06 outubro 2009

De schlap


- No sabadão, a TV Cultura exibiu um belíssimo filme que costura muito bem a relação entre futebol e política. Trata-se do documentário "O Dia em que o Brasil esteve aqui", dos diretores Caíto Ortiz e João Dornelas. Eles contam a passagem da seleção brasileira pelo Haiti em 2004, naquilo que ficou conhecido como o Jogo da Paz. O longa retrata o povo haitiano e sua paixão pelo futebol do Brasil, para eles um elixir de paz e de alegria frente ao miserê e à guerra civil que os assolam. Destaco duas impressões: os jogadores, essas estrelas de Hollywood, não tiveram (e muitos ainda não têm) a noção do que significou aquilo; o Brasil já despontava como a referência no continente e no cenário político mundial - apesar da nossa mídia nativa -, troço que só se consolidou na última semana com o Rio 2016. Trailer aqui.

- Por falar em filme, em menos de uma semana fui chamado de amargo e radical duas vezes. Uma aqui e outra no Cruz de Savóia, onde publico minha Hora da Patrulha. Reitero que, para tratar de certas coisas, não consigo ter uma postura fria e equilibrada, nem usar o bom humor. Ontem, por volta da meia-noite, a mesma TV Cultura transmitiu um documentário sobre a Guerrilha do Araguaia, mostrando como os governos, desde a ditadura militar, preservam as forças militares da responsabilidade nessa indecente violação dos direitos humanos. Ouvindo as histórias de quem passou maus bocados nas mãos dos milicos, eu realmente não enxergo outra forma de me expressar a não ser pela revolta. Caso uma atrocidade dessa lhe faça sorrir, sugiro uma revisão de valores.

- E por falar em futebol, o Barneschi, recém-chegado da gélida e fétida Europa, nos brinda com uma grave denúncia. Fazendo jornalismo com J maiúsculo (e com D de diplomado), ele mostra como a diretoria do Atlético de Madrid pretende aderir à imbecil modernidade, praga que se alastra por todo o velho mundo. Texto fantástico e obrigatório para quem se engaja nessa luta. ÓDIO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO!

- Para quem usa o Twitter e não gosta muito da falta de recursos da página, fica a dica: use o Hootsuite. Ao contrário do Tweet Deck, ele abre no navegador - ou seja, não sobrecarrega tanto a memória do seu 286 -, além de oferecer cinco janelas de visualização para gerenciamento do perfil, possibilitar a organização dos followings em grupos e possuir uma navegação mais ágil (principalmente para respostas e RTs). Também dá para cadastrar vários perfis, caso você seja bipolar.

- Era pra ser de schlap, mas ficou longo este post.

Um comentário:

Rodrigo Barneschi disse...

Opa! Valeu pelas palavras, japonês! Demorou, mas finalmente saiu. E vem mais alguns textos do tipo por aí...
Abraços e continuamos na luta!