05 março 2007
E vai falar o quê?
Desse último Corinthians x palmeiras não temos o que falar. Não houve interferência de apito. Não tivemos nenhum desfalque significativo. E não tivemos um time com o mínimo de vergonha na cara.
Escrevo este post porque não consigo dormir. Não que a derrota tenha sido uma das piores da história. Já tivemos muitas significativas, assim como outras tantas vitórias sobre o inimigo. Mas o grande guerreiro, este sabe reconhecer a derrota em uma batalha. E lá das arquibancadas, sob um sol escaldante durante os 90 minutos, lutamos. Pelo Corinthians, até o fim. Já em campo...
Façamos um comparativo entre os dois 7 da peleja. O deles, já veterano e com o fim da carreira decretada por muitos, se poupou no último jogo somente visando o clássico. E entrou com sangue no olho (tanto que foi provocar a Fiel nos dois primeiros gols. Depois nego ameaça de morte e a gente é violento. Respeito é bom e conserva os dentes!). Já o nosso 7 continua o mesmo amarelão de sempre, sumindo em partidas importantes e deixando bem claro que é um dos primeiros a agir para derrubar um técnico. Digo e repito sempre que possível: esse Roger tinha que ter saído em 2005, na desclassificação para o Figueirense da Copa BR.
Dito isso, expliquemos o nervosismo. Ele se dá porque é uma derrota de um time que não está a altura de sua torcida. São um bando de pernas de pau, que têm a capacidade de achar ruim que um chileno - o Chile agora vira até berço de craques, vejam vocês - distribua dribles. Que os nossos meias também tivessem técnica suficiente para isso. Que nossos zagueiros não sejam dois morféticos. Que nosso ataque tenha fome de gol. E, principalmente, que o nosso técnico tenha a noção de que ele deve, apenas, treinar o time.
Triste também foi ver o posicionamento apático e conformado da família depois do apito final. Venho notando isso há algum tempo, principalmente depois da merda toda que deu no jogo da última Libertadores contra o River, no Pacaembu. De lá para cá, parece que não temos mais o mesmo poder de pressão que tínhamos. Não temos ou não queremos exercer??? Essa dúvida também está me tirando o sono. Ao que parece, ela só será esclarecida com o tempo. De minha parte, ainda acho que a gente tinha que tirar aquele velho gagá à força e estabelecer um novo estatuto com um único artigo: eleições diretas para o Conselho e Presidência.
No resto, VAI CORINTHIANS! Na vitória ou na derrota eu grito forte, corinthiano eu serei até a morte!
27 fevereiro 2007
Prova de hombridade
A obrigação é a seguinte: ganhar bem na quinta e aquecer pro verdadeiro jogo, que é domingo. A obrigação desses jogadores é de vencer o clássico. Nada mais. Depois do que vêm apresentando, esses pernas-de-pau que estão vestindo a camisa do Coringão devem, ao menos, mostrar que têm o mínimo de dignidade e fazer o possível e o impossível para vencer a porcada. E sem expulsões. Vontade é uma coisa, presepagem é outra.
E que não venham com o discursinhos de "vamos ganhar pelo técnico". Vocês, seus vagabundos, têm que ganhar pela Fiel Torcida, que já está cansada de ver um timinho apático. Façam a obrigação e esqueçam, por uma semana, todas as birras internas. Depois vocês podem derrubar técnico e o diabo. E um alerta final: Corinthianos, prestem atenção no 7. Em 2005 ele já chutou propositalmente um pênalti para fora, só para derrubar o técnico. E nego ainda fica babando ovo pra esse merda enganador...
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Pra quem duvidava da fama do Carnaval de Pirapora do Bom Jesus, a prova foi dada no último domingo, com a corrida dos carros alegóricos no Pânico na TV hahahahahahahahahahhaahhahahahaha... Ano que vem eu fico até a Pascoa naquele lugar!
22 fevereiro 2007
No berço do samba
Tudo era alegria
Nego batia na zabumba
E o boi gemia
Iniciado o neguinho
Num batuque de terreiro
Samba de Piracicaba
Tietê e campineiro”
Geraldo Filme em Batuque de Pirapora
As palavras de Geraldo Filme mostram os primórdios de um Carnaval rústico, enraizado e, acima de tudo, brasileiro. Descendente de escravos, o Samba de Pirapora, ou Samba Rural ou de Bumbo, se desenvolveu a partir dos batuques nas senzalas, em contraposição à vocação religiosa da cidade de Pirapora de Bom Jesus, a 54 km de São Paulo.
Nesse cenário de tradicionalismos e em busca de um destino ainda pouco desbravado do Carnaval paulista, partimos para o interior, procurando conhecer mais a respeito da festa que em 2007 veio com o tema “Carnaval da China”. À beira do Rio Tietê, Pirapora dispõe de opções simples, mas confortáveis, de hospedagem. Ficamos no Hotel Casarão, cuja sede foi construída em 1924 e, desde então, recebe romeiros que vão pagar promessas na igreja local.
Mas o clima era de folia e, já no primeiro dia, passado e o presente conviviam harmoniosamente. No Espaço Samba Paulista, Osvaldinho da Cuíca, nome conhecido da escola de samba Vai-Vai, animava a roda de samba com feijoada que abriu o calendário de Carnaval. Na seqüência, o Grupo de Samba de Roda, sob comando de dona Maria Ester, uma das participantes do primeiro grupo do gênero, declamava os versos de improviso sobre o batuque dos bumbos. Pelas ruas, trios elétricos tocavam marchinhas e músicas de micaretas para fazer os mais novos pularem.
