03 maio 2010

Eu quero a Copa Roca


Esses meses de ócio estão me servindo para mostrar uma incompatibilidade cada vez maior com os tais tempos modernos. Soa até incoerente falar as asneiras que eu vou falar por meio de um blogue, mas lembremos que o mundo não funciona no tudo ou nada e nem sempre os opostos se excluem. Se por um lado eu me fascino com esse negócio de ficar escrevendo, tuitando e dando meus pitacos sobre tudo no meio digital, por outro me sinto cada vez mais despreparado para lidar com demandas criadas por não sei quem e adotadas por muita gente.

Pegue minhas entrevistas de emprego. Aprendo muito com elas, mas geralmente por exclusão. Em 90% dos lugares que me chamam, detecto algum elemento que me faria ficar com o saco na lua em pouco tempo, seja pelas pessoas chatíssimas e fúteis que seriam colegas de trabalho, seja pelo parco salário (ainda que não tenha um hoje, sei que a merreca oferecida pelas ruas é vergonhosa), seja pelas bobagens do mundo corporativo. Saio dessas avaliações sentindo-me totalmente deslocado do mercado de trabalho, não tenho nunca a resposta certa - e babaca e mentirosa - que os empregadores querem ouvir e ainda tenho que receber desculpas esfarrapadas para minha não-contratação. Na minha humilde opinião, há uma só maneira de saber se alguém serve ou não para o trabalho: coloque o sujeito para fazer esse trabalho.

Outra praga que me aborrece é o maldito celular. Ninguém vive sem essa porcaria, nem eu, mas o aparelhinho é de uma postura invasiva sem limites. Ele não quer nem saber se você está dormindo (muitos tocam mesmo desligados), dando aquela bela cagada matinal, trepando com sua mulher ou apenas querendo não falar com ninguém. Como tudo que é ruim sempre pode ficar pior, disseminaram agora o tal Nextel, que praticamente extinguiu a desculpa do "estava sem sinal", já que entre Nextéis, a conexão é garantida. Não só isso, as pessoas que possuem do radinho amaldiçoado decidiram que é bonito e joiado conversar no viva voz.

Querem mais exemplos? Os papos de reacionários me incomodam, nem tanto por eles serem reacionários, mas por demonstrarem uma profunda falta de vontade de se informar. Os comentários politicamente incorretos me enervam, pois no fundo querem justificar um ato ilícito de quem os profere. A seriedade exacerbada é um câncer, porque é o primeiro passo para as pessoas não se olharem com fraternidade, mas sim enxergarem no outro um concorrente.

Fascina-me, no outro corner, aventuras com a minha preta, estar com os meus numa mesa de calçada, ir aos jogos do meu Corinthians, encher o pé de cana, comer churrasco e feijoada, lembrar daqueles que já foram, torcer para aqueles que estão aqui não irem antes de mim, encher meu peito como prova incontestável de que ali dentro existe uma alma. Coisas que, quem não viu, não pode entender o que é paz e amor.

4 comentários:

Corinthiano disse...

Claudio,
Não consegui perceber as asneiras que vc prometeu escrever ao longo do texto...
Entendo que algumas ferramentas dessa "era" não podem se confundir com o Mundo Corporativo (apesar de mtas tecnologias me irritarem), independente delas o pelego, vai agir da forma que sempre agiu, hoje atribuem conhecimento o que no passado se fazia com bajulação...

Eu por outro lado, venho ficando bem irritado (além dos termos em inglês bastante utilizados) com algo que Marx já sabia a muito tempo e até hoje é aplicado com maestria pelos porcos patrões, A MAIS VALIA! Antes, existia a decência de se pagar razoavelmente para depois lhe encher o rabo de atribuições, hoje, é bem discarado.
- Você vai ganhar mal e vai trabalhar por três ok? Não!? Então caia fora que existe um monte ai na rua que aceita!

Abraços

Clayton

Arthur Tirone disse...

O negócio mesmo é abrir uma bodega. Se não der lucro, pelo menos a gente bebe.

Rodrigo Barneschi disse...

Save Ferris, japonês. Save Ferris.

Vamos abrir um boteco sujo.

evao do caminhao disse...

kkkkkkkk lembrei q já preenchi papelada de 2 faltas justificadas esse ano e ainda estamos em começo de maio

bora curtir a vida e ver mais golfinhos...