? Já deu...
20 abril 2007
Mácula na Heitor
Alarmado e pesaroso. Assim estou ao receber a notícia da minha irmã. A Sabesp, sem o menor constragimento, abriu um buraco na Heitor. Sob o pretexto de consertar o esgoto do vizinho, eles fizeram um rasgo bem ali, na frente de casa. Sem me perguntar se podiam.
Moro nessa rua desde sempre. Ela fica ali no Jardim Bonfiglioli, Zona Oeste de São Paulo. Até meus 3 anos, ela ainda era de terra. Quando chovia, a molecada saía em carreira para brincar nas corredeiras cheias de lama.
Aí veio o progresso. Asfalto cobriu nosso chão. Minha mãe gostou porque não iria mais quebrar seus saltos de sapato. Meu pai gostou porque o carro - branco - não iria ficar mais tão sujo. E eu gostei porque brincaria com os tratores e caminhões e promoveria corridas de carrinhos de rolimã naquela ladeirona.
Depois de pavimentada, ficou realmente muito bom. Além das corridas, virou arena para vários eventos desportivos. O pessoal da favela da esquina se juntava aos domingos e fazia campeonatos de vôlei. A gente entortava os portões dos vizinhos jogando bola das 14h às 22h. Todo dia. Deixei grande parte do meu joelho ali naquele asfalto.
Assim como meu joelho, hoje ela foi maculada. Ao contrário de 99% das ruas de São Paulo, a Heitor não tinha um buraquinho. Nada. Aqueles remendos mal-feitos? Esquece. Asfalto lisinho, plano, perfeito. Até hoje. Vai ficar lá agora, na frente da minha casa, a cicatriz. Muito mais significativa e dolorosa que a do meu joelho.
15 abril 2007
Aerosmith: coerência sonora
Muito mal se falou da apresentação do Aerosmith em São Paulo, no último dia 12 de abril. As críticas mais ferrenhas se focaram no excesso de "hits FM" que a banda originária de Boston tocou na sua passagem pelo Brasil, em detrimento a um repertório mais hard rock. Mas a verdade é que Steven Tyler, Joe Perry e companhia se mostraram uma banda competente, coerente e, principalmente, ainda incomparável com a média.
Apesar do som péssimo - além de jogos, o Morumbi se comprova o pior estádio para se assistir a shows -, é notável a qualidade dos músicos. Perry, a máquina de riffs dedilhados, é de uma clareza incrível. Solos matadores e técnica apuradíssima, que ficou ainda mais evidente na parte bluesera da noite. Joey Kramer e Tom Hamilton garantem a cozinha redonda e Brad Whitford segura a onda para que Perry debulhe nas seis cordas. E Steven Tyler, ah, esse cara é simplesmente um dos grandes vocalistas da história do novo rock. Lembro-me de uma homenagem que a MTV americana fez ao Aerosmith. Lá pelas tantas, a cantora Pink entrou no palco para cantar "Janie`s Got a Gun" e foi até a tribuna de onde Tyler recebia as honrarias. Eis que ela coloca o microfone na grande boca do cantor, que solta um berro ensurdecedor. Era latente o constragimento de Pink...
Voltando ao show, não dá para entender o porquê de tanta falação com relação aos hits. Depois de seu retorno, na segunda metade da década de 80, com a re-explosão de "Walk This Way" junto ao Run DMC, o Aerosmith assumiu de vez sua pose mainstream. O direcionamento mudou radicalmente, mas desde então, e até hoje, é possível reconhecer muito do peso do começo da carreira. E quem reclamou, o fez de barriga cheia. Tivemos no set do show "Toys in the Attick", "Sweet Emotion", "Dream On" e a já citada "Walk This Way". Apareceram, ainda, “Baby, Please Don’t Go” e “Stop Messin’ Around”, do álbum de blues Honkin' on Bobo.
Interessante saber que, se os eles tivessem tocado só a fase setentista, seriam chamados de ultrapassados, nostálgicos e apelativos. Mas era só olhar para a platéia para entender o porquê do repertório mais pop. Meninas preocupadas com a chapinha e playboys da Vila Olímpia eram maioria. Culpa, em parte, da glamourização já citada aqui, que cria uma demanda de público irreal e pouco fã da banda. No final das contas, eles agradaram a todos, fazendo uma verdadeira viagem pela própria história.
