11 novembro 2009

99 não é igual 2009


Está na cara, é óbvio ululante que o apagão da última noite não tem nem traço daquele que, há exatos 10 anos, deixou grandes capitais sem energia elétrica. Em 1999, o país passava por uma crise sem precedentes que se disseminou principalmente nos setores de serviços básicos. Preocupado em estabilizar a moeda eleitoreira às custas do endividamento público, o governo à época se esqueceu de... governar. Uma década se passou, o operário assumiu a cadeira e até lá nos rincões do Nordeste, aquela terra esquecida pelo sul do país, há um postezinho de onde sai um fio para o sertanejo plugar sua geladeira, seu fogão e sua televisão.

Não há crise no sistema, ao contrário do que ocorreu nas últimas duas panes - houve outra em 2001, quando o governo instituiu as famigeradas cotas de gasto mensal. Atualmente, os reservatórios estão cheios e o funcionamento em cadeia evitou que, com a queda nas linhas de transmissão, a distribuição de energia não entrasse em colapso. Porém, foi tudo o que a oposição queria para iniciar nova bateria de ataques contra o governo Lula, e aí entra o fator sorte (ou azar). Além de uma pequena coincidência.

No entanto, antes de revelar essa coincidência, devo ressaltar alguns pontos que me chamaram atenção. O primeiro diz respeito aos meios de comunicação. O rádio ainda se mostra ferramenta essencial e eu louvo o trabalho da Bandeirantes, por onde acompanhei as notícias
com César Sacheto, Alexandre Praetzel e Zancopé Simões. Em nenhum momento, surpreendentemente, a emissora politizou o troço, pelo menos até a hora que escutei, - logo em seguida entraria o Zé Paulo de Andrade e aí eu já não posso bancar essa afirmação. Destaco também a clareza com que tratou do assunto o Ministro de Minas e Energia Edison Lobão e o presidente de Itaipu Jorge Samek, trazendo esclarecimentos pouco mais de uma hora depois do ocorrido. Finalmente, é preciso alertar sobre a postura aproveitadora com que alguns vão querer tratar esse apagão, lembrando que em 99 e, posteriormente, em 2001, ninguém contestou o raio inexistente em Bauru (no primeiro caso) e a ingerência no racionamento compulsório de energia (no segundo).

Sem mais delongas, passemos ao dado curioso, sem nenhuma sustentação lógica aprofundada, mas que serve de arma na briga chula que esses abutres vão provocar, tudo em prol de outro golpe. Estampou o Estadão na noite de ontem, pouco antes do apagar das luzes: "Dilma sobe 4 pontos e Serra perde 4 em novo Vox Populi". É...

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Atualizando, são essas pessoas equilibradas quem vão falar os piores absurdos sobre o caso e jogar a culpa no Lula:




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Fazendo outra atualização, deixo o link do interessante debate no Blogue do Nassif, porém já adianto que eu discordo que a ocorrência de ontem seja igual a de 99. Há dez anos, o sistema estava sucateado e não era prioridade do governo. Atualmente, é até obrigação, uma vez que não priorizar a energia elétrica seria enforcar o programa Luz Para Todos.

Um comentário:

Filipe disse...

Mano, hoje, quinta-feira, quase quebrei a mesa do escritório depois de ler o que a #FILADAPUTA da eliane cantanhêde, pefelenta demoníaca de merda, "escreveu".