18 maio 2010

Motivo de vergonha


A atual diretoria do Corinthians parece estar fazendo de tudo para tirar dos holofotes a eliminação ridícula da Libertadores, só que o faz de maneira equivocadíssima. O que poderia parecer uma estratégia merecedora de aplausos na luta contra os abutres na verdade é uma série de vômitos verbais que só envergonham a Nação Corinthiana e nos faz ter certeza de que a revolução política dentro do Parque São Jorge é cada vez mais urgente.

Um dos cretinos que dão as cartas por lá é o tal Roxemberg, o homem do marquetim, o cara responsável pela exposição excessiva e irresponsável do nosso clube. É ele o principal agente transformador do Centenário num carnaval bizarro. Gaba-se por ter montado uma estrutura gigantesca e captado recursos inimagináveis por conta da contratação de um ex-centroavante, apesar da tarefa ser semelhante a de vender chocolate em spa. No entanto, sabe tão pouco da "marca" que diz representar que soltou a seguinte afirmação nessa terça-feira: "Vamos jogar contra o Real Madrid. Vai ser um evento grandioso. Será a primeira vez que o Corinthians vai enfrentar um grande clube na Europa."

Não, Roxemberg, não é a primeira vez que o Timão entra em campo contra um grande na Europa. Em 1959, já fizemos uma excursão pelo velho continente, jogando contra Barcelona, Bayern de Munique, Benfica e Porto, da qual saímos invictos (duas vitórias e dois empates). Além disso, jogamos em outra oportunidade com o time catalão, goleamos a Inter em plena Milão, vencemos a Lázio e a Roma na capital italiana, enfrentamos os franceses Olympique de Marselha e Paris Saint German e empatamos com o já citado Real Madrid em Cádiz. Uma simples consulta às páginas 60 e 61 do Almanaque do Corinthians, de Celso Unzelte, evitaria a grosseira gafe.

Passemos ao mandatário. Estampa no UOL que Andrés Sanchez é contrário à Bolsa Copa proposta pelo presidente Lula para beneficiar os jogadores que venceram os Mundiais de 58, 62 e 70. Segundo Sanchez, já existe uma verba destinada ao auxílio de ex-atletas recolhida pela Federação da categoria e, portanto, nada justificaria uma reparação financeira ao Nilton Santos, por exemplo, que hoje passa por grandes dificuldades no tratamento do Mal de Alzheimer. Além de se mostrar vil e mesquinho, distanciando-se cada vez mais do povo que deveria representar - ora, o Corinthians é o Time do Povo, não? -, Sanchez explica, tardia e indiretamente, o porquê de não ter ajudado nosso guerreiro Idário nos momentos finais, assim como o clube deixou ao relento tantos outros heróis, como Baltazar, Luizinho e Carbone.

Finalmente, a gente chega no fanfarrão, no bobo da corte que atende pelo nome de Mario Gobbi. Inspirado por frases totalmente sem sentido nem motivo, o bonachão dirigente adora um microfone quando o Corinthians ganha, mas desaparece até mesmo num empate mal explicado. Após a fatídica partida contra o framengo no Pacaembu, afirmou categoricamente que iria sair da direção do futebol, mas voltou atrás no dia seguinte. Recentemente, fez um besouro fumar maconha no seu globo ocular.

É esse tipo de gente descompromissada que está falando em nome do Corinthians no ano de celebração de nossa existência secular. Crápulas que podem ser tudo, menos corinthianos de alma e coração, já que cospem em nossa trajetória e alimentam carniceiros com suas bobagens. Reitero: minha última preocupação é se estão levando dinheiro em contratações ou contraindo cada vez mais dívidas, até porque clube de futebol não é empresa. Isso tudo são só indícios de que as eleições no Corinthians precisam ser reformuladas, a começar pela extinção do Conselho. Grave, de fato, é sair do nosso caminho, desviar da ideologia que os ancestrais iniciaram e que os grandes alvinegros deixaram de herança.

8 comentários:

Corinthiano disse...