Quem já esteve por lá não esquece algumas particularidades. Tem a velha perua, que precisa ser empurrada de cinco em cinco minutos para funcionar e que dá carona a quem tiver coragem de se empoleirar num verdadeiro ferro-velho. Há também o bloco Vovô da Serra do Japi - outra resistência do Samba de Bumbo e na ativa há 3 anos -, que sai pela cidade entoando canções aos donos de bares para pedir combustível para os membros da bateria. E como não falar dos grupos que aparecem no baile do Clube Municipal, com camisetas personalizadas ou fantasias, ou ainda a salvadora canja de galinha servida no fim da madrugada? Fora isso, há concursos de fantasias bastante fanfarrões e até desfile de Escolas de Samba.
Feita essencialmente por moradores da região, a folia de Pirapora é daquelas para se colocar na lista de “melhores carnavais da vida”. Mesmo assim, os piraporanos ainda carecem saber um pouco mais sobre sua própria história e valorizar um reduto tão importante da cultura brasileira.
15 fevereiro 2007
Estamos de quatro...
Comecei cedo na arte de beber. Lá pelos 6 ou 7 anos, já dava a famosa "bicadinha na espuma" nos chopps do meu padrinho nos aniversários aqui em casa. Os tempos eram bons. Apesar daquele negócio tenebroso que era a inflação, tínhamos uma vida bem confortável. E todos os aniversários eram feitos no quintal, à base de Churrasquinhos Jundiaí, Chopp Brahma e refrigerantes da mesma espécie.
A vida boêmia, no entanto, veio forte lá pelos 14, 15 anos. Nessa época, saímos do colégio e nos dirigíamos para o Shopping Eldorado. Éramos uns cinco ou seis moleques, que já tinham destino certo: a patinação do segundo subsolo, onde conhecíamos o tiozinho de uma lanchonete. Lá, ficávamos tortos de bêbados, depois de dois copões de 500ml. Gastávamos menos de R$ 3 nessa empreitada.
Pulemos para o hoje, 2007. Peguei o Guia da Folha, leitura obrigatória de toda sexta-feira dos paulistanos. E fui dar uma olhada nos mais tradicionais pontos da noite de São Paulo. Estavam lá o Original e o Filial, dois dos lugares que prestam serviço ao bom chopp. Susto! Não só eles como a maioria dos lugares estão cobrando, em média, R$ 3,50 por uma caldereta. Para um beberrão como este aqui, a quantia pode significar um rombo de R$ 70 na conta corrente numa noite inspirada de 3 horas. E naqueles troços que se espalham no eixo Faria Lima-JK-Hélio Pellegrino, o valor de um mísero copinho de 300ml é absurdos R$ 4,20.
Estão querendo prejudicar as pessoas de bem, que bebem sua ampola mas não dispensam um refrigerado de vez em quando. Afinal, às vezes a gente só está com sede e beber água faz mal. Mas pagar R$ 4 o copo é algo vergonhoso! Desse jeito, vou voltar aos tempos primeiros e ficar só na espuminha... Padrinho, a bença! Porque o chopp tá o olho da cara.
05 fevereiro 2007
É hora do show
Mais uma lista, mais memórias. Outro dia publiquei alguns dos meus filmes favoritos, produções que marcaram minha vida. Falarei agora dos melhores shows a que já assisti. Lembrando de novo que não há ordem de preferência e que ausências serão fato.
1) The Ramones - 1996: O último show em terras tupiniquins da melhor banda que já pisou no planeta depois dos Beatles. Emocionante do começo ao fim, acredito ter sido essa minha primeira experiência com drogas, só que sem drogas. Foi a hora e meia mais rápida da minha vida. Uma imagem me marca cada vez que lembro desse show. Depois de acenderem as luzes do finado Olympia, milhares de órfãos como eu sentaram-se no chão. E choraram como se tivessem perdido sua razão de viver.
2) AC/DC - 1996: Os caras conseguiram lotar o Pacaembu menos de um mês depois de um Monsters of Rock com o Iron Maiden como headliner. E foram duas horas do puro rock 'n' roll, muita paulada na orelha e uma apresentação cheia de adrenalina. Fora isso, tive a sorte de encontrar na pista o Casagrande. E o melhor de tudo: fui de graça!
3) Viper - 2001: Depois de um longo hiato, a maior banda de heavy metal do Brasil estava de volta. Para os fãs, que àquela época não devia passar dos 500, foi uma verdadeira comoção. Afinal, todos já davam como certo que nunca mais teríamos um show do grupo. Porém, no dia 24 de maio de 2001, eles subiram ao palco do antigo Palace para anunciar que estavam de volta. Marmanjos choravam em bicas nesse dia.
4) Men at Work - 2000: Praia e Men at Work são a combinação perfeita. E o show dos australianos foi algo que, a princípio, via com certo receio. Não sabia como estava a forma dos velhinhos. Mas o que era dúvida se mostrou uma apresentação impecável, com clássico atrás de clássico. Tudo isso na beira do mar e debaixo de uma chuva que refrescava o calor típico do mês de janeiro.
5) Samba em Quatro Tempos - 2005: Capitaneado pelo bamba Nei Lopes, o projeto trouxe a São Paulo grandes nomes do samba carioca. Estiveram por aqui Dunga, Luiz Carlos da Vila e Diogo Nogueira, entre outros, cantando clássicos do gênero. A parte mais impressionante foi ver Diogo cantando "Espelho", de seu pai, João Nogueira. Ao fim da música, todos os presentes no teatro do Sesc Pinheiros choravam. Um dia de glória para o mais brasileiro dos ritmos.