Outra coisa que se deve lembrar são os quase 40 anos de carreira dos caras. Fica impossível fazer um set list impecável sem que se sinta falta de alguma música. Padecem do mesmo "problema" bandas como Kiss, Rolling Stones, Deep Purple... Cito também os Ramones, que faziam shows com 31 músicas e, mesmo assim, sempre deixava algum clássico essencial de fora. Reafirmo que isso é para poucos. De minha parte, já posso morrer tranqüilo e deixar o registro para as gerações futuras: eu vi Aerosmith ao vivo!
09 abril 2007
Povo meu, tão intolerante
Saiu lá, lá na Falha de S.Paulo. O instituto prostituto de pesquisa deles - o Datafalha - que revelou. Estudo de abrangência nacional mostrou que 49%, sim, 49% dos brasileiros reprovam a união civil entre homossexuais. Outro dado alarmante aponta que 52% não aprova a adoção de crianças por casais gays.
Sustos. Primeiro, porque o Datafalha se propôs a fazer uma pesquisa séria. Piadas à parte, partamos para o lado sério e problemático da coisa. É certo que, por outro lado, 42% e 43% são, respectivamente, a favor do casamento gay e da adoção por casais desse gênero. Mas é alto o número de rejeição para uma coisa que, ao meu ver, não deveria nem ser colocada em questão.
Desde muito tempo, sempre tive um contato muito próximo com os homossexuais. Pedido de calma aos machões que passarem por aqui, já que não vai adiantar o esperneio desesperado em favor da virilidade heterossexual. Aprendi, na convivência amistosa e harmônica, a obviedade de não julgarmos o caráter de ninguém tendo como pressuposto sua orientação sexual. Você não vira gay, você nasce gay.
Qual seria o absurdo se eu chegasse para alguém e não aceitasse que ele casasse com um semelhante só pelo fato de ele ser, por exemplo, negro? Ou manco? Ou o raio que o parta? Eu adoro, por exemplo, ver as pessoas esbravejando a famosa frase: "não tenho nada contra". Essa é, talvez, a expressão que mais contenha preconceito e intolerância. E ela nos traz de volta o assombro da primeira exposição ali em cima, os tais 49%.
E sim, são esses 49% que acham bonito os gays na rua, no Carnaval... Mas só na casa dos outros. Só de longe é bonito, como se os homossexuais fossem bichos de zoológico. Assim como aconteceu naquela hipocrisia da última novela global, em que os portadores de Síndrome de Down foram glamourizados e provavelmente cairão no esquecimento tão rápido quanto um participante do BBB.
A Parada GLBT em São Paulo ser a maior do mundo - e ter crescido exponencialmente - não é algo surpreendente, mas ineficiente, pois não conscientiza na mesma proporção. Ao mesmo tempo em que queremos vender nossa imagem liberal, temos metade da população insegura sobre sua própria sexualidade, a ponto de intolerar a diversidade. De incoerência em incoerência, vamos construindo uma realidade em que se justifica agressões a gays, em plena Avenida Paulista, só porque o cara é gay. E já dá para ter uma idéia das conseqüências trágicas disso tudo.
Sem querer cagar regras, proponho uma reflexão. Iria você negar um filho, um pai, um amigo ou um irmão, só porque ele se descobriu gay? Se a resposta for negativa, acredito que você esteja bem direcionado. Se a resposta for positiva, digo que você estaria colocando em xeque toda a estrutura familiar sob a qual vive a humanidade. Além de demonstrar um medo terrível de poder a vir gostar do babado.
03 abril 2007
E piriri, e pororó
Semana curta, post curto.
- O cara tava fudido na vida. Aí ele entra pra uma colônia de férias, passa três meses numa mansão com festa duas vezes por semana, comida e bebida à vontade. Fica famoso, ganha um carro, vários eletrodomésticos e eletrônicos, um milhão e três mil reais (mais cachê de direito de imagem proporcional aos 3 meses de confinamento) e não vai ter que colocar a mão no bolso pra nada até o fim do ano. Projeto de vida: ir pro BBB8 hahahahahahahahahahahahahaha...
- Show do Ary Toledo nas arquibancadas. Levantar bandeirão de ponta-cabeça, pra mim, foi o fim...
- Show do Ary Toledo na cartolagem internacional. Copa Rio valer mundial, pra mim, é o fim...
- Show do Ary Toledo no Pq São Jorge. Chamar um ex-porco incompetente para "administrar" o futebol Corinthiano é o fim...
- Piscina, sol, cerveja, churrasco, vuco-vuco... Tem coisa melhor? Faltou só o um milhão de reais...
