29 junho 2010
Dois em um
Dois posts em um, relacionados umbilicalmente, no entanto.
- Pitacos verdamarelos:
O Brasil passou pelas oitavas e pelo Chile com um futebol muito mais decente do que o apresentado naquele cumprimento de tabela contra os patrícios. Apesar de ainda nem um pouco empolgante como estão Alemanha e Argentina - nossos possíveis adversários na final -, a canarinho teve melhoras com relação ao desempenho na fase de grupos. O meio de campo se transforma completamente sem Felipe Melo e Elano, mas deveria ter Robinho no lugar de Daniel Alves, armando o jogo ao lado de Kaká. No ataque, aquele que nunca ganhou do Corinthians junto de Nilmar.
De todo modo, o que mais dói é a total falta de identidade desse time com o brasileiro. E quando falo de identificação, não é aquela baboseira de futebol-arte, muito bem resumida pelo Barneschi na assertiva "o futebol não é essa viadagem idealizada por Armandos Nogueiras da vida" (por sinal, o Barneschi segue impecável nessa Copa). Digo que há uma aura de falsidade em torno de cada jogador que só me resta vibrar com Dunga, principalmente depois que ele se transformou no inimigo número 1 dos abutres.
Agora, pegamos a freguesa Holanda, num jogo que promete ser teste para cardíacos. Minha esperança, por mais contraditório que possa soar se levarmos em conta tudo que falo com relação à postura de um torcedor de verdade, é que a final Brasil x Argentina se concretize. A festa e o churrasco, ao menos aqui em casa, estarão garantidos.
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- Os canalhas e suas opiniões sem sentido:
Dois fatos chamaram atenção nos últimos dias de Copa do Mundo. O primeiro é a baboseira da inserção de aparatos tecnológicos como forma de reduzir erros de arbitragens voltando à pauta dos debates futebolísticos tupiniquins. É que nas partidas de Alemanha e Argentina, duas cagadas antológicas deram as caras. Na eliminação da Inglaterra pelos bardos de Berlim, o juiz e o bandeira não validaram um gol nítido e, indiretamente, promoveram a reparação histórica de 1966. Já nossos hermanos tiveram um gol impedido validado - e foi AQUELE impedimento!
Nesses momentos, como sempre, aparecem os assassinos do futebol. São aproveitadores que querem utilizar a polêmica inerente ao esporte para obter vantagem pessoal e acabam contribuindo para destruir o pouco de dignidade que restou dentro das quatro linhas. Pois vejam que a abutraiada, corneteira e cagona, se indignou com os erros supracitados em favorecimento aos possíveis adversários do Brasil na final da Copa e agora clamam por bola com chip, VT para o quarto árbitro e outras bizarrices - não se ouviu menções semelhantes quando do gol três vezes irregular do 9 brasileiro contra a Costa do Marfim. O problema real, a má formação dos canalhas do apito, ninguém quer discutir. Pois imaginem os senhores um belo quebra-canelas no Desafio ao Galo de domingo ser interrompido por um videozinho para determinarem se fulano estava ou não impedido? Ou então um sujeito querer enfiar um chip numa bola de meia para ter a certeza de que a pelada de rua não foi prejudicada por uma malandragem do arqueiro? Tais medidas só serviriam para elitizar e desfigurar ainda mais futebol, popular e democrático na essência.
Falar em elitização, aliás, nos leva à rabugice da semana, cujo tempero foi a inveja e certas demonstrações patológicas de desinformação. Nosso caríssimo arquivista, nossa voz da verdade, meteu novamente os pés pelas mãos em sua coluna na Falha de S.Paulo. Dispensando seus habituais laranjas e sendo incisivo na contestação à mídia (risadas, pessoal, risadas), Juquinha, no mesmo texto (texto?), fez críticas ao peleguismo de Dunga, ao esquerdismo de Dilma, ao apoio dos correligionários de Dilma ao Dunga na briga com a vênus platinada e a ex-jornalistas globais que conseguiram alforria e hoje exercem jornalismo decente, com especial relevância na internet - dando nome aos bois, Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna.