6) Kiss - 1999: O sonho dos sonhos. Minha primeira paixão musical foi pelos quatro mascarados. Meu primeiro LP foi "Hotter than Hell". E desde criança queria estar no meio daquele circo todo. Em 1994, eles estiveram por aqui, mas não pude ir. Na outra turnê, a formação original estava de volta. Sim, com as pinturas e tudo. Na abertura da apresentação, a cena antológica. Os quatro surgem por detrás do pano e só se vê as sombras. Aos primeiros acordes de "Shout it Out Loud", não contive o pranto e chorei por quase 4 músicas.
7) Pet Shop Boys - 2004: Outro daqueles que você vai mais pelo nome e não esperando muito. Boatos diziam que seria, na verdade, um DJ set. No fim, os ingleses vieram até com banda e fizeram um dos melhores shows do TIM Festival daquele ano. E olha que tinha gente como Primal Scream. O duo despejava hit atrás de hit, para delírio das bibas e bolachas que eram maioria na pista. Na época, estava sofrendo uma crise alérgica e tomava dois remédios. A bula dizia para não misturar com álcool. Comprovei a veracidade dos fatos quando, ao tomar o segundo copo de cerveja, não senti mais os pés...
8) Camisa de Vênus - 1997: Se o Kiss foi minha primeira paixão musical, o Camisa era a amante. O segundo LP que eu ganhei foi "Batalhões de Estranhos", que tinha uma enxurrada de clássicos e uma capa macabra. Nesse show, no Palace, Marcelo Nova juntou seus velhos companheiros Robério Santana e Karl Hummell e colocou na guitarra ninguém menos que Luiz Carlini. O resultado foi uma apresentação histórica. Na época, tinha 16 anos e, pelo que me lembre, foi o primeiro show que assisti totalmente embriagado.
9) Sepultura - 1996: A banda brasileira de maior destaque no cenário internacional estava no auge. A turnê era do álbum "Roots" e trazia a mistura do trash metal com batuques e influências do Brasil. E a apresentação do Olympia foi, na verdade, um ritual. A ar era pesado e tenso, mas de uma maneira positiva. A cada acorde, uma porrada na orelha. E foi a última apresentação da banda com a formação clássica e até hoje insuperável. Para completar, a abertura foi de ninguém menos que Ratos de Porão.
10) Pearl Jam - 2005: Foram mais de dez anos esperando. Rotulada como "banda grunge", a trupe liderada por Eddie Vedder foi a única da geração Seattle que me arrancou mais do que o comentário "legal". Me lembro até hoje da primeira vez que ouvi "Even Flow". E a apresentação no Pacaembu foi o fim de uma espera sebastiana. Não precisa nem falar que eu chorei...
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Em tempo: tem shows que eu preciso ver antes de morrer. Erasure, V.Spy S.Spy e Aerosmith. Este último, dizem, vem para cá em abril, ao lado de Velvet Revolver. A ver...
01 fevereiro 2007
O que acontece?
Antes, os jogadores faziam verdadeiros planos de carreira no Pq. São Jorge. Hoje em dia, os torcedores tomamos tapas na cara diariamente. Nem vou mencionar a vergonha que foi o último jogo contra a mentira azul do ABC. Além do roubo, o que eu vi foi um meio de campo inexistente. Roger e Elton são uma verdadeira piada.
A culpa disso tudo tem nome e sobrenome. Alberto Dualibi. O desrespeito com o Corinthians só existe por causa dessa gestão - isso é gestão? - maligna. Foi o presidente que ganhou os mais importantes título? Sim. Mas a esse preço?
Triste não é perder esse merda de jogador, que não agüenta correr mais que um tempo. Triste é ver que nego sair por aí pisando na nossa história e cuspindo na cara da Fiel. Por culpa exclusivamente dessa administração que usa o Corinthians para se enriquecer.
Já fiz isso uma vez e faço de novo: clamo aqui uma revolução popular. Família Gaviões da Fiel, tá na hora de uma postura mais ofensiva!
25 janeiro 2007
Os buracos são mais embaixo
De volta ao blog. Comecinho de ano corrido. Mas vá lá... E o post é grande!
Dois fatos estão na agenda pública há algum tempinho e, como agora as coisas vão se assentando, farei algumas análises.
Primeiro, a cagada do buraco do metrô. Já de saída, não acredito que só morreram 7 pessoas na tragédia. Que papinho é esse de que os funcionários tiveram tempo de sair de lá antes de cair tudo? E se saíram, como é que não avisaram quem passava pela rua que ia dar problema? Alguns dados ajudam a esclarecer. Dias antes, coisa de uma semana, já havia sido detectado problemas na estrutura. Mesmo assim, os responsáveis - ou irresponsáveis? - resolveram continuar a obra.
Isso denota uma displicência da concessionária, com o aval do governo do estado tucano. As coisas já começaram errado na licitação, quando foi barrada uma tecnologia única de se fazer construções subterrâneas. Resumindo, esse recurso seria o mesmo que foi utilizado na ponte Rio-Niterói. Só que sairia um pouco mais caro. Erro número 1: o barato, agora, sai caro. Principalmente para as famílias que dificilmente serão ressarcidas.
Tragédia consumada, entra a imprensa. E aí vem o show de erros. Ninguém fala quem são os membros da tal concessionária (São elas: Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS). Essa bola foi levantada no blog do Xico Sá. E por que ninguém fala? Porque trata-se das maiores construtoras do país e possíveis patrocinadores das páginas publicitárias. Mas o principal é: cadê Geraldo? Por que ninguém foi atrás dele? Por que o governo tucano entreguista não é procurado para se explicar. Ao contrário, a imprensa resolveu pôr em xeque as PPP, em mais uma tentativa de se desestabilizar o governo federal.