No mais, segue o jogo. E tempos felizes!
29 março 2007
Pancada
Post em tom de revolta (ah, vá...). Não sou corneteiro. Defendo minhas cores, minha camisa e meu time. Mas depois desse último Corinthians X sardinhas vou fazer uma coisa inédita. Me sinto impotente e a única coisa que vem à cabeça é isso. Sei que não deveria, mas agora que já está tudo perdido, vou ter que passar por cima do meu orgulho.
Não sei ainda se terei estômago. Mas sábado, às 18h10, no Pacaembu, faço questão de comprar ingresso de numerada pra ficar ali, bem atrás, coladinho no alambrado. E xingarei, até ficar afônico, aquela senhora de cabelos brancos. Que um dia alguém achou que seria um bom técnico. Irei xingá-lo com todas as forças. Irei pedir sua saída. Como alguém que precisa ganhar um jogo tira um lateral e coloca... outro lateral???? A coisa era básica, simples. Temos 3 zagueiros (que juntos não valem 1). 2 deles têm cartão amarelo. Estamos com um a menos - aliás o que foi expulso também não pode mais pisar no Pq São Jorge - e o natural é: tira um zagueiro, passa o lateral habilidoso (que é meia) para a armação, avança o outro meia e coloca um volante improvisado e recuado na lateral. Simples assim.
Se é pra trocar lateral por lateral e volante por volante, coloca minha mãe lá que dá na mesma. Ela, ao menos, vai dar valor ao salário astronômico que ganha.
FORA LEÃO! FORA DUALIB! FORA AMOROSO! FORA CITADINI! FORA DIRETORIA VENDIDA!
VIVA A REVOLUÇÃO CORINTHIANA!!!!
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Depois de tanta brabeza, pra você:
"Anoche, anoche soñé contigo
Soñé una cosa bonita
Que cosa maravillosa...
Ay cosita linda mamá
Soñaba, soñaba que me querías
Soñaba que me besabas
y que en tus brazos dormía...
Ay cosita linda mamá
Chiquita que lindo tu cuerpecito
Bailando este meneito
Yo sé que tú me dirás..."
26 março 2007
Definham...
Para quem não sabe, o jornalista Franklin Martins foi nomeado Ministro pelo presidente Lula. Levando em conta que essa nova equipe tem algumas pecinhas raras, é um dos nomes mais interessantes. Ele vai cuidar da parte de comunicação estatal, será responsável pelas verbas de publicidade e ainda deve comandar a criação de uma rede de TV pública. Do ponto de vista estratégico, manobra de mestre de Lula. Do ponto de vista jornalístico, me fez pensar em que ritmo anda essa (minha) profissão.
Franklin é peça rara no meio. Assim como era Aloysio Biondi e como são Mino Carta - às vezes chato -, Eugênio Bucci, Ricardo Kotscho e o maior repórter da Terra, José Hamilton Ribeiro. Tirando eles e mais alguns poucos, o resto era bom e se transformou em merda, ou simplesmente sempre foram merdas.
Desses últimos, não precisa fazer nem esforço pra lembrar: Diogo Mainardi, Flávio Prado (leiam a biografia de Silvio Luiz e vejam como se desintegrou a carreira dessa besta), Datena, Eliane Cantanhede, Miriam Leitão, Milton Neves e Juca Kfouri. A parte esportiva, toda, se encaixa no quesito "era bom mas virou merda".
Tudo isso dito, vale refletir. Qual destes grupos têm maior exposição na mídia? Qual destes jornalistas conseguem atingir e formar a opinião de mais pessoas? E quais deles realmente dá para levar a sério hoje em dia?
Aqui na "firma", trabalho com 4 estagiários. A diferença de idade é pouca. Conhecimentos básicos como apuração, correção gramatical e interesse pela dúvida são a diferença. Sem modéstia nenhuma - até porque não primo por nenhuma dessas coisas como dom, mas sim as uso para nortear meu trabalho -, digo que eles também são uns merdas. Não como pessoas, porque nem opinião formada têm. Mas como tentativas de jornalistas.
Eles representam uma geração alienada, que não busca as informações e fica vivendo de releases tão ou mais mal-escritos. E são resultado da manipulação dessa massa de bostas que escrevem suas tranqueiras em jornais, revistas e sites. Enquanto isso, talentos natos que poderiam fazer uma nova escola nas redações ficam presos a trabalhinhos em assessorias, a única coisa que paga bem.