Já influenciando a leitura, notem que, entre tantas incongruências e barras forçadas, Juquinha deixa escapar inocentemente suas predileções políticas, mesmo tentando parecer progressista. Nada surpreendente para um apoiador de Maluf. E menos surpreendente se lembrarmos o modus operandi dos Marinho, famiglia para a qual Juquinha presta serviços de maneira muito mais servil em comparação aos funcionários do bispo, posto que se dispõe a defender a cada vez mais indefensável Rede Globo. Fiquem com a pérola:
"A dupla D-D
Sem nenhuma responsabilidade nem de Dunga nem de Dilma, juntaram os dois na campanha
DUNGA E DILMA nada têm em comum a não ser suas casas no Rio Grande do Sul.
Dilma Rousseff, como se sabe, nem gaúcha é. E é de esquerda, fiel ao seu passado que não renega.
Dunga, ao contrário, é de direita, quase feroz, a ponto de nem tirar a mão do bolso para cumprimentar o presidente Lula.
Dunga também tem um passado a zelar como jogador e, mais uma vez, agora na Copa do Mundo, atingiu seu primeiro objetivo, qual seja o de classificar a seleção brasileira em primeiro lugar em seu grupo e sem derrotas.
Aliás, são façanhas de Dunga até agora como técnico da seleção brasileira: as conquistas da Copa América, da Copa das Confederações e do primeiro lugar nas eliminatórias, com direito a classificação antecipada e vitórias sobre o Uruguai, em Montevidéu, e sobre a Argentina, em Rosario. A primeira não acontecia havia 33 anos, e ganhar da Argentina tornou-se comum para ele, que a bateu em amistoso e na decisão da Copa América. O que, é claro, não justifica que tenha dado a resposta atravessada que deu ao jornalista argentino que quis saber de uma eventual final entre ambos na Copa.
Mas Dunga, agora, porque contrariou a TV Globo, virou ídolo de uma certa gente que apoia a candidatura de Dilma.
E como essa gente, incapaz do contraditório, é inimiga da Globo, embora lá tenha trabalhado servilmente, como serve a certos bispos, resolveu, é claro, que inimigo do meu inimigo é meu amigo. Dá pena de Dilma e de Dunga, que, certamente, se conhecerem tanta mediocridade contrariada em suas ambições mais mesquinhas e carreiristas, alguns até lacerdistas na juventude, quererão distância.
O pior é que, na sua infinita burrice e incompetência, é gente que tem na sociedade a resposta inversa de suas campanhas, haja vista a audiência da Globo, que cresceu no joguinho contra Portugal, numa sexta-feira, em relação ao jogo melhor, e num domingo, contra Costa do Marfim.
Politizar as posições de Dunga é tão patético como pedir à Dilma que escale a seleção de 1970, quando ela, como tanta gente de valor, lutava como podia contra a ditadura militar.
Ao contrário, por sinal, desses oportunistas que misturam alhos com bugalhos.
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5 comentários:
O juca merece tomar porrada na cara! Que grande fdp, o safado alfineta nas entre linhas sem ter a coragem suficiente (que um rato teria) para nomear os seus "rivais",outro dia tomou uma invertida da bicha evangélica agora ataca a Prediente e o Comandante, ser desprezivel. Qto aos corinthianos e produtores que continuma colocando esse safado nos documentários alvi-negros deveriam rever os conceitos, a premissa é que ele é contra o povo, logo anticorinthiano.
Vai Corinthians e porrada neles Dunga.
Clayton.
Putz, quando começou esse lenga lenga sobre chip em bola e etc eu tinha certeza que você iria se pronunciar. Pois é, arbitragem boa e séria resolveria essas canalhices.
Caraca, já tinham me falado desse texto(?) do Juquinha mas não tinha lido. Pior do que eu pensava...
abraço
Rumo a uma final BRASIL e Argentina!!!
Engraçado um colunista deste Jornaleco escrever uma notícia assim, este mesmo jornaleco que apoiou a ditadura e hoje fala em democracia. Sou muito mais ver a Dilma escalando a seleção de 70 do que esse zé ruela escrevendo.
Postura meu caro, postura, mas de homem, de cidadão e não de jornalista covarde!
nilmar?..
última chance pros corintianos verem algum dos seus (safra kia 171) na seleção.
e deixar de torcer pro tevez..
..
Opa, eu é que devo agradecer, japonês. É bom saber que ainda tem gente que não se deixa levar por essa viadagem em que tentam transformar o futebol.
Valeu!
Abraços
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