Erros de um lado, erros de outro. E as coisas vão seguir de uma maneira que, daqui um ano, ninguém mais vai falar sobre o assunto. Pra mim, o acidente só mostra mais uma das faces malignas da forma tucana de governar. Além disso, expõe que cada vez mais é necessária a intervenção estatal, já que deixar tudo na mão de empresas particulares é sinônimo de corrupção e mal-emprego do dinheiro público.
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Falando em imprensa, vamos ao segundo tema. Fato 1: aprovado na Câmara dos Vereadores, o projeto de lei que proibiria o início dos jogos depois das 20h - e de autoria de Tião Viana (PSDB) - foi vetado pelo prefeito anônimo de São Paulo. Fato 2: a Record perdeu a briga para a Globo nos direitos de transmissão do futebol em 2007.
Conseqüências disso: a Record encampa hoje uma luta ridícula pela derrubada do veto do prefeito e a entrada da lei em vigor. Só por vingancinha. A vênus platinada, por sua vez, fez pressão via Federação Paulista para que o prefeito vetasse tal lei.
E ainda dá pra confiar na tal "imprensa imparcial"? Eu não acredito...
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É, minha São Paulo. 453 anos e te dão uma dessas... Mesmo assim, parabéns!
29 dezembro 2006
Hello, goodbye
Comparativamente com anos anteriores, foi bastante positivo o resultado. Apesar de meu Corinthians ter vacilado, como diz o ditado, "infeliz no jogo, feliz no amor". E meu amor deu provas de solidez. Entramos numa de valorização total do trabalho. Mesmo assim, as escapadinhas do cotidiano foram muitas, e excelentes. Evinha é, realmente, um encaixe sem rebarbas. Acho que até nossa rotina de se ver pouco, no fim, acaba ajudando a me fazer vê-la daquele mesmo jeito daquela noite naquela foto com aquele beijo e todos aqueles cheiros e gostos e sensações...
Deixo aqui nada mais que um adeus bastante empolgado para o 2006. Se ano passado foi um tanto quanto devagar, este aqui eu nem dei conta de tanta demanda. Devo ter me queimado em alguns meios (acadêmicos hahahahhaa), mas com certeza me fiz notar em alguns outros quesitos.
Que venha 2007, pra eu conseguir, finalmente, capitalizar alguma coisa do esforço que foi esse último semestre, em particular. Esse depoimento pessoal é para deixar registrado um momento bom. Apesar de trabalhar em quase 3 turnos, ver tão pouco aquela que amo e dever 10 dos 12 meses do ano para a família Setúbal, o resultado final apresentou grandes perspectivas. E há tempos eu não vislumbrava isso num réveillon.
Muito sexo, dinheiro, perdição, alcool, drogas e rock'n'roll para todos no ano que se anuncia!
02 dezembro 2006
Sétima arte, dez petardos
Quem não gosta daquele filme que não fez sucesso, não tem reconhecimento da "crítica especializada", não tem nada de muito revolucionário e, pior, a gente não acha nem na 2001 pra alugar? Essas produções marcam nossas vidas de uma maneira única e, se pudéssemos, assistiríamos a elas todo dia. Algumas nos tornam motivo de chacota quando contamos que as consideramos impagáveis.
No meu caso, há não um, mas vários filmes. Farei um TOP 10, já adiantando que provavelmente deixarei vários de fora. Eles não estão em ordem de preferência, porque cada um é bom de um jeito.
1) Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused) - É o terceiro filme do diretor Richard Linklater, que depois soltou pérolas como "Escola do Rock". Ele mostra o fim das aulas e o começo das férias de verão num subúrbio norte-americano na década de 70. Entre trotes e mudanças na vida dos adolescentes, o diretor ilustra o que eu considero como a noite perfeita. Festa, bebida, drogas e, principalmente, falar e fazer merda com os amigos. O principal é que se tem um distanciamento da cultura consumista estadunidense. Poderia ter sido filmado tanto no Capão Redondo quanto nas alamedas de Moema.
2) Boleiros - O filme de Ugo Giorgetti é uma obra-prima do cinema nacional. Pra quem gosta de futebol, é tão imperdível quanto os filmes do Pelé. Histórias baseadas em fatos reais do mundo da bola são contadas de uma maneira muito eficiente. Geralmente, os filmes sobre o esporte carecem de verossimilança. "Boleiros" é quase um documentário, uma versão cinematográfica do "Grandes Momentos do Esporte", da TV Cultura. Pena que a continuação não foi um décimo do original.
3) O Poderoso Chefão (The Godfather) - Não precisa nem falar o porquê. Esse é o clássico dos clássicos. Particularmente, prefiro a segunda parte, em que é contada a origem da saga dos Corleonne. Fora a seleção de estrelas no elenco, que reúne gente como Al Pacino, Robert de Niro, Diane Keaton e Robert Duvall, tem também a direção de Francis Ford Coppola. Tudo isso numa trama perfeita, assinada por Mario Puzzo.
4) Quinteto Irreverente (Amici Miei atto II) - Poderia ter escolhido o primeiro da série, "Meus Caros Amigos". Mas a continuação da obra de Mario Monicelli é um daqueles raros exemplos em que a parte 2 é melhor que a primeira. Outra justificativa é que as sacadas mais geniais estão neste "atto II". Ele também me fez chorar no final. Vale a dica para conhecer um dos grandes trabalhos do ator Philippe Noiret, morto na semana passada.