Esses filhos da puta não tem a menor identificação com o Corinthians... Criaram camisas coloridas, transformaram torcedor em cliente (pior ainda, elitizado), incentivam o torcedor a assistir jogo num badalado bar, que fica longe da periferia e agora mal conhecem a história do clube? O negócio é reformular a politica sim! Mas como parar com esses votos "ajeitados"? Parece que o negócio e resolver na porrada mesmo!

Clayton

Craudio disse...

Pois é, mano. A solução viria de nós mesmos, numa ação articulada e mobilizada, principalmente a partir das organizadas. No entanto, como a gente viu nas últimas semanas, para calar lideranças em troca de favores a diretoria é competente. Temos que pensar, então, em escolher direito essas lideranças...

No mais, o clima de "apoio" e de palminhas só ajuda a perpetuar essa estrutura.

Bruno Ferraz (sOUL) disse...

Pois é Claudião.

Eu não faço parte de organizada nenhuma, mais sempre achei legitimo a cobrança e senti-me ouvido pelos diregentes na voz de quem tinha acesso para cobrar.

Mais eu já tinha dito no meu blog que depois daquela ajudinha de 700 mil pro carnaval, ia ser difícil cobrar o tampão.

Elitizando o Time do Povo, as palminhas são fruto disto.

Abraço!

"Futebol é Business e o torcedor que não entende isso é burro e ignorante" - Mário Gobbi.

Álvaro disse...

A divida aumentou 5 milhão em 1 mês.

Que beleza!

Kd o pessoal que batia palma para o "maior patrocínio do mundo"?

Bráulio Almeida disse...

Pois é, Cláudio.
Tenho uma opinião sobre esse assunto que talvez não seja compartilhada por alguns aqui.

Longe de mim achar bom tudo o que o Rosenberg faz, acho que ele se perdeu e cagou demais.

Mas acho que foi um começo de um trabalho que não vem sendo feito à altura do Corinthians: utilização e valorização da marca.

Não concordo com a maioria das opiniões dessa turma que manda no clube hoje em dia, mas antes deles o Corinthians deixava de faturar o quanto poderia com a força de sua torcida. Aliás, continua faturando menos do que poderia, mas aprender a lidar com isso vai ser cada vez mais necessário.

Alguns dias atrás eu postei algo aqui nesse sentido. A maldita modernidade do futebol veio pra ficar e os clubes que não se adaptarem a ela se enfraquecerão demasiadamente.

Assim, caberá a nós, Corinthianos, tentarmos vetar ações cretinas como a institucionalização do roxo, porém, sem desestimular e desvalorizar o trabalho do necessário marketing do clube.

É um assunto complexo que não se esgota aqui... sigamos apoiando o que for bom e achincalhando o que for merda.

abraço.

Filipe disse...

É isso aí, Japonês. Obrigado pela síntese, Camarada. Esses três estrapolam.
No mais, o Corinthians fez jus ao Embaixador do esporte bretão, e como um GlobeTrotter fez excursão por países da Europa, já em 53, razão de não termos sido tetra-campeões. Era aquele TIMÃO do Gilmar, Gigantesco Polegar, do Gerente, do Artilheiro Espetacular, Deus da Raça e de Baltazar. Enfim.
O Roxemberg é o besouro que fumou no olho do Gobbiziniz.
No ano dessa celebração, passou batido também pra esses três o fato de terem inventado de nos fazer jogar não no Pacaembu, mas em São Januário. É nosso direito sermos os mandantes nesse dia, basta invertermos os mandos nos dois turnos, jogarmos lá no dia 28 de novembro e aqui no Pacaembu na Data Sagrada. Mas não estão pensando em nada disso. Não lhes importa o que de fato importa, ao que parece. E ali o que importa tem que estar na pauta do dia, em todos os setores. Quem não for Corinthiano que vá pra puta que o pariu.

No mais, o Carlos Barbosa estava invicto em casa. 50 partidas. O Coringão enfiou 4 a 2. E ninguém fala nada.

E VAI CORINTHIANS!!!

Craudio disse...

Segundo o tampão, parece que conseguiram inverter o mando. Só falta sair a publicação...

E puta jogaço esse do futsal. Aquele Cabreúva joga pra caralho!

Mônikita disse...

Claudio belo texto ,... to querendo trocar uma ideia com vc o Fi extra net ...