15 agosto 2008

Estamos aqui!


O jornalista Carlos Braga, do Jornal do Brasil, é mais um daqueles membros da imprensa de grande circulação que insiste na tentativa de desmoralização do movimento estudantil. Sob o título “Por onde anda você, movimento estudantil?”, a matéria sobre o encontro de candidatos a prefeito na PUC do Rio de Janeiro traz argumentos pouco convincentes, realça preconceitos e joga seu autor na própria cilada, quando busca impor ao ME o saudosismo que ele deve sentir da década de 60.

Aqueles áureos tempos das passeatas e protestos se fazem presente hoje de uma outra forma. Injusto e incorreto comparar duas épocas tão distintas. No entanto, para explicar o desinteresse de alguns jovens pela política, o jornalista esqueceu as reais causas. A suposta alienação acontece por causa dos anos de mordaça, pelo sucateamento da educação, pela manipulação da informação feita pela grande mídia e pela impunidade ao crime do colarinho branco.

O movimento estudantil, caro jornalista, ainda está atuante. Nas mesmas ruas, inclusive, com a UNE, UBES e demais entidades regionais cobrando a ampliação do acesso ao ensino público e sua melhoria, combatendo a política econômica que barra o crescimento do país e apoiando grupos que visam inclusão social.

O movimento estudantil, caro Braga, também está na renovação da política no país. Está na deputada e candidata à Prefeitura de Porto Alegre Manuela D’Ávila. Está no Ministro dos Esportes Orlando Silva. Está no deputado e candidato a vice-prefeito de São Paulo Aldo Rebelo. Está no candidato a vereador Gustavo Petta, que marcou sua passagem na UNE ao conseguir concretizar o ProUni. Está na Praia do Flamengo, 132, onde a entidade terá sua sede reerguida. Esteve na I Conferência Nacional da Juventude. Enfim, está por todo o canto do Brasil, lembrando e respeitando os ideais progressistas da década de 60, mas não se prendendo ao mero saudosismo paralisante.

Talvez o jornalista nada mais seja do que um retrato da própria imprensa, que hoje faz seu trabalho dentro dos escritórios, via internet ou telefone. Não vão a campo, não estão no local da notícia. E aí, o povo faz a pergunta: por onde anda você, imprensa responsável?


Um comentário:

evao do caminhao disse...

olha a campanha...