5) Férias do Barulho (Private Resort) - Já adianto que é uma bosta. A história é fraca, só mostra mulher de peito de fora e conta as aventuras de dois adolescentes querendo trepar num hotel de luxo. Mas o fato é que esse filme marcou a infância e pré-adolescência de todos nos anos 80. Era praticamente certo que o SBT iria exibi-lo pelo menos uma vez por mês. Não veja relação com o filme de número 1 desta lista. As estripulias aqui beiram ao ridículo. E tem Johnny Depp no começo de carreira.
6) Kill Bill vols. 1 e 2 - Não dá pra separar os dois volumes. Só Hollywood fez isso. Apesar de ter no currículo "Pulp Fiction", "Jackie Brown" e "Sin City", entre outros, esta é a obra definitiva de Quentin Tarantino. Muitos o chamam de marqueteiro, fake, forçador de barra... Eu digo: é gênio! Nesta homenagem à própria infância, Tarantino revive antigos astros do cinema japonês e faz infinitas referências aos heróis das artes marciais. Além disso, consegue a proeza de deixar Uma Thurman bonita. Destaque para as atuações de David Carradine (da série "Kung Fu"), Sonny Chiba (o lendário Hattori Hanzo) e Gordon Liu (que estrelou milhares de seriados nipônicos), e também a parte em animação, que conta a história de O-Ren Ishii.
7) Bar Esperança, o último que fecha - É a voz da boemia. A obra de Hugo Carvana retrata um ponto de encontro dos bêbados cariocas. Nos primeiros minutos, já dá aquela vontade de abrir uma gelada e se sentir na mesa ao lado da cena. E tome filosofia de boteco, acompanhada de muita nostalgia e uma trilha sonora perfeita. Deve ser um dos grandes responsáveis pela minha paixão por bar e Rio de Janeiro.
8) Diários de Motocicleta - Co-produção de diversos países, dirigida pelo brasileiro Walter Salles e estrelada pelo mexicano Gael García Bernal. Conta a parte pré-revolucionária de Che Guevara. Dois pontos me tocam neste filme: a viagem pela América Latina e o idealismo quase romântico de Guevara, que, depois do contato com o marxismo, se tornou prático, efetivo e até hoje mostra sinais de vida. Dá vontade de vender tudo, comprar uma moto e cair na estrada sem destino.
9) Férias Frustradas (National Lampoons) - A saga da família Griswold também marcou a infância nos anos 80. O que mais atraía era o cinismo das piadas e as situações bizarras. Algumas cenas clássicas: a vovó morta no teto do carro, o seqüestro do parque de diversões, as luzes de natal e "crianças, o Big Ben"... Chevy Chase é o cara!
10) Máquina Mortífera (Lethal Weapon) - Os quatro filmes estrelados por Mel Gibson e Danny Glover podem ser taxados de violentos e machistas, além de tentarem pregar a supremacia norte-americana... Independente disso, não dá pra apagar a genialidade da série de Richard Donner. Nacionalismos à parte, o diferencial de "Máquina Mortífera" é justamente seu mea culpa, ora tratando do apartheid, ora denunciando a exploração de imigrantes pelo sistema escravista. No meio disso tudo, piadas e chavões inesquecíveis completam o pacote e fortalecem o mito.
19 novembro 2006
Seu dia
Hoje é seu dia. Você que é a melhor parte de minha vida. Amo cada segundo que passei e que ainda tenho a passar ao teu lado.
Muitos micromomentos, fanfarronices, safadezas e descobertas pra você. Se possível, sempre comigo por perto.
Amo.
18 novembro 2006
Breves...
Só pra não deixar passar batido alguns pensamentos.
- A imprensa tá caindo de pau em cima dos jogadores do Corinthians por causa da tal greve de silêncio. Tão dizendo que isso vai prejudicar os garotos numa possível renovação de contrato, além de os jogadores não estarem prestando contas à torcida. Bom, a primeira coisa é que jogador faz seu contrato valorizar jogando bola. E se isso está sendo feito, a torcida fica satisfeita. Depois, não é essa mesma imprensa que vive metendo o pau no pessoal das arquibancadas? É pra se pensar...
- A mesma imprensa "condenou" na última sexta um rapaz de ter matado os pais. Um dia depois, o delegado encarregado se pronunciou, dizendo que o acusado não é suspeito, mas sim vítima. Nessa mesma semana, a Folha foi condenada a pagar R$ 250 mil para cada um dos proprietários da Escola Base, num caso que foi um dos maiores erros coletivos da história do jornalismo brasileiro.
- Finalizando o assunto mídia, está cada vez melhor o blog de Xico Sá. Vale conferir o texto de um dos poucos jornalistas que não se vende ao discursinho imbecil dos principais jornais do país. Do outro lado, gente como Juca Kfouri e Torero começam a patinar nas palavras e se complicam a cada dia...
- Finalmente chegou o verão! Passar o dia suando não tem preço. Só poderia ser um pouco melhor. Ao invés de trabalhar, ficar à beira de uma piscina comendo churrasco e tomando cerveja.
- Roberto Carlos é mesmo um grande líder. Além de suas músicas certeiras, ele agora tá pegando a Luciana Vendramini. Furou o olho de um gringo babaca e, de quebra, vai parar de cantar aquelas baboseiras que ele compôs para sua falecida esposa.
- O Brasil teve seu primeiro presidente comunista. Mas fiquei triste. Aldo Rebelo poderia ter dado umas canetadas e estatizado a porra toda. Mas que venha um novo mandato de Lula, que parece estar se encaminhando bem e com boas perspectivas. Já em São Paulo, as tarifas de ônibus, trem e metrô subiram substancialmente. Presentes da corja tucana. A elite paulistana, de dentro de seus carros com ar-condicionado, parece não estar muito preocupada, no entanto...
11 novembro 2006
"Obina é melhor que o Eto`o" e outras particularidades...
E o Rio de Janeiro continua lindo. Feriadão xou da xuxa na Cidade Maravilhosa. Apezinho bem localizado no posto 6, em Copacabana. Perto das buáti. Perto dos buteco. E a um tropeço da praia. O ruim de ir pro Rio é a vontade de voltar todo final de semana. Além disso, estávamos perto da casa do Nino, um amigo paulistano que mora por lá e nos recebeu muito bem, com litros de caipirinha de Sagatiba.
A programação foi eclética. Misturamos povão e Barra da Tijuca. Na parte povão, rolê (lá é rolé) pela praia, camarão frito na hora (Evinha, você me orguia!) numa assadeira, futebol de areia, assalto na Avenida Atlântica, travesti que andava nas curvas brancas do calçadão e o Maraca no jogo do Framengo.
Logo na entrada, o grito da torcida dizendo que o centroavante Obina é melhor que o jogador africano que joga no time catalão perdura. Até que Obina enfia uma trivela na bola na entrada da área. E ela sai na lateral.
Da parte Barra/Zona Sul, passeiozinho de bike na Lagoa e Imagem em Ação com o elenco da novela Bicho do Mato. O Índio e sua tribo perderam para nós! hahahahahahahahahhaha...
Coisas que se nota: a entrada da cidade é estratégica. É feia demais. E aí a gente chega na parte bonita e ela fica ainda mais bonita. E no Rio não é preciso ter carro. O táxi sai muito mais barato que em São Paulo por causa das curtas distâncias. Se você tem uma bike, também se vira bem.
E eu acabei, novamente, não indo à Lapa. Acho que é uma desculpa pra voltar.
26 outubro 2006
Foi guerra. E só
Depois do apito final do último Corinthians e palmeiras, fiquei pensando neste post. Queria fazer um texto que parecesse com aquelas crônicas de Nelson Rodrigues (pretensão...) depois de um jogo do Fluminense, por mais horrível que ele tenha sido.
Não consegui achar nenhum enfoque que me permita glamourizar esse que é o maior dos clássicos brasileiros e um dos maiores mundo afora. O que aconteceu foi uma guerra. E só. Disputadíssima, com raça e com disciplina tática. Sem brilhantismo. E vencemos.
Tínhamos no Morumbi 16 mil pessoas. A Globo colocou a culpa na "violência". Ah, essa violência... Mas a verdade mesmo é que a Vênus Platinada foi a grande responsável por esvaziar o significado de um Corinthians X palmeiras.
Um jogo de quarta-feira, às 22h, num lugar de difícil acesso? Isso não existe. Esse clássico é daqueles em que você se prepara durante todo o domingo. Acordando, ligando o rádio, batendo aquele almoço e indo pro jogo, às 16h. Assim é o correto.
Reclamações à parte, enalteço o grande esforço deste grupo de jogadores, que perceberam a importância de ganhar da porcada. O time é limitadíssimo, e as tais estrelas se comprovaram um bando de enganadores. Quem segura as pontas, novamente, é a molecada prata da casa, que tem o Corinthians no coração. Enalteço também que cada jogo nas arquibancadas é uma renovação de votos do amor eterno ao Todo-Poderoso. A Fiel é foda.
No mais, VAI CORINTHIANS! Na vitória ou na derrota, sempre Timão!
08 outubro 2006
E pra completar...
Há certas frases que a gente vai escutando pela vida e vai guardando pra segui-las de exemplo. As fontes nem sempre são nobres. Geralmente são coisas que saem pela boca de qualquer um e a gente entende do jeito que quer, mas seu valor como premissa já garante a genialidade. Eis algumas:
- Não espere dos outros a mesma atitude que você teria
- Confiança é igual a nota de 100: perca uma vez e você nunca mais terá
- No fim, quem estará sempre com você é só você mesmo
- Se você fez, é porque você quis
- Ninguém é obrigado a gostar de você
- Só o ingênuo acredita ser insubstituível
Hoje elas vieram de pacote, pra me dar uns tapas na cara.
01 outubro 2006
Ainda não estamos prontos...
Escrevo este texto próximo do fim do primeiro turno das eleições. Sem levar em consideração a capacidade extrema do Partido dos Trabalhadores em conseguir ser seu maior adversário, aponto aqui algumas curiosidades do pleito.
Que o governo Lula representa o início de um processo que visa o progresso do país, disso não se pode duvidar. Que ele está cercado de corvos como todo governante, também é fato latente. Mas tal característica não é particular do governo petista. A diferença crucial é de quem e como se faz a divulgação disso tudo. Quem conhece o mínimo de História do Brasil deve se lembrar de um tal Carlos Lacerda. Ele mesmo, que conseguiu a proeza de gerar um clima hostil tão grande no país a ponto de provocar o suicídio de Getúlio Vargas, então com sua popularidade altíssima, parece estar assombrando as redações dos principais veículos (em termos de circulação, não em qualidade) da imprensa.
Foi notado pelo jornalista Franklin Martins que há uma espécie de separatismo por parte dessa imprensa, concentrada em SP, RJ e Porto Alegre. Esses veículos "detectaram" que Lula tem grande aprovação no Nordeste por que lá o povo é analfabeto e não tem as mesmas informações que aqui no "avançado" sul do país. Pois bem: fosse o sul do país tão avançado, Pedro Simon já não faria mais valer seu discurso cheio de retórica infundada, a família Amin não seria quadro importante em SC e Álvaro Dias teria de ser banido no Paraná. Em São Paulo, não vou nem citar os cargos do executivo. Me focarei nos deputados federais mais votados: Maluf, Celso Russumano, Clodovil e Eneas. E o que o Rio tem de belo, tem de estranho, no que diz respeito à eleição.
Antes do veredito, cito também algumas distorções. A candidata a deputada federal do PCdoB, Manuela, é a mais votada no RS. A Bahia saiu das mãos de ACM depois de 20 anos. Mas temos Fernando Collor ocupando uma cadeira no senado, com o mesmo peso que tem um Suplicy por São Paulo.
Agora sim a avaliação. Tomando como base essa mistureba de partidos e tendências no poder daqui e de lá, vejo cada vez menos essa oposição entre norte sul. Ainda lembrando a História, é fato que grandes revoluções ocorreram nessa contraposição. Se tivéssemos de fato tal polarização, talvez ela seria a única perspectiva positiva para os sulistas "desenvolvidos".
16 setembro 2006
Pra não passar batido...
- Há uma semana, completei o jubileu de prata. Como é de conhecimento geral e irrestrito, viverei até os 50. Então, chego à metade da minha vida.
- Pode parecer reclamação, mas não é. Até 3 meses atrás, ficava louco por não ter nada pra fazer. Hoje, tenho 3 trampos que tão tirando meu sono e minha qualidade de vida. Mas acho que daqui a pouco engrena.
- "Seu presente é grande e uma coisa que você sempre sonhou."
"É um Opalão?"
"Quase..."
E foi quase mesmo. Mas tá na categoria sonho sim. Agora já tenho um cooler (e da Brahma) pra ficar do lado da minha poltrona e deixar meu quarto cada vez mais fodástico.
- Vou dançar salsa (será que aprendo?)
- Preciso emagrecer 7 quilos pra ficar palitinho de novo...
É isso, como diria Pasquale.
01 setembro 2006
Glórias, tradição e paixão...
O passado ilumina tua história.
Ciente de tua missão:
Vitória, vitória, vitória.
Corinthians do meu coração,
Tu és religião de janeiro a janeiro.
Ser corinthiano é ir além
De ser ou não ser o primeiro.
Ser corinthiano é ser também
Um pouco mais brasileiro.
Tens a tradição
De um clube tantas vezes campeão.
Pelos teus rivais, temido.
Pela tua FIEL, querido." Toquinho - "Corinthians do meu coração"
Hoje se completam 96 anos de glórias. De lutas. De raça. De tradição. E, principalmente, de amor incondicional ao Sport Club Corinthians Paulista. Bradam pelas arquibancadas inúmeras torcidas. Tentam, de qualquer maneira, superar o insuperável.
Sofrimento, vitórias, derrotas, decepções, alegrias incomparáveis. Isso tudo é Corinthians. E só Corinthians. Fazer parte dessa história não tem preço. Aqui é tudo aos extremos. Porque futebol é assim. Como diria Chico Buarque, "não dá pra teorizar sobre futebol".
Fosse esse um blog de um torcedor que não o corinthiano, já estaria o texto manchado de críticas aos rivais. Aqui não. Estamos acima de tudo isso. Quem explica uma torcida crescer exponencialmente mesmo com uma escassez de títulos? Quem explica um time ser vencedor desde sua fundação? Quem explica nos darmos ao luxo de ganhar a maioria dos títulos (e são muitos, incontáveis) com uma raça incomparável? Quem explica sermos os primeiros a conquistar o mundo? Quem explica, ainda, as lágrimas que insistem em cair ao ver aquela massa alvinegra gritando, com a mesma paixão desde 1910, o nome CORINTHIANS?
Obrigado, meu Timão, por tudo que você já me proporcionou. Por sua vida, a minha morte!
22 agosto 2006
Qual a sua graça?
Nomes, sorte de quem os têm belos. Nasci Claudio. Feio. Não só feio, esquisito. E mais feio e esquisito ainda se seguido de um Elisio logo na seqüência. E estava feita a tragédia. E olha que podia ter escapado dessa sina terrível. Mas por culpa de uma mãe que foi criada sob os moldes patriarcais, ficou a cargo de meu pai me registrar. E o desgraçado, publicitário como é, colocou somente o criativo Junior no fim.
Por muito tempo me incomodou esse nome, quase um cacófato. Tristeza mesmo foi quando, na adolescência, descobri que significava “coxo ou manco”. Para um jovem, isso é o fim, e o começo de muita chacota. Por isso, me dava por satisfeito ser chamado de “Japonês”.
A luta se tornou vã e, com o tempo, simplesmente desapeguei. Há mais de ano, porém, surgiu em minha vida Eva. Assim como no Paraíso, a minha me atordoou. E, graças ao Criador (se ele existe ou não é outra coisa, por favor não acabem com essa boa figura de linguagem), fui levado às delícias da perdição.
Gostaria de ter um nome como o de minha Eva. É um nome forte, poderoso. Desde sempre acompanhou grandes exemplos da espécie. Além da primogênita cristã, tivemos Evita Perón, primeira-ministra idolatrada ainda hoje na Argentina. Eva Braun, mulher de Hitler, um dos donos do mundo e, por isso, mais dona do mundo que ele. Nas artes, a cantora Evinha foi uma das primeiras expoentes da Jovem Guarda. A atriz Eva Vilma é reverenciada e até teatro tem. E até no mundo pop esse nome já foi exaltado, com a “Pequena Eva” do Rádio Táxi.
Pois bem, a origem deste Claudio que vos escreve também é, de certa maneira, nobre. Segundo a mãe de meu pai, mais conhecida como avó, ele ganhou a alcunha por causa do grande centroavante corinthiano homônimo, um dos maiores artilheiros da história do time de Parque São Jorge. Mesmo assim, outro dia pesquisei um pouco no google alguns ilustres com esse mesmo nome. Encontrei logo de cara o imperador romano Claudio, um verdadeiro boca-aberta que, além de tudo, era marido de Valéria Messalina. Para quem não sabe, a mulher vivia a chifrar seu marido – daí o apelido messalina para as mulheres que dão vazão às pulsões sexuais de forma acintosa. E o coxo do significado de Claudio também vem daí, já que o monarca de Roma era manquitola.
Conclusão? Cada um carrega a sina que merece. E a minha graça é bastante engraçada. Para os outros...
08 julho 2006
Que venha o Brasileiro
Na eliminação brasileira na Copa, semana passada, vi inúmeras pessoas bravas, possuídas por uma raiva que só se justifica em casos de traição rasgada. Confesso que também fiquei nervoso. Por uns 2 minutos. Calado como num jogo em que meu time sai derrotado. Depois desse tempo, já tomava mais uma cerveja, dava risadas e comia o quarto prato de feijoada.
Antes que me acusem, sim, amo o meu país. Apesar da ascendência nipônica (tem gente que fala que é calabresa, mas vai saber), tenho o Brasil como o melhor lugar do mundo e o defenderei até o fim da minha vida. Mas é o país. A seleção é aquela coisa. A gente torce, grita gol, mata o expediente, se junta com os amigos pra festejar. Paixão mesmo é pelo clube.
No entanto, isso não me parece tão correto assim. Além daqueles habituais sofás, que existem tanto em época de Copa quanto nas finais de campeonatos, me incomoda ver que a nossa seleção nunca vai despertar o mesmo amor de seus torcedores quanto as seleções da Alemanha, Argentina, México... Até os torcedores de Gana demonstraram mais presença nos estádios que os brasileiros.
Resta-nos, então, nos restingir ao nosso regionalismo e à nossa sina de provincianos. Somos sim, menores que o futebol europeu. Não na qualidade, mas na paixão à seleção que nos representa. Então fica o protesto. Viva o protecionismo do futebol brasileiro e que venha o Brasileirão com jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Juninho Pernambucano disputando bola com um beque de fazenda qualquer no Pacaembu num sábado à tarde!
09 junho 2006
Volta às origens...
Aí me recordei de um papo de que tive antes de um dos jogos do Corinthians, sentado ali na praça Charles Miller e tomando uma gelada. Falava com um amigo meu sobre os tempos que começamos ir ao estádio, com jogos que tinham 25 mil pessoas em média (eu mesmo cheguei a ir num Corinthians e Botafogo com 50 mil no Pacaembú). E passamos a tentar compreender o porquê da diminuição do público, que hoje beira uma média de 12 mil, menos da metade de há dez anos.
Fosse este um texto daquele promotorzinho ridículo, colocaríamos a culpa na violência e nas torcidas organizadas. Falar isso é um absurdo. A violência é um problema com outras raízes e ela chegar às arquibancadas é só uma de suas conseqüências. O fato é que o futebol virou novamente um esporte de elite.
No começo do século XX, os negros e pobres não jogavam bola profissionalmente. O futebol era restrito aos clubes e seus associados. Os primeiros jogadores negros apareceram no Vasco e no Fluminense, e neste último criou-se a lenda do pó-de-arroz por causa de um jogador negro que passava na cara tal disfarce para se passar de branco. Hoje, o acesso de jogadores com origens mais humildes é imenso, mas o público que sustenta e ama o futebol começa a ser selecionado pelo bolso.
Vejam: um ingresso custa 15 reais, o ônibus 2 (ida e volta são 4, se se pegar apenas uma condução), a cerveja mais 2 e o pernil chega a absurdos 5 reais. Só nessa conta rasa, gastamos quase 30 reais (10% do salário mínimo) para ir ao jogo. Em comparação, os ingressos dos meus primórdios nos estádios deveriam custar o equivalente a 5 reais.
O que temos no Brasil é uma tentativa de europeização do nosso futebol, que ao longo dos anos sempre teve como identidade o seu apelo popular. Só por isso já dá pra perceber o erro que é elitizar o futebol e implantar uma cultura totalmente diversa da nossa. Pior de tudo é ver a imprensa fazendo propaganda dessa idéia, ajudando a deteriorar o esporte.
É triste vermos os estádios cada vez mais vazios. Não é falta de estrutura, não é cadeirinha confortável que o torcedor quer. Os geraldinos ficavam de pé os noventa minutos e tinham a visão menos privilegiada do campo do "maior do mundo". O torcedor quer simplesmente poder pagar um ingresso. E que a europeização seja implantada sim. Mas dentro dos gabinetes de dirigentes que abrasileirizam cada vez mais o futebol europeu, vendendo nossos craques a preço de banana.
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Fecham-se as cortinas, torrrrrrcida brasileira. Morreu neste 8 de junho um dos maiores narradores de futebol da história. Homenagem ao saudoso Fiori Gigliotti.