A ida de Franklin ao poder e a aspiração da criação de uma rede de TV pública simbolizam o fio de esperança. Simbolizam, ainda, que uma hora a competência toma frente e é reconhecida. Deixando de lado posicionamentos políticos a favor ou contra Lula, não dá para negar que se trata de um grande jornalista. Esperemos, portanto, que isso se torne regra. E que os merdas e seus discípulos definhem. Porque para eles não vejo salvação.
19 março 2007
Glamourização e/ou banalização
Filas imensuráveis. Preços exorbitantes. E um público cada vez menos participativo. O que anda acontecendo com os shows internacionais aqui no Brasil? Há pouco mais de 3 anos, inventaram uma moda por aí que estabeleceu que as vendas de ingressos têm que ser tumultuadas, mesmo com as entradas custando, em média, R$ 150.
O ápice ocorreu no show do U2, em 2006. Correria, esquemas de filas com idosos vendendo lugar, um verdadeiro escarcéu. Coisa semelhante acontece agora, com o Aerosmith. O estranho é pensar que, antigamente, as coisas eram mais calmas. Hoje, até o mestre - e extremamente calmo - Chico Buarque causa um frisson que não condiz com as vendas de sua própria discografia.
A reflexão, portanto, só pode ser a seguinte: criaram uma demanda nova de público, na tentativa de fazer os famosos sold-out norte-americanos e europeus. E por meio de uma empresa nefasta que atende pelo nome de Ticketmaster. Sim, essa que ficou famosa por travar uma intensa briga judicial com o Pearl Jam na virada do século. Cujo show, aliás, teve uma venda de ingressos fora do normal por aqui.
Erro número 1: não somos os EUA ou a Europa. Lá existe uma cultura, aqui temos outra. Lá, por exemplo, a pista é numerada e todos respeitam uma linha imaginária que determina os lugares. Erro número 2: criar uma demanda dessa num país carente como o nosso deixa os verdadeiros fãs de fora, por causa dos preços caríssimos. Com isso, a resposta do público durante o show também não é a mesma (bons tempos em que os artistas declaravam ter feito em terras tupiniquins "o melhor show da carreira").
Resenhei a última turnê do Pet Shop Boys e notei uma coisa absurda. Na sexta, gente que nunca tinha ouvido falar do duo inglês e que mal conhecia suas canções estavam na pista do Credicard Hall. Até aí, problema nenhum. Só que eles foram lá não para conhecer uma das referências da música eletrônica, mas sim para a "pegação". Não sou um velho que defende a moral e os bons costumes. Mas o mínimo que se espera de alguém que paga R$ 130 numa entrada é a atenção ao show e uma interação calorosa com o artista. Já no dia seguinte, com uma massa maior de seguidores, a dupla foi recebida com muito mais entusiasmo. E devolveu a alegria tocando uma música que não entrou no set list de outras apresentações.
A música, assim como o futebol, desperta paixões. Cegas e intensas. Por essa razão, existe a linha que separa um show de uma balada. A referida nova demanda de público apagou essa linha e colocou todo mundo na mesma bacia. Hoje, DJ é músico. Hoje, qualquer um é músico. E hoje, cobram uma fortuna por um show que há 3 anos eu paguei R$ 10.
O ápice ocorreu no show do U2, em 2006. Correria, esquemas de filas com idosos vendendo lugar, um verdadeiro escarcéu. Coisa semelhante acontece agora, com o Aerosmith. O estranho é pensar que, antigamente, as coisas eram mais calmas. Hoje, até o mestre - e extremamente calmo - Chico Buarque causa um frisson que não condiz com as vendas de sua própria discografia.
A reflexão, portanto, só pode ser a seguinte: criaram uma demanda nova de público, na tentativa de fazer os famosos sold-out norte-americanos e europeus. E por meio de uma empresa nefasta que atende pelo nome de Ticketmaster. Sim, essa que ficou famosa por travar uma intensa briga judicial com o Pearl Jam na virada do século. Cujo show, aliás, teve uma venda de ingressos fora do normal por aqui.
Erro número 1: não somos os EUA ou a Europa. Lá existe uma cultura, aqui temos outra. Lá, por exemplo, a pista é numerada e todos respeitam uma linha imaginária que determina os lugares. Erro número 2: criar uma demanda dessa num país carente como o nosso deixa os verdadeiros fãs de fora, por causa dos preços caríssimos. Com isso, a resposta do público durante o show também não é a mesma (bons tempos em que os artistas declaravam ter feito em terras tupiniquins "o melhor show da carreira").
Resenhei a última turnê do Pet Shop Boys e notei uma coisa absurda. Na sexta, gente que nunca tinha ouvido falar do duo inglês e que mal conhecia suas canções estavam na pista do Credicard Hall. Até aí, problema nenhum. Só que eles foram lá não para conhecer uma das referências da música eletrônica, mas sim para a "pegação". Não sou um velho que defende a moral e os bons costumes. Mas o mínimo que se espera de alguém que paga R$ 130 numa entrada é a atenção ao show e uma interação calorosa com o artista. Já no dia seguinte, com uma massa maior de seguidores, a dupla foi recebida com muito mais entusiasmo. E devolveu a alegria tocando uma música que não entrou no set list de outras apresentações.
A música, assim como o futebol, desperta paixões. Cegas e intensas. Por essa razão, existe a linha que separa um show de uma balada. A referida nova demanda de público apagou essa linha e colocou todo mundo na mesma bacia. Hoje, DJ é músico. Hoje, qualquer um é músico. E hoje, cobram uma fortuna por um show que há 3 anos eu paguei R$ 10.
13 março 2007
Jogo rápido
Algumas vezes recorro ao post em tópicos para fazer comentários pontuais da realidade. Geralmente, este blog fala de futebol, cerveja, música e amores. Ei-los mais uma vez:
- A fase do glorioso Sport Club Corinthians Paulista não anda nada bem. Vejo uma indignação geral, ampla e irrestrita. Porém, poucos se revoltam a ponto de querer levar a situação às conseqüências mais drásticas contra uma ditadura que há 13 anos domina o Parque São Jorge. Vale, então, ressaltar as vozes que não querem calar. Primeiro, é legal dar uma passada no Informativo dos Gaviões, que está promovendo as eleições da torcida do próximo dia 24. O discurso é animador, ao menos. Querem, com toda razão, resgatar o corinthianismo que essa diretoria nociva tenta matar. Aí você pode passar no Jornar, do meu amigo ainda virtual Filipe, que não gosta do meu outro amigo virtual - a quem ele chama de çapo - mas, ainda bem, odeia os narigudos tucanos igualmente. Admito, porém, estar triste com nosso operário ultimamente... De quebra, você conhece a filha do cara, Teresa, que só pelas fotos já se mostra uma figurassa! Por fim, passem no blog do Leco Polegar, figura ímpar e de comentários sempre pertinentes. Se der tempo, vá ainda ao blog do Barneschi, xingar o bando de porco maldito que habita aquele chiqueiro e, principalmente, tirar um pêlo do Luigi Shortinho.
- E já que o assunto é internet, outros dois blogs bastante interessantes são o Só Dói Quando eu Rio, do grande Fernando Szegeri. Poeta e conhecedor de tudo. Quem prova isso é o não menos genial Edu Goldenberg em seu Buteco. Carioca. Precisa falar mais?
- Esse calor é ótimo, mas há um pequeno problema com ele. Estou tentando para de beber constantemente - ou melhor, diariamente -, mas não há cristão que resista à tentação de uma gelada no balcão nessas altas temperaturas. Preciso dar uma muchada, pois as calças daqui a pouco já não fecharão...
- Amor, ahhh o amor... Tudo em ordem, cada vez mais amando Evinha, meu pecado e minha salvação. Então, sai zica!
- O dia já é certo. No próximo 12 de abril verei um dos shows obrigatórios de todo ser humano. Velhos, decadentes, o diabo. Aerosmith vem, e eu estarei lá! No meio do caminho, tem Pet Shop Boys, também velhos, decadentes, mas ainda imbatíveis. Aliás, se são velhos e decadentes, porque ninguém os derrubou?
- Falta a São Paulo rodas de samba honestas. Temos poucas. Cito de novo Szegeri, que comanda talvez a melhor delas nas tardes de sábado, no Ó do Borogodó. Há o pessoal do "Se vai se Quiser", na pça Roosevelt, o pessoal da Vela, o Samba Raro (com um irritante h no meio do raro que eu me recuso a escrever), esporádicos heróis no Magnólia e só. Bons tempos aqueles de Espaço Cuca na Barra Funda, né zéserra?
E acabou!
08 março 2007
Ironias
O mundo sempre nos reserva ironias, não é mesmo? Conheci um caboclo em 2000, no começo de minha vida acadêmica. Ficamos verdadeiros compadres, aqueles poucos que a gente carrega pelo resto da vida.
Aí teve uma vez que eu fiz uma foto-montagem com ele, ironizando os milhares de "MV VM" que ele deixava gravado nas carteiras da Faculdade Cásper Líbero. Ele ficou bem puto, mas na época não entendi o porquê. Meses mais tarde, comprovei que se tratava de um dos seres mais homofóbicos do planeta.
Eis, então, a ironia do caso. Não é que o cara faz aniversário neste 8 de março, Dia Internacional das Mulheres? Está explicado o ódio pela delicadeza, sensibilidade e ternura que esse meu compadre tem.
Parabéns Barneschi, seu piemontês.
05 março 2007
E vai falar o quê?
Desse último Corinthians x palmeiras não temos o que falar. Não houve interferência de apito. Não tivemos nenhum desfalque significativo. E não tivemos um time com o mínimo de vergonha na cara.
Escrevo este post porque não consigo dormir. Não que a derrota tenha sido uma das piores da história. Já tivemos muitas significativas, assim como outras tantas vitórias sobre o inimigo. Mas o grande guerreiro, este sabe reconhecer a derrota em uma batalha. E lá das arquibancadas, sob um sol escaldante durante os 90 minutos, lutamos. Pelo Corinthians, até o fim. Já em campo...
Façamos um comparativo entre os dois 7 da peleja. O deles, já veterano e com o fim da carreira decretada por muitos, se poupou no último jogo somente visando o clássico. E entrou com sangue no olho (tanto que foi provocar a Fiel nos dois primeiros gols. Depois nego ameaça de morte e a gente é violento. Respeito é bom e conserva os dentes!). Já o nosso 7 continua o mesmo amarelão de sempre, sumindo em partidas importantes e deixando bem claro que é um dos primeiros a agir para derrubar um técnico. Digo e repito sempre que possível: esse Roger tinha que ter saído em 2005, na desclassificação para o Figueirense da Copa BR.
Dito isso, expliquemos o nervosismo. Ele se dá porque é uma derrota de um time que não está a altura de sua torcida. São um bando de pernas de pau, que têm a capacidade de achar ruim que um chileno - o Chile agora vira até berço de craques, vejam vocês - distribua dribles. Que os nossos meias também tivessem técnica suficiente para isso. Que nossos zagueiros não sejam dois morféticos. Que nosso ataque tenha fome de gol. E, principalmente, que o nosso técnico tenha a noção de que ele deve, apenas, treinar o time.
Triste também foi ver o posicionamento apático e conformado da família depois do apito final. Venho notando isso há algum tempo, principalmente depois da merda toda que deu no jogo da última Libertadores contra o River, no Pacaembu. De lá para cá, parece que não temos mais o mesmo poder de pressão que tínhamos. Não temos ou não queremos exercer??? Essa dúvida também está me tirando o sono. Ao que parece, ela só será esclarecida com o tempo. De minha parte, ainda acho que a gente tinha que tirar aquele velho gagá à força e estabelecer um novo estatuto com um único artigo: eleições diretas para o Conselho e Presidência.
No resto, VAI CORINTHIANS! Na vitória ou na derrota eu grito forte, corinthiano eu serei até a morte!
27 fevereiro 2007
Prova de hombridade
A obrigação é a seguinte: ganhar bem na quinta e aquecer pro verdadeiro jogo, que é domingo. A obrigação desses jogadores é de vencer o clássico. Nada mais. Depois do que vêm apresentando, esses pernas-de-pau que estão vestindo a camisa do Coringão devem, ao menos, mostrar que têm o mínimo de dignidade e fazer o possível e o impossível para vencer a porcada. E sem expulsões. Vontade é uma coisa, presepagem é outra.
E que não venham com o discursinhos de "vamos ganhar pelo técnico". Vocês, seus vagabundos, têm que ganhar pela Fiel Torcida, que já está cansada de ver um timinho apático. Façam a obrigação e esqueçam, por uma semana, todas as birras internas. Depois vocês podem derrubar técnico e o diabo. E um alerta final: Corinthianos, prestem atenção no 7. Em 2005 ele já chutou propositalmente um pênalti para fora, só para derrubar o técnico. E nego ainda fica babando ovo pra esse merda enganador...
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Pra quem duvidava da fama do Carnaval de Pirapora do Bom Jesus, a prova foi dada no último domingo, com a corrida dos carros alegóricos no Pânico na TV hahahahahahahahahahhaahhahahahaha... Ano que vem eu fico até a Pascoa naquele lugar